IMPORTÂNCIA SOBRE OS ESPAÇOS LIVRES NO BRASIL

Elemento presente nas esferas de vida pública e de vida privada, reflete a dinâmica de uma urbe, com influências na economia, no lazer, na arte, no esporte e na cultura. Fato gerador de memórias e histórias de um povo, influi diretamente na forma da ocupação territorial de um lugar e faz parte do desenho urbano composto de imagens e paisagens. De forma geral, o passado ficou registrado nas ruas, por meio da arquitetura e da memória das pessoas que em algum período ocuparam aquele lugar. O tempo atual é resultado da sucessão dos eventos constantes da história diária vivida pelos habitantes e transeuntes das ruas, que em muitos casos tornaram-se avenidas. Um exemplo de evento tecnológico transformador ocorreu no Rio de Janeiro em 1854: os lampiões de azeite da iluminação pública das ruas deram lugar à iluminação a gás, enquanto a luz elétrica nas ruas chegou somente em 1904.

Muitas cidades litorâneas, como Recife, Rio de Janeiro, Fortaleza, Natal, Santos e Salvador, também possuem calçadões que seguem a orla marítima. Muitas cidades do interior brasileiro também adotaram os calçadões em áreas centrais. Interessante as woonerfs - são vias públicas onde os pedestres e ciclistas têm prioridade sobre os automóveis e motocicletas, ou seja, uma rua prioritariamente para pedestres. Vem do conceito holandês de ruas compartilhadas criado na década de 70 e ainda inexistente no Código de Trânsito brasileiro, o que dificulta sua implementação, de acordo com Januzzi (2006). É ainda uma ideia pouco nítida no Brasil, criada em cidades europeias, várias vias de cidades brasileiras já carregam timidamente peculiaridades de woonerf, caso da rua Avanhandava na capital paulista.

O primeiro se constituiu em São Paulo na Rua Amauri, no bairro Itaim Bibi. As cidades brasileiras apresentam um número expressivo de belos projetos de parques urbanos, com variedade de estilos, poderia ser um capítulo à parte. No Rio de Janeiro surgiram os primeiros parques públicos urbanos do Brasil – Passeio Público (1783); Campo de Santana (1873) e o Jardim Botânico (1880), mas atualmente se espalharam até por médias e pequenas cidades, tem ótimos e variados tipos de parques, com diferentes traços e finalidades, geralmente administrados pelo município. Por fim, o objeto “A importância sobre os espaços livres no Brasil" é vasto e inesgotável, esse trabalho delimitou-se em descrever os espaços livres urbanos, em contrário, poderia enveredar pelo início do processo desde a divisão das capitanias hereditárias.

O formato do texto traz a conceitualização primária, de certa maneira superficialmente lúdica dos termos, entretanto, não há como deixar de referenciar alguns fatores socioeconômicos decorrentes desse processo. f. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. MACEDO, S. et al. Espaços livres e espacialidades da esfera pública: Uma proposição conceitual para o estudo de sistemas de espaços livres urbanos no país. QUEIROGA, Eugenio. A megalópole e a praça: O espaço entre a razão de dominação e a ação comunicativa. Tese (Doutorado) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001.