MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Engenharias

Documento 1

A manutenção agrega conhecimentos e atividades para assegurar o desempenho dos equipamentos, atendendo a requisitos padronizados. Para isto, o engenheiro biomédico deve compor o quadro de funcionários e criar programas de manutenção preventiva e corretiva, visando contribuir para alcançar estas metas. O objetivo deste trabalho é realizar uma busca exploratória sobre a temática, de forma a compreender mais sobre o papel da engenharia biomédica e engenharia clínica dentro do estabelecimento assistencial de saúde e como é realizado o serviço de manutenção, classificado de três formas: preventiva, preditiva e corretiva. Palavras-Chave: Manutenção, Equipamentos Médico-Assistenciais, Engenheiro Clínico. INTRODUÇÃO A tecnologia está em constante evolução, isto trouxe para o presente, modernização e avanço da ciência, impactando diretamente todas as áreas que cercam a vida do ser humano, pois gera diversas transformações, inclusive na área da saúde.

Quando se possui um setor de engenharia clínica dentro do hospital possibilita melhor gerenciamento dos serviços de manutenção, relativos a equipamentos médico hospitalares, melhorando a qualidade no atendimento e reduzindo os custos hospitalares (CALIL, BOTTESI, 2002). Nenhum atendimento que depende de equipamentos hospitalares poderia ser executado com qualidade e em tempo útil, sem que a manutenção assegure o bom funcionamento dos mesmos (CARVALHEIRO, 2016). Uma das problemáticas enfrentadas em EAS é a falta de equipamentos disponíveis para medicação, suporte a vida, tratamento e diagnóstico. Sendo assim, a equipe médica depende do desempenho e disponibilidade dos equipamentos médico assistenciais (AZEVEDO, 2011; AMORIM et al. A manutenção garante o aumento da disponibilidade dos equipamentos médico assistenciais e a confiabilidade em seus resultados (GOMES et al.

Números publicados pela Joint Comission for Accreditation of Hospital (JCAHO) mostram que em 1973, os Estados Unidos possuíam cerca de três mil engenheiros e técnicos; no ano de 1980, este número chegou a marca de dez mil (BESKOW, 2001). Mais tarde, na década de 90, o American College of Clinical Engineers (ACCE) criou uma definição realista para esta profissão. A definição enfatizava a parte de gerenciamento e avaliação de tecnologias (BAULD, 1991). A definição para Engenheiro Clínico utilizada pelo ACCE é “O Engenheiro Clínico é aquele profissional que aplica e desenvolve os conhecimentos de engenharia e práticas gerenciais às tecnologias de saúde, para proporcionar uma melhoria nos cuidados dispensados ao paciente” (ANTUNES, 2002, p. O primeiro engenheiro clínico da história, Thomas Hargest e colaboradores, na década de 70, criaram o termo engenheiro clínico, para caracterizar o engenheiro responsável pelo gerenciamento de equipamentos médicos em um hospital, através de manutenção corretiva, capacitação de profissionais e usuários, verificação da segurança e execução, e especificações técnicas para aquisição (GORDON, 1990).

Foram instituídos cursos de especialização em engenharia clínica, financiados pelo Ministério da Saúde, sendo implantados nas seguintes instituições: Universidade de Campinas; Universidade de São Paulo; Universidade Federal do Para e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (SILVA, 2018). Nestes mesmos anos, na década de 90, ocorreu a fundação da faculdade de Tecnologia da Saúde, que visava formar profissionais sob o título de “Tecnólogos da Saúde”, em um período de três anos. No mesmo ano, seis engenheiros brasileiros participaram da primeira oficina avançada em engenharia clínica em Washington (BRITO, 2004). O Governo Federal, ao longo dos anos de 1993 a 1996, publicou diversos documentos destinados à fabricantes de equipamentos eletromédicos, de forma que fosse realizada a certificação dos seus produtos.

