O ENSINO DE SOCIOLOGIA NO ENSINO MÉDIO

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Sociologia

Documento 1

Trata-se de uma revisão bibliográfica que fora construída a partir de consultas nas plataformas Scielo e Google Acadêmico, assim como livros, revistas e sites especializados sobre o assunto. À conclusão se propõe um modo equilibrado de se manter o ensino de sociologia nas escolas a partir da necessidade de se cultuar no homem a capacidade natural que dele emana de sociabilização. Palavras-chaves: Sociologia. Ensino médio. Sociologia da educação. Em contrapartida, aqueles que continham alguma ligação com o tema proposto e suas palavras-chaves foram avaliados quanto à presença de critérios de inclusão e exclusão claramente declarados durante o processo de leitura das obras. Para que se pudesse avaliar convenientemente a qualidade dos materiais encontrados, bem como certificar-se de sua originalidade e ineditismo, se fez uso de softwares anti-plágio.

À conclusão se propõe um modo equilibrado de se manter o ensino de sociologia nas escolas a partir da necessidade de se cultuar no homem a capacidade natural que dele emana de sociabilização. DEFINIÇÕES E CONCEITOS: REVISÃO DE LITERATURA Em ordem a realizar uma adequada contextualização sobre o tema a ser tratado neste artigo, é mister discorrer sobre a origem da sociologia, conforme se verá neste capítulo. A sociologia nasceu na França, por volta do século 19, o que a faz parecer relativamente jovem em comparação com outras ciências. Em outras palavras, a sociologia estabelece suas teorias com base nas anteriores, para que as novas possam melhorar e adicionar detalhes ao problema. GARCIA, 2000). A sociologia é caracterizada por Vandenberghe (2015) como "não ética" porque não emite preconceitos sobre o que estuda, não os define nem os classifica como "bons" ou "ruins", mas simplesmente tenta explicá-los.

Apesar de que González (2018), diz que a sociologia é ética sim, pois não combina suas investigações com seus sistemas de avaliação. Para Ginzburg (2010) a sociologia é crítica, pois tenta indagar sobre a natureza da sociedade humana e é independente das ideologias dominantes, bem como do sistema criado que pode comprometer sua objetividade. Idéias erradas de bom senso não são apenas parte do passado, elas ainda subsistem. Filho (2014) faz uma reflexão sobre isso dizendo que pode-se conceber as teorias como tentativas de explicar exaustivamente fatos, forças, evidências, idéias ou comportamento. Na sociologia, segundo o autor, uma teoria é um conjunto de afirmações que buscam explicar problemas, ações ou comportamentos. Uma teoria eficaz teria a capacidade de explicar e prever. Ou seja, pode ajudar o homem a ver as conexões entre fenômenos aparentemente isolados, bem como entender como uma mudança específica em um ambiente desencadeia outras mudanças.

CANDIDO, 2006). Nesse sentido, entre os que se dedicam ao estudo e análise do curso da disciplina, há um consenso acentuado em relação ao sucesso da institucionalização da sociologia no Brasil, que, dada sua magnitude, é comparável à dos países mais avançados (CANDIDO, 2006). Tal curso não pode ser dissociado da relação particular que a sociologia poderia estabelecer ao longo do tempo com as elites brasileiras e o Estado. Embora esse vínculo não estivesse isento de fortes tensões e conflitos, como os que ocorreram desde o estabelecimento da ditadura militar de 1964, os sociólogos, em certamente momentos diferentes e situações sociais e políticas, foram capazes de aproveitar a receptividade que, sob diferentes modalidades, esses atores tinham em relação à disciplina e, assim, legitimavam - também sob diferentes modalidades - a relevância de seu trabalho.

SOUZA; NASCIMENTO, 2017). Como prova dessa forte conexão entre empreendimentos intelectuais e políticos e as expectativas que a sociologia levantou nesse contexto antes de sua institucionalização como disciplina acadêmica, vale lembrar o que Andrade (2013, p. escrevera ao referir-se à sociologia: “sociologia é a arte de salvar rapidamente o Brasil ”. Não era sociologia uma empresa liderada por pioneiros ou "pais fundadores" que precisavam legitimar sua aposta e, ao mesmo tempo, constituindo uma audiência ou público - intelectual ou leigo -, que precisaria se convencer da utilidade dos serviços que a nova disciplina poderia oferecer. Pelo contrário, o fundamento dessas carreiras foi uma iniciativa das elites de São Paulo e Rio de Janeiro que estavam lutando, por esse caminho e por outras tentativas de "modernização", pela liderança cultural e política da federação.

Para as elites de São Paulo, essa busca foi, como destacaram vários estudiosos da história da sociologia no Brasil, particularmente urgentes após a derrota política e militar sofrida pelo poder central no início da década de 1930. Existe uma extensa bibliografia que trata da natureza e dos efeitos que a mudança social exerce sobre a figura do educador, em termos de hierarquização e burocratização a que está sujeita, no entanto, poucos são os textos que aprofundam nas contradições que o professor de hoje enfrenta. Nesse sentido, o estudo da sociologia deve contribuir para a formação de educadores reflexivos e críticos, conscientes da condição e posição social que ocupam na sociedade. Isso leva a considerar a dupla função que o educador confia na sociedade atual: por um lado, ele deve socializar os indivíduos em certos valores ou etos culturais através da transmissão do conhecimento e, por outro, ele deve reinterpretar constantemente seus discursos ideológicos para não se tornar um prisioneiro do sistema.

TOTTI; BARBOSA, 2016). Nesse sentido Gusmão (2016) diz que a prática do educador se assemelha muito à do antropólogo, pois, por um lado, ele deve produzir dados objetivos, assim como o professor deve transmitir conhecimentos objetivos e, por outro, ele deve traduzir a representação cultural que o outro possui. A evolução da profissão de professor foi determinada pela relação dialética entre o ethos do corpo docente e as funções de legitimação social que o ensino deveria cumprir. RIBEIRO, 2017). Compreende-se embasar como a Sociologia fornece aos professores as ferramentas teóricas e analíticas necessárias para contextualizar o fenômeno educacional e incorporar a reflexividade em sua prática futura como educadores e, assim, entender através da sociologia as relações contraditórias que elas ocorrem entre a sociedade e a educação e, por sua vez, se reproduzem na sala de aula.

Para isso, parte-se da ideia de que o papel do professor na sociedade atual se baseia em projetar situações de aprendizagem que possibilitem a aplicação do conhecimento e do conteúdo aprendido, a solução de problemas e o desenvolvimento de uma atividade crítica e reflexiva por parte do aluno de acordo com o contexto social em que vive, de modo que a Sociologia adquire uma importância capital na formação de professores. A SOCIOLOGIA NAS ESCOLAS DE ENSINO MÉDIO Nota-se que a sociologia como disciplina tem uma tradição em diferentes campos, principalmente universidades, mas também nas escolas. Portanto, os conceitos e problemas nos quais as disciplinas acadêmicas trabalham não são os mesmos que entram na escola, a disciplina escolar não deve ser considerada como a simples transposição escolar de uma determinada disciplina científica que envolve um sistema de validação específico e apresenta-se epistemologicamente homogêneo.

Assim, a escola e a disciplina acadêmica compartilham um objeto, mas existem diferenças dependendo das necessidades de cada espaço; que marcam diferentes tempos, regras e costumes. A escola tem como objetivo treinar, mas ainda não é ela que gera conhecimento. THOMPSON, 2009). O ensino médio nas escolas tem um passado elitista, as primeiras eram nacionais e foram projetadas para formar a elite que governaria o país; tiveram uma clara influência enciclopédica e humanística. Pelo menos uma aula por semana. SILVA, 2007). Na primeira metade do século XX, a Sociologia esteve relacionada à modernização e democratização do país, bem como à possibilidade de construção de novos parâmetros para pensar a realidade e agir racionalmente. Assim, a institucionalização da Sociologia como disciplina escolar esteve associada à promessa intelectual de atualizar e treinar cidadãos para atuar em um país moderno.

