LOGÍSTICA REVERSA DE RESÍDUOS ELETRÔNICOS COMO INSTRUMENTO AO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Engenharias

Documento 1

No setor tecnológico, são produzidos, cada vez mais, inúmeros equipamentos eletrônicos, em razão da constante necessidade por inovações que facilitem o cotidiano e possibilitem conforto, lazer, entretenimento e praticidade. Entretanto, apesar destes equipamentos proporcionarem diferentes benefícios, o constante avanço tecnológico vem sendo responsável por provocar grandes impactos ambientais e de saúde pública, por meio do manejo, coleta e disposição inadequada dos resíduos gerados em suas atividades (de fabricação, pós-consumo e pós-venda) (PACHECO, 2013). Os resíduos eletrônicos representam um dos materiais mais danosos a saúde e ao meio ambiente. Quando destinados e armazenados de forma inadequada podem vir a contaminar, poluir e trazer riscos diretos. Por esta questão, estes resíduos requerem um manejo específico, necessitando de cuidados especiais, desde o momento de geração até a disposição final (NORTE, 2008).

Entretanto, a logística reversa está diretamente ligada ao conceito de desenvolvimento sustentável, que abrange não apenas o lado ambiental, como o econômico e social. Sendo assim, a pesquisa desenvolvida neste trabalho contribui para uma maior compreensão do cenário do fluxo reverso dos resíduos eletrônicos e vem demonstrar a importância desta ferramenta para o alcance de uma sociedade sustentável, capaz de preservar os seus recursos, diminuir o nível de degradação e de exploração, aumentar o ciclo de vida do produto e incentivar práticas de reciclagem. OBJETIVOS 3. Objetivo Geral O presente trabalho tem como objetivo principal demonstrar como a logística reversa de resíduos eletrônicos pode contribuir para o alcance e estabelecimento do desenvolvimento sustentável em industriais de eletrônicos, garantindo a proteção dos recursos naturais e uma boa qualidade de vida as atuais e futuras gerações.

Objetivos Específicos • Apresentar o conceito de logística reversa aplicado a resíduos eletrônicos; • Demonstrar a importância da implantação de logística reversa no setor de eletrônicos; • Analisar como a logística reversa pode contribuir para o conceito de desenvolvimento sustentável; 3. O sucesso da implantação da sustentabilidade depende diretamente da ligação entre três pontos: o desenvolvimento social, econômico e a preservação ambiental (INSTITUTO DE FORMAÇÃO E AÇÃO EM POLÍTICAS, 2012). Só pode ser alcançado quando existir equilíbrio entre as esferas ambiental, social e econômica (HUPPES, 2014). Desta forma, a compatibilidade destas três dimensões é fundamental para o alcance do desenvolvimento sustentável. Estas três vertentes ainda são apoiadas na dimensão institucional (que inclui políticas governamentais, legislação e sociedade civil) (HUPPES, 2014).

O desenvolvimento sustentável constitui a possibilidade do crescimento econômico contínuo, a partir da utilização racional dos recursos naturais, bem como do uso de tecnologias mais eficientes e menos poluentes. De acordo com a Diretiva para Resíduos Elétricos e Equipamentos Eletrônicos, considera-se resíduo eletrônico, ou também nomeado e-waste, como todo resíduo proveniente de aparelhos movidos a eletricidade ou campo eletromagnético (eletroeletrônicos), incluindo componentes, subconjuntos e materiais consumíveis que fazem pare da composição do produto no momento de descarte, seja por se tornar obsoleto, atingir o fim de sua vida útil ou refugo (material de fábrica que não atingiu a qualidade padrão dos fabricantes) (NORTE, 2008). Sendo assim, resultam no rejeito oriundo do descarte de equipamentos como: computadores, televisores, rádios, eletrodomésticos portáteis, filmadoras, discos rígidos, celulares, ferramentas elétricas e entre outros (OLIVEIRA, 2014).