A certificação deste utiliza os critérios de segurança definidos pela Norma Regulamentadora (NR) International Eletrotechnical Commission (IEC) 601. A terceira geração, que tem início nos anos 80, compreende que a manutenção trás benefícios como: segurança, maior qualidade do produto, maior disponibilidade do mesmo e nenhum dano ao ambiente (MOUBRAY, 1997). A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), na Norma Brasileira Regulamentadora NBR-5462 – Confiabilidade e Manutenabilidade (1994), a definição de manutenção: “A manutenção é a combinação de todas as ações técnicas e administrativas, incluindo as de supervisão, destinadas a "manter" ou "recolocar" um item em um estado no qual possa desempenhar uma função requerida” (ABNT, 1994, p. De forma geral, a manutenção apresenta duas funções básicas: a primeira consiste em reparar um equipamento ou sistema, que por qualquer motivo deixou de exercer sua função; a segunda consiste em manter um equipamento ou sistema funcionando de acordo com suas funções pré-estabelecidas (ELIAS, 2002).

TIPOS DE MANUTENÇÃO A manutenção pode ser qualificada sob diversas vertentes, cada qual com suas características que as tornam únicas e particulares, porém todas convergem para o mesmo resultado, que é a busca pela correção de funções mal executadas, de forma a garantir o bom funcionamento. A manutenção não ocorre apenas de uma única forma. MANUTENÇÃO CORRETIVA A manutenção corretiva consiste em manutenir uma máquina que exibe um defeito ou não está realizando seu melhor desempenho. De acordo com Slack et al. p. “significa deixar as instalações continuarem a operar até que quebrem. O trabalho de manutenção é realizado somente após a quebra do equipamento ter ocorrido”. explicam os objetivos da manutenção preditiva: “Seu objetivo é prevenir falhas nos equipamentos ou sistemas através de acompanhamento de parâmetros diversos, permitindo a operação contínua do equipamento pelo maior tempo possível.

Na realidade, o termo associado à Manutenção Preventiva é o de predizer as condições dos equipamentos. Ou seja, a Manutenção Preditiva privilegia a disponibilidade à medida que não promove a intervenção nos equipamentos ou sistemas, pois as medições e verificações são efetuadas com o equipamento produzindo. ” Para realizar este tipo de manutenção, a organização deve investir em recursos humanos e tecnológicos, portanto, esta deve ser aplicada ao equipamento certo, do modo certo e na frequência certa para que seja eficaz, ou seja, para que não gere custos desnecessários. Podemos concluir que a manutenção preditiva é a que intervém o mínimo possível na planta, detectando as falhas mínimas de componentes, antes de comprometerem resultados, porém é de alto custo para o estabelecimento de saúde (LIMA, 2006).

Há vantagens e desvantagens em todos os tipos de manutenção, desta forma, os Quadros 1, 2 e 3 mostram quais as vantagens e desvantagens dos três tipos aqui estudados.   Quadro 1 – Vantagens e Desvantagens da Manutenção Preventiva VANTAGENS DESVANTAGENS MANUTENÇÃO PREVENTIVA Redução de falhas do equipamento ou processo de produção. Ainda há riscos de paradas ou quebras inesperadas; O aumento da vida útil do equipamento e da planta industrial; Requer mão de obra intensiva Maior segurança para os trabalhadores; Risco de danificar peças na execução de manutenção desnecessária; Flexibilidade da intervenção planejada possibilitar a acomodação de outras tarefas Dificuldade em determinar os intervalos de tempo para a manutenção; Reduzir o consumo de energia com equipamentos à plena eficiência; Economia apenas mensurável em médio e longo prazo.

Economia de materiais, peças e mão de obra através do planejamento; Fonte: Autoria própria (2019). Quadro 2 – Vantagens e Desvantagens da Manutenção Corretiva VANTAGENS DESVANTAGENS MANUTENÇÃO CORRETIVA Custos mais baixos a curto prazo; Altos gastos com peças, serviços e mão de obra; Planejamento mínimo necessário; Indisponibilidade dos equipamentos; Processo de manutenção simplificado; Redução de produção, resultando em perdas financeiras; Melhor solução em alguns casos, quando a parada e reparação. O planejamento estratégico da manutenção é um conjunto de tarefas que possibilitar acreditar no progresso em nível tecnológico e que, com isto, os processos continuarão eficientes. Para isto, é necessário definir metas e objetivos e alinhar estratégias (COSTA, 2013). Observa-se que o controle da manutenção é uma ferramenta de importância fundamental no processo de tomada de decisão.

