O poder da Arteterapia na realidade Carcerária

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Artes cênicas

Documento 1

RESUMO O presente estudo apresenta considerações acerca da arteterapia enquanto possibilidade de tratamento terapêutico, apontando dados estatísticos a respeito da condição atual do sistema carcerário brasileiro, e refletindo sobre a atuação do psicólogo, como profissional de pratica ética e humanizada no acolhimento e compreensão holística do sujeito apenado. Fatores estes, de necessária reflexão, para fundamentar compreensão e discussão a respeito do uso da arteterapia como possibilidade de tratamento na condição de vida inóspita do sujeito apenado, suscetível a um processo de ressocialização. Apesar de haver pouco material de discussão na literatura, sobretudo, pelo próprio contexto da arteterapia ser algo consideravelmente novo no Brasil, foi possível encontrar estudos que versavam sobre o tema.

De modo que, a eficiência do uso da arteterapia na conjuntura do sistema penitenciário, foi compreendida como ferramenta que possibilita a formação humana a partir da perspectiva educacional e cultural, equilibrando corpo e mente, facilitando resgate de familiaridade com foco na inclusão empatia e restauração, viabilizando senso de cidadania acerca dos direitos e deveres e da responsabilidade e consciência política e social. Palavras-chave: Arteterapia; Sistema Carcerário; Atuação do Psicólogo; Ressocialização. Dentro dos critérios, buscou-se material de interesse na base de dados dos Periódicos Eletrônicos de Psicologia (PEPSIC), Scientific Eletronic Library Online(SCIELO) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). A coleta de dados foi iniciada e finalizada no decorrer do mês de abril de 2020. DESENVOLVIMENTO Na análise da articulação temática deste estudo, a fim de tornar mais didática à compreensão, foram dividas as reflexões em quatro categorias, que são elas: primeira a exposição sobre o sistema carcerário brasileiro; segunda a respeito das observações acerca da atuação do psicólogo no sistema carcerário; a terceira apresentação sobre arteterapia; e finalmente a quarta categoria que discorre sobre as articulações didáticas entre a arteterapia como ferramenta terapêutica de ressocialização no sistema carcerário.

SISTEMA CARCERÁRIO BRASILEIRO No Brasil o Departamento Penitenciário Nacional DEPEN (2020) divulgou levantamento nacional de informações penitenciárias INFOPEN de 2019, apontando que a população carcerária é de 748. pessoas custodiadas em unidades prisionais. Art. A assistência será: I - material; II - à saúde; III - jurídica; IV - educacional; V - social; VI – religiosa (BRASIL, 1984. Art. º e 11º § I-VI). Portanto, acima de tudo é necessário um olhar mais humanizado para compreender a realidade carcerária, e assim poder promover melhores ações com foco na ressocialização. Nesse sentido, o Conselho Federal de Psicologia (2009) afirma que, a atuação do psicólogo no sistema penitenciário envolve uma multiplicidade de situações que vão desde o atendimento a atenção individual e em grupo as subjetividades do sujeito em cárcere, como também atendimento aos familiares e atenção aos funcionários realizando orientação avaliação acolhimento e atendimento especializado.

Portanto, dentro dessas múltiplas tarefas Novo (2019) salienta, que lidar com os inerentes problemas ao convívio social entre os apenados, que implica em sentimentos de desvalia, desesperança, preconceito exige do profissional de psicologia que seu olhar humanizado deve resultar em práticas criativas. Nesse aspecto, Conselho Federal de Psicologia (2009) sugere que praticas de oficinas artísticas vem sendo constantemente apontadas por profissionais que atuam na área, como uma ferramenta inovadora e eficaz na promoção de descoberta de subjetividades que auxiliam no processo de ressocialização. Dentre alguns exemplos de arte terapia, cita-se o incentivo ao artesanato, oficinas de arte interpretação, musicalização, concursos de poesia e pintura. ARTETERAPIA Arteterapia se caracteriza como um processo terapêutico complementar ao tratamento de demandas psicossomáticas, sobretudo, em contextos onde a fala é de difícil acesso.

