Libras como ponte inclusão entre surdos e ouvintes

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

Com este estudo buscou-se instigar a busca por possibilidades de metodologia que podem ser aplicadas no processo de ensino e aprendizagem do aluno surdo, a principal é acreditar que todos têm potencial para aprender, mas para isso é necessário que professores, escola e família estejam aliados no processo de desenvolvimento para garantir ao aluno o direito à aprendizagem e a inclusão social.   Palavras-chave: Inclusão. Libras. Ensino e Aprendizagem. INTRODUÇÃO Durante anos, pessoas com necessidades especiais eram excluídas da sociedade e quando se tratava da educação, o aluno com deficiência, eles os indivíduos surdos, muitas vezes não frequentava as instituições de ensino, pois acreditavam que o mesmo seria incapaz de desenvolver as atividades propostas na escola e quando era matriculado, passava de série em série sem o mínimo de preocupação com o aprendizado deste aluno, pois acreditavam que o mesmo seria incapaz de aprender os conteúdos trabalhados.

Diante disso, o presente trabalho objetiva abordar sobre a importância do professor aprender sobre os aspectos linguísticos da Língua Brasileira de Sinais ‒ Libras ‒ para a inclusão do aluno surdo no contexto escolar, bem como as necessidades de investir na formação de mais professores para atendê-los, devido às dificuldades enfrentadas pelos professores. Com esse estudo, profissionais da educação com um todo pode se fundamentar de teorias para o estabelecimento de sua prática em sala de aula. Somente assim com o proposta de uma prática embasada em uma dinâmica de reflexão, ação e reflexão que os docentes juntamente com os profissionais da educação podem efetivar uma educação inclusiva e assim proporcionar ao aluno surdo como aos demais aluno com necessidades especiais a garantia do seu direito à educação.

Para tanto, o estudo partiu de uma análise bibliográfica de pesquisas e estudiosos da área. Assim, após a delimitação do tema, iniciou-se um estudo qualitativo com análise das bibliografias selecionadas.   De acordo com Miranda (2003) a “Educação Especial se caracterizou por ações isoladas e o atendimento se referiu mais às deficiências visuais, auditivas e, em menor quantidade, às deficiências físicas. ” Desta forma, ainda a educação especial apresentava um cenário precário.    A princípio os alunos com necessidades especiais eram separados dos alunos ditos “normais”. Neste cenários de separação dos alunos com e sem deficiências é marcado pela implantação de uma nova pedagogia: A Educação Especial. Foi então que, segundo Guerra (2016), por volta da década de 60 que educadores e pesquisadores passaram a questionar sobre a educação segregada e como esse modelo de ensino não era possível a inserção de pessoas com deficiências na sociedade.

Canivez (1991) afirma que é nesse espaço que a convivência com a diversidade ensina novas regras, as quais sem estas não sobrevive em sociedade.  No entanto, Canivez (1991) ressaltar que as funções sociais e políticas da escola são predeterminadas por interesses das classes dominantes. Assim, as questões que se referem a inclusão não somente a escola, mas também em outros ambientes sociais, muitas vezes entra em desacordo com o desejo de classes sociais.   Cruz (2012) realizou uma pesquisa em que buscava compreender como as crianças pensam e lidam com a diversidade, para tanto, apresentou ao um grupo de crianças de brinquedos, bonecos com características diferentes das que as crianças costumam brincar, como negros, idosos, cadeirantes, grávidas, com Síndrome de Down, entre outros.

O objetivo principal era saber as impressões de crianças de 7 à 8 anos diante desses brinquedos. Ela acredita também que, a vida destas pessoas estão diretamente relacionado com as limitações ou incapacidades, assim que as suas aptidões e também as potencialidades não são consideradas.    De acordo com Mantoan (1997), as deficiências dos indivíduos precisam ser vistas como formas a que a escola precisa atender, onde é preciso que seja incluído novos recursos de ensino e aprendizagem, realizados através de mudanças de atitudes dos professores como também da própria instituição. Buscando adequar todas as práticas e formas de ensino mais voltadas para os alunos que não são portadores de deficiência, por práticas de uma educação que supram as necessidades de todos, assim, será possível realizar de fato a inclusão.