Souza (2008) define o planejamento como sendo um “conjunto estratégico de ações para preparar, programar, controlar e verificar o resultado da execução das atividades da função manutenção contra valores pré-estabelecidos e adotar medidas de correções de desvios para a consecução das metas e objetivos da produção, consequentemente da missão da empresa” (SOUZA, 2008, p. Por fim, a gestão e o planejamento estratégico são os elementos chaves da manutenção, pois garantem maior tempo de produtividade e eficiência dos resultados. A manutenção preditiva também ocorre em períodos de tempo, onde as perdas dos equipamentos são monitoradas antes que se tornem quebras, podendo assim ser evitadas realizando intervenções planejadas. O engenheiro clínico é o profissional responsável por gerir o parque tecnológico dos estabelecimentos assistenciais de saúde, controlar as compras, descartes, executar a manutenção em seus diversos tipos, além de gerir e planejar como estas serão realizadas.

Sendo assim, conclui-se que esta profissão é de extrema importância e crucial dentro de um EAS, pois apesar de não lidar diretamente com o paciente, garante que todos os equipamentos de análise, diagnóstico e tratamento estejam em suas perfeitas condições de funcionamento. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMORIM, Aline Silva et al. O desafio da gestão de equipamentos médico-hospitalares no Sistema Único de Saúde. S. Gestão de Equipamentos Médico – Hospitalares em estabelecimentos assistenciais de saúde; Dissertação de Mestrado; ISCTE-IUL; Lisboa, 2011. AZEVEDO, Flávio da Silva.  Gestão de equipamentos médico-hospitalares em estabelecimentos assistenciais de saúde. Tese de Doutorado. BESKOW, Wayne Brod et al. Sistema de informação para o gerenciamento de tecnologia médico-hospitalar: metodologia de desenvolvimento e implementação de protótipo.

BESKOW, Wayne Brod et al. Sistema de informação para o gerenciamento de tecnologia médico-hospitalar: metodologia de desenvolvimento e implementação de protótipo. BRITISH STANDARD. Cap. p. CALIL, Saide Jorge; BOTTESI, Marilda Solon Teixeira. Gerenciamento da manutenção de equipamentos hospitalares. In: Gerenciamento da manutenção de equipamentos hospitalares. Revista Club de Mantenimiento, n. DYRO, J. et al. The Clinical Engineering Handbook. Burlington: Elsevier, 2004. GOMES, LCN; DALCOL, P. R. T. DE JANEIRO BRASIL, Rio. O papel da engenharia clínica nos programas de gerência de equipamentos médicos: estudo em duas unidades hospitalares. Journal of Clinical Engineering, v. n. p. GORDON, GAILORD J. Hospital technology management: the Tao of clinical engineering. NASCIF, J. Manutenção: função estratégica. ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2009. KOHN, Karen; MORAES, Cláudia Herte.

n. p. LIMA, Francisco Assis; CASTILHO, João Carlos Nogueira de. Aspectos da manutenção dos equipamentos científicos da Universidade de Brasília. Dissertação de Mestrado. Acesso em: 31 de out. MERHY, Emerson E. CHAKKOUR, Maurício. Em busca de ferramentas analisadoras das tecnologias em saúde: a informação e o dia a dia de um serviço, interrogando e gerindo trabalho em saúde. MOBLEY, R.  São Paulo: Editora Durban Ltda, p. MOUBRAY, J. Reliability-centred Maintenance. ed. New York: Industrial Press Inc. dez. RAMÍREZ, Ernesto Fernando Ferreyra; CALDAS, Elizabeth Crestani; DOS SANTOS JÚNIOR, Paulo Rodrigues.  Manual hospitalar de manutenção preventiva. Universidade Estadual de Londrina, 2002. SILVA, Daniela de Cassia et al. SWANSON, L. Vinculando estratégias de manutenção ao desempenho. Jornal Internacional de Produções Economia.

v. p. p. VAZ, José Carlos.  Manutenção de sistemas produtivos: um estudo sobre a gestão da disponibilidade de equipamentos. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. CLINICAL ENGINEERING IN BRAZIL; Journal of Clinical Engineering, v. n. p. WANG, BINSENG; CALIL, SAIDE JORGE. Clinical engineering in Brazil: current status. Rio de Janeiro: INDG, 2008. COSTA, Mariana de Almeida. Gestão estratégica da manutenção: uma oportunidade para melhorar o resultado operacional.  Universidade Federal De Juiz De Fora Curso De Graduação Em Engenharia De Produção, Juiz De Fora, 2013.

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