Influencia do bem estar animal na qualidade da carne de aves, suínos, bovinos e peixe.

Considerando essa popularidade em vendas, torna-se necessário avaliar o bem-estar das aves para garantir um produto final de alta qualidade, visto que as condições em que os animais estão inseridos e sua saúde mental e física influenciam diretamente na carne. Logo, Alves (2012) defende que o bem-estar e o desempenho produtivo deveriam ser sempre associados. Um impasse presente na produção avícola é a opinião do consumidor sobre a condição de vida das aves. Um estudo feito por Bonamigo et al (2012) afirmou que o bem-estar animal não é um fator muito considerado no momento de compra, mesmo que interfira na qualidade da carne. Os autores associam o resultado com a falta de informação do consumidor sobre o produto e torna-se claro a razão do negacionimo de alguns produtores com a saúde dos animais.

Todas essas etapas na produção avícola devem ser feitas por especialistas e lideradas por um líder, com o papel de observar e anotar toda e qualquer anormalidade. Owada et al. apud MELLO,2014) afirma que as aves necessitam de uma “zona de fuga”, ou seja, de um ambiente espaçoso. Uma situação de superlotação no galpão é motivadora do estresse, logo, completamente antagonista do bem-estar. Carvalho (2012) alega que a melhoria do bem-estar pode evitar a ocorrência de carnes PSE e DFD. Segundo Carvalho (2012), a utilização de menor iluminância na etapa pré-abate diminui consideravelmente o estresse das aves. Além de diminuir, também, a incidência de carnes de frango PSE. Ademais, de acordo com Mendes (2001 apud MELLO, 2014) o jejum deve acontecer desde a retirada da ração até a sangria, com a finalidade de esvaziar o intestino de maneira a diminuir a probabilidade das alças intestinais do animal se romperem e contaminarem a carcaça durante a evisceração.

Todavia, essa etapa não deve ultrapassar o prazo de uma noite pois pode ocasionar mal-estar na ave através da fome (CONTRERAS, 2002 apud MELLO, 2014). Figueira et al. Ademais, o veículo utilizado no transporte dos suínos é bastante citado na literatura em virtude de sua facilitação do bem-estar ou do estresse (LUDTKE et al. Conforme Faucitano (2001 apud COSTA, 2007), a etapa de transporte do suíno da granja ao frigorífico (embarque e desembarque) torna-se, geralmente, a mais estressante para o animal. Isso deve-se ao fato de que há uma interação do homem com o animal, nem sempre amigável, e pela utilização malmente adequada do choque elétrico. Além disso, Bench et al. apud LUDTKE et al. Levando em consideração esses aspectos, os autores concluem que a menor distância analisada dispõe de animais adoecidos com estresse agudo e a maior distância ocasionou perdas por estresse crônico e mortalidade (OCHOVE et al.

Não obstante, existe outro momento da produção suína que deve ser considerado ao analisar o bem-estar animal: o manejo pré-abate. Essa etapa é potencialmente capaz de fornecer estresse ao suíno, além de, apresentar possibilidade de ocasionar perdas qualitativas e quantitativas na suinocultura (FAUCITANO, 2001 apud COSTA, 2007). De acordo com Van der Wal et al. apud FILHO, 2000), a existência do estresse nos porcos no momento anterior ao abate pode ocasionar mudanças nas características do produto final. BONAMIGO, Anderson. et al. ​Atribuições da carne de frango relevantes ao consumidor: foco no bem-estar animal. ​Viçosa: Revista Brasileira de Zootecnia, 2012. CARVALHO, Rafael Humberto de. ​Goiânia: Enciclopédia Biosfera, 2014. FILHO, Luiz Carlos Pinheiro Machado. ​Bem-estar de Suínos e Qualidade da Carne: Uma visão Brasileira.

​Concórdia: 1ª Conferência Internacional Virtual sobre Qualidade de Carne Suína, 2000. LUDTKE, Charlí Beatriz. ​ Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2014. OCHOVE, Vivian Christina da Costa. et al. ​Influência da distância no bem estar e qualidade de carne de suínos transportados em Mato Grosso. Cuiabá: Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal, 2010.