Motivação para o tratamento do alcoolista

Os critérios de inclusão utilizados foram artigos com textos disponíveis na íntegra, idioma português, estar dentro do tema de pesquisa. Os critérios de exclusão foram textos duplicados e fuga do tema. Apenas 04 artigos atenderam aos critérios de inclusão. Os achados apontaram que pacientes que possuem maior motivação para modificar o hábito de beber são aqueles que fazem tratamento em unidades especializadas, principalmente em fazendas ou casas de repouso; têm vínculo empregatício; participam de entrevista motivacional; e aderem ao tratamento (apoio da família, vínculo com profissionais de saúde, uso de medicação). Pacientes com doença gástrica apresentam maior predisposição a manter maior período de abstinência, não significando maior motivação para modificar o comportamento vicioso.

Este índice supera as mortes por AIDS e Tuberculose. Além disso, no mesmo ano, cerca de 139 milhões de pessoas com incapacidades, ou 5,1% da carga global de doença e lesão foram atribuídos ao consumo do álcool (OMS, 2014). O Brasil ocupava até 2012 o 53º lugar entre os países que mais consomem álcool, com média per capita de 8,7 litros por pessoa acima de 15 anos anualmente, valor acima da média per capita mundial de 6,2 litros por ano. A perspectiva, no entanto, é que até 2025 o consumo do Brasil voltará a aumentar (o volume caiu entre 2003 e 2010), ultrapassando 10,1 litros por pessoa por ano (OMS, 2014). Vários fatores podem influenciar no tratamento do alcoolista, o principal deles é a motivação da pessoa que possui dependência em álcool, uma vez que a mesma irá definir a aceitação ou não do tratamento.

Foi utilizado o operador booleanos AND. Foram encontrados 977 artigos. Os critérios de inclusão utilizados foram artigos com textos disponíveis na íntegra, idioma português, estar dentro do tema de pesquisa. Os critérios de exclusão foram textos duplicados e fuga do tema. Após aplicados, restaram 10 artigos. FIGLIE; DUNN; LARANJEIRA. Investigar a confiabilidade e a estrutura fatorial da Stages of chance Readiness and Treatment Eagerness Scale (SOCRATES), versão 8. Análise fatorial da SOCRATES. As análises estatísticas mostraram a existência de dois fatores correlacionados que melhor exploraram o modelo (Ambivalência e Reconhecimento), sendo este achado semelhante ao estudo de Maisto et al. Artigo 3 Os estágios motivacionais de alcoolistas internados devido a doenças clínicas em hospitais gerais. Conforme Ferreira et al (2015), a motivação é um dos fatores mais importantes para a facilitação da reabilitação e tratamento do dependente químico.

O autor afirma que muitos pacientes iniciam o tratamento em decorrência de fatores externos, como pressão familiar e de amigos, comorbidades clínicas e ordens judiciais, o que resulta em dificuldade em aderir o tratamento, justamente por falta da motivação pessoal. O processo de mudança perpassa alguns estágios, pensando na progressão de mudanças ou comportamentos que se desejam ser abandonados. São denominados Pré-contemplação, Contemplação, Preparação, Ação e Manutenção (GONÇALVES, 2008). No estágio de Pré-contemplação, ocorre a negação da existência do problema ou da necessidade de ajuda por parte do dependente, embora pessoas próximas aleguem o contrário. Outro estudo demonstrou que pacientes internados em hospitais gerais (grupo 1) apresentaram menor motivação para mudança do comportamento dependente do que pacientes internados em unidades especializadas em dependência química (grupo 2).

Os pacientes do grupo 1 possuíam outros diagnósticos clínicos: cirrose (33,3%), pancreatite (28,6%), hemorragia digestiva (9,5%), hepatite alcoólica (9,5%), desnutrição (4,8%), intoxicação alcoólica (4,8%), hipertensão arterial sistêmica (2,4%), hepatomegalia (2,4%), afecções pancreáticas (2,4%) e tumor hepático (2,4%). Em relação à situação ocupacional destes pacientes, no grupo 1, cerca de 42,9% estavam desempregados; 31% empregados e 26,2% dos pacientes eram aposentados. No grupo 2, 75,5% dos pacientes estavam empregados; 22,4% eram desempregados e 2% dos pacientes configuravam-se em aposentados. A gravidade da dependência no grupo 1 foi de 17,55 pontos, enquanto no grupo 2, foi de 24,39 pontos (PICCOLOTO et al, 2006). A entrevista motivacional se tem mostrado como uma intervenção eficaz para a mudança em diversos comportamentos, considerando diversos contextos. Este modelo é baseado nos conceitos de ambivalência e prontidão para a mudança. A ambivalência é caracterizada pelo conflito que existe entre os pensamentos de mudar ou permanecer no comportamento atual; enquanto a prontidão para mudança envolve os estágios que foram citados anteriormente (pré-contemplação, contemplação, preparação, ação e manutenção) (ANDRETTA; OLIVEIRA, 2011).

Em um estudo, a entrevista motivacional com alcoolistas mostrou-se eficaz, onde o grupo de intervenção, quando comparado ao grupo controle, apresentou um consumo menor de álcool por dia no período de investigação. Enquanto o grupo de intervenção foi submetido a cinco sessões de Entrevista Motivacional, além do tratamento padrão; o grupo controle foi submetido apenas ao tratamento padrão (OLIVEIRA et al, 2008). Os dados do presente estudo permitiram concluir que os pacientes que possuem maior motivação para modificar o hábito de beber são aqueles que fazem tratamento em unidades especializadas, principalmente em fazendas ou casas de repouso; têm vínculo empregatício; participam de entrevista motivacional; e aderem ao tratamento (apoio da família, vínculo com profissionais de saúde, uso de medicação).

Pacientes com doença gástrica apresentam maior predisposição à manter maior período de abstinência, não significando maior motivação para modificar o comportamento vicioso. As escalas SOCRATES e URICA tem mostrado confiabilidade no estabelecimento do estágio de motivação dos pacientes, possuindo credibilidade para serem usadas nas consultas de maneira prática e rápida. Espera-se que este trabalho tenha aberto caminho para a realização de muitos outros, em busca a cada dia de um tratamento eficaz e de qualidade para a cura dos dependentes alcoólicos. REFERÊNCIAS ÁLVAREZ, A. n. CASTRO, M. M. L. D; PASSOS, S. Www. cisa. com. br, 2018. Disponível em: < https://guiadamonografia. FIGLIE, N. B; DUNN, J; LARANJEIRA, R. Estrutura fatorial da Stages of Change Readiness and Treatment Eagerness Scale (SOCRATES) em dependentes de álcool tratados ambulatorialmente.

Revista Brasileira de Psiquiatria, vol. n. GONÇALVES, A. M. S.  Estudo dos níveis motivacionais em relação ao uso de substâncias psicoativas e a espiritualidade. Dissertação [Mestrado em Enfermagem Psiquiátrica] – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. Revisão integrativa: Método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Text Context Enf, Florianópolis, v. n. OLIVEIRA, M. S. n. p. Organização Mundial de Saúde. Global Status reporto on alcohol and health. Switzerland: World Health Organization, 2014.  Estádios de motivação para o tratamento na dependência alcoólica–percursos individuais e género. Dissertação [Mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde] – Universidade Fernando Pessoa. Porto. SOUSA, F. P.