LEITURA E FORMAÇÃO DE LEITORES: ESTUDO PANORÂMICO SOBRE O LETRAMENTO NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA NO BRASIL

Tipo de documento:Projeto

Área de estudo:Linguística

Documento 1

Os descritores utilizados para a busca das publicações foram Leitura AND Letramento AND Leitor no Brasil, foram tentadas outras combinações, mas foi essa que resultou em material escrito que melhor contextualiza o tema tratado. O resultado da base de dados Scielo encontrou 6 artigos que foram incluídos na pesquisa. Quadro 1 – Base de Dados Scielo Referência Pontos Importantes Martins Rev. Portuguesa de Educação 2005 Práticas de produção, leitura e discussão do passado, trazem à tona o letramento internalizado. Vóvio Rev. Além disso, explicam que o letramento no espaço religioso é independente de escolaridade, pois há pessoas letradas eficientemente tanto em nível de escolaridade baixo, quanto em alto. Ramos; Marangoni Rev. Pro-Posições 2016 O artigo trata do letramento poético, analisa um conjunto de obras, formulando discussões teóricas, mostrando o desenvolvimento de vivências de leitura com leitores em formação, buscando instrumentalizar e interagir com os recursos poéticos, bem como com as especificidades de gênero textual para a formação de letrados em poesia.

Fonte: Dados da Pesquisa A base de dados Scielo possui pouco material com o descritor apresentado, separando as informações leitura de letramento e leitor, há milhares de artigos, mas como foi pesquisado simultaneamente, restringiu. A preferência pelo pela concomitância permitiu filtrar artigos mais contextualizados com o objeto de estudo dessa dissertação. Larsen; Oliveira Rev. Linguagens & Letramentos 2016 O letramento literário permite inserir os sujeitos no universo da leitura para que possam exercer a cidadania. Jeremias Rev. Linguagens & Letramentos 2018 A leitura e a escrita são processos que complementam o letramento, pois elas estão inseridas nas práticas sociais significativas e em tipos e níveis de letramento, conforme as demandas do leitor ou do escritor no contexto sociocultural. Fonte: Dados da Pesquisa Quanto à base de dados Google Acadêmico, o descritor utilizado foi o mesmo descritor Leitura AND Letramento AND Leitor no Brasil e foi encontrado um número imenso de trabalhos acadêmicos produzidos, totalizando 44.

Carvalho; Mendonça Livro Práticas de Leitura e Escrita 2006 As práticas sociais discursivas entre os sujeitos são baseadas no Letramento, considerando que há um conhecimento sobre a escrita que os usuários da língua dominam, ainda que não saibam ler ou escrever. Signorini Livro Significados da inovação no ensino de LP 2007 O texto relaciona com os contextos educacionais, que interagem com diferentes tecnologias para construir as práticas de letramento, uma vez que estes estão vinculados à materialização, reprodução e distribuição dos textos e aos processos interpretativos. Munhoz; Zanella Rev. Psicologia e Estudo 2008 A leitura permite ressignificar o passado e o presente, sendo um recurso importante para projetar o futuro. No tempo imediato facilita entrar em um mundo imaginário, ampliando experiências, recriando o que não vê.

Teixeira; Souza Eutomia 2013 A literatura traz aspectos culturais presentes em cada leitura, cada texto, cada leitor, cada um com suas margens culturais, promovendo uma interação conjunta que amplia o letramento literário, formando uma comunidade de leitores. Pecegueiro; Vetter; Rego Academia. edu 2015 A leitura contribui para o crescimento cultural da sociedade, e por essa razão, a formação de leitores é importante para garantir que as gerações futuras se apropriem do conhecimento dos valores e costumes da sociedade em que está inserido, tendo a capacidade de associá-la às práticas sociais que precisam ser preservadas. Santos Rev. Grau Zero 2015 O texto trata da importância da sequência didática no ensino regular EJA, cujos estudantes já possuem um letramento que trazem consigo, ainda que não sejam alfabetizados.

