HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA EMPREARIAL: DOS PRIMÓRDIOS AOS DIAS ATUAIS

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Logística

Documento 1

A logística é um dos principais processos para gerenciar cadeias de suprimentos. Sistemas logísticos eficientes e eficazes significam melhor padrão de vida para fornecedores e clientes, constituindo-se numa área responsável por prover recursos, equipamentos e informações para a execução de todas as atividades de uma organização. Palavras-chave: Logística. Evolução histórica. Vantagem competitiva. Na Antiguidade, as atividades econômicas eram desenvolvidas com o intuito apenas de garantir as necessidades de sobrevivência das populações locais. Os produtos de consumo, alimentos ou bens materiais, eram geralmente produzidos em lugares específicos, e disponibilizados em quantidades suficientes, somente em determinadas épocas do ano. Não havia uma ampla variedade de produção. Devido à ausência de uma logística integrada, as mercadorias precisavam ser consumidas nos pontos de coleta, ou então, transportadas por meios próprios dos consumidores, para locais onde pudessem ser armazenadas.

Notamos uma forte ligação da logística ao conceito militar, ao consultarmos fatos da história, conforme descrito a seguir. soldados e suprimentos durante a travessia dos Pirineus em direção à Itália. Em 1. um conselheiro do rei Luís XIV sugeriu a criação de uma nova estrutura de suporte para servir de solução para os problemas administrativos, sendo criado o cargo de Marechal General de Logis, cujas atribuições se relacionavam a atividades administrativas de deslocamento, alojamento e acampamento das tropas em campanha, seleção dos campos e regulamentação do transporte e fornecimento. O principal teórico militar da primeira metade do século XIX, o Barão Antoine Henri Jomini, com base em suas experiências nos campos de batalha, muitas delas ao lado de Napoleão, escreveu o Sumário da Arte da Guerra em 1836.

No livro, titulado Precis del L’Art de lê Guerre, ele divide a arte da guerra em 5 partes: estratégia, grandes táticas, logística, engenharia e táticas menores, onde define logística como sendo a arte prática de movimentar exércitos e a ação responsável pela preparação e sustentação das campanhas militares. Tendo o intuito de demonstrar o histórico evolutivo da logística, bem como suas vantagens no cenário comercial. A pesquisa foi realizada através da leitura de livros, periódicos e artigos publicados, a fim de selecionar informações para o desenvolvimento do trabalho. Assim sendo, o material bibliográfico selecionado serviu de base para a fundamentação teórica do tema delimitado. EVOLUÇÃO DO PROCESSO LOGÍSTICO Segundo Fleury (2003): A origem das atividades logísticas, se confunde com o início das atividades econômicas organizadas.

A partir do momento que o homem passou a realizar a troca de excedentes da produção especializada, foram introduzidas três das mais importantes funções logísticas: estoque, armazenagem e transporte. Novaes (2001), considera: Uma vez que não haviam ainda sofisticados sistemas de comunicação e informática, as vendas eram feitas de forma manual. O vendedor analisava a disponibilidade do produto solicitado no depósito, preenchendo a seguir uma nota de venda ou pedido, o qual era encaminhado via papel, ao depósito. A partir de então, era programada a entrega do pedido na casa do cliente. Na busca pelas menores despesas, buscavam-se os fornecedores que oferecessem os menores preços e melhores condições de suprimento. Os meios disponíveis para tanto eram baseados em telefonemas, envio de correios, ou mesmo em entrevistas marcadas com os fornecedores.

Tal fase é definida como “Era de Integração Interna”, e caracteriza um período, no qual o pensamento logístico começou a assumir uma abordagem sistêmica. As atenções antes voltadas especialmente para a distribuição física, migraram para um enfoque mais amplo de funções, motivadas, sobretudo pela economia industrial. Algumas atividades, como o gerenciamento de transporte, suprimentos, distribuição, armazenagem, controle de estoque e de manuseio de materiais, já começaram a ser colocadas na prática nessa época. A década de 60 sofre grande influência pela imprescindibilidade de especialização da produção em nível lobal. Houve o aperfeiçoamento dos sistemas de distribuição por meio da fabricação do produto que melhor harmoniza-se o baixo custo e a localização geográfica.