Nesse sentido, Simão (2018) ressalta alguns benefícios em propor processo terapêutico pelo viés da Arteterapia. Assim, a autora salienta o favorecimento das habilidades cognitivas, de atenção, concentração, percepção e expressão na elaboração e organização dos pensamentos; desenvolver a capacidade de autoanálise e resiliência diante de situações de conflito; aprimoramento da conscientização corporal, autoestima; potencialização da criatividade; aprofundamento de insights, permitindo maior conexão com os sentimentos, sensações e pensamentos. ARTICULAÇÕES DIDÁTICAS ENTRE A ARTE TERAPIA COMO FERRAMENTA TERAPÊUTICA DE RESSOCIALIZAÇÃO NO SISTEMA CARCERÁRIO No contexto das praticas humanizadas, visando a ressocialização Pelizzoli et al (2015) frisa que o foco deve ser busca dos valores humanos e que essa base se sustenta por três alicerces eu são: a formação humana que parte da educação e cultura no equilíbrio entre corpo e mente; o resgate de familiaridade que se baseia na inclusão empatia e restauração; e a cidadania que remonta aos direitos e deveres, responsabilidade e consciência política e social.

Na conjuntura de ambientes violentos, Sei (2009) destaca que em análise de estudos da literatura recente, dois pontos se sobressaltam acerca da arteterapia como método terapêutico. O primeiro diz respeito à escassa produção de material na área, o que impossibilita discussão mais consistente sobre o tema; e o segundo indica que a partir do material encontrado, foi possível observar que o trabalho de arteterapia em ambientes violentos exige atuação multidisciplinar envolvendo profissionais da área da saúde, do direito e da assistência social. Apesar de ainda haver poucos estudos científicos na área, as pesquisas apontadas nesta análise apontaram que a arteterapia, além de se promover em uma pluralidade de possibilidades, também se mostram eficientes, uma vez que, possibilitam a formação humana a partir da perspectiva educacional e cultural, equilibrando corpo e mente, facilitando resgate de familiaridade com foco na inclusão empatia e restauração, viabilizando senso de cidadania acerca dos direitos e deveres e da responsabilidade e consciência política e social.

Portanto, conclui-se que em última análise a limitação deste estudo, se deu devido o tema da arteterapia como ferramenta terapêutica, apresentar escasso material de discussão na literatura acadêmica. Assim, demandando mais estudos e aprofundamento discursivo, sobretudo, no que tange a arteterapia como ferramenta na prática de ressocialização de pessoas privadas de liberdade. REFERÊNCIAS ALLESSANDRINI, Cristina D. Arteterapia no mundo e no Brasil. F. O trabalho do(a) psicólogo(a) no sistema prisional. In: O Trabalho da (o) psicóloga (o) no sistema prisional: Problematizações ética e orientações. org. FRANÇA, Fátima; PACHECO, Pedro; OLIVEIRA, Rodrigo Tôrres. gov. br/ccivil_03/leis/l7210. htm. Acesso em 01 Mai. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Brasília, 2012. p. DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL. Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias - Dezembro 2019 In: Gov.

br [online], 2020. Arteterapia e expressões criativas. In: Sobrarte [online], 2018. Disponível em: https://www. sobrarte. com. OLIVEIRA, Fábio de. Ressocialização de menores infratores da unidade de internação de são sebastião estimulados pela pintura. Monografia. Departamento de Artes, Universidade de Brasília, 2014. PANZINATO, Patricia. Caderno de Resumos do I Fórum Paulista de Arteterapia. São Paulo: Associação de Arteterapia do Estado de São Paulo, 2009. SIMÃO, Selma M. Para que Arteterapia?. In: Sobrarte [online], 2018. br/atuacao/psicologia-juridica/atuacao-do-psicologo-no-sistema-prisional-brasileiro. Acesso em 30 Abr 2020. VIGOTSKI, Levy S. Psicologia da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

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