INFLUÊNCIA DA CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA DO COLESTEROL HDL NO IMPLANTE DE EMBRIÕES DE VACAS RECEPTORAS

Tipo de documento:Dissertação de Mestrado

Área de estudo:Medicina

Documento 1

Iv ABSTRACT. V LISTA DE ILUSTRAÇÕES. Vi LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS. Vii INTRODUÇÃO REFERENCIAL TEÓRICO trandferência de embriões e fatores que afetam a técnica importancia da progesterona na mautenção da gestação colesterol colesterol hdl. CAPÍTULO 1 - influência da concentração plasmática do colesterol hdl no implantede embriões de vacas receptoras Resumo Abstract Introdução Materiais e Métodos  Localização, animais, transferência de ebriões e diagnóstico de gestação  Dosagens de colesterol hdl e progesterona  delineamento experimental  análises estatísticas  resultados discussão conclusões suporte financeiro referências bibliográficas INTRODUÇÃO A pecuária brasileira passa por relevantes transformações devidoa grande concorrência e exigência tanto do mercado interno, quanto externo.

Contudo, a técnica de transferência de embrião, apresenta algumas limitações assim como qualquer outra dentro da pecuária. Alguns fatores podem interferir na taxa de gestação das receptoras destes embriões. Segundo Spell e colaboradores (2001), aspectos pertencentes ao embrião, ao ambiente uterino e, sobretudo, às variáveis relacionadas ao processo de inovulação são pontos importantes que envolvem o desenvolvimento do mesmo. É necessário melhorar a eficiência reprodutiva da fêmea receptora, para se obter menor taxa de perdas embrionárias, consequentemente menor perda financeira ao produtor. REFERENCIAL TEÓRICO Transferência de embrião e fatores que afetam a técnica A transferência de embrião (TE) é uma técnica biotecnológica aplicada aos rebanhos bovinos com o objetivo de melhoramento genético.

Figura 1 – fórmula molecular da progesterona (Spinosa et al. A P4 é um hormônio esteroide, de meia vida curta, lipossolúvel e derivada do colesterol. Assim como a maioria dos hormônios esteroides presentes no sangue, a progesterona se encontra ligada a proteínas como a globulina, uma importante proteína transportadora deste hormôio (Swenson; Reece, 1996). A progesterona atua com frequência em sinergia com o estrógeno (E2), exercendo várias funções no crescimento das glândulas endometriais e lóbulo-alveolar da glândula mamária, na atividade secretora do oviduto e das glândulas endometriais para fornecimento de nutrientes para o desenvolvimento do zigoto antes da sua implantação, na inibição da contração uterina durante a gestação e na regulação da secreção de gonadotrofinas (Swenson; Reece, 1996).

De acordo com Binelli (2000), o ambiente uterino corretamente preparado pela P4 fornece as condições mais favoráveis para o desenvolvimento do concepto. Porém, ainda não foi estabelecida uma concentração ótima de P4 para melhorar a taxa de prenhez nas vacas. Para O'Callanghan e Bolanda (1999), possíveis alterações na concentração de progesterona no início do desenvolvimento embrionário podem resultar na morte e/ou degeneração do embrião. Figura 2 – Complexo esteroide-receptor citoplasmático (Addson Wesley Longman, 1999) Colesterol Colesterol é uma molécula que pertence ao grupo de esterois, que são compostos esteroides combinados com álcool (Figura 3). Segundo Scartezini e colaboradores (1997), o colesterol pode apresentar-se de duas formas, sendo elas a forma livre (forma funcional, componente estrutural das membranas celulares e na superfície da lipoproteína) ou esterificada (forma de armazenamento, encontrada no interior das células ou no interior das lipoproteínas).

Figura 3 – Estrutura molecular do colesterol. Tais dietas alterariam o nível do principal substrato, aumentando o nível de colesterol no plasma e, com isto, a liberação para o tecido ovariano aumentando a concentração de colesterol no fluido folicular e no corpo lúteo (Grummer; Carroll, 1991; Staples et al. Relatos demonstram ainda que o aumento de colesterol possa elevar a taxa de gestação por reduzir o número de CLs subfuncionais, aumentando, assim, o período de vida dos CL funcionais nas fêmeas bovinas. Os autores sugeriram que este fenômeno poderia ser resultante do aumento das células da teca e da granulosa ocorrido antes da ovulação, o que levaria ao aumento da capacidade esteroidogênica (Ezzo; Hegazy, 1999). O colesterol é o substrato utilizado pelas células luteínicas para a produção de progesterona e, nos bovinos, a lipoproteína de alta densidade (HDL) é a principal fonte deste metabólito de acordo com Grummer e Carrol (1988), sendo a mais abundante no plasma folicular.

