HOME OFFICE E O EMPREENDEDORISMO: ALTERNATIVA PARA O TRABALHO E PARA OS NEGÓCIOS

O artigo vai demonstrar que a prática do home office traz vantagens e desvantagens, tanto para as organizações que o adotam como método de trabalho, quanto para os seus colaboradores inseridos no teletrabalho. Palavras-Chave: Empreendedorismo. Home Office e Empreendedorismo. Teletrabalho. INTRODUÇÃO O empreendedorismo tem um papel fundamental tanto na criação de novos negócios como no crescimento dos que já estão no mercado. A metodologia utilizada foi uma pesquisa bibliográfica, com levantamento em livros e artigos científicos publicados sobre o tema, buscando conceituar o empreendedorismo e sua importância nas organizações, bem como a forma de trabalho baseada no home office. Considerando as novas formas de utilização do capital humano nas organizações, e a necessidade de inovação destas frente às exigências competitivas do mercado, torna-se importante o estudo tanto do empreendedorismo como das novas possibilidades trabalhistas permitidas através do trabalho home office, podendo assim, colaborar tanto com as organizações, quanto com as pessoas, para que evoluam em suas capacidades produtivas e operacionais.

O EMPREENDEDORISMO NAS ORGANIZAÇÕES O empreendedorismo desenvolve um papel fundamental na economia e na sociedade. É através dele que novos negócios surgem, que outros são aprimorados ou adequados para atender ou criar uma necessidade, enquanto que produtos e serviços inovativos surgem diante da ação do empreendedor. Dentro deste contexto, mesmo os negócios pequenos podem apresentar uma postura empreendedora, conforme o artigo mostra a partir deste tópico. Quanto à inovação, Carstens e Fonseca (2019) dizem que a palavra é por si só explicativa, denotando a possibilidade de criar ou desenvolver maneiras de atender atividades com demandas de soluções novas, mas não significando que deva ser algo criado do zero. A inovação representa uma ideia que embora já desenvolvida e aplicada em certo contexto, pode ser de alguma forma melhorada e adaptada a uma nova realidade.

Desta maneira, a inovação está presente tanto em contextos onde ainda não há o atendimento de uma proposta, quanto em situações que carecem de aprimoramento ou incentivo podendo ser posta em prática ou aprimoradas em novos negócios. Segundo Ayres (2019, p. “Inovar, então, significa colocar algo novo ou de um jeito novo em ação, criando, para isso, possibilidades ainda pouco ou nada exploradas, podendo gerar uma atitude ou produto diferente da maioria do que se vem observando ser feito”. Em culturas empreendedoras as pessoas são motivadas à agir empreendedoramente em ambientes adequados quanto à estrutura, processos e pessoas, revertendo em mais influência no meio onde estão inseridas (GONÇALVES, 2014). Na atualidade, investir em empreendedorismo é uma questão essencial para a sobrevivência dos negócios no mercado, dado ao atual avanço tecnológico e à velocidade e alcance das informações, que tornam imprescindível que as organizações estejam constantemente revendo seu papel de atuação e alcance.

Hisrich, Peters e Shepherd (2009) relacionam o empreendedorismo como um fator de desenvolvimento econômico e social, tanto para países, como para organizações e demais sistemas, dado à sua capacidade de gerar riquezas e desenvolvimento. Anexados ao seu conceito, o empreendedorismo incorpora a existência de habilidades, atitudes e comportamentos, que inerentes ao indivíduo empreendedor, são capazes de transformar uma realidade mais difícil em uma solução inovadora. Voltando à Dolabela (2006), este transfere ao empreendedorismo um papel fundamental nas economias, pois a partir dele é possível a criação de novos negócios e o crescimento dos já existentes. Conhecer o ambiente que cerca o negócio é de excepcional importância para estudar, planejar, prever cenários, avaliar e melhorar as opções que podem fazer a diferença na sobrevivência da empresa.

