O lugar da mulher: domínio virtual

Tipo de documento:Redação

Área de estudo:Publicidade e propaganda

Documento 1

A teoria feminista ocidental possui uma narrativa hegemônica constantemente reproduzida em artigos científicos, aulas e cursos. Essa história é narrada através da noção de progresso, partindo de uma preocupação com igualdade e semelhança nos anos 70, passando por diferença e diversidade nos anos 80 e indo em direção à fragmentação dos anos 90 (Hemmings, 2009). Sua inclusão no sistema de comunicação virtual dá-se por vias de evolução, como sugere o trecho da página 153, do artigo científico de pesquisa bibliográfica ‘Todo espaço é Político: Ativismo de Mulheres na Rede’: Assim, autora percebe a internet como um novo meio de ação política, tendo em vista o mundo atordoado em que estamos inseridos. Dessa maneira, ela busca perceber o quanto é importante essa reflexão em torno dessas novas formas de experimentação política que as possibilidades de articulação em redes fornecem.

Entende-se então, que a inserção da mulher e das causas ativistas refletivas na necessidade de um comportamento evolutivo no âmbito virtual, inicia, em massa, o movimento do ciberfeminismo. Entretanto, se discute sobre o meio da internet ser saudável ou apropriado para questões sociopolíticas como esta – trata-se da dúvida social motivada por estereótipos embasados na ideia de que todo movimento ativista precise ser tratado nas ruas, e somente nelas. Referente a eficácia da internet e dos ciberespaços para a causa feminista, Ana Paula Pereira Coelho (2018) sugere o ativismo feminista na internet como uma evolução do movimento social. Joice Adriana Enzeler (2017), por sua vez, buscou apresentar como o ciberativismo pode propiciar uma discussão dos mais diversos problemas que permeiam a sociedade, assim como interferir em micropolíticas, como aprovações de leis e implementação de políticas públicas.

O debate de dois lados recebe ainda o argumento-explicativo de Enzeler (2017), que diz salienta várias vezes que a internet não é um espaço apenas de aproximação de ideias e de opiniões, mas sim de constantes disputas por narrativas. Ainda que a rivalidade e o conflito incentivado por opiniões controvérsias estejam na base da nossa sociedade, o Ativismo em Rede (onde a grandeza de alcance se torna proporcional ao de abertura para desavenças), tratando-se principalmente do ciberfeminismo, procura melhorar questões de comunicação, onde busca descontruir preconceitos e evitar erros cometidos pelos feminismos anteriores, como os de racismo e de lesbofobia, por exemplo, possibilitando criar uma solidariedade no âmbito da diferença (Haraway, 2010). Quando se mantém jovens na linha da ‘nova educação’, quando se dissemina informações e marcam-se marchas, protestos e demais projetos que visem uma declaração com (e pela) voz das mulheres, o ciberfeminismo está agindo.

É a sua consequência que ultrapassa os pixels de uma tela, ou a instantaneidade de uma mensagem. No momento em que mulheres conversam, quebram o tabu e enfrentam a sistemática majoritariamente machista em que se inserem, seja pelo Facebook, pelo Twitter, pelo Whatsapp ou por vias de comunicação que possibilitem o acesso a uma conversa sem o meio real, o feminismo age propriamente. Em suma, o espaço livre de ideias advindo da internet propicia ao movimento feminista uma ampliação do debate e da troca de ideias, trazendo reflexos da sua estruturação na rede para a ocupação do espaço urbano (RODRIGUES, GAZENS, LA RUE, 2014). O uso de espaços virtuais, então, evidencia que, contrariando as ideias de extremo-conservadorismo enraizadas no patriarcado, o lugar da mulher é onde ela quiser; e, no século da evolução cibernética, as mulheres buscam o domínio virtual.

Rio de Janeiro, v. nº 36: 15-23 jun. MARCHA Mundial das Mulheres: Feminismo 2. até que todas sejamos livres. S. Redes de indignação e esperança: movimentos sociais na era da internet. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2013. PLAT, Sadie.  A Mulher Digital.

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