A concentração sérica de colesterol apresenta padrão cíclico, segundo Talavera e colaboradores (1985), com uma redução na fase luteínica, que de acordo com Christie e colaboradores (1979), deve-se ao fato de ser utilizada como substrato para a síntese de progesterona. FL = fosfolípides; apo = apoproteína; CL = colesterol; CE = colesterol esterificado; TG = triglicéris. Nas células luteínicas, o colesterol é utilizado para a síntese de progesterona, e nos bovinos a lipoproteína de alta densidade (HDL) é a principal fonte desse metabólito. Para Hawkins e colaboradores (1995) e Williams (2001), as HDL parecem ser as únicas lipoproteínas com acesso ao compartimento intrafolicular. Estas representam cerca de 80% da massa total de lipoproteínas no soro bovino, e foi demonstrado que tanto as HDL como as LDL regulam de forma diferenciada alguns aspectos do crescimento e do metabolismo das células da teca, da granulosa e luteais em bovinos.

De acordo com Willians (2001), em células de bovinos a capacidade das HDL de estimular a produção de progesterona e androstenodiona é mais potente e, aparentemente, as LDL atenuam a produção de P4 estimulada pelas HDL. Função do interferon-tau durante o reconhecimento materno da gestação em ruminantes. Ciência Rural, v. n. p. Armstrong DG, Gong JG, Gardner JO, Baxter G, Hogg CO, Webb R.  Theriogenology, 42:1263-1274.   Binelli, M. Guzeloglu A. Badinga L. Arnold, D. Endogenous progesterone during luteal phase before insemination influences embryo recovery in lactating dairy cows. J Anim Sci, v. p. Bruss, M. L. San Diego: Academic Press, 2008. p. Christie, M. H. Strauss, J. Tese (Doutorado em Zootecnia) - Universidade Federal de Viçosa, 1991.   Diskin, M. G. Morris, D. G. Anim. Sci, v. p. Ezzo OH, Hegazy MA.

Effect of dietary fat on ovarian and metabolic response of heifers suffering from ovarian inactivity. f. Dissertação (Mestrado) – Departamento de Zootecnia, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 1994. Funston RN. Fat supplementation and reproduction in beef females. J Anim Sci, v. Gonçalves, Paulo Bayard Dias, José Ricardo de Figueiredo, Vicente José de Figueirêdo Freitas. Biotécnicas aplicadas à reprodução animal. ed. São Paulo: Roca, 2008. González, F. Effects of dietary fat on metabolic disorders and reproductive performance of dairy cattle.  J. Dairy Sci. v. p. CARROLL, D. J. A review of lipoprotein cholesterol metabolism: Importance to ovarian function.  J. Anim. Anim. Sci. IETS. Statistics of Embryo Collection and Transfer in Domestic Farm Animals. Embryo Transfer Newsletter, v. Kaneko, J. J. Harvey, J. W. Bruss, M. th ed.

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O. Dukes - Fisiologia dos animais domésticos. Sci. Wagtendonk-Deleeuw, A. M. Mulaart, E. De Roos, J. Uberlândia: Conapec Jr; Botucatu: UNESP, 2001. p. CAPÍTULO 1 – INFLUÊNCIA DA CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA DO COLESTEROL HDL NO IMPLANTE DE EMBRIÕES DE VACAS RECEPTORAS ‘‘Influence of the plasmatic concentration of HDL cholesterol in the implant of recipient cow embryos’’ O presente artigo encontra-se de acordo com as normas da submissão exigidas pelo periódico Revista Brasileira de Zootecnia. qualis B1. A ser submetido. br José Antônio Dias GarciaII jose. garcia@unifenas. br Afiliação dos Autores: IMestrando do Programa Reprodução, Sanidade e Bem-Estar Animal. Universidade José do Rosário Vellano - UNIFENAS. Alfenas (MG) Brasil. O diagnóstico de gestação foi realizado no dia 30 pela visualização da vesícula embrionária com ultrassom DP 2200vet (Mindray®).

Foram retiradas amostras de sangue da veia coccígea, no momento da transferência dos embriões. O material foi centrifugado e os soros separados logo após a coleta foram enviados ao laboratório de análises clínicas Sertoli Medicina Laboratorial – Belo Horizonte, para mensuração de HDLc e P4. O teor de HDLc não diferiu entre as vacas de prenhez positiva ou negativa. Quanto à categoria animal, houve uma correlação negativa com o HDLc, porém a concentração de P4 foi semelhante. The HDLc content did not differ between positive and negative pregnant cows. As for the animal category, there was a negative correlation between HDLc, but the P4 concentration was similar. However, the gestation rate differed between the lots, being higher in lot 2 and 3 compared to lot 1 and the P4 concentration was higher in lot 3 with a higher gestation rate (62.

