ORGANIZAÇÃO DA REDE DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS NA ATENÇÃO BÁSICA EM UM MUNICÍPIO DE PEQUENO PORTE DO SUL DE SANTA CATARINA

Tipo de documento:Artigo cientifíco

Área de estudo:Enfermagem

Documento 1

Pesquisa de abordagem qualitativa, descritiva, exploratória e de campo. Realizado análise e interpretação dos dados. Conclui-se que os objetivos do estudo foram atingidos e que os profissionais participantes do estudo desconhecem a organização e o fluxo da rede de atenção às urgências na Atenção Básica no município estudado, pois o município não possui. Palavras Chave: Atenção Básica; Saúde da família; Urgência e emergência; Rede de Atenção ABSTRACT This study aims to identify if nurses, doctors and dentist professionals who work in a Family Health Strategy in a small municipality in the south of Santa Catarina are aware of the organization and flow of the emergency care network in Primary Care. The National Policy on Primary Care - PNAB points to the Family Health Strategy as a priority model for reorganizing primary care, with responsibility for first attending to medical and dental emergencies and for implementing the National Humanization Policy guidelines, including fostering, to provide resolute assistance to spontaneous demand (BRASIL, 2006).

Organização do serviço de saúde para atenção a essas situações: há acesso a serviços 24 horas e prontidão para transporte? Que tipos de recursos e limites esse serviço tem, bem como níveis em que se inter-relacionam – atenção primária, secundária e terciária – e as pactuações de referência e contra referência entre eles. Processo de trabalho na equipe de Saúde da Família e dos demais profissionais de outros níveis de atenção. Se há acolhimento específico para urgência, rotina ou protocolos de atendimento implantados, se os profissionais são devidamente capacitados. Devem ser levados em conta também as competências e limites de cada profissional ou categoria, como médicos, dentistas, enfermeiros e outros profissionais que atuam na área (MELO; SILVA, 2011, p.

O suporte básico de vida tem como objetivos o rápido reconhecimento das situações de gravidade, a intervenção precoce e a manutenção da estabilidade circulatória e respiratória por meio das manobras de reanimação. Objetivos Específicos • Pesquisar o conhecimento dos profissionais enfermeiro, médico e dentista sobre o território quanto a situações de urgência que mais ocorrem e maior volume por faixa etária da população; • Identificar o conhecimento dos mesmos sobre a organização do serviço de saúde para atenção a situações de urgência/emergência existentes no município; • Identificar processo de trabalho na equipe de Saúde da Família e dos demais profissionais de outros níveis de atenção; • Descrever o conhecimento sobre as políticas do ministério da saúde na atuação da equipe de saúde da família diante de situações de urgência e emergência na AB; • Identificar os desafios enfrentados pelos enfermeiros, médicos e dentistas na assistência aos pacientes em situações de urgências na ESF e quais as facilidades e dificuldades.

JUSTIFICATIVA O município estudado possui na rede de Atenção Básica (AB) quatro Unidades Básicas de Saúde (UBS) que atua no modelo de Estratégia de Saúde da Família (ESF) e uma UBS que é vinculada a uma ESF. Não possui em sua rede municipal de saúde, serviço próprio para atendimento de urgências e emergências, mantendo convênio com um hospital de médio porte e com o SAMU 192 – Básico de um município vizinho. Possui apenas uma clínica médica particular. A população fixa de moradores é de 11. Nesse processo, respeitar fluxos de referência e contra referência locais, manter a responsabilidade pelo acompanhamento do plano terapêutico do usuário, proposto pela referência e indicar a necessidade de internação hospitalar ou domiciliar.

Quanto ao cirurgião dentista, faz parte de suas atribuições realizar procedimentos (SOARES, 2013, p. Em outubro de 2011, foi publicada uma revisão da Política Nacional de Atenção Básica, aprovada pela Portaria nº 2488 (BRASIL, 2011a). Nota-se que nessa normativa, os papéis definidos para AB no atendimento às urgências permanecem em conformidade com aqueles apresentados na política anterior. No entanto, é possível observar maior presença do tema, uma vez que a atenção à demanda espontânea aparece como atribuição específica para todos os profissionais da equipe: agentes comunitários de saúde, técnico de enfermagem, técnico e auxiliar de saúde bucal, enfermeiro, médico e cirurgião dentista. Continuando, Soares (2013, p. enfatiza em seu estudo outro documento importante lançado em 2012 para compor o conjunto de ações do PMAQ, foi o instrumento denominado “Autoavaliação para Melhoria da Qualidade” (AMAQ): O AMAQ apresenta uma série de padrões que tratam de diferentes dimensões dos processos envolvidos na atenção básica.