EMPREENDENDO COM PLANEJAMENTO E ESTRATÉGIA Formular estratégias e planejar a melhor direção à seguir deve fazer parte da rotina dos gerentes, ou daqueles que possuem responsabilidades empresariais, pois num cenário altamente competitivo, onde o avanço tecnológico e a dinâmica do mercado fazem tudo acontecer de forma muito rápida, a falta de planejamento pode colocar em risco a continuidade de uma organização. A formulação de estratégias nas empresas Os autores Chiavenato e Sapiro (2003) referem que a Estratégia Empresarial se trata de uma vantagem competitiva da organização. Assim, a importância do planejamento organizacional é levar a empresa a ganhar, de maneira eficiente, uma vantagem sobre seus concorrentes. Nas palavras dos autores, “a estratégia corporativa significa a tentativa de alterar o poder de uma empresa em relação ao de seus concorrentes, da maneira mais eficaz” (CHIAVENATO; SAPIRO, 2003, p.

Por isso, a direção deve constantemente reavaliar as atividades o acompanhar os resultados, interferindo quando necessário. Normalmente as organizações possuem um planejamento estratégico, algumas de maneira formal, e outras mais informalmente, e neste caso, as estratégias ficam implícitas, permanecendo como uma orientação na mente dos líderes empresariais, conforme Maximiano (2009), sendo este fato mais presente nas pequenas e médias empresas, pois nas grandes empresas, devido a complexidade dos negócios e a força dos seus concorrentes, necessitam trabalhar com planejamento bem estipulado. Segundo Oliveira (2009), as empresas podem iniciar o seu processo de planejamento estratégico através da análise ambiental, que serve para elaborar as estratégias empresariais na busca pelos objetivos traçados pelas empresas. O objetivo de monitorar os ambientes externo e interno é o de identificar os riscos e as oportunidades do presente e do futuro que influenciam as metas das empresas, segundo Kotler (2005).

É através do Planejamento Organizacional que as medidas necessárias são analisadas, implementadas e monitoradas para que a organização, mediante a estratégia escolhida, atinja os objetivos propostos, e marque um diferencial no mercado. É uma modalidade relativamente recente, que surgiu basicamente a partir dos avanços tecnológicos que permitiram mais acessibilidade e conectividade, fazendo possível que sejam ligadas pessoas entre si e com as organizações, contribuindo para isso algumas atividades que podem ser resolvidas e prestadas à distância. No Brasil, a Lei que ampara o trabalho em home office é a Lei 12. que reconheceu o trabalho prestado como teletrabalho na mesma proporção que o trabalho presencial é reconhecido (ALMEIDA, 2019). Na transcrição da Lei, o relator fez questão de verificar a não distinção entre o trabalho realizado no ambiente do empregador com o que é realizado no domicílio do empregado, ou seja, realizado à distância, desde que caracterizada a relação de emprego seja por via contratual ou com carteira de trabalho assinada.

Na atualidade, enquanto as empresas buscam formas de se adaptarem às novas exigências dos mercados produtor, diante das tecnologias que podem trazer mais vantagens a uns que outros, e consumidor, tendo em vista os novos comportamentos apresentados por este quanto às exigências de maior qualidade e durabilidade, com menor preço, é que procuram a cada dia novas formas de proceder em suas atividades de maneira que sejam economizados os recursos disponíveis, atendidas as demandas e necessidades dos usuários, e enfrentado o cenário de complexidade apresentado pela concorrência. No Quadro 2 são apresentadas algumas vantagens e desvantagens que podem ser citadas para o empregado, diante da realização do teletrabalho como modalidade laborativa. Desta maneira, as vantagens e desvantagens seriam: Vantagens Desvantagens Flexibilização de horário; Tendência a trabalhar mais; Melhora na conciliação vida familiar – trabalho; Desmobilização do trabalhador, enquanto classe; Adaptação do trabalho ao biorritmo; Sensação de isolamento social; Possibilidades de trabalho para portadores de necessidades especiais, como problemas de locomoção, ou mesmo que precisem cuidar de familiares em casa; Motivação para inserir a nova modalidade de trabalho na vida familiar.

