OS DESAFIOS DO ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA NA ESCOLA PÚBLICA
Tipo de documento:Artigo cientifíco
Área de estudo:Letras
O espanhol é um idioma falado em muitos países, inclusive em países de outra língua oficial. O objetivo geral é saber que desafios o professor precisa vencer para ensinar um idioma estrangeiro com qualidade. Os objetivos específicos são identificar os problemas que dificultam o trabalho do professor; mostrar suas condições de trabalho; sugerir estratégias para a escola melhorar estas condições e sugerir estratégias de ensino para este professor. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, fundamentada em autores que tratam de assuntos relacionados ao ensino do espanhol. Palavras-chave: Capacitação. A LE permite o acesso autônomo do indivíduo à ciência, tecnologia, economia, política, educação e cultura de outros povos. É, também, um instrumento de ascensão profissional, intelectual e social (NORTE; SCHLÜNZEN JUNIOR; SCHLÜNZEN, 2013, p.
Há muitos outros motivos que necessitam a utilização do idioma em relações internacionais, comerciais, de turismo e pesquisas científicas. Acrescido a esses motivos, existe uma previsão de que o espanhol vai ser um dos itens de qualificação para o mercado de trabalho. O século XXI se inicia com bons ventos para o ensino do espanhol no Brasil. Isso pode ser constatado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1971, que permitiu à escola excluir a obrigação de oferecer uma língua estrangeira e pode-se ler no documento que seria “dada por acréscimo”, conforme as condições da escola. Assim, a exclusão foi garantida por lei, com isso milhares de estudantes passaram pelo Ensino Fundamental sem ter estudado qualquer língua estrangeira que podia ser opcional da escola, mas as escolas não ofereciam uma única aula de língua estrangeira (LEFFA, 2007).
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) estabelece a obrigatoriedade da inclusão de línguas estrangeiras no Ensino Fundamental e Médio: Na parte diversificada do currículo será incluído, obrigatoriamente, a partir da quinta série, o ensino de pelo menos uma língua estrangeira moderna, cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar, dentro das possibilidades da instituição (BRASIL, 1996). No entanto, somente a lei não garante a qualidade da educação e nem é suficiente para consolidar um ensino-aprendizagem significativo. Existem muitas pesquisas que apontam o modo equivocado de como a língua estrangeira tem sido tratada nas escolas. Pode-se antever que, com o barateamento dos meios eletrônicos de comunicação, mais escolas venham ter acesso a novas tecnologias, possibilitando o desenvolvimento de outras habilidades comunicativas (BRASIL, 1998, p.
Esse trecho mostra que o poder público deixa as outras destrezas relegadas à possibilidade de a escola ser equipada de tecnologias que vão fazer o papel de professor nessa empreitada. Isso é uma forma de baratear são os meios eletrônicos, querem baratear mesmo é o ensino. Deve-se considerar também o fato de que as condições na sala de aula da maioria das escolas brasileiras (carga horária reduzida, classes superlotadas, pouco domínio das habilidades orais por parte da maioria dos professores, material didático reduzido ao giz e livro didático, etc. podem inviabilizar o ensino das quatro habilidades comunicativas. Esse cenário é grave, mas se na faculdade o estudante que vai ser professor está com problemas de aprendizagem, há que se pensar, se a escola que ensina o professor a ministrar aulas, não oferece uma formação adequada ao professor, logicamente ele não vai estar preparado para ensinar, se ele ainda precisa aprender.
Contrapondo-se ao exposto por De Paula (2015) sobre as escolas particulares, GUIMARÃES (2011considera que o ensino de línguas estrangeiras nas escolas particulares, bem como nos cursinhos particulares de línguas, oferecem uma estrutura física e apoio linguístico-pedagógico aos professores, com uma série de vantagens em comparação com o ensino de línguas na escola, pública, pois nessas escolas estudam indivíduos com uma realidade econômica privilegiada. Nessas escolas há professores especializados, ambientes apropriados, número de alunos limitados e recursos de apoio ao sucesso de ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras. Do contrário ao que sucede em algumas escolas particulares, na rede pública de ensino, há excesso de estudantes na sala de aula, ausência de ambientes apropriados e falta de recursos de multimídia e das tecnologias novas.
Mesmo com a Lei 11. de 20 de dezembro de 1996 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação. No Art. º, Parágrafo 4º se pode ler: § 4o Os currículos do ensino médio incluirão, obrigatoriamente, o estudo da língua inglesa e poderão ofertar outras línguas estrangeiras, em caráter optativo, preferencialmente o espanhol, de acordo com a disponibilidade de oferta, locais e horários definidos pelos sistemas de ensino (BRASIL, 2017). O inglês continuou a ser obrigatório e o espanhol, como outras línguas ficaram em segundo plano, o Governo deixou abertura para a possibilidade da oferta delas, conforme a realidade das escolas. Desse modo, a língua espanhola passa a ser tratada como uma opção nos currículos do Ensino Médio. Nessa perspectiva, entende-se que a escola vem sonegando o conhecimento necessário ao estudante para que se cumpra o sonho dele de sair da escola, sabendo a língua com todas as habilidades (RODRIGUES, 2010).