Que podem ser de uso doméstico, de grandes organizações, instituições ou de uso governamental (NORTE, 2008). Acredita-se que o volume de resíduos eletrônicos cresça de 3 a 5% ao ano, cerca de três vezes mais que a média de crescimento do resíduo urbano, ou também nomeado como municipal (ARENSMAN, 2000). Além disso, representam 5% de todo o resíduo sólido de um município, podendo gerar cinquenta milhões de toneladas anuais (NORTE, 2008). Em um computador, por exemplo, pode ser encontrado 6,3% de chumbo, 0,031% de Manganês, 0,009% de cádmio e 0,002% de mercúrio (ANDRADE, 2002). Riscos ambientais e de saúde pública Os resíduos eletrônicos constituem um grave problema de saúde pública, ambiental e social. Seu manejo, coleta ou disposição inadequada contribui para que o material descartado fique exposto no ambiente, no solo ou nos corpos hídricos, facilitando a proliferação de vetores (mosquitos, ratos, serpentes, entre outros) e prejudicando o ciclo biológico, bem como o desenvolvimento dos ecossistemas regionais, responsáveis por assegurar a sobrevivência de espécies e a preservação dos recursos naturais (SELPIS; CASTILHO; ARAÚJO, 2012).

Quando dispostos de forma sobre o solo, são capazes de ocasionar a poluição do solo e das águas superficiais próximas, a poluição de águas subterrâneas e a poluição visual, por produtos químicos, presentes nos resíduos eletrônicos, em especial, os metais pesados. Além disso, podem proporcionar odores e em alguns casos, lançar quantidades significativas de gases na atmosfera e líquidos tóxicos ao solo, devido à falta de armazenamento adequado e a degradação do material (WILL, 2016). Também objetiva a proteção da saúde pública, a qualidade ambiental, o desenvolvimento e o aprimoramento de tecnologias limpas, assim como estimula os padrões sustentáveis de produção (SANTOS, 2016). Desta forma, as metas da PNRS envolvem a redução do volume de resíduos, a ampliação de processos de reciclagem, a responsabilização da cadeia de consumo geradores (consumidores e poder público), a implantação de instrumentos de logística reversa e a destinação adequada dos materiais descartados (SANTOS, 2016).

Sendo proibidas as seguintes formas de disposição: lançamento em praias, no mar ou qualquer corpo d’água; lançamento in natura; queima a céu aberto ou em recipientes, instalações e equipamentos não licenciados para esta atividade rejeitos (CORNIERI, 2011). Acredita-se que de modo geral, um dos instrumentos mais relevantes contidos nesta legislação seja a logística reversa (GOBBI, 2017), que pode ser definida como um conjunto de ações e procedimentos destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos no setor empresarial e/ou industrial (GUEDES; OLIVEIRA; LIMA, 2010). A logística reversa pode ser definida como a área empresarial responsável por planejar, operar e controlar o fluxo, bem como as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo produtivo, por meio dos canais de distribuição reversos, agregando valor econômico, ecológico, legal e logístico (LEITE, 2003).

Estes resíduos podem retornar ao fabricante ou distribuidor em qualquer fase da distribuição direta e são destinados, normalmente, aos mercados secundários, a reforma, desmanche, reciclagem dos produtos e seus componentes e/ou encaminhados, por último, a disposição final adequada (ROCHA; CERETTA; CARVALHO, 2010). Já os resíduos da categoria pós-consumo, constituem aqueles materiais descartados pela sociedade, ou seja, pelos consumidores (NORTE, 2008). Sua composição, qualidade e possibilidade de reuso dependerão das características que se encontram o material descartado (ROCHA; CERETTA; CARVALHO, 2010). O processo de reciclagem em ambos os casos, pode ocorrer por meio da recuperação dos resíduos ou de seus constituintes que apresentam algum valor econômico. A reciclagem, portanto, visa a recuperação de matéria prima, produto final, subproduto, energia e embalagem (ANDRADE, 2002).