Fonte: Dados da Pesquisa Os artigos selecionados abrangem 18 anos de pesquisa, uma vez que os artigos incluídos são de 2002 a 2020. Essa escolha foi intencional no sentido de pesquisar como foram evoluindo as concepções de leitura, letramento e leitor. No Estado da Arte, além dos artigos, constam livros de autores relevantes para complementar a pesquisa, com os mesmos descritores. O levantamento dos livros está em quadros separados, sendo um para conceituar leitura, um para letramento e outro para formação de leitores e em lugar de pontos importantes, foram colocados os títulos dos livros estudados. O quadro 4 apresenta os autores e títulos dos livros sobre a concepção de leitura. Conforme Martins (1988), leitura é um processo abrangente de compreensão, com o envolvimento de componentes sensoriais, emocionais, intelectuais, fisiológicos, neurológicos, culturais, econômicos, históricos, políticos e sociais em uma dimensão cognitivo-sociológica (MARTINS, 1988).

Freire (1989, p. considera que a leitura da palavra é precedida pela leitura de mundo, o que pode ser constatada nas próprias palavras desse teórico: “a leitura do mundo precede a leitura da palavra”. Isso significa que aprender a ler e a escrever, a alfabetização em si, é precedido por aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto, em uma dinâmica entre a linguagem e a realidade. Nesse sentido, a formação de um leitor requer vivências práticas variadas de leitura e escrita que habilite o indivíduo compreender o que lê, entendo a leitura como uma prática social que necessita de um “conjunto de atividades envolvendo a língua escrita para alcançar um determinado objetivo em uma determinada situação social. De acordo com Rojo (2002), o ato de ler vem sendo pesquisado nos últimos 50 anos com relação a outras capacidades que envolvem a leitura.

Estas são de ativação, reconhecimento e resgate de conhecimento; lógicas, interação social, entre outras. Assim, a leitura deixa de ser apenas uma decodificação ou transposição de códigos escritos para orais, mas sim, uma ação cognitiva, de compreensão, que demanda conhecimento de mundo, de práticas sociais e linguísticas que ultrapassa os fonemas. Primeiramente, considerou-se a compreensão do texto, de seu conteúdo ou pressuposto. Ao extrair informações do texto surgiram estratégias cognitivas e metacognitivas da parte do leitor. Por outro lado, Koch e Elias (2013) afirmam que estudiosos da Linguística, Psicologia e Pedagogia buscaram concepções de leitura em estudos, com vistas a definir o que é ler e como desenvolver a compreensão leitora e quais estratégias linguísticas e operações cognitivas e metaconitivas são ativadas para a construção dos possíveis sentidos que possa ter um texto.

Essas autoras conseguiram encontrar nesses estudos três concepções de leitura que determinam a postura do leitor com relação ao texto. Desse modo, a primeira concepção de leitura entende a língua como representação do pensamento e do conhecimento do autor do texto, visto como “senhor absoluto de suas ações e de seu dizer” (KOCH; ELIAS, 2013, p. Assim, o texto é concebido como resultado do processo mental e espelho das ideias de seu emissor e compreende-se que o leitor possui uma posição passiva, com a responsabilidade de apreender as ideias e intenções que ele pode encontrar explicitamente ou ter que inferir no texto lido. Nessa concepção de leitura, o autor é o foco e o sentido do texto se centra nele. Essa terceira concepção vai de encontro à concepção de texto bakhtiniana na qual as formas definidas das palavras que se voltam para determinado aspecto real, constituem-se um elo a formas definidas da realidade que permitem interpretar as práticas sociais da linguagem.

Desse modo: As palavras são tecidas a partir de uma multidão de fios ideológicos e servem de trama a todas as relações sociais em todos os domínios. É, portanto, claro que a palavra será sempre o indicador mais sensível de todas as transformações sociais, mesmo daquelas que apenas despontam, que ainda não tomaram forma, que ainda não abriram caminho para sistemas ideológicos estruturados e bem-formados. A palavra constitui o meio no qual se produzem lentas acumulações quantitativas de mudanças que ainda não tiveram tempo de engendrar uma forma ideológica nova e acabada. A palavra é capaz de registrar as fases transitórias mais íntimas, mas efêmeras das mudanças sociais (BAKHTIN, 1997, p. De forma geral a leitura gera conhecimentos, propõe atitudes e analisa valores, estimulando os modos de perceber e sentir a vida por parte do leitor.

