ESTRATÉGIAS E DESAFIOS NA SAÚDE PÚBLICA NO COMBATE E PREVENÇÃO DA SÍFILIS, ENFATIZANDO A INTERVENÇÃO DOS PROFISSIONAIS FARMACÊUTICOS

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Medicina

Documento 1

O presente estudo aborda a sífilis especificamente, informando sobre as estratégias da saúde pública no viés de combater esta doença e como a intervenção dos profissionais farmacêuticos pode contribuir neste cenário. O agravante nos casos de sífilis é a possibilidade de ocorrer a sífilis congênita, a qual é transmitida da mãe para o bebê. Um dos desafios da saúde pública é fomentar ações com o objetivo de erradicar a sífilis e uma das maiores barreiras neste caminho é a postura da própria sociedade. Muitas pessoas não procuram se informarem sobre as DSTs, outras têm conhecimento, mas não buscam formas adequadas de proteção durante o contato sexual e ainda outras não levam o tratamento até o final.

A pesquisa será realizada com base na revisão bibliográfica de modo quantitativo descritivo em artigos da área da saúde. Toledo, Peverari e Bonafé (2013, p. comentam que “as doenças sexualmente transmissíveis (DST) representam a quinta causa mais comum de consultas médicas no Brasil, sendo que dentre as DST causadas por bactérias, a sífilis é mais prevalente. ” A sífilis é caracterizada por quatro estágios ou tipos, a saber: primária, secundária, latente e terciária. O objetivo principal do presente estudo é analisar de que formas os profissionais farmacêuticos podem contribuir no viés de oferecer auxílio para o tratamento de pacientes com sífilis e especialmente como podem propor ações preventivas da doença. Como objetivos específicos, serão abordados os seguintes aspectos: apresentar os principais conceitos a respeito da sífilis e suas consequências; pontuar as formas de diagnóstico e tratamentos adequados; informar por que é tão difícil a adesão de tratamentos por parte dos pacientes acometidos e alistar algumas ocorrências que tornam tão difícil a erradicação da sífilis.

Existem doenças que acometem as pessoas devido fatores diversos, tais como hereditariedade, baixa imunidade, fatores ambientais entre outros. Mas existem doenças transmissíveis que podem ser evitadas por meio de práticas relativamente simples. Apesar de campanhas assíduas por parte da saúde pública, enfaticamente em determinados períodos do ano, a erradicação das DSTs está longe de ser alcançada e encontrar um mecanismo que mude este cenário é o grande desafio da medicina de modo geral. SÍFILIS – ASPECTOS GERAIS A sífilis é causada pela bactéria Treponema Pallidum, adquirida principalmente através de pessoas infectadas durante o contato sexual e pode também ser de origem congênita. Outras formas de ocorrência são através do contato com lesões mucocutâneas, transfusão de sangue contaminado.

• Sífilis primária: ocorre após o período de incubação (entre nove e noventa dias). Se caracteriza pela presença de lesões específicas denominada cancro duro. Suas bordar se apresentam elevadas e regulares, ausente de secreção e indolor, linfodenopatia regional, localizada na região genital em 90 a 95% dos casos. A ocorrência no homem é mais comum próximo ao frênulo do prepúcio ou no folheto interno, enquanto nas mulheres é comum ocorrer no colo do útero, lábios maiores e menores e nas paredes vaginais. O peculiar neste cenário é que o cancro tende a regredir espontaneamente abrangendo um período que varia entre quatro e cinco semanas, não deixando cicatriz. • Sífilis terciária: A sífilis terciária é também conhecida como sífilis tardia.

Caracteriza o resultado final na história natural da doença. “Estima-se que entre 20 a 40% dos infectados não exibem este nível do quadro patológico, nem tais achados clínicos. SANTOS E ANJOS, 2009, p. O peculiar nesta fase da doença é o grande potencial da infecção evoluir e afetar múltiplos órgãos. A ironia neste cenário é que esse tipo de doença pode ser totalmente prevenido pela ação dos indivíduos e quando ocorrem, são curáveis por meio de tratamento relativamente simples em sua grande maioria. Os autores Neto e Galato (2011, p. chamam a atenção para alguns dados estatísticos fornecidos pela OMS (Organização Mundial da Saúde), a saber: “em alguns dados nacionais, estima que ocorram cerca de 10 a 12 milhões de casos de DST curáveis anualmente no Brasil.

“As doenças sexualmente transmissíveis (DST) representam a quinta causa mais comum de consultas médicas no Brasil, sendo que dentre todas as DST causadas por bactérias, sífilis é a mais prevalente no país. TOLEDO, PEVERARI E BONAFÉ, 2013, p. Algumas formas de tratamento foram ministradas no tratamento da sífilis. Drogas como o mercúrio, arsênio, bismuto e iodetos foram testados, no entanto, não mostraram eficácia. Além disso, apresentaram toxidade e dificuldades operacionais. Portanto, o tratamento a base destas drogas se mostrou inviável e ineficaz para a cura da sífilis. SANTOS E ANJOS, 2009). ” (TOLEDO, PEVERARI E BONAFÉ, 2013, p. O antibiótico preferencial para o tratamento de pacientes com sífilis “é a penicilina, por mