O discurso por trás da identidade nacional nos contos de Machado de Assis e Mário de Andrade

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Letras

Documento 1

E também um paralelo entre ambos, mostrando que trilharam caminhos diferentes mas que seu objetivo era o mesmo. E nas considerações finais o entendimento que este trabalho proporcionou. Palavras-chave: Machado de Assis. Mário de Andrade. Identidade Nacional. A busca pela identidade cultural parte da necessidade de se libertar de uma consciência colonizada. NISHIKAWA, 2003, p. E é dos escritores e historiadores a responsabilidade da função formadora, já que os primeiros, traduzem a identidade nacional e os segundos estruturam as tradições que formam a nacionalidade em forma de relato histórico. …] sem ideal e sem tradições, impossível é formar-se um povo; sem poesia e sem história não pode haver literatura; poetas e historiadores são os sacerdotes ativos e oficiantes da alma de uma nacionalidade.

ROMERO, 1943, p. Mário de Andrade apresentou ao mundo Macunaíma, o herói sem nenhum caráter, fruto de insight modernista que influenciava o Brasil urbano popular e que se configurou em uma fresta para uma redescoberta do país através da procu ra por uma outra nação que se escondia por trás das aparências (PESAVENTO, 2000). MACHADO DE ASSIS, O NACIONALISMO Machado de Assis é autor de “Instinto de Nacionalidade”, em um momento que sua intuição histórica e étnica e preocupação com os assuntos nacionais, tema recorrente em sua literatura e ensaios ou crítica literárias, é do romancista a tese de que o instinto de nacionalidade, quando real, estaria em uma preocupação muito maior que apenas as cores do país. BALDO, 2006) Não há dúvida que uma literatura, sobretudo uma literatura nascente, deve principalmente alimentar-se dos assuntos que lhe oferece a sua região; mas não estabeleçamos doutrinas tão absolutas que a empobreçam.

O que se deve exigir do escritor antes de tudo, é certo sentimento íntimo, que o torne homem do seu tempo e do seu país, ainda quando trate de assuntos remotos no tempo e no espaço. ASSIS, 1873, p. Quando lemos Machado de Assis, lemos um espaço, uma cultura e uma identidade, formados por esses elementos. Na tentativa de se construir um legado para a memória, esse legado é partilhado dentro de um território, convivendo com essas mesmas memórias, permitindo que elas se perpetuem (NISHIKAWA, 2003, p. Em sua obra, “O espelho”, o autor estabelece a construção de uma nacionalidade que está em conflito com a sua própria alma, que neste texto se divide em alma exterior e interior, onde o personagem reflete e também é reflexo do mundo em seu redor, travando uma luta entre si, traduzindo assim o sentimento nacional por 6 volta do ano de 1882, quando o tempo é contado por um relógio que se arrasta para dar a volta, hora a hora.

As horas batiam de século a século no velho relógio da sala, cuja pêndula tic-tac, tique-taque, feria-me a alma interior, como um piparote contínuo da eternidade (Machado de Assis, 1970a, p. Machado de Assis utiliza o mesmo sistema de a pessoa conviver com seu interior em outro conto, “Memórias Póstumas de Brás Cubas” que utiliza a densidade do personagem para mostrar a dificuldade de se viver em conflito consigo e com sua identidade. Entende-se que o ser humano pode ser universal em sua individualidade, sendo que as manifestações artísticas e culturais por ele pesquisadas poderiam elevar o país ao patamar de nação culta (JARDIM, 2005). O espírito revolucionário do modernismo, tão necessário como o romântico, preparou para o estado revolucionário de 30 em diante, e também teve como padrão barulhento a segunda tentativa de nacionalização da linguagem.

” (ANDRADE, 1943, p. Xavier (1987) destaca que o Mário de Andrade sentiu que o movimento modernista poderia se tornar um resgate cultural para o povo, pela linguagem e também´m pela valorização do cotidiano, seus contos são a tradução do subúrbio paulistano, com recortes que mostram a união das várias etnias e culturas ali presentes. Seu trabalho com a linguagem chega perto do fantástico, uma vez que aproxima o personagem do leitor ao utilizar uma linguagem simples e coloquial, próxima da fala popular (pra, no lugar de para ou si, para o se, por exemplo) sem artificializar a nar - 8 rativa “seu discurso combina a simplicidade dos contadores de histórias com a ironia desmascaradora dos modernistas” (p. O déspota turco de Montesquieu, o Japão de Barthes, China de Kristeva, os índios nhambiquara de Derrida, os pagãos Chashinahua de Lyotard, todos são parte desta estratégia de contenção onde o Outro texto continua sempre sendo o horizonte exegético da diferença nunca o agente ativo da articulação.

O Outro é citado, mencionado, emoldurado, iluminado, encaixado na estratégia de imagem/contra-imagem de um esclarecimento serial. A narrativa e a política cultural da diferença tornam-se o círculo fechado da interpretação. O Outro perde seu poder de significar, de negar, de iniciar seu desejo histórico, de estabelecer seu próprio discurso institucional e oposicional. BHABHA, 2010, p. A luta de ambo pela identidade nacional tinha origens diferentes, mas objetivos comuns, a valorização do popular, sua arte, cultura, tradições e linguagem. Machado de Assis emergiu em um século que o Brasil passou por vários sistemas de governo, mas a população ainda se comportava como se colônia fosse. Em seus contos, o autor procurou mostrar o ser humano em suas contradições, loucuras e reflexões, para mostrar como as pessoas ainda viviam externamente aquilo que não eram internamente, gerando conflitos e a falta de identidade.

Mário de Andrade, buscou estabelecer a necessidade valorizar a cultura popular para se estabelecer a identidade nacional, uma vez que para ele, é a somatória das experiências humanas como cultura, linguagem, crenças e tradicionais que torneiam aquilo que elas são. Conclui-se que ambos trouxeram uma enorme contribuição para a identidade nacional, seja com os questionamentos de Machado de Assis, seja com a extensa pesquisa de Mário de Andrade, e também as obras deixadas por eles. ASSIS, Machado de. Instinto de Nacionalidade. Disponível em https://edisciplinas. usp. br/pluginfile. São Paulo: Brasileira, 1970a. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Brasileira, 1970b. BHABHA, Homi. Compromisso com a teoria. Machado de Assis: o enigma do olhar. São Paulo: Ática, 1999 CONTIER, A.

D. O nacional na música erudita brasileira: Mário de Andrade e a questão da identidade cultural. ArtCultura, Uberlândia, n. pdf>. Acesso em: 09 nov. HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: D, P & A Editora, 2003. octubre, 2012, pp. MANGUEIRA, José Vilian; COSTA, 3antônio Cleonildo da Silva; LOPES, 2karine Maria Lima. CARACTERIZAÇÃO DA IDENTIDADE NACIONAL NA OBRA “MACUNAÍMA” DE MÁRIO DE ANDRADE. Linguagem em Foco: Revista do Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada da UECE, Ceará, v. n. Nação-invenção: ensaios sobre o nacional em tempos de globalização. Contra Capa Livraria\CNPQ, 2004. NISHIKAWA, Reinaldo. Identidade nacional ou identidade regional? O sentido de nacionalidade no conto “O espelho”, de Machado de Assis. Métis: história & cultura, [s.

Disponível em: <http://www. fsd. edu. br/site/wpcontent/uploads/2014/03/Literatura-e-Identidade-Nacional. pdf>. br/index. php/VIDYA/article/view/531>. Acesso em: 12 out. ROMERO, Silvio. História da literatura brasileira.

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