Um período crítico se instala da década de 70, onde ocorreu uma série de crises em âmbito econômico no cenário mundial, como exemplo a crise do petróleo, que causou um impacto imediato sobre o transporte de mercadorias, encarecendo a mesma. Os efeitos da crise ressoaram sobre os meios produtivos, gerando uma certa mudança de prioridades. As empresas passaram a voltar-se mais para as questões ligadas à manutenção e suprimentos e menos para o atendimento ás necessidades de demanda. Ainda se tratando da década de 70, segundo a pesquisa de Figueiredo e Arkarder (1998): como um período com foco no cliente. Período esse, no qual, a Logística passou a assumir uma forte preocupação não só relacionada ao produto, mas também à qualidade de serviços prestados.

A coleta de dados, assim como a troca de informações, antes realizada de forma manual, sujeita a procedimentos 23 demorados e muitas fontes de erro, passaram a serem realizadas de forma automática, com o emprego de tecnologias de captura de dados operantes em rádio-freqüência. BOWERSOX, 2001). Integração Estratégica Nessa última fase que se estende até os dias atuais, o objetivo logístico ganhou um importante papel estratégico no meio intra e inter empresarial. Diante das influencias da globalização, a logística passou a ser vista como importante ferramenta estratégica na conquista de novos mercado, onde advêm o conceito Supply Chain Management, conceito esse que proporcionou uma integração ainda maior entre os elementos da cadeia produtiva, atuando de forma conjunta, na obtenção de um objetivo comum que propiciasse efeitos benéficos a todos.

Com a pretensão de reduzir custo e desperdícios, reduzir os estoques que vinham se acumulando ao logo dos vários elos da cadeia de suprimentos, minimizar o ciclo de vida do produto, melhorando assim a qualidade dos serviços e produtos ofertados ao consumidor final. Tentava-se reduzir dessa forma, os desperdícios de materiais, o que por sua vez possibilitariam diminuição de custos. · Abertura das fronteiras organizacionais, seja através da formação de parcerias com fornecedores e clientes, seja pela prática da terceirização de uma série de atividades. Desta forma, cresceu de forma intensiva a circulação da informação por toda a cadeia produtiva, possibilitando o acesso mútuo de informações organizacionais e estratégicas. Consequentemente, uma maior grau de sincronismo foi verificado na cadeia de suprimentos, em toda a sua extensão.

As diversas operações logísticas deixaram assim de atuar isoladamente, não sendo mais exclusivas de um setor específico. Pode-se imaginar a verdadeira situação caótica que surgiu nas operações logísticas, na medida em que os produtos precisavam ser entregues diretamente na casa de uma infinidade de consumidores finais, ao invés de num único centro de distribuição. Fatores de Ordem Econômica, Produtiva e Social Pine (1994), contextualiza: No decorrer do século passado, as atividades econômicas foram muito influenciadas pelos princípios fordistas, com a predominância do Sistema de Produção em Massa. Conforme já visto, tal sistema era regido pelo trinômio: baixo custo, qualidade consistente e padronização da produção. Dessa forma, pretendia-se desenvolver, produzir e entregar bens e serviços, a preços acessíveis ao consumidor.

Através de baixos preços, era possível realizar muitas vendas. De forma que praticamente todos os componentes envolvidos em determinada atividade produtiva de uma empresa, eram realizados internamente. ” (NOVAES, 2001). Ainda nessa linha de pensamento, Fleury (2003), destaca: Anteriormente à década de 50, as relações existentes entre os membros da cadeia de suprimentos eram bastante conflituosas, fato este que levou as empresas a se voltarem ao processo de integração vertical, como único meio de promover um relativo controle e coordenação das atividades logísticas realizadas. Uma série de eventos levou a refutar o sistema de produção em massa. As duras relações industriais baniam praticamente toda a capacidade de flexibilidade existente. O que ocorreu de fato, foi a adequação do antigo sistema às novas necessidades de mercado, através da adoção da economia de integração, que engloba a economia de escala e a economia de escopo.

