O USO DE JOGOS TECNOLÓGICOS NA ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO DOS SURDOS

Tipo de documento:Artigo cientifíco

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

Desta forma, os jogos tecnológicos apresentam-se como uma estratégia de ensino, ponderada como um método eficaz na alfabetização e letramento de crianças. Nesta conjuntura, o presente trabalho visa abordar as contribuições dos jogos tecnológicos no ensino de nível básico - ciclo dos anos iniciais -, com ênfase nos alunos que apresentam deficiência auditiva. Além disso, elucidaremos um tipo específico de jogo, sendo este o Cai Libras, pelo qual o aluno é viabilizado a descobrir o universo das letras de maneira lúdica e divertida, reduzindo desta forma, a complexidade das informações que podem ser restauradas, com o uso dos recursos tecnológicos. Para tanto, com base em nossas experiências pessoais com o nível escolar supracitado e a especialidade em questão, compreendemos que as alternativas encontradas para o ensino do aluno surdo, perpassam o letramento visual, instigando a curiosidade do discente, por intermédio de jogos educativos.

Desta forma, a execução deste trabalho justifica-se em apresentar o emprego de jogos interativos para alfabetização de educandos surdos, uma vez que são ferramentas didático-pedagógicas com interfaces atrativas e acessíveis para doutrinar a LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais - e o português. Em sua fase infantil, a criança contempla uma sequência de vivências em aprendizagem contraídas por ela mesma, quando tem a oportunidade de interagir. Em âmbito escolar, a mesma apresenta consigo ilimitadas vivências e informações aglomeradas, alcançadas através das viagens, conversas, jogos e brincadeiras que entusiasmarão no processo de aprendizagem. A relação entre a alfabetização e o lúdico é intrínseca. O espaço lúdico é o mais promissor para a aprendizagem e determina uma adequada internalização da alfabetização e do letramento.

O ato de brincar pedagogicamente necessita estar incluso no cotidiano das crianças. Segundo o psicólogo Lev Vygotsky (1984), o lúdico influencia no desenvolvimento dos pequenos, pois estimulam a iniciativa e a autoconfiança, desenvolvendo a linguagem, o pensamento e a concentração. De acordo com a professora Suraya Cristina Darido (2007), deve-se valorizar o patrimônio dos jogos e das brincadeiras, pois através destes a criança passa a respeitar seus adversários, participando de atividades em grupos, cooperando e interagindo, resolvendo os problemas através de atitudes de diálogo e não violência, reconhecer e valorizar atitudes não preconceituosas relacionadas à habilidade, sexo, raça, religião e outras determinantes. Tais possibilidades expostas são relevantes para o desenvolvimento educacional e social de um educando com deficiência auditiva ou surdez.

Tal recurso na aprendizagem promove o desempenho da criança surda na missão de construir significados, tendo em vista que o lúdico estimula a criatividade, viabilizando distintas descobertas ao discente. Considerado uma forma de lazer, o lúdico se faz presente nas experiências tanto de prazer quanto de desprazer. Assim, necessita-se da execução de situações de forma lúdica, sendo por meio de brincadeiras, dos estilos musicais, das poesias, dos versos ou da participação dos alunos no planejamento das atividades. Estas estratégias de ensino precisam contemplar o programa do professor e, o mesmo deve produzir uma motivação em seus educandos na invenção de novos jogos. As atividades lúdicas funcionam como subsídios no processo de alfabetização e letramento, entretanto carecem de abranger os alunos com o planejamento e as estratégias citadas anteriormente.

Assim, não se pode meramente ofertar os jogos aos alunos e permitir que os utilizem da forma que quiserem. Os desígnios pedagógicos precisam orientar a utilização das atividades lúdicas no método de alfabetização, ou seja, brincar apenas pelo entretenimento agrada as crianças, contudo, não necessariamente está contribuindo para o processo de ensino-aprendizagem. Deste modo, em âmbito escolar, a tecnologia atrelada aos jogos e brincadeiras apresenta uma grande contribuição para o ensino de alunos surdos e, além disso, para o seu letramento. De acordo com alunos e professores da UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas - em sua pesquisa O Surdo e a Internet, tal tecnologia proporciona a inclusão destes indivíduos, nos quais são integrados e não sentem-se excluídos do universo sonoro, graças às informações anotadas, e a viabilidade de recursos visuais, nos quais atuam como facilitadores.

Doravante estas considerações, evidencia-se que a tecnologia opera como um mecanismo repleto de recursos que possibilitam e facilitam, não somente a inclusão, mas também o aprendizado do surdo. Assim, Basso reitera: A utilização dos mais variados recursos para que estas pessoas surdas aprendam a língua escrita e tenham, com isso, acesso às informações e aos conhecimentos, que possibilita a elas uma nova alternativa educacional. A aprendizagem deixou de vincular-se apenas à aquisição da língua oral, mas tornou possível, também, o uso de recursos visuais – desenhos, fotografias, filmes etc. A cada acerto, se trabalha a figura do coração como símbolo de vida para os seres, as cores frias e quentes do jogo, também devem ser levadas em consideração.

Cada aspecto do jogo, deverá ser questionado ao educando para assim verificar o já internalizado por ele, e o que deverá ser reavaliado. Figura 2 – Alteração da Letra Fonte: Atividades Educativas (2018) Sequência lógica é um fator importante de reconhecimento, além de saber contar o jogo para os colegas que seriam os próximos a ter contato com a brincadeira. O estímulo se faz necessário desde o início, pois ao longo da vida escolar, muitos educandos surdos abandonam a escola por falta de motivação. O emprego de jogos tecnológicos incide em um trabalho pedagógico que de fato proporciona um prazer em estar no seio escolar, por meio do qual a criança está aprendendo e não apenas frequentando. Mídia e Educação de Surdos: transformações reais ou uma nova utopia? Florianópolis: Ponto de Vista, Nº 5, 2003.

DARIDO, Suraya Cristina. Para Ensinar Educação Física: Possibilidades de intervenção na escola. Campinas: Ed. Papirus, 2007. atividadeseducativas. com. br/index. php?id=12020>. Acesso em: 12 set. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984. VYGOTSKY, Lev. S. O Desenvolvimento dos Processos Psicológicos Superiores.

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