Dentro da unidade de análise Gestão, há as seguintes dimensões com suas respectivas subdimensões: 1) Gestão Municipal: a) Implantação e Implementação da Atenção Básica no Município; b) Organização e Integração da Rede de Atenção à Saúde; c) Gestão do Trabalho; d) Participação, Controle Social e Satisfação do Usuário. Para a dimensão Gestão da Atenção Básica, há: e) Apoio Institucional; f) Educação Permanente; g) Gestão do Monitoramento e Avaliação. Dimensão Unidade Básica de Saúde, há as seguintes subdimensões: h) Infraestrutura e Equipamentos e i) Insumos, Imunobiológicos e Medicamentos. A classificação de risco é um processo dinâmico de identificação dos usuários que necessitam de tratamento imediato, de acordo com o potencial de risco, agravos à saúde e grau de sofrimento (BRASIL, 2004).

Existem no mundo vários modelos de classificação de risco ou triagem na urgência. No Brasil, os modelos adotados foram o canadense (CTAS), o norte-americano (ESI) e o do Sistema Manchester (MTS). Melo e Silva (2011, p. ressaltam como importante em seu estudo que a forma como se classificam as queixas de urgência e emergência deve ser a mesma em todos os pontos da rede, pois somente dessa forma teremos uma linguagem única na rede, inclusive a da equipe de saúde da UBS. ABORDAGEM Pesquisa de abordagem qualitativa, descritiva, exploratória e de campo. Com este tipo de pesquisa, tenta-se compreender um problema da perspectiva dos sujeitos que o vivenciam, ou seja, parte de sua vida diária, sua satisfação, desapontamentos, surpresas e outras emoções, sentimentos e desejos, assim como na perspectiva do próprio pesquisador (LEOPARDI, 2002, p.

TIPO DE PESQUISA Pesquisa do tipo descritiva-exploratória e de campo. LOCAL DE ESTUDO Uma (1) ESF, situada em um bairro urbano do município. A Secretaria de Saúde está estruturando os serviços de referência aos usuários do SUS. Além do benefício direto para os envolvidos, a produção e divulgação dos resultados do estudo permitirá o conhecimento da realidade local. ANÁLISE DE DADOS A análise e interpretação dos dados qualitativos foram realizados por meio de categorização, com ordenação, classificação e análise final dos dados pesquisados. Para Minayo (2007) as metodologias qualitativas são as capazes de incorporar a questão do significado e da intencionalidade como inerentes aos atos, relações, estruturas sociais, sendo estas compreendidas como construções humanas significativas.

Desfecho Primário O desfecho primário foi: identificar os desafios enfrentados pela médica enfermeira e dentista na atuação da urgência, na ESF; conhecer a capacitação dos profissionais entrevistados e a atuação na ESF em casos de urgências, assim como o conhecimento em relação a organização que é utilizada na rede de atenção à saúde do seu município e os pontos que a compõem para facilitar o fluxo e o contra fluxo dos usuários, destacando-se o fluxo para a urgência e emergência. ASPECTOS ÉTICOS Para a realização da pesquisa, os sujeitos do estudo assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice B), que informa aos participantes da pesquisa os objetivos, métodos, direito de desistir da mesma e sigilo em relação à pesquisa.

O tempo de atuação na unidade estudada variou de 3 a 4 meses, denotando que há uma alta rotatividade destes profissionais. Entende-se que certa estabilidade na ESF é fundamental para a construção de um modelo de trabalho que contemple todos os elementos da integralidade. A rotatividade prejudica a efetividade do trabalho da ESF no município. Segundo Medeiros (2010) esse tipo de informação leva a buscar identificar os motivos dessa instabilidade de profissionais na ESF, tendo em vista que a qualidade da atenção à saúde tende a ser prejudicada pela falta de vinculação do profissional à determinada comunidade. No que diz respeito a categoria perfil epidemiológico do município na atenção a urgência na atenção básica, foi apontado pelos profissionais entrevistados que os principais atendimentos em urgência dizem respeito a: dor, edema facial, fratura dental e crise hipertensiva.

a Atenção Básica em Saúde tem como objetivos a ampliação do acesso, o fortalecimento do vínculo, a responsabilização e o primeiro atendimento às urgências e emergências, em ambiente adequado, até a transferência/encaminhamento dos pacientes a outros pontos de atenção, quando necessário, mediante implantação de acolhimento com avaliação de riscos e vulnerabilidades (Brasil,2013). No que diz respeito a organização da rede, para o acesso aos serviços de 24 horas que fica situado no Hospital de um município vizinho, há necessidade de um serviço de prontidão de transporte, om qual inexiste, portanto, quando há necessidade é acionado o serviço 192/193(SAMU e ou Corpo de Bombeiros) ou com muita dificuldade se consegue um carro da prefeitura da cidade.