Necessário adaptação do novo tipo de trabalho; Melhora do humor pela diminuição do estresse, por cobranças e meios de locomoção; Perda de benefícios e facilidades oferecidos pela empresa, como uniforme, ambiente limpo e organizado, tempo livre de descanso; Quebra da rotina (mudança do sistema de trabalho); Aumento da produtividade (para muitos casos); Flexibilidade para a realização de outras atividades; Economia de recursos com deslocamento para o trabalho; Pode haver necessidade de apresentar outras habilidades além das já praticadas, como a adaptação ao ambiente remoto, autodisciplina, organização, atingimento de metas, ausência de supervisão direta, adaptação, dentre outras; Mais autonomia para o trabalho; Possibilidades de fazer seu cronograma de atendimento; Evitamento de distrações (escritórios lotados); Possibilidades de trabalhar para qualquer empresa do mundo, de qualquer distância; Quadro 2 - Vantagens de desvantagens do home office para o empregado Fonte: a partir de Almeida (2019, p.

Hara (2011, p. Almeida (2019) cita que para os empregados o trabalho home office apresenta alguns benefícios, e cita o caso dos transportes sempre lotados e das intermináveis horas em que os funcionários, principalmente dos grandes centros gastam para se deslocarem de casa para o trabalho e vice versa. Este fato colabora para a internacionalização dos negócios e a expansão das empresas. As tecnologias mais usadas no trabalho home office, segundo Luna (2014) são computadores, tablets, smartfones e celulares, que promovem a comunicação instantânea, além de possibilitarem a automação de procedimentos no desenvolvimento das atividades. Segundo Hara (2011), o uso de uma rede WAN é mais vantajoso do que a rede pública para acesso à internet, pois gera mais confiabilidade, desempenho e segurança, o que pode garantir mais tranquilidade à empresa e aos colaboradores envolvidos.

Importante considerar que o desempenho do colaborador também depende muito do software trabalhado pelo cliente, pois além das questões de conforto, segurança e qualidade na questão pessoal, que podem ser resolvidos mediante móveis adequados e um ambiente propício ao trabalho, oferecer condições que priorizem a velocidade, agilidade e qualidade nos serviços faz toda a diferença para elevar as atividades desenvolvidas e aumentar as chances de sucesso da modalidade de trabalho, representada pelo home office. Empreendedorismo no Home Office O teletrabalho está sendo usado em todo o mundo, em economias mais desenvolvidas e com um grau maior de aderência. Com o objetivo de refletir sobre a adequação das atividades a serem desenvolvidas nas empresas ao uso do trabalho remoto como empreendedorismo nas organizações, a pesquisa discorreu sobre o conceito de empreendedorismo, demonstrando que uma das suas premissas é a busca por soluções inovadoras para as empresas, podendo ser elas a melhoria dos produtos e serviços, ou mesmo a implantação de tecnologias administrativas ou operacionais que visem criar valor para os negócios e para as pessoas envolvidas.

Junto ao conceito levantado sobre empreendedorismo, que segundo a pesquisa trata-se do uso de ações para organizar, controlar, e agilizar negócios nas empresas, de forma particular e característica de cada tipo de organização, onde a inovação é um tema constantemente abordado, e no seu significado estão elementos relacionados à tecnologia, ao Marketing, à produção e gestão de produtos e serviços, além de mudanças nas rotinas de recursos humanos. Além da inovação, os negócios empreendedores costumam inserir em sua rotina fatores como atitudes, proatividade e iniciativa, voltados a atender as demandas dos clientes e a melhoria dos negócios já existentes. Nesta pesquisa, o home office, ou trabalho remoto e teletrabalho como também é conhecido, foi abordado como um tipo de trabalho que vem sendo realizado, onde a característica principal é a realização das atividades da empresa de forma remota, ou seja, a partir da residência ou de outro local escolhido pelo funcionário, mas excetuando-se a infraestrutura física da empresa para a qual trabalha.