O exposto pela autora, faz pensar que se o professor se impusesse talvez não conseguiria aumentar a carga horária, mas poderia conseguir espaços apropriados, tal como uma sala ambiente para deixar expostos muitos itens de aprendizagem que fizessem o estudante se interessar por conhecer mais a língua em aquisição e ver significado em aprendê-la. O estudante precisa de um ambiente descontraído, com material de ensino que atenda seu interesse, e desse modo, facilite o processo aprendizagem, trazendo à tona a inferência e a análise. Com relação ao exposto, sabe-se que o ensino da língua espanhola é falho, isso gera preocupação e a sociedade tenta ver de quem é a responsabilidade. Bauman (1999) lembra que a atribuição de responsabilidade ao indivíduo pelo sucesso ou fracasso, é um efeito da globalização, o que tende às pessoas envolvidas colocar a culpa no Governo pela falta de recursos para se livrar da responsabilidade dos problemas.
Infelizmente, não existem escolas, muito menos professores perfeitos, por esse motivo faz-se necessário compreender que existem dificuldades que impedem essa perfeição, dificultando ao mesmo tempo a aprendizagem dos alunos, como também a prática pedagógica dos professores. Transformando a escola em um local muitas vezes difamado e sem valor educacional (GUERREIRO, 2013, p. Essas considerações de Guerreiro (2013) mostram que não é somente o professor de espanhol que possui desafios, os outros docentes também passam por alguma dificuldade, a escola também não fica ilesa desse desconforto. Nem sempre a escola atende às perspectivas da comunidade escolar. Além de esta lidar com a diversidade humana que possui inúmeras demandas, ainda faltam políticas públicas para melhorá-la. O clima da sala de aula está associado ao clima da escola em seu todo.
Tanto professor como alunos não estão isolados do contexto escolar com o qual tem laços culturais e normas de interação, portanto a escola precisa dar condições para o trabalho do professor (PAIVA, 2011). Suporte Necessário ao Professor de Espanhol A primeira e grande dificuldade que os formadores de professor encontram-se no perfil do graduando que chega à faculdade, a maior parte não possuem um conhecimento sólido da língua estrangeira para a qual buscam uma licenciatura. Além disso, os poucos estudantes que chegam à graduação com um nível adequado de fluência em língua estrangeira, sentem-se frustrados com a formação que lhes oferecida, segundo eles, inicia-se em um nível aquém ao que ele já possui, acrescentando pouco e não os prepara adequadamente para os desafios da sala de aula (BRANCO, 2004).
O exposto pelo autor leva a inferir que urge a necessidade de reorientar a formação do professor, bem como definir a finalidade da língua estrangeira nos currículos escolares. Nesse sentido, a formação do profissional pode contribuir para uma reflexão e conscientização das experiências vividas pelos docentes no âmbito de suas práticas e mover o professor a uma prática na sala de aula com a eficiência necessária para envolver o estudante na construção de conhecimentos. No contexto da sala de aula, o professor precisa concomitantemente com sua prática, refletir sobre suas necessidades de capacidades teórica e crítica das realidades que envolvem seu fazer pedagógicos, com vistas a melhorar suas práticas de ensino. Ele precisa fazer uma reflexão crítica sobre suas ações, sua visão precisa voltar-se para os contextos sociais, políticos e institucionais nos quais com os quais convive (LIBÂNEO, 2006).
Nesse sentido, Paiva (2003 p. afirma que, “o professor reflexivo faz avançar a sua própria formação enquanto processo de desenvolvimento contínuo, vai construindo e reconstruindo o seu saber e o saber fazer”. Schlatter (2009) afirma que não há sentido em usar a língua estrangeira descontextualizada, seu uso deve ser sempre socialmente situado, o que confere significado no ensino- aprendizagem do idioma. Por isso, não cabe um ensino que tem o fim em si mesmo. Somando à possibilidade de incluir o letramento no ensino da língua espanhola, seria ideal oferecer condições para que isso acorresse com vistas ao desenvolvimento das habilidades necessárias: [. deveríamos propor então um ensino de língua que tenha o objetivo de levar o aluno a adquirir um grau de letramento cada vez mais elevado, isto é, desenvolver nele um conjunto de habilidades e comportamentos de leitura e escrita que lhe permitam fazer o maior e mais eficiente uso possível das capacidades técnicas de ler e escrever (BAGNO, 2002, p.
