Interação farmacológica entre os contraceptivos hormonais e o esquema RIPE para tratamento da Tuberculose

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Medicina

Documento 1

Dessa forma, no Brasil a TB já é considerada um problema de saúde prioritário no país. Portanto, o tratamento dessa doença é presente na vida de diversas pessoas e este pode trazer impactos na contracepção de mulheres que fazem uso da Rifampicina, uma das drogas de escolha no tratamento da TB, e anticoncepcionais hormonais. Logo, o objetivo deste trabalho é descrever de que forma a Rifampicina na terapia contra a TB interage com os anticoncepcionais orais e injetáveis hormonais. Para tal foi realizada uma revisão na literatura de artigos na base de dados da Scielo, LILACS e PubMed publicados entre os anos de 2000 e 2018. Nesse contexto, foi percebido que a a Rifampicina interage com diversos medicamentos, inclusive os anticoncepcionais orais e injetáveis hormonais, de modo a reduzir a sua eficiência, pois esses medicamentos agem através da liberação de hormônios como o estrógeno e progesterona.

In this context, it was noticed that Rifampicin interacts with several medications, including oral contraceptives and hormonal injectables. reduce their effectiveness, as these drugs act through the release of hormones such as estrogen and progesterone. Rifampicin acts by inducing the hepatic microsomal system which intensifies the metabolism of contraceptives and may cause unwanted pregnancy. Therefore, other methods of contraception should be used during the treatment of TB, such as condoms, IUDs and other non-hormonal methods. So that, in addition to effective treatment, these women remain safe in their contraception, following their family planning. Dados epidemiológicos 11 5. Esquemas de tratamento 15 5. Planejamento familiar 16 5. O uso de anticoncepcionais hormonais 17 6. DISCUSSÃO E ANÁLISE DO PROBLEMA 17 6. OBJETIVOS 2. Objetivo Geral Descrever de que forma a Rifampicina na terapia contra tuberculose interage com Anticoncepcionais orais e injetáveis hormonais.

Objetivos Específicos Apresentar de que forma os tuberculostáticos interagem com contraceptivos; Compreender como o tratamento da TB pode influenciar no planejamento familiar; Sugerir métodos contraceptivos compatíveis com a terapia medicamentosa antituberculosa; 3. JUSTIFICATIVA A TB, apesar de epidemiologicamente, ser mais frequente em indivíduos do sexo masculino, artigos como o de Silva (2017), Análise espacial dos casos de tuberculose na Rocinha, apontam um crescente em incidência da doença em mulheres em idade fértil, principalmente em autointituladas negras ou pardas, de baixa renda, perpetuando o histórico da patologia, de atingir pessoas em possíveis situações de vulnerabilidade socioeconômica. Além disso, os antibióticos utilizados no esquema terapêutico da tuberculose, comprovadamente, possuem interações medicamentosas com anticoncepcionais orais convencionalmente prescritos, reduzindo a sua eficácia.

REVISÃO DA LITERATURA 5. Tuberculose A TB, anteriormente conhecida como tísica, é caracterizada por uma infecção causada pelo microrganismo Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch, contagiosa, cuja transmissão se propaga por via aérea, quando o ar é contaminado por gotículas expelidas, através do portador de TB pulmonar, ao tossir ou falar, e esses bacilos, sem contato da luz solar, podem sobreviver dispersos no ambiente por horas, assim aumenta a chance de uma pessoa sadia inalar essa bactéria e ela se instalar nos alvéolos, local em que pode se multiplicar e causar a primeira infecção. Por outro lado, a contaminação depende do tempo de exposição, tipo de ambiente partilhado, de preferência com pouca incidência solar e menor circulação de ar, sendo estas últimas condições que aumentam a transmissão, perfil de infecção do doente (BRASIL, 2018).

Em contrapartida, a infecção pelo Bacilo de Koch, não necessariamente significa que a tuberculose está ativa, pois o sistema imunológico é capaz de conter o curso dela, porém há alguns fatores que fazem a progressão da doença, conhecidos como fatores de risco para o desenvolvimento da mesma, como associação com uma infecção por HIV, utilização de medicamentos imunossupressores, bem como existe, no Brasil, algumas populações cuja vulnerabilidade ao adoecimento pós infecção é aumentado, por exemplo: pessoas vivendo em situação de rua, pessoas privadas de liberdade, indígenas. HIJJAR et al, 2001) Segundo o Manual de Recomendações para o controle da TB, do Ministério da Saúde: "[. mortes em 2013. Sendo aquelas em idade fértil as com maior propensão ao desenvolvimento da doença, impactando diretamente no bem-estar familiar e dos seus dependentes (TBAlert, 2018).

Ratificando a importância do equilíbrio familiar, o apoio destes para o enfrentamento da doença e a continuidade do tratamento, dado que a mulher assume o papel, muitas vezes, de cuidadora da casa e sua ausência traria um impacto emocional a estrutura do mesmo. Ainda são elencados pelo site alguns motivadores para o agravamento desses dados, por exemplo: linguagem e alfabetização, afirmando que há maior dificuldade de aprendizado de uma língua que não a de seu local de origem, resultando em morosidade para busca de cuidados médicos e entendimento de suas informações; responsabilidades familiares, com o compromisso do cuidado das crianças, recursos limitados, em que ocorre uma resistência a utilizá-los, resistência à práticas de autocuidado, e em ausentar-se de suas tarefas.

