O brincar na clínica psicanalítica

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Psicologia

Documento 1

Este tipo de atendimento é oferecido pela psicanálise, que por sua vez, seguindo esta direção, pode ser denominada como psicanálise aplicada. Embora não haja um termo universal e unânime entre os profissionais da área para conceituar a psicanálise, inclusive por Freud, pioneiro no uso de tal metodologia, é aceito que o método psicanalítico se embasa em três fatores fundamentais, a saber: a observação, a investigação e a interpretação (KOBORI, 2013). A psicanálise, nos primórdios, sofreu forte oposição no meio científico, mas é bem aceita na atualidade. Um dos ramos investigativos da psicanálise gira em torno da melhor compreensão sobre a psique infantil com base no lúdico, ou seja, compreender como acontece o desenvolvimento das crianças com base nas brincadeiras que ela faz.

O brincar, do ponto de vista da psicanálise, é fator determinante para interpretar o conteúdo das fantasias inconscientes presentes na criança, despertadas e expostas no ato de brincar (FULGENCIO, 2008). Com o tempo, Melitta Klein iniciou seu trabalho em análise direcionado a crianças (COSTA, 2010). Freud define o brincar como um “mecanismo psicológico que permite à criança criar um mundo que atenda aos seus desejos e necessidades, no qual poderá repetir suas vivências, assim como fazer coisas que não estão ao seu alcance. ” (HOSOKAWA E WIEZZEL, 2013, p. Para Klein, a ludicidade pode ser caracterizada como uma terapia psicanalítica com crianças, que permite as estas expressar aquilo que o adulto expressa em palavras. O brinquedo, por sua vez, serve como um instrumento que oferece à criança a possibilidade de se comunicar de forma abrangente.

Neste último campo, a psicanálise, o brincar se torna um instrumento valioso, pois traz as vivências da criança carregada de significado (SCHMIDT E NUNES, 2014). A metodologia de pesquisa será realizada na forma de revisão bibliográfica exploratória e descritiva, com a intenção de apresentar conhecimentos disponíveis na literatura que tratam da temática, enfatizando artigos publicados em livros e revistas científicas na área da psicanálise, datando do ano de 2007 o artigo mais antigo e 2019 o artigo mais recente. As plataformas de busca para os artigos serão a Scielo, Google Acadêmico e Bibliotecas Digitais. As principais palavras usadas na busca serão: psicanálise, ludicidade, importância do brincar e desenvolvimento infantil. Será realizada uma investigação sobre os conceitos de três conceituados profissionais de psicanálise, em específico, visando apresentar o ponto de vista de cada um deles a respeito da importância da brincadeira como ferramenta de observação e interpretação cognitiva das crianças.

A finalidade será, pois, introduzir novas quotas de afeto positivas para modificar as representações primitivas (ANDRADE, 2013, p. No Brasil, o histórico relevante da psicanálise surgiu por volta da década de 1950, em grande parte devido às demandas decorrentes da acelerada modernização das camadas urbanas. Essas transformações, bastante acentuadas, começaram a produzir conflitos de identidade e de valores enfaticamente na classe média. A partir da década de 1970 houve um aumento significativo na busca da intervenção terapêutica como solução para toda a desorientação causado pelo rápido processo de modernização cultural do país (MEZAN, 2019). A LUDICIDADE SEGUNDO A PSICANÁLISE SEGUNDO FREUD De acordo com Freud, a mente do bebê, ao nascer, é formada por um conjunto indiferenciado (ego-id) herdado geneticamente.

Seus escritos “são o resultado de suas observações durante os atendimentos, que permitiram a compreensão do desenvolvimento humano a partir das ansiedades e fantasias inconscientes infantis” (DELFINO E OLIVEIRA, 2019, p. O uso da ludicidade foi uma técnica desenvolvida por Melanie Klein que possibilita analisar as crianças através da brincadeira. A autora interpretava as fantasias, angústias e outras manifestações do inconsciente da criança, através da atividade lúdica, as quais eram expressas de maneira simbólica. As ideias a respeito da vida infantil, do ponto de vista dos estudiosos e da própria Melanie Klein, são uma continuação das descobertas de Freud. No entanto, o desenvolvimento do seu pensamento fez com que surgissem certas divergências em relação às concepções freudianas.

A criança, através das brincadeiras, absorve sensações intensas, criando um clima de entusiasmo, clima este que por sua vez, promove envolvimento emocional que torna a atividade carregada de teor motivacional, capaz de gerar um estado de vibração e euforia (MODESTO E RUBIO, 2014). Em suma, para Winnicott, o brincar é situado como ação externa, dialeticamente relacionada ao mundo interno do indivíduo, produzindo uma síntese entre o mundo objetivo e o mundo subjetivo, ou seja, mundo externo e mundo interno. Defende-se a ideia de que o mundo externo é uma produção da subjetividade do indivíduo e uma produção das provisões ambientais. Portanto, o fenômeno lúdico, embora trate de um sentimento interno de satisfação, está relacionado, de modo dialético, com o brincar, que é uma ação externa (LEAL E D’ÁVILA, 2013).

A LUDICIDADE E O DESENVOLVIMENTO INFANTIL A ludicidade é uma técnica que vem ganhado cada vez mais espaço especialmente no âmbito pedagógico, devido ao seu reconhecido impacto no processo de aprendizagem da criança. Citando apenas a psicanálise como campo de formação pedagógica, a introdução da psicanálise em universidades iniciou na década de 1960, em princípio a partir de supervisões e disciplina como psicologia. A partir da década de 1980, porém, a psicanálise ganha espaço entre os programas de pós-graduação, especialmente nas faculdades de São Paulo e Rio de Janeiro. Nos últimos anos essa “inserção vem se ampliando de modo impressionante, com a abertura de cursos de especialização e de pós-graduação em diversos pontos do país, assim com em várias instituições das cidades maiores” (MEZAN, 2019, p.

Vale ressaltar, porém, um ponto de grande relevância associado ao crescimento da psicanálise, enfaticamente no território nacional, a saber, a qualidade nos processos de ensino-aprendizagem e, consequentemente, nos processos de aplicação da psicanálise nos vários âmbitos demandados. A opinião do autor citado, Mezan (2019) é que a psicanálise praticada no Brasil não fique atrás daquela que se desenvolve em outros países. bvsalud. org/pdf/psipesq/v10n1/07. pdf> Acesso: 08/07/2020. COSTA, Teresinha. Psicanálise com crianças. Análise da ansiedade infantil na obra de Melanie Klein. Anais 2019. Disponível em: <https://cic. unifio. edu. pdf> Acesso: 09/07/2020. HOSOKAWA, Rafaela Reginato; WIEZZEL, Andréia Cristiane Silva. As contribuições do lúdico para o desenvolvimento emocional infantil no contexto escolar. Encontro de ensino, pesquisa e extensão.

Revista Colloquium Humanarum, vol. p. Disponível em: <http://pepsic. bvsalud. org/pdf/revpsico/v12n2/a06. pdf> Acesso: 09/07/2020. A importância da ludicidade na construção do conhecimento. Revista Eletrônica Saberes da Educação, v. n. p. Disponível em: <http://docs. org/pdf/wep/v2n2/v2n2a05. pdf> Acesso: 28/11/2020. SALEM, Pedro. Objeto e fantasia inconsciente na psicanálise de Melanie Klein. Revista Primórdio, v. p. TRAVI, Maria Tereza Furtado. A dança da mente: Pina Bausch e psicanálise (recurso eletrônico). Porto Alegre: EDIPUCRS, 2012, 69p.

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