Além disso, este instrumento possibilita ganhos econômicos a empresa em médio ou longo prazo (NORTE, 2008). De acordo com Brito e Dekker (2002), a logística reversa de resíduos eletrônicos é vista como uma forma de obtenção de lucro, visto que pode contribuir para a redução de custos e estabelecer maior rentabilidade (GUEDES; OLIVEIRA; LIMA, 2010). Já segundo Selpis, Castilho e Araújo (2012), os benéficos da logística reversa podem ser resumidos em: eficiência econômica, já que este instrumento permite a geração de ganhos financeiros e economia no uso de recursos; responsabilidade ambiental, que proporciona ganho de imagem a empresa, elevando prestigio da marca e seu desempenho no mercado de atuação. Quando implantado um sistema de logística reversa, a imagem corporativa da organização tende a melhorar perante seus clientes e sociedade, gerando novas oportunidades de lucros, por meio da introdução da responsabilidade ambiental, que busca constantemente elaborar produtos ou processos que promovam menor impacto ambiental, de acordo com o desenvolvimento sustentável (PEREIRA, 2010).

A falta de interesse por parte das empresas constitui o maior desafio da implantação de um programa de logística, o qual pode até evitar conflitos e multas por parte de órgãos ambientais, gerar lucros adicionais e o reaproveitamento de materiais em ciclos produtivos (STOCK; MULKI, 2009). Logística Reversa de Equipamentos Eletroeletrônicos. Brasília: ABDI, 2013, 179 p. ALMEIDA, J. R. Gestão Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável. f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica). Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 2002. BRITO, M. Rio de Janeiro: Editora Getúlio Vargas, 1991. CORNIERI, M. G. Programa municipal de Coleta Seletiva de Resíduos Sólidos Urbanos em Santo André: Um estudo a partir do ciclo da política. f. Tese (Doutorado em Administração Pública e Governo). Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas.

São Paulo, 2017. GOTO, A. K. C. OLIVEIRA, R. L. LIMA, R. S. INSTITUTO DE FORMAÇÃO E AÇÃO EM POLÍTICAS (INFAP). Desenvolvimento Sustentável. Disponível em: <http://www. infap. org. Anais SIMPOI, 2009. LEITE, P. R. Logística Reversa – meio ambiente e competitividade. Rio de Janeiro: Ed. MELO, M. M. D. Divulgação de Informações da Sustentabilidade Empresarial e sua relação com os investimentos socioambientais e a governança corporativa das empresas listadas no índice de sustentabilidade empresarial. f. Considerações gerais sobe os resíduos eletrônicos. f. Monografia (Graduação em Engenharia Ambiental). Universidade Estadual Paulista. Rio Claro, 2008. Sustentabilidade na Universidade Estadual do Centro-Oeste – Unicentro: Um estudo de caso sobre o projeto “Gerenciamento do Lixo Eletrônico: uma solução tecnológica e social para um programa ambiental”.

f. Dissertação (Mestrado em Gestão de Políticas Públicas). Universidade Vale do Itajai. Itajai, 2014. f. Monografia (Graduação em Engenharia de Produção). Universidade Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora, 2010. ROCHA, A. dez. SANTOS, C. A. F. A gestão dos resíduos eletroeletrônicos e suas consequências para a sustentabilidade: Um estudo de múltiplos casos na Região Metropolitana de Porto Alegre. SHIBAO, F. Y. MOORI, R. G. A Logística Reversa e a Sustentabilidade Empresarial. B. Logística Reversa de Resíduos Eletroeletrônicos. Tékne & Lógos, Botucatu, v. n. julho de 2012. Desenvolvimento Sustentável e Gestão Socioambiental Empresarial: Uma abordagem crítica sobre as concepções políticas e práticas da sustentabilidade no mundo corporativo. f. Tese (Doutora em Administração de Empresas).

Fundação Getúlio Vargas – Escola de Administração de Empresas de São Paulo. São Paulo, 2016. I. A educação ambiental como instrumento de mudança na concepção de gestão dos resíduos sólidos domiciliares e na preservação do meio ambiente. Disponível em: <http://web-resol. org/textos/texto_zaneti. pdf> Acesso em: 14 de nov.

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