TBAlert, 2018) Por outro lado, com os dados da figura abaixo, é possível perceber que houve uma acentuação no número de casos registrados, reduzindo de 39,0 para 100. Esquemas de tratamento Desde 1940 que se iniciou a Campanha Nacional Contra a Tuberculose, nesse período foram utilizados dois medicamentos para o tratamento, a estreptomicina e o ácido p-aminossalicílico, dez anos depois, optou-se por utilizar o esquema isoniazida e estreptomicina. SILVA JR, 2004) Porém, em 1960, com a resistência bacteriana e crescente na mortalidade por TB, a escolha de tratamento foi por padronizar a isoniazida, estreptomicina e pirazinamida, durante 18 semanas, no esquema HSZ. Logo após, foi desenvolvida a terapêutica de curta duração, com 6 meses de medicações, utilizando a rifampicina, isoniazida e pirazinamida (RHZ), nos anos de 1980, uma formulação farmacêutica foi lançada, com associação de rifampicina e isoniazida, na tentativa de evitar uma posterior resistência microbiológica.

RABAHI et al, 2017) Enquanto em 2009, optou-se pela utilização de comprimidos de dose fixa combinada e adição do etambutol ao esquema RHZ. RABAHI et al, 2017) Dessa maneira, se consolidou o recurso terapêutico de acordo com a imagem 4. O que contrasta com países como a França em que a introdução do uso de anticoncepcionais ocorreu e levou a discussões e repercussões sobre gênero, reprodução e seus desdobramentos. PEDRO, 2003) 6. DISCUSSÃO E ANÁLISE DO PROBLEMA 6. Interação Rifampicina e contraceptivos Fármacos diversas vezes tem seus efeitos alterados pela presença de outro fármaco, alimento, bebida ou algum agente químico ambiental. Sendo essas alterações, as interações medicamentosas, uma causa comum de efeitos adversos. De acordo com alguns estudos, o uso da Rifampicina concomitantemente com os anticoncepcionais, predispõe a continuidade da ovulação, sangramentos e a falha na contracepção (SILVA; ROCHA, 2013).

Portanto, é percebido que há a possibilidade de ocorrer interações ao nível do metabolismo hepático entre os contraceptivos hormonais orais e medicamentos indutores das enzimas microssomais, como a Rifampicina, as quais poderão resultar na redução dos níveis dos hormônios e originar uma gravidez indesejada. COSTA, 2011). Um dos primeiros estudos que relataram a interação do anticoncepcional oral associado ao uso de antimicrobianos foi em 1971, quando Reimers; Jezek observaram uma maior incidência de sangramento intermenstrual em mulheres que utilizavam esses medicamentos contraceptivos associados ao uso de rifampicina. O sangramento intermenstrual é considerado, por muitos autores, como um sinal clínico de perda da eficácia contraceptiva. Assim, surge a importância de um bom planejamento familiar, na medida em que impede que o ciclo de desigualdades se repita.

Portanto, é necessário que as pacientes, a partir do momento em que iniciem o tratamento para a tuberculose, em concomitância com a prevenção da gestação, sejam educadas no sentido dos riscos de manter a sua anticoncepção com métodos mais compatíveis as terapias. Sendo sugerido as metodologias não-hormonais e/ou de barreira, bem como de esterilização, configurando-se os mais eficazes. Para tal, também, é imprescindível o apoio dos parceiros. REFERÊNCIAS WALDMAN, Eliseu Alves. TB a short History https://www. york. ac. uk/media/history/documents/globalhealthhistories/pdf/TB-A%20Short%20History. pdf ARBEX, Marcos Abdo et al. Interações Medicamentosas. ed. Barueri, São Paulo: Manole, 2006 BORGES, et al. Interação medicamentosa: antibióticos X contraceptivos orais. Dissertação (graduação). n 13, 2016. Disponível em: < http://portalarquivos2.

saude. gov. br/images/pdf/2016/marco/24/2016-009-Tuberculose-001. Brasília; Ministério da Saúde, 2002. Disponível em: < http://bvsms. saude. gov. br/bvs/publicacoes/caderno_atencao_basica. br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil. pdf>. Acesso em: 28/01/2019 BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Volume 19. Março, 2018. Disponível em: <http://portalarquivos2. saude. gov. Disponível em:< http://www. ufjf. br/nates/files/2009/12/06competencia. pdf>. Acesso em: 01/02/2019; HIJJAR, et al. Hardman Lee E. Limbird eds, 12ª edição Mc Graw Hill, 2012; PEDRO, Joana María. A experiência com contraceptivos no Brasil: uma questão de geração.  Revista Brasileira de História, v. n. Acesso em: 03/02/2019 MARCELINO E. H. P. A anticoncepção como instrumento do planejamento familiar e da saúde. Scientia Medica, Porto Alegre: PUCRS, v.

 Jornal Brasileiro Pneumologia, São Paulo, v.  n.  p. Disponível em <http://www. scielo. n. p.   REIMERS, D.  et al.  Rifampicin and the "pill" do not well together. Análise espacial dos casos de tuberculose na Rocinha, no período de 2007 a 2013. Dissertação (Mestrado) – Universidade federal do Rio de Janeiro. Programa de Pós-graduação em Enfermagem. Rio de Janeiro, 2017. Disponível em:< http://www. A importância do planejamento familiar com uso adequado dos métodos anticoncepcionais na Estratégia de Saúde da Família. TCC (especialização) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-graduação em Enfermagem. Linhas de Cuidado em Saúde Materna, Neonatal e do Lactante.

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