O home office é realizado a partir de conexão com a internet e com a utilização de outras tecnologias e aparelhos que permitam a realização do trabalho. Diante das transformações sofridas pelo ambiente organizacional devido aos avanços tecnológicos e ao desenvolvimento das economias mundiais via efeito da Globalização, impera a necessidade das organizações se adaptarem a esta nova realidade, usando de criatividade e inovação no desenvolvimento de seus produtos e na prestação de serviços, de maneira a agregar valor ao cliente que já não procura somente preço e qualidade, mas uma gama de opções para usufruir juntamente com a aquisição dos produtos. Na era do conhecimento, o uso das tecnologias são extremamente importantes para a qualidade dos serviços e produtos ofertados, bem como para atender a rotina de atividades necessárias nas organizações, encurtando distâncias, agregando valor à empresa e aos clientes da mesma, trazendo vantagens competitivas as organizações empreendedoras.

O empreendedorismo tem sido para muitos empreendedores a oportunidade de por sonhos em prática, aproveitando as oportunidades de mercado de forma inovadora, lançando novos produtos e serviços, ou concretizando negócios, enquanto que para outros, torna-se uma oportunidade de continuar no mercado de trabalho, construindo por conta própria um negócio e assim conseguir condições de sobrevivência para o indivíduo empreendedor e para os seus. Por fim, este artigo oportuniza a continuidade dos estudos na área, abordando novos temas dentro do macro tema Empreendedorismo, de maneira que possam ser relevantes para enriquecer os conhecimentos sobre este. Como o estudo demonstrou, o empreendedor tem se tornado um gerador de emprego e renda, e estudar as maneiras como este fator acontece, as tendências futuras, os meios mais utilizados para empreender, bem como as novidades e tecnologias mais usadas para este fim, tornam-se possibilidades de novos estudos.

Maringá: Unicesumar, 2019, p. BATEMAN, Thomas S; SNELL Scott A. Administração: novo cenário competitivo. Tradução: Bazan Tecnologia e Lingüística Ltda. Revisão técnica: Jose Ernesto Lima Gonçalves. T. MACEDO. F. M. F. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2000. CHIAVENATO, I. SAPIRO, A. Planejamento Estratégico. São Paulo: Editora de Cultura, 2006. DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo corporativo: como ser empreendedor, inovar e se diferenciar em organizações estabelecidas. scielo. br/pdf/rae/v40n3/v40n3a13. pdf>. Acesso em: 12 maio 2020. GONÇALVES, E. GRECO, Simara M. de S. S. et al. Global Entrepreneurship Monitor Empreendedorismo no Brasil: 2016. ª ed. São Paulo: McGraw Hill. HITT, M. A. IRELAND, R. LEAL, Adriana Pinheiro. A Importância do Empreendedorismo para o Desenvolvimento Econômico no Brasil.

Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento, ed. a. v. São Paulo: Atlas, 2009. MONTENEGRO, João Luis Zeni. Revisão Bibliográfica sobre Fatores de Impacto no Mobile Commerce. Revista de Empreendedorismo, Inovação e Tecnologia, v. n. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e práticas. ª ed. São Paulo: Atlas, 2009. ORTEGA, Rubens P A importância da deliberação na formação de Estratégia Organizacional: um estudo exploratório em organizações com processos formalizados de Planejamento Estratégico. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração, da Universidade de São Paulo: 2017. XXXI ENPAD. Rio de Janeiro: 2007. Disponível em: <http://www. anpad. org. Acesso em: 14 maio 2020. SOUZA NETO, B. Genealogia e especificidades acerca de um tipo de empreendedor popular: o artesão brasileiro.

Anais do II EGEPE, Londrina: 2001, p. Disponível em: <http://www.