Nesse tocante, Almeida Filho (2008) aponta que aprender uma língua para o uso real pessoal ou profissional não é contemplado pelo o ensino de língua estrangeira no Brasil há alguns séculos, o ensino em questão tem o foco em uma aprendizagem dessa área do conhecimento com a finalidade de obter uma distinção social. Também ele pode trabalhar com materiais autênticos, tais como rótulos e embalagens, e-mails, revistas, jornais entre outros que podem promover uma aprendizagem significativa, pois os estudantes entram em contato com itens da sua realidade. Para Almeida (2005), o professor precisa olhar para todos os ângulos no sentido de ampliar seus horizontes, e consequentemente, desenvolver competências. No entanto, o que se percebe é a falta de recursos, agravados pelos materiais desatualizados à disposição dos professores, que não levam em conta a capacidade de aprender dos estudantes.
Por isso, faz-se necessário que ofereçam materiais complementares atualizados, uma vez que os livros didáticos não contemplam todas as demandas de um ensino-aprendizagem significativo, ricos em atividades e informações relevantes para os educandos para que eles construam conhecimentos com interesse e confiando de que estão realmente aprendendo uma língua estrangeira. Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais PCN (BRASIL, 2001), o método para se ensinar uma língua estrangeira se materializa principalmente na sala de aula, mas também se produz nas extensões da sala, vinculadas a experiência de classe. Seu número, assim como seu encadeamento, depende de muitos fatores, tais como a natureza do problema, o nível de conhecimentos que o pesquisador dispõe sobre o assunto, o grau de precisão que se pretende conferir à pesquisa ente outros (GIL, 2010, p.
A pesquisa se fundamenta em importantes autores que discorrem sobre o assunto abordado, o ensino da língua estrangeira em geral e da língua espanhola e as dificuldades encontradas pelos professores para oferecerem um ensino de língua de qualidade, com vistas a ensinar todas as habilidades do discurso. O procedimento foi qualitativo, que permite uma maior aproximação do pesquisador quanto a seus entendimentos, reflexões no tocante ao tema pesquisado, devido ao tipo de pesquisa realizado, considerando o problema que foi abordado e o objeto de estudo proposto. Como não há dados quantitativos, foi possível realizar reflexões a respeito do assunto que são apresentadas nas considerações finais. A partir das leituras levantadas surgiram referências de outros autores que acrescentaram outros pontos importantes para discorrer sobre o tema.
Essa pesquisa foi muito importante para o crescimento deste pesquisador, trazendo reflexões valiosas para o trabalho do professor que está no mercado de trabalho e para aqueles que vão iniciar sua trajetória profissional, ensinando uma língua estrangeira que é considerada universal. Razão pela qual, foi relevante tratar desse tema que é muito importante para o campo de estudos de ensino de língua estrangeira por possibilitar reflexões sobre a prática pedagógica nas aulas de língua espanhola no Brasil, uma vez que a academia carece desse tipo específico de estudos sobre os contextos escolares. Além disso, pesquisas sobre esse assunto pode promover o interesse de outros pesquisadores sobre aspectos não abordados neste trabalho e vir a contribuir sobre essa questão que muito tem preocupado as pessoas envolvidas na área de educação.
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Monografia. UTP, 2011. FREITAS, Helena Costa Lopes de. A (nova) política de formação de professores: a prioridade postergada. Educ. Soc. Campinas, vol. São Paulo: Atlas, 2010. GUERREIRO, Solano da Silva. As dificuldades enfrentadas por professores no ensino de espanhol como língua estrangeira – E/LE. Anais do SILEL. Volume 3, Número 1. br/biblioteca/pdf/. Acesso em: 06 de abril de 2019. GUIMARÃES, Anselmo. História do ensino de espanhol no Brasil. In: Scientia plena v. maio 2007. LEFFA, V. Criação de Bodes, Carnavalização e Cumplicidade. Considerações sobre o fracasso da lei na escola pública. In: CÂNDIDO DE LIMA. MENEGHINI, Carla Mayumi. O processo de conscientização na sala de aula de língua espanhola. In: Acta Scientiarum. Language and Culture. Maringá, v. br/index. php/ abehache/article/view/5.
Acesso em: 09 de abril de 2019. NORTE, Mariangela Braga; SCHLÜNZEN JUNIOR Klaus; SCHLÜNZEN Elisa Tomo Moriya. Língua inglesa. Linguística Aplicada e Contemporaneidade. Campinas e São Paulo: Pontes e ALAB, 2005. p. PAIVA, Vera Lúcia Menezes de Oliveira. Aquisição e Ilusão, ou participação. v. n. jan. fev. SCHLATTER, M. Uberlândia: EDUFU, 2013. SCHÖN, Donald. Educando o profissional reflexivo: um novo design para o ensino e a aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.
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