O sol e a sombra

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:História

Documento 1

Este debate é controverso tendo algumas lacunas históricas, porém ao mesmo tempo é cheio de detalhes que se não analisados de forma minuciosa pode escapar até ao mais estudioso da área. Neste sentido, este artigo procura enfatizar e analisar, a partir de alguns autores, situações, fatos históricos e decisões que ajudaram a moldar a sociedade e o território brasileiro no período colonial. Desenvolvimento Quando os europeus chegaram em terras que mais tarde viria a ser o Brasil, encontraram uma população indígena bastante homogênea em termos culturais, distribuídas ao longo da costa e na bacia dos Rios Paraná-Paraguai. Em sua chegada, os europeus se depararam com duas grandes nações indígenas, ao sul na bacia Paraná-Paraguai os Guarani e ao longo da costa brasileira os Tupi.

Ressalta-se que tecer considerações e comentários sobre movimentos pré-históricos em relação aos Tupi-Guarani e demais povos indígenas é caminha em um terreno movediço (FAUSTO, 2002), e por tanto, este texto procura sintetizar uma fração dos fatos e acontecimentos que marcaram os povos indígenas após a chegada dos europeus e até meados do século XVIII. Ao contrário do que pregava alguns autores, não foi provado a existência de uma aldeia ou domínio central entre as aldeias pertencentes a um determinado grupo. Os Europeus, considerando a cultura indígena algo pagão e permeado de atrocidades, por conseguinte, não tiveram compaixão legitimar a escravidão e a mudanças de costumes dos ameríndios. Até por volta de 1575, os indígenas escravizados no Brasil representavam a quase totalidade dos trabalhadores.

Nesta época existiam pouco mais de 10 mil africanos, enquanto que na américa espanhola já eram em torno de 37 mil. É a expansão da produção de açúcar no Brasil que a mão de obra indígena vai sendo substituída, pouco a pouco, pela mão de obra africana, intensificando a venda e comercialização de escravos. SCHWARTZ (1988), complementa a ideia de separação da sociedade brasileira em classes por meio da raça e da cor ao citar que com o mar de indígenas, podendo também estender aos africanos, que cercava os colonizadores portugueses tornava-se todo europeu, uma gentil-homem em potencial. É por meio desta afirmação que se tem a ideia de que as realidades existentes em Portugal no período da Brasil colônia, acaba se acentuando na colônia brasileira, ou seja, toda a ideia de organização de ideais da sociedade portuguesa passa a fazer parte da sociedade brasileira da época.

Antes da utilização de escravos africanos em detrimentos dos indígenas as capitanias foram as mais beneficiadas, principalmente com a conquista dos índios do planalto nos últimos anos do século XVI. Por conseguinte, São Paulo, foi uma das capitanias mais beneficiadas, principalmente por causa do interesse da coroa portuguesa, representada por d. Francisco de Souza, na década inicial do século XVII. Foi assim que rapidamente as terras da vila São Paulo foram repartidas nos últimos anos do século XVI. As propriedades, dividas e distribuídas na vila São Paulo, tiveram o pico de concentração de escravos indígenas entre os anos de 1640 e 1660. Como informado anteriormente, esta mão de obra será gradativamente substituída por negros africanos. A partir de 1670 as atividades de lavouras desenvolvidas nas cidades e vilas passam a ser substituídas por atividades agropastoris.

Mesmo com esta mudança, a demanda por mão de obra indígena na cidade paulista ainda continua em alta. Neste caso, o centralismo excessivo não tinha sentido, já que Lisboa, enquanto cabeça pensante e dominante, situava-se a milhares de quilômetros de distância das colônias. Toda essa complexidade administrativa poderia ser em parte explicada pelo caráter exploratório da ocupação portuguesa, afinal a administração portuguesa não visava criar uma sociedade original da américa, mas sim explorar ao máximo a colônia, daí o empenho em aperfeiçoar o sistema fiscal em detrimento de melhorar as práticas administrativas. As mudanças ocorridas nas atividades agropastoris e na organização administrativa da colônia também acompanharam às mudanças que estavam ocorrendo na igreja.

Precisando contrapor a reforma protestante do século XVI, liderada por Matinho Lutero, a igreja precisava criar mecanismos frente ao avanço do protestantismo no mundo, sendo necessário reafirmar dogmas e sacramentos. Nesta necessidade, a igreja não mediu esforços para controlar a vida dos fieis por meio de regras e dogmas como por exemplo, a instituição do casamento, que antes era considera profana na igreja. O caráter da sociedade brasileira, estratificada e dividida entre indivíduos brancos, negros, índios, escravos e livres, dificultava a tentativa de buscar no país, padrões semelhantes de vida e de organização familiar, até mesmo no interior de uma determinada camada da população. Não obstante as questões de organização social e religiosa, a moradia também era algo heterogêneo no Brasil colônia, sendo possível perceber grandes diferenças de moradias entre vilas e cidades.

De acordo com Algranti (1997), enquanto as casas de homens pobres e livres no campo e na cidade, consistiam de em pequenas choupanas de um ou dois cômodos, nos quais se dormia, cozinhava etc. enquanto que as casas de pessoas com mais dinheiro tinham aposentos, geralmente enfileirados. É certo que a arquitetura das casas no Brasil colônia passou por grandes transformações ao longo dos anos, tanto em casas de pobres quando de pessoas endinheiradas. “Famílias e vida doméstica”. In: SOUZA, L. M. org. História da vida privada no Brasil. In: Negros da terra. São Paulo: Companhia das Letras, 1994, p. SCHWARTZ, Stuart B. “Uma sociedade escravista colonial”; “Os senhores de engenho: donos dos homens e da cana”. In: Segredos internos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997, p.

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