De acordo com o mesmo autor:  A meta da inclusão é, desde o início, não deixar ninguém fora do sistema escolar, que deverá adaptar-se às particularidades de todos os alunos (. à medida que as práticas educacionais excludentes do passado vão dando espaço e oportunidade à unificação das modalidades de educação, regular e especial, em um sistema único de ensino, caminha-se em direção a uma reforma educacional mais ampla, em que todos os alunos começam a ter suas necessidades educacionais satisfeitas dentro da educação regular (MANTOAN, 1997, s/p).   Segundo Bueno, 1993: A Educação Especial tem cumprido na sociedade duplo papel, o de complementaridade da educação regular, atendendo de um lado a democratização do ensino, na medida em que responde as necessidades de parcela da população que não consegue usufruir dos processos regulares do ensino; do outro, responde ao processo de segregação legitimando a ação seletiva da escola regular (BUENO, 1993, p.

No entanto, para que seja possível alcançar a aprendizagem, deve haver uma colaboração por parte de todos, desta forma, será preciso que o professor reformule as suas atividades rotineiras como também o seu planejamento de aula, para que atenda todos os alunos, sem nenhuma distinção. Valle e Maia (2010 p. deixa claro que: “A inclusão escolar consiste no processo de adequação da sociedade às necessidades de seus participantes, para que eles, uma vez incluídos, possam desenvolver-se e exercer plenamente sua cidadania”. No que se refere à formação inicial dos professores para a educação inclusiva, com base nas ideias apresentadas por Mantoan (2006) que ressalta “formação enfatiza a importância de seu papel, tanto na construção do conhecimento como na formação de atitudes e valores do cidadão.

Essa estimulação possibilitaria a aprendizagem da língua portuguesa e levaria a criança surda a integrar-se na comunidade ouvinte e desenvolver uma personalidade como a de um ouvinte. GOLDFELD, 2002, p. Com o passar do tempo criaram a língua brasileira de sinais – Libras, uma língua utilizada para pensar, comunicar e interagir, que após sofrer grandes avanços perdurou até os dias de hoje. Através de pesquisas realizadas criaram o primeiro dicionário de LIBRAS, um instrumento fundamental na educação dos surdos, editado em 2001. De acordo com Quadros et. SACKS 1989, p. Após a Constituição Federal de 1988, surgiu possibilidades para a construção de novos caminhos, ocorreu grandes avanços na área da educação especial, na educação dos surdos, na acessibilidade, com uma maior participação de todos em busca de tornar a inclusão uma realidade, que traz como prioridade neste assunto o Artigo 205, determinando que: Art.

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. BRASIL, 2003, p. A lei 10. Libras são sinais que simboliza um determinado ser ou objeto. O sinal é capaz de transmitir, propagar e expandir as palavras por meio das mãos. Na qual, geralmente possuem uma semelhança que transmite a forma ou objeto representado. Os sinais da Libras são classificados em icônicos e arbitrários, os icônicos possuem semelhanças com o seu referente, no qual, resgatar uma imagem que torne o sinal mais explícito. Diversos estudos realizados por pesquisadores na última década do século XX e início do século XXI, contribuem na educação de alunos com surdez na escola regular promovendo a valorização das diferenças no convívio social e o reconhecimento do potencial de cada aluno.

REVISTA NOVA ESCOLA, Entrevista MONTOAN, maio, 2005). O processo de inclusão dos surdos em sala de aula é uma tarefa muito delicada e complexa, visto que, o estudante surdo até se comunica com uso da linguagem de sinais na sala multifuncional com o professor especializado, porém, seria necessário que todos os professores e demais colegas também soubessem se comunicar por meio de libras, ou seja, falar em libras e isso deveria ser feito desde a base escolar. Desta forma, teríamos de fato, uma reeducação social, com a inclusão do surdo no ambiente educacional. O objeto da educação bilíngue é que a criança surda possa ter bons resultados comparado com a criança ouvinte, para que possa desenvolver uma relação harmoniosa no convívio social.

O que diferencia as Línguas de Sinais das demais línguas é a sua modalidade visual-espacial. Assim como, com os ouvintes desta forma aprenderam a se relacionar com as diferenças, fortalecendo os vínculos sociais. É essencial destacar que é na família que o ser humano consegue sobreviver, aprender valores, desenvolver uma cultura, sentimentos de amor, amizade e afeto. Inicialmente é necessário o envolvimento da família na inclusão, realizando comunicação com a escola, colaborando com o desenvolvimento do filho, sempre em comunicação com os docentes. Em seguida, está a função do educador, que é o responsável pela motivação em sala de aula. A presença de um intérprete na sala de aula é de fundamental importância para que todo o conteúdo ministrado em sala possa ser traduzido, assim como interpretado.