Na economia de 29 escopo, os baixos custos são obtidos, por intermédio da aplicação de um mesmo processo na produção de grandes variedades de produtos e serviços. A globalização também propiciou grandes alterações nas operações logísticas juntamente com a transição dos sistemas produtivos. A abertura das fronteiras comerciais em amplitude mundial ocasionou o aumento de número de clientes, fornecedores, pontos de vendas, locais de fornecimento, assim como nas distâncias a serem percorridas. Todos esses elementos juntos ocasionaram um grande aumento na complexidade logística e custos financeiros. Analisando a flexibilidade diante de dois aspectos principais, temos segundo Novaes (2001): Variedade, seja ela em termos de produtos, processos, mercados e atividades envolvidas por uma empresa. A variedade de operações industriais pode ser verificada englobando diferentes períodos de tempo.

No curto prazo, é impulsionada pela necessidade de se desenvolver novas linhas de produtos, assim como cumprimento de prazos cada vez mais curtos. Já no longo prazo, aparece como resposta à defasagem de produtos e serviços que se tornaram obsoletos com o tempo. Grau crescente de incerteza, que se verifica sobretudo, na economia, finanças e mercados. Pode-se imaginar o baixo grau de satisfação do cliente, em virtude de operações de compra e venda limitadas pela velocidade dos procedimentos dependentes do fluxo de papéis. Nesse sentido, mais tarde, diante dos efeitos da mudança de paradigmas da produção, houve necessidade de disponibilizar as informações logísticas em tempo hábil, e de forma consistente. A própria natureza descentralizada das operações logísticas torna necessário o acesso imediato a informação em qualquer área geográfica.

Informações como prazo, status do pedido e do estoque, devem ser disponíveis não só ao acesso interno da empresa, como também a clientes finais. Precisão: As informações disponíveis pelos sistemas de informação numa base de dados centralizada precisam ser precisas, ou seja, apresentar conformidade com as novas informações que entram no sistema, tais como status atualizado e contagens físicas. No Brasil, o conceito de SCM difundiu-se no final da década de 90, tendo em vista o movimento da logística integrada. Como exemplo tem-se o “movimento ECR Brasil, iniciado em meados de 1997, e que só em novembro de 1998 apresentou os primeiros resultados, da fase de projetos-piloto, que apontaram para um grande potencial de redução de custos” (FLEURY, 2007, p. Na visão de Cordeiro (2007): A logística é apontada como um dos principais instrumentos para o aumento da competitividade em empresas dos mais diversos setores.

Grandes empresas criaram departamentos e diretorias de logística e passaram a visualizar seus fluxos de materiais, de informações e de recursos financeiros de um ponto de vista interfuncional. Como continuidade desse processo, o Supply Chain Management (SCM) fez a perspectiva deixar de ser apenas interfuncional para se tornar Inter organizacional. O sucesso empresarial de diversas organizações brasileiras, discorre da utilização da logística como ferramenta competitiva, acompanhando sua constante evolução. A evolução da logística ao longo do tempo pode ser medida entre outras coisas pelo conjunto de atividades executadas no âmbito de sua responsabilidade. A observação das grandes empresas brasileiras indica uma significativa diversidade de atividades sendo realizada pela organização logística, os resultados sugerem alto grau de diversificação das operações, compatível com países mais desenvolvidos.

Dentre as atividades logísticas, aquela que consome a maior parte dos recursos é o transporte. Esta também é a operação que apresenta os custos mais visíveis, por ser quase totalmente terceirizada nas empresas. Isso por meio de transportes, manutenção de estoques, processamento de pedido e de várias atividades de apoio adicionais. Nesse âmbito estrategista, Cordeiro (2007), discorre: O papel da logística consiste em contribuir para que a empresa consiga maximizar o valor entregue ao cliente. O valor agregado pela empresa pode ser medido pela diferença entre a receita total e a despesa total incorrida para obtê-la, incluindo os custos de oportunidade. De forma geral, as medidas de desempenho logístico podem ser divididas em duas categorias: nível de serviço e custos logísticos.

Ainda, sob a visão de Cordeiro (2007), um elevado nível de serviço leva o cliente a perceber um aumento do valor líquido recebido. Visto o exposto, podemos afirmar que a administração de materiais está intimamente voltada para o movimento de bens e o abastecimento da empresa. O tipo de distribuição depende, em grande parte, da natureza do produto movimentado, do padrão de sua demanda, dos custos relativos das várias opções de distribuição física e das exigências de nível de serviço. De muitas formas, a administração de materiais é o inverso da distribuição física, pois trata do fluxo de produtos para a empresa ao invés de partir dela. Muitas atividades da administração de materiais são compartilhadas com a distribuição física.