MACHADO, 1987). Esses documentos de orientação não delimitam necessariamente o que deve ser ensinado. No entanto, existe uma lista de conteúdo repetida em diferentes propostas curriculares organizadas geralmente em conceitos, temas ou teorias (Brasil, 2006). Esses conteúdos se deslocam entre Antropologia, Ciência Política e, principalmente, Sociologia, acompanhando a organização curricular dos cursos de Ciências Sociais no ensino superior e ainda incluem conceitos como cidadania, movimentos sociais, desigualdade, diferença, cultura, etnia e relacionamento racial, educação, ideologia, indústria cultural, instituições sociais e políticas, socialização, trabalho, violência e outros. BRASIL, 2006). Desde 2012, quando a Sociologia foi incorporada ao Programa Nacional de Livros Didático (PNLD), alguns pontos de ensino considerados desejáveis ​​foram moldados. CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com as reflexões feitas pelo presente artigo, propõe-se uma mobilização dos recursos institucionais das escolas e uma reorientação do ensino da sociologia para as necessidades e demandas da comunidade local.

Essa ideia pode ser traduzida como sociologia pública, mas é melhor entendida como sociologia aberta, que combina simultaneamente uma perspectiva acadêmico-profissional, política e crítica. A sociologia vista assim coloca o ensino e os alunos no centro das atenções, uma vez que são eles que podem preencher a lacuna entre a sociologia transmitida institucionalmente e suas próprias vidas diárias. Nesse sentido, a sociologia deve despertar sua imaginação sociológica crítica e comprometida, ajudando a identificar a lacuna entre a realidade social percebida e o pensamento utópico; portanto, a sociologia poderia lembrar permanentemente os alunos de que o mundo pode ser diferente. Dessa forma, a sociologia possibilitaria o diálogo com interlocutores do mundo acadêmico ou com um público em geral que não precisa conhecer a sociologia.

Rio de janeiro: Nova Fronteira, 2013. p. BARNABÉ, Israel Roberto. Elite, classe social e poder local. Araraquara: UNESP, 2014. São Paulo, v. n. Jun/2006. CARTAXO, Simone Regina Manosso. A interlocução entre os cursos de licenciatura e os anos iniciais da educação básica. Tese (doutorado em ciências políticas), Universidade Estadual de Campinas, 2008. DURKHEIM, E. As regras do método sociológico. Trad. M. O ensino de sociologia como problema epistemológico e sociológico. Educ. Real. Porto Alegre, v. n. Alea, Rio de Janeiro, v. n. Jul/Dez, 2010. GONZALEZ, Jorge Luis Cammarano. Das relações entre ética e sociedade na teoria sociológica de Durkheim. jan/jun, 2013, p. HANDFAS, Anita. Os livros didáticos de Sociologia. Recife: Coletiva, 2013. HOGENBOOM, Melissa. n. Mai/Jun, 2018. LACERDA, Gustavo Biscaia. Augusto Comte e o positivismo redescobertos.

Rev. MACHADO, Celso de Souza. O Ensino da Sociologia da Escola Secundária Brasileira: pesquisa preliminar. Revista Faculdade de Educação , São Paulo, v. XIII, n. p. bras. Hist. São Paulo, v. n. NASCIMENTO, Gabriel. RIBEIRO, Maria Thereza Rosa. Dimensão histórica da sociologia: dilemas e complexidade. Curitiba: Appris, 2016. RIBEIRO, Pollyanne Bicalho. A construção do ethos no discurso docente. p. jul. dez. SOUSA, Janara. As sete teses equivocadas sobre conhecimento científico: reflexões epistemológicas. Enfoques da ditadura militar: ponderações acerca do Enem e do ensino de sociologia. Inter-Legere, Natal, v. n. jan/jun. TARTARI, Theobaldo. Universidade Estadual de Maringá (UEM). N. dezembro/maio, Ano 2016. VANDENBERGHE, Frederic. A sociologia como uma filosofia prática e moral (e vice versa). Mai. Ago. WEBER, Max. O político e o cientista.

São Paulo: Presença, 1973.

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