Nesse tocante, Chartier (1996) a prática de leitura pode ser mediada pelas experiências orais vivenciadas pelos indivíduos dentro da meio onde eles estão inseridos. Essas vivências podem ser percursos de letramento que promovem o acesso à leitura. Segundo Rojo (2002), ler um texto é relacioná-los a outros já conhecidos, e a partir deles, fazer réplicas ou dar respostas a alguma indagação, fazendo analogias a outros temas ou conteúdos associados, trata-se da intertextualidade. Se o texto é resulta em paródias, ironias, citações, ao que se denomina interdiscursividade, na qual parece que um texto dialoga com o outro. A leitura “contribui para o crescimento cultural de uma sociedade, por isso ela deve ser utilizada como forma de garantir às gerações futuras, o conhecimento de determinados valores e costumes que favoreçam a convivência social” (PECEGUEIRO, et al, 2015, p.

Afinal, o que é letramento? Antes de conceituar letramento, faz-se necessário saber de onde veio esse termo. Soares (2003) afirma que é curioso o surgimento simultâneo no mesmo momento histórico, em sociedades geográfica e culturalmente distantes umas das outras. Houve a necessidade de se reconhecer e dar nome a práticas sociais de leitura consideradas mais avançadas e complexas de leitura e escrita, da aprendizagem do sistema utilizado na escrita. Isso foi na metade da década de 80 do século XX, o letramento surgiu no Brasil, Portugal, França e nos EUA e Inglaterra o termo já se encontrava dicionarizado desde o final do século XIX, mas foi somente nos anos 1980 que o foco de atenção e discussão da educação se voltou para o termo em questão.

Fonte: Dados da Pesquisa Existem muitas formas de letramentos de uso do plural ao considerar diferentes usos das tecnologias nas práticas de leitura e de escrita que possuem diferentes espaços, mecanismos de produção, reprodução e publicação da escrita que produzem diferentes letramentos, ampliando assim a definição de letramento (SOARES, 2002). Há uma complexidade para conceituar o letramento, porque há uma variação dos tipos de estudos que podem ser inseridos nessa esfera. Considerando-se um trabalho sobre o letramento, busca-se examinar se o educando consegue refletir sobre sua própria linguagem de indivíduo alfabetizado em oposição àquele que não possui essa condição. Nessa esfera, o sujeito possui letramento por ter a capacidade metalinguística em relação a sua linguagem. Se a pesquisa é como adulto e criança de um grupo social falam de um livro para caracterizar o letramento, correlacionando-as com o bom desempenho da criança na escola.

Segundo Ramos e Marangoni (2016) afirmam que o letramento poético, no qual há análises de um conjunto de obras, no sentido de trabalhar o desenvolvimento de leituras de poesias com leitores em formação, com vistas a instrumentalizar e promover a interação destes com os recursos poéticos que estão a sua disponíveis na sociedade para a prática de leitura. Esse gênero textual permite formar leitores letrados em poesia, ingressando-o no mundo poético, promovendo a interação do leitor com a poesia, com a intenção de ampliar seu letramento literário. Nessa linha de pensamento, Dias e Freire (2017) usam uma abordagem freiriana para explicar que os textos ilustrados auxiliam o processo de alfabetização e letramento, porque as imagens serem muito significativas para a construção de conhecimentos, uma vez que elas se relacionam ao mundo.

O textos podem ser do gênero conto, poesia ou de outro gênero textual. Além disso, a leitura pode ser compartilhada, possibilitando a socialização de muitas histórias pessoais, permitindo nos que os participantes construam conhecimento relacionado ao mundo e a si mesmo. Desde cedo as crianças vão conhecendo e reconhecendo práticas de leitura e de escrita. Nesse processo, vão também conhecendo e reconhecendo o sistema de escrita, diferenciando-o de outros sistemas gráficos (de sistemas icônicos, por exemplo), descobrindo o sistema alfabético, o sistema ortográfico. Quando chega à escola, cabe à educação formal orientar esses processos, nesse caso, a Educação Infantil é o momento onde se inicia essa orientação. SOARES, 2009, p. Letramento e mais amplo que o conceito que havia de alfabetização, de aprender a ler e a escrever, porque envolve uma consciência crítica, um senso de cidadania, um empoderamento do estudante para que ele se torne ativo no seu processo de ensino/aprendizagem (SILVA, 2018, p.