Todavia, existem algumas diferenças que são a chave da boa administração do fluxo de suprimento que enfocam, principalmente, o modo pelo qual os fluxos são iniciados e sincronizados e a seleção das fontes de fornecimento (BALLOU, 2001). Para esse autor, o serviço logístico consiste no desempenho oferecido pelos fornecedores aos seus clientes desde o atendimento dos pedidos, pois o nível de serviço é fator-chave do conjunto de valores que as empresas oferecem a seus clientes para assegurar sua fidelidade. Na opinião do autor citado, para que uma empresa possa sobreviver em um ambiente turbulento, ela precisa oferecer resultados – em quantidade, variedade, qualidade, preços e prazos – compatíveis com as necessidades e expectativas dos clientes. Armazenagem e estocagem Segundo Lacerda (2007): A definição do posicionamento e da função das instalações de armazenagem é uma decisão estratégica, parte de um conjunto integrado de decisões, que envolvem políticas de serviço ao cliente, políticas de estoque, de transporte e de produção que visam prover um fluxo eficiente de materiais e produtos acabados ao longo de toda a cadeia de suprimentos.

A funcionalidade das instalações de armazenagem reflete tais decisões por meio do que se chama a missão estratégica da armazenagem Ainda sob a perspectiva do autor: Atualmente, esta missão tem passado por transformações profundas, envolvendo serviços que vão muito além da tradicional estocagem de curto e médio prazo. Estas mudanças são coerentes com as transformações por que passa a logística. Uma recorrente situação que surge nas empresas é ter que escolher entre alternativas de transportes mais rápidos, porém mais custosos; ou optar por alternativas de transportes que desprendem mais tempo, porém são menos custosas. O desafio, diante do qual se encontra o administrador logístico, é que os custos das atividades a ele subordinadas não caminham todas no mesmo sentido, ou seja, à medida que os custos correspondentes a uma atividade crescem há uma compensação, de modo que os custos de outra operação, vinculada à mesma atividade logística caem.

A questão chave consiste, pois, em encontrar o ponto de equilíbrio, isto é, o nível para o qual o conjunto dos custos apresenta o ponto mínimo. Um exemplo desse fato é observado quanto aos custos de transporte e de estoque. À medida que aumenta o número de depósitos, os custos de transporte caem e o custo de manutenção dos estoques aumenta devido ao incremento dos estoques. A logística em âmbito nacional ou internacional, tem suas atividades focadas na redução de custos, redução do tempo de entrega e efetividade no cumprimento de prazos, bem como na disponibilidade contínua de produtos para abastecer o mercado consumidor, adaptação para facilitar a gestão de pedidos e flexibilidade na fabricação, utilização das inovações tecnológicas para reduzir despesas e maximizar resultados; se adequando e evoluindo constantemente, desenvolvendo novas ferramentas para a redefinição de processos e adequação ao cenário comercial globalizado.

Em última análise a logística é vital para o mercado, economia e a organização individual, constituindo um pilar para incrementar o comercio nacional e internacional. Sistemas logísticos eficientes e eficazes garantem uma estratégia solida na obtenção de resultados positivos para toda e qualquer organização. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALLOU, R. H. BOWERSOX, Donald J. CLOSS, David J. Logística Empresarial. São Paulo: Atlas 2001. CAVANHA. de M. A logística como ferramenta para a melhoria do desempenho em pequenas empresas. Disponível em: <Http://www. fae. edu/publicacoes/pdf/revista_da_fae/fae_v8_n1/rev_fae_v8_n108vicente. br/pdfs/6109. pdf. Acesso em 30 março 2018. FIGUEIREDO, K. F. Proença, A. Competitividade Industrial e gerência estratégica de operações. Revista de Administração, São Paulo, v.

n. p. Como elaborar projetos de pesquisa. a ed. São Paulo, 2004. LOGÍSTICA EMPRESARIAL. Endavor. Introdução aos sistemas de transporte no Brasil e à logística internacional. ed. São Paulo: Aduaneiras, 2000. PINE, B. Joseph - P649. com. br/conteudo/artigos/educacao/evolucao-da-logistica/31571>. Acesso em 15 abril 2018. Administradores. História da logística.

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