A aprendizagem de Libras possibilita ao aluno surdo maior agilidade e naturalidade para expressarem seus desejos; sentimentos, e necessidades, do mesmo modo a sua interação social e desenvolvimento da linguagem. Reconhece no que ele tem de mais importante, o seu jeito de se expressar. Isso torna a maneira de tratar os surdos com a dignidade que eles merecem. A comunicação é um fator fundamental para o ser humano e LIBRAS é uma ferramenta que possibilita a interação dos surdos. LIBRAS é uma língua completa, os seus sinais, em companhia com expressões corporais e faciais, revelam os sentidos do pensamento que são captados pela visão e traduzidos a partir dos contextos onde estão sendo utilizados. O intérprete educacional é aquele que atua como profissional intérprete de língua de sinais na educação.

Na falta dos intérpretes de língua de sinais, os surdos não conseguem avançar em termos educacionais; ficam desmotivados a participarem de encontros sociais, educacionais, culturais e políticas. Sendo assim, se tornam excluídos da sociedade. Visto que, todas as informações que o surdo recebe são visuais, de modo que é pelo olhar que ele alcança todo seu conhecimento e constrói sua rede de significações. Atualmente, há uma grande procura por este profissional, visto que os surdos ingressam cada vez mais, a cada ano, nas escolas. RESULTADOS E DISCUSSÃO A Língua de Sinais (LIBRAS) conseguiu um grande espaço na sociedade nos dias atuais após anos de luta, que após todo o sofrimento vivido pelo povo surdo, sua língua não extinguiu, sua identidade e cultura também não se perderam na história.

Atualmente possuem autonomia para decidirem o que querem, como e porquê. Não há mais interferências das pessoas ouvintes determinando suas vontades aos surdos. Foi após a Lei de nº 9. que a educação especial garantiu a sua real importância. Crianças nas séries iniciais já deveriam receber incentivos das escolas ao uso de libras, para que desde cedo as crianças aprendessem a viver com à aceitação das diferenças. Como também é de suma importância a qualificação dos professores, cada vez mais qualificados e preparados comprometidos com a educação inclusiva, para que junto ao intérprete proporcione às crianças um bom desenvolvimento educacional. Sendo fundamental uma transformação no ambiente escolar, com necessárias adaptações, material acessível ao aluno, garantindo ensino digno e de qualidade a todos.

CONCLUSÕES A Libras possibilita ao não ouvinte uma forma de comunicação diferente que precisa ser valorizada e utilizada, pois esta é uma língua legalmente reconhecida, embora apenas uma minoria utiliza. Precisa-se criar novas e infinitas alternativas que levem o aluno surdo a um conhecimento contextualizado que valorize a sua capacidade e desenvolva seus talentos cognitivas, linguísticas e sócio-afetivas. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas Especiais. Brasília: CORDE, 1994. Leis e Decretos. Constituição da República Federativa do Brasil. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003. Disponível em: http://pepsic. bvsalud. org/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862011000100005 acesso em 28 de mai. de 2020. Valinhos, 2016 _________. Escolarização do aluno com deficiência auditiva: estudo comparativo entre alunos do ensino regular e do ensino especial.

São Paulo: Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina; 2005. f. GOLDFELD, Marcia. br/conteudo/902/inclusao-promove-a-justica Acesso em: 27 de mai. OLIVEIRA, Ivanilde Apoluceno. Política de educação inclusiva nas escolas: trajetória de conflitos. In: JESUS, Denise Meyrelles. Inclusão, práticas pedagógicas e trajetórias de pesquisa. Disponível em: http://libras. ufsc. br/colecaoLetrasLibras/eixoFormacaoEspecifica/linguaBrasileiraDeSin. Acessado em: 27 de mai. QUADROS, R. edu. br/~ionildo/papers/TCC_Sandra-Libras. pdf Acesso em: 30 de mai. de 2020 SASSAKI, R. K. C. B. Aprendizagem e comportamento humano. São Paulo: Cultura acadêmica, 2010.

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