compared to the others lots (45. and 20. Estudos mostraram que o aumento da concentração plasmática de colesterol-HDL (HDLc) pode contribuir no combate ao estresse oxidativo, aumentar a síntese de progesterona (P4) do corpo lúteo (CL) (Grummer Carrol, 1988), aumentar a síntese folicular ovariana (LUCY et al. a), ter ação benéfica no eixo hipotalâmico-hipofisário-ovariano (LUCY et al. c; THOMAS e WILLIAMS, 1996). Ademais, o HDL é considerado a mais importante substância antioxidante e anti-inflamatória endógena nos animais. Portanto, avaliar as concentrações plasmáticas de HDLc nas receptoras de embriões é de grande importância para a seleção da receptora e, além disso, pode contribuir para o aumento das taxas de prenhez. Em todos os experimentos as fêmeas foram submetidas a exames clínicos do sistema genital por via retal, com avaliação da cérvix (fácil ou não transposição da mesma), tônus do útero, (classificado de acordo com o grau de contratilidade dos cornos uterino), avaliação dos ovários e examinados por ultrassonografia utilizando-se um aparelho de ultrassom DP 2200vet (Mindray®) com transdutor linear de 5 a 10 MHz para se detectar a presença de um corpo lúteo (CL).

Não foram utilizadas neste estudo receptoras que não apresentaram tecido luteal ou um CL com pelo menos 13 mm, ou estiveram fora do padrão desejado e/ou apresentaram algum problema clínico que as tornassem inaptas para a TE. Os embriões foram mantidos a 37oC em equipamento próprio para o transporte até o momento da transferência (transferidos a fresco). Foi analisado também o escore de condição corporal (ECC) das receptoras com uma avaliação numa escala de 1 a 5, onde 1 é muito magra e 5 muito gorda, entrando no programa apenas animais com classificações de 2 a 4. Após a seleção das receptoras, as mesmas foram submetidas à anestesia epidural baixa, recebendo 3 ml de lidocaína a 2% sem vasoconstritor. ◦ Análises estatísticas Foi avaliada taxa de gestação em função dos efeitos principais e concentração de HDLc, P4 e ECC, bem como a interação entre estes efeitos.

No delineamento experimental o lote (PRECISA INSERIR QUAL LOTE FOI ESSE: 1, 2 OU 3?) (tendo em vista que os lotes foram de fazendas diferentes) foi considerado bloco. O modelo foi analisado utilizando a estatística de Kruskal Wallis. As variáveis independentes (concentração de HDLc, concentração de P4, ECC e vacas e novilhas) foram correlacionadas entre si e com a variável resposta taxa de gestação. O valor de r das correlações e sua probabilidade foram obtidos pelo Proc. Tabela 1. Concentrações de colesterol-HDL, P4 e ECC por taxa de prenhes DG N HDLc P4 ECC 0 51 58,7±15,7 5,6±3,8 3,2±0,4 1 37 53,0±13,0 6,5±2,9 3,2±0,3 0 = prenhez negativa 1= prenhez positiva Independente do lote houve correlação negativa entre HDLc e a categoria animal. Esse fato foi explicado pela baixa concentração (P<0,01) de HDLc analisado em novilhas em relação às vacas.

No entanto, a concentração de P4 foi semelhante (P<0,2) entre as categorias utilizadas. Adicionalmente as novilhas apresentaram uma média de condição corporal maior (P<0,02) que a das vacas. LOTE N HDLc P4 ECC 1 29 69,3±10a 5,2±2,9 b 3,1±0,6ab 2 35 47,6±14,c 5,7±3,5 b 3,3±0,2 a 3 24 53,5±8,0b 7,4±3,6 a 3,1±0,2b O HDLc não apresentou correlação com a progesterona e a taxa de prenhez, contradizendo Santos (1998) e Funston (2004), que afirmam que uma maior concentração de colesterol resulta em um aumento de progesterona, com consequente aumento da taxa de prenhez. A concentração de progesterona interferiu na taxa de gestação, o que condiz o que foi dito por Mann e colaboradores (2006). Discussão O presente estudo mensurou níveis séricos de HDLc e P4 no momento do implante dos embriões em vacas receptoras e posterior correlação entre tais níveis e a taxa de prenhez da fêmea.

O corpo lúteo (CL) é o local de predominância de produção de P4 em vacas em estado de prenhez ou não, em um processo que depende do transporte de colesterol para o interior das membranas mitocondriais, nas quais será convertido em pregnenolona, o precursor da P4 (DIAS et al. Entretanto, por mais que o CL seja o principal responsável pela produção de P4, não há correlação entre o tamanho do CL e o nível de produção de P4 (NASCIMENTO et al. Suporte Financiamento Este trabalho teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e Biotran LTDA. Referências Bibliográficas Chebel, R. C. Al-Hassan, M. J. L. et al. Regulation of progesterone and prostaglandin F 2α production in the CL.

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