Gestão de produção

A pesquisa intitulada Análise das práticas de planejamento e controle da produção (PCP) em fornecedores da cadeia automotiva brasileira, traz como autores Mesquita e Castro (2008). O estudo em questão, trata-se de uma investigação descritiva-exploratória, tendo como objeto de investigação, os fornecedores de autopeças da indústria automotiva brasileira e como objetivos a avaliação do desempenho e controle da produção de fornecedores de nível dois, analisando suas práticas, suas relações e resultados com os fornecedores da primeira camada. A justificativa para esta pesquisa é que poucos estudos discorrem acerca dos fornecedores de segunda e terceira camadas. Em relação às perguntas norteadoras da pesquisa tem se: Os fornecedores do nível 2 estão integrados na cadeia de suprimentos? Os modelos e práticas de PCP no nível 2 são adequados? Já no tocante ao método de pesquisa, fora adotado o survey que descreve os fenômenos, por meio da coleta de dados, com a utilização de questionários ou entrevistas.

Já as empresas que compõem a amostra estão associadas ao Sindipeças (461 empresas), no ano de 2204. De início aborda-se a gestão de cadeia de suprimentos, no sentido que esta compreende o planejamento e o controle de todas as operações incluídas nas atividades de suprimento: compras, transformação e atividades de logística de distribuição física de produtos. Mesquita e Castro (2008) destacam que o grande problema na cadeia de suprimentos está no “efeito chicote” (bullwhip effect). Compreende por “efeito chicote”, a ampliação da variação da demanda a montante das cadeias de suprimentos. Esta ampliação dificulta a gestão de estoques e gerenciamento de pedidos na cadeia. Sendo assim, para minimizar este fenômeno, os referidos autores sugerem a adoção do modelo Lean Manufacturing, este consiste em práticas de produção just in time, juntamente com a redução do número de fornecedores, exigência de cumprimento de prazos e qualidade assegurada.

Há duas formas de implantação da lógica Kanbans, um cartão de produção ou dois cartões de produção e transporte, respectivamente. Vale ressaltar, segundo Mesquita e Castro (2008), que o modelo just in time produziu aumentos significativos de produtividade na indústria automobilística em vários países, inclusive no Brasil. Já no modelo Constant work in process (CONWIP) tem se um sistema hierárquico de planejamento e controle de produção, pois a liberação das ordens estão em concordância com o estoque em processo na fábrica. Em relação as Teorias das restrições (Theory of Constrants) – TOC, os autores ressaltam que a teoria em questão é baseada no modelo Optmized production of technology e tem como intuito a melhoria contínua com uma proposta de desempenho e um módulo de programação e controle de produção baseado no recurso gargalo.

Assim, este modelo de gestão pode ser combinado dando origem, a sistemas híbridos permitindo que as empresas adaptem seus PCP’s as suas necessidades. Diante do exposto, os autores supracitados constataram que o nível de desempenho PCP dos fornecedores não apresenta significativas diferenças em relação à pontualidade de entrega e nível de estoque. O grau de colaboração entre cliente e fornecedor é praticamente igual e abaixo do esperado nos dois níveis. Em relação ao tocante de fornecedores de nível 1 e nível 2 declaram que o principal problema no PCP é alteração constante e repentina dos pedidos. Sendo assim, conclui-se que a integração entre clientes e fornecedores é ainda insuficiente. Por fim, Mesquita e Castro (2008) também verificaram que as empresas de uma mesma camada apresentam heterogeneidade quanto às práticas de PCP.