Desse modo, a organização da Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE) no Sistema Único de Saúde (SUS), mais do que uma prioridade, é uma necessidade premente, de modo a intervir de forma organizada e efetiva sobre tais doenças e agravos (Brasil,2013). A articulação com a rede de serviços de saúde (sistema de referência/contra referência), de acordo com a equipe da unidade, as ações de referência dos pacientes aos serviços de saúde são bastante efetivas, pois o paciente quando necessita de atendimento em outro nível de atenção, é encaminhado com documento de referência, porém, quando retorna aos serviços da Unidade de Saúde, não porta a contra referência, dificultando o acompanhamento do paciente, pelo desconhecimento dos procedimentos realizados com o mesmo.

Neste caso, é feito a oitiva do próprio usuário do sistema. Na categoria os desafios enfrentados pelos profissionais de saúde para atendimentos de urgência foram apontados a falta de capacitação, a falta de equipamentos e medicamentos como: carrinho de parada cardiorrespiratória, broncos dilatadores, adrenalina entre outros. A atenção básica está inserida na rede de atenção às urgências, como componente de ampliação de acesso, fortalecimento de vínculos com a comunidade, responsabilização e primeiros cuidados às urgências, tudo em ambiente adequado, até a transferência ou encaminhamento a outros pontos de atenção, se necessário, após classificação dos riscos (BRASIL, 2011). Neste sentido, as Unidades de ESF deveriam ser devidamente equipadas e seus profissionais capacitados para tais atendimentos.

O despreparo dos profissionais de ESF frente às situações de urgência é considerado um fator crítico para a saúde pública e que investimentos nas ações infraestrutura e equipe são cruciais para aprimoramento dos cuidados na abordagem primária do indivíduo e bem-estar da comunidade (TORRES; SANTANA, 2009) 5 CONCLUSÃO O estudo permite afirmar que no contexto da unidade estudada, há rotatividade de profissionais dificultando o estabelecimento de vínculos entres estes e destes com a população, conforme preconizado para a estratégia de saúde da família, fundamental para a construção do modelo de trabalho preconizado. Observou-se que embora existentes demandas de urgência, os profissionais de saúde não tomam para si a responsabilidades por estes atendimentos, uma vez que a atenção básica, nível de atenção ao qual estão alocados, tem seu olhar voltado para a promoção, prevenção e educação em saúde e assistência a agravos de baixa complexidade.

Esta constatação representa um fator crítico de atendimento à população, que precisa ser alvo de sensibilização das autoridades instituídas, envolvidas com o poder político e administrativo do sistema municipal de saúde, de forma a provocarem mudanças urgentes neste sistema. AGRADECIMENTOS Primeiramente quero agradecer a Deus por ter me dado forças para superar as dificuldades e por conseguir vencer mais uma de muitas outras etapas de minha vida. Agradeço a atenção e os ensinamentos de todos os professores da Pós-graduação em Urgência e Emergência da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC. À minha orientadora Ivanir Prá da Silva Thomé, pelo apoio e pelo incentivo. Enfim, a todos que estiveram ao meu lado, apoiando e me incentivando de uma forma ou de outra, mas que me fizeram crescer como pessoa e como profissional.

Portaria GM/MS n. de 30/12/2010. Estabelece diretrizes para a organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). DOU de 31/12/2010, Seção I, p. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS n. de 03/10/2011. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Brasília-DF, 2011a. Ministério da Saúde. Ministério da Saúde. Documento Síntese para Avaliação Externa. Saúde Mais Perto de Você – Acesso e Qualidade. Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ).

Brasília-DF, 2012 a _______. Acolhimento à demanda espontânea: queixas mais comuns na Atenção Básica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2012. Disponível em: <http://189. dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/caderno_28. pdf. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2013. p. Disponível em: <http://bvsms. saude. gov. LEOPARDI, Maria T. Metodologia da Pesquisa na Saúde: Florianópolis: UFSC, 2002. ed. MEDEIROS. Cássia Regina Gotler.  Rio de Janeiro June 2010. Disponível em: <http://www. scielo. br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232010000700064> Acesso em: 14. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: Hucitec, 2007. OLIVEIRA, T. php/revinter/article/view/56> Acesso em: 16. SOARES, S. S. O papel da atenção básica no atendimento às urgências: um olhar sobre as políticas.

Rio de Janeiro, 2013. Anais. Universidade Federal de Pelotas. Pelotas, 2009. VASCONCELOS, M. GRILLO, M.

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