Influência da mídia nos hábitos alimentares de crianças: uma revisão da literatura

Tipo de documento:Monografia

Área de estudo:Comunicações

Documento 1

reci. v5i3. ISSN 2238-3360 | Ano V - Volume 5 - Número 3 - 2015 - Jul/Set ARTIGO DE REVISÃO Influência da mídia nos hábitos alimentares de crianças: uma revisão da literatura Influence of media in eating habits of children: a sistematic review Mariane de Oliveira Milani¹, Letícia Garlet¹, Gabriela Guareschi Romero¹, Karen Mello de Mattos¹ ¹Centro Universitário Franciscano, Santa Maria, RS, Brasil. Recebido em: 17/07/2015 Aceito em: 03/09/2015 RESUMO marianemilani@hotmail. com DESCRITORES Criança; Publicidade de alimentos; Televisão. Exceto onde especificado diferentemente, a matéria publicada neste periódico é licenciada sob forma de uma licença Creative Commons - Atribuição 4. Internacional. org/licenses/by/4. Páginas 01 de 05 não para fins de citação INFLUÊNCIA DA MÍDIA NOS HÁBITOS ALIMENTARES DE CRIANÇAS: UMA REVISÃO DA LITERATURA Mariane de Oliveira Milani, Letícia Garlet, Gabriela Guareschi Romero, Karen Mello de Mattos.

INTRODUÇÃO MÉTODOS O crescimento e desenvolvimento do indivíduo ocorrem de maneira mais expressiva na infância. No Brasil, há legislações que regulamentam as propagandas veiculadas com alimentos. Uma delas apresenta os pontos a serem respeitados pelas empresas em relação aos alimentos ricos em gorduras, açúcares, sódio, ou seja, os de má qualidade nutricional. São descritos na resolução as definições do que são esses alimentos bem como os seus requisitos necessários para se apresentar durante a publicidade do produto. A elaboração de programas educacionais é uma das maneiras de ampliar e disseminar o conhecimento das crianças sobre nutrição e saúde. Possui o intuito de promover a formação de bons hábitos alimentares, prevenir doenças relacionadas à má alimentação e garantir qualidade de vida.

RESULTADOS Após o levantamento de dados selecionou-se 20 publicações apresentadas no Quadro 1. Dentre as publicações oito são brasileiras, três americanas, uma australiana, uma canadense, uma europeia, uma inglesa, uma iraniana, uma latino-americana, uma portuguesa, uma suíça e uma sul coreana. Utilizou-se tanto publicações originais como também revisões sistemáticas. DISCUSSÃO Atualmente é possível observar que existe um expressivo número de anúncios e propagandas na mídia sobre alimentos voltados ao público infantil. Este público consome cada vez mais o conteúdo que a mídia disponibiliza, principalmente através da televisão, um dos meios mais comuns deste tipo de mídia. KELLER; SCHULZ (2010)12 RODRIGUES; CARMO; BREDA; RITO (2010)13 ZIMMERMAN; BELL (2010)14 BARROSO; RODRIGUEZ; CAMACHO (2011)15 BOYLAND; HARROLD; KIRKHAM et al.

PEARSON; SALMON; CRAWFORD; CAMPBELL; TIMPERIO (2011)17 PIMENTA; MASSON; BUENO (2011)18 POWELL; SCHERMBECK; SZCZYPKA, CHALOUPKA, BRAUNSCHWEIG (2011)19 HENRIQUES; SALLY; BURLANDY,BEILER (2012)20 Objetivo Estabelecer uma relação entre o dinheiro gasto e o tempo em frente a televisão. Investigar a composição de produtos anunciados durante programas infantis. Fazer uma revisão sobre o marketing de gêneros alimentícios dirigido a crianças e a relação com a obesidade infantil. Associar a frequência com que assiste televisão com o Índice de Massa Corporal (IMC). Aplicação de um filme com intervalos onde se exibia anúncios de brinquedos (grupo controle) ou de alimentos (grupo experimental). Foi aplicado questionário sobre o costume de assistir televisão. Entrevista com os pais de filhos de 5-6 anos e 10-12 anos a respeito do tempo gasto assistindo televisão e hábitos sedentários em casa.