Por isso, trata-se de um conceito que se refere à formação inicial de professores e não somente aos processos para aquisição linguística ou comunicativa, mas se alonga às práticas de letramento desses profissionais na sala de aula que se estendem aos educandos sob sua responsabilidade. Pensando no letramento nos meios sociais, Kersch; Silva (2012) mostram que o letramento não está restrito ao ambiente escolar, há outros espaços como o religioso que não depende da escolaridade, uma vez que no ambiente litúrgico há tanto o nível de escolaridade baixo ou alto. Se a leitura e a escrita são vistas numa perspectiva social, um evento de letramento – uma situação comunicativa que envolve atividades que usam ou pressupõem o uso da língua escrita – é similar a outras situações da vida social e acontece tanto dentro quanto fora da escola (KERSCH; SILVA, 2012, p.

O exposto faz pensar que para trabalhar a multiplicidade de letramentos que vão surgindo ao longo dos processos, o professor precisa acompanhar o contexto do momento em que realiza suas ações pedagógicas, pois segundo Rojo (2012), os novos letramentos envolvem não apenas usar novas tecnologias, mas a realização de um trabalho que leva em conta as culturas de referência dos educandos tais como, popularidade, localidade, vivências, gêneros textuais, mídias e linguagens que eles conhecem, com a intenção de formar sujeitos críticos, éticos, democráticos e protagonistas da própria vida. Nesse sentido, as práticas de leitura precisam reconhecer que os gêneros textuais possuem marcas de letramentos e de concepções de linguagem orais e escritas. Nesse contexto, o papel do professor é o de preparar os educandos por meio de um ensino que possa contribuir para que eles tenham uma visão crítica e seja capaz de refletir sobre o mundo ao seu redor.

Para isso, é importante que o letramento desses sujeitos receba se utilizem dessa reformulação e apropriem-se dos multiletramentos que estão a sua disposição na sociedade. As ações devem se voltar para a identidade e diversidade cultural (ORLANDO; FERREIRA, 2013). Essas ações podem se valar do ambiente virtual para aprimorar o letramento informacional em um processo dinâmico e flexível enquanto docentes e discentes interagem colaborativamente em uma mescla que confunde o processo de ensino-aprendizagem. Nesse particular, se apropriam do letramento digital nas práticas de leitura (SOUZA; CASTRO, 2016). Elas aprendem na escola e fora dela. Não nascemos leitores, nem tão pouco não leitores. Fazemo-nos leitores ou não leitores, em função das experiências motivadoras ou das experiências desmotivadoras que vivemos, ao longo da nossa vida (AZEVEDO; MARTINS, 2011, p.

As pessoas se tornam leitoras ou não devido a experiências motivam ou desmotivam a formação do leitor. Na escola, elas são direcionadas a ler e enxergar determinados sentidos, mas as leituras que elas próprias escolhem ajudam a desvendar outros caminhos, ou até os mesmos que a escola mostrou. Além disso, a autora afirma que os leitores são formados no Brasil através de leituras de escritores como Olavo Bilac, Monteiro Lobato, Graciliano Ramos, João Cabral de Melo Neto, entre outros. Entretanto, há outras leituras que não são literatura. Há muitos entraves no processo de formação de leitores experientes, conscientes e autônomos. Existe uma abordagem que considera o aluno um leitor autossuficiente em sua trajetória de formação leitora, sendo capaz de identificar repertório próprio, e sem a preparação prévia do professor, sua leitura pode falhar, uma vez que se cria expectativas de que de que o educando leitor possui capacidade leitora, pois ainda é inexperiente por estar em formação.

Ele poderá buscar significado nas formas linguísticas, fora de um contexto. Cada leitor, na individualidade de sua vida, vai entrelaçando o significado pessoal de suas leituras com os vários significados que, ao longo da história de um texto, este foi acumulando. Cada leitor tem a história de suas leituras, cada texto, a história das suas. Leitor maduro é aquele que, em contato com o texto novo, faz convergir para o significado deste o significado de todos os textos que leu. E, conhecedor das interpretações que um texto já recebeu, é livre para aceitá-las ou recusá-las, e capaz de sobrepor a elas a interpretação que nasce de seu diálogo com o texto. Em resumo, o significado de um novo texto afasta, afeta e redimensiona o significado de todos os outros (LAJOLO, 2011, p.

Para a pesquisadora Petit (2008 p, 26), a leitura precisa ser compreendida e vivida como um ato de liberdade, pois, segundo a autora [. os leitores apropriam-se dos textos, lhes dão outro significado, mudam o sentido, interpretam à sua maneira, introduzindo seus desejos entre as linhas: é toda a alquimia da recepção. Não se pode jamais controlar o modo como um texto será lido, compreendido ou interpretado. De acordo com a antropóloga francesa a leitura é uma atividade que precisa ser desenvolvida enquanto habilidade subjetiva, no sentido de que o leitor possa se sentir livre para relacionar a leitura realizada com seus contextos e vivências. De tal modo a leitura se transforma em uma ferramenta carregada de poder social, e que, segundo Petit (2008, p. Considerando-se as diversas práticas de letramento, entende-se que a familiaridade com os textos (orais, escritos, multimodais, multissemióticos) não se constrói somente na escola, mas em outras esferas sociais, como na família, na igreja, no trabalho, entre outros contextos.

Dessa forma, nas práticas de letramento se incluem as práticas culturais presentes na sociedade, fazendo com que as instituições educacionais reconheçam que existem essas práticas fora da escola e que esta precisa considerar para levar em conta a multiculturalidade presentes nas relações sociais e que são favorecidas pelo uso da linguagem, tais como o jurídico, o escolar, o jornalístico, o religioso, o acadêmico, o científico, entre outros que apresentam uma multiplicidade de textos, mobilizados em gêneros discursivos (BAKHTIN, 2003), que carregam força enunciativa para caracterizar e ajustar as práticas sociais que circulam nas atividades cotidianas das pessoas, com vistas a interagir e alcançar determinados propósitos. No entanto, a prova Brasil que busca realizar um diagnóstico a respeito da alfabetização e letramento de Ensino Fundamental, não está apropriada para essa finalidade porque o que se pede ao estudante é a compreensão de uma língua pronta e acabada, mensurando apenas uma leitura mecânica, codificada em textos de enunciação monológica, longe do dialogismo bakhtiniano distante de um leitor com atitude responsiva, bastante frisado em documentos oficiais que regulamentam a educação brasileira (GONTIJO, 2012).

decodificar para que os aprendizes possam re­conhecer e reproduzir os sentidos expressos no texto pelo autor. Obviamente, tal concepção dis­tancia-se da leitura como processo de construção de sentidos e, por conseguinte, como processo de compreensão ativa e responsiva. Por isso, é importante enfatizar que o letramento literário permite a formação de leitores no mundo da leitura, e desse modo, facilitar a inserção deles na sociedade como cidadãos críticos e aptos a exercer seus direitos na sociedade letrada (LARSEN, 2016). Por outro lado, Jeremias (2018), defende que um indivíduo letrado pode se tornar um leitor reflexivo de qualquer tipo de texto, não somente o literário, seja realizando atividades de leitura, seja de escrita. Para isso, ele precisa criar suas estratégias linguísticas e de experiências de mundo.

A formação de leitores passa pela por meio da leitura literária, visto que textos desse gênero exigem um leitor letrado devido às complexidades desse tipo de texto, cujo processo de leitura pode ocorrer de várias formas. Nas leituras, há uma apropriação de saberes implícitos e explícitos para a construção simbólica socialmente elaborada, com formas de pensar os problemas apresentados pelos textos lidos (SOUZA, 2007). Literatura, texto e livro didático: percursos para o letramento literário. Linguagens & Letramentos, v. nº2, 2016. AZEVEDO, Fernando; MARTINS, Jorge. Formar leitores no ensino básico: a mais-valia da implementação de um clube de leitura. M. Gêneros discursivos. In: Estética da criação verbal. Tradução Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes. Parâmetros Curriculares Nacionais: ensino médio.

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