Gravação das propagandas transmitidas em canais aberto no período de férias escolares. Análise das propagandas exibidas na televisão. COSTA; HORTA; Analisar os tipos de alimentos As propagandas foram classificadas segundo SANTOS (2013)24 veiculados em propagandas da os grupos alimentares do Guia Alimentar para a televisão aberta. População Brasileira. GALLO; GALLO; Compreender sobre a influência da Análise de entrevistas aos cuidadores de CUENCA (2013)25 televisão nos hábitos alimentares de crianças a respeito dos hábitos alimentares das crianças a partir da percepção dos crianças. cuidadores. GREGORI; BALLALI; Avaliar se os brinquedos adquiridos As crianças foram divididas em dois grupos, uma GAFARE; CASELLA; com alimentos incentivam o consumo recebeu o alimento com um brinquedo associado STEFANINI; ALVES; do alimento.

Resultados Os produtos mais adquiridos foram lanches e doces. A maioria referiu assistir TV em quatro ocasiões ou mais por dia. Apenas 26,4% dos anúncios eram de alimentos onde a maioria era de restaurantes fast food ou doces. Existe alguma evidência de que o marketing influencia as crianças em suas escolhas, sendo este uma influencia para o aumento da obesidade infantil. Não há evidencias suficientes que comprovem que a televisão contribui significativamente para a obesidade. Os refrigerantes e sucos artificiais são os de maior representatividade e os produtos in natura obtiveram menor representatividade. Nas duas escolas, a maioria das crianças entrevistadas referiu assistir TV sempre que possível, sem sentir controle dos pais. Verificou-se predominância de produtos pertencentes aos grupos dos “açúcares e doces” e “óleos, gorduras”.

Os cuidadores perceberam que as decisões de compra da família passam a ser reguladas pelas solicitações das crianças motivadas pelas propagandas televisivas devido à influência deste veículo midiático. Não houve relação entre maior consumo e a presença de brinquedo junto ao alimento. forem destinados às crianças. Observa-se também uma diminuição da exibição de alimentos não saudáveis se comparado com estudos passados, no entanto há um aumento nos anúncios de fast food. Dentre os principais apelos usados pelos anunciantes de televisão e internet pode-se destacar o estímulo do objeto de comer, a ilusão/fantasia, a família/amizade, curiosidade e o sabor do alimento juntamente com outros meios como personagens animados, músicas ou o prazer que o alimento causa.

Mas nem sempre a associação com algum brinquedo ao alimento causa maior consumo do produto. Apelo nutricional, preço e conscientização são temas menos cultuados nos comerciais. Os pais de crianças mais novas foram aqueles que mais incentivaram o comportamento sedentário como forma de recompensa através da televisão, computador ou jogos. Já os pais de crianças mais velhas foram os que mais demonstraram preocupação em relação ao tempo que os filhos gastam assistindo televisão. Conforme pesquisa realizada em Florianópolis com 111 alunos de rede pública e privada, aqueles que percebiam maior controle dos pais em casa assistiam menos televisão e consumiam menos alimentos considerados como não saudáveis além de gastarem menos dinheiro em alimentos. Este hábito de receber dinheiro dos pais é comum a partir de um certo período da infância, adquirindo assim certa independência nas escolhas de compra tanto alimentícias como as demais (jogos, brinquedos, roupas).

Rev Epidemiol Control Infect. Ainda há certa falha na regulamentação dos anúncios de alimentos. Existem diretrizes e normas em alguns países, no entanto pesquisas demonstraram que não há efetividade no cumprimento dessas medidas. A fim de evitar problemas futuros à saúde do público infantil esta regulamentação deveria ser realizada de forma mais clara e com punições mais rígidas. Entretanto em um estudo sul coreano comparou-se as mudanças nos comerciais antes e após a implantação de regulamentação para alimentos não saudáveis (ricos em açúcares, calorias e gorduras) e percebeu-se que houve diferença. Após a nova regulamentação a frequência de comerciais diminuiu significativamente. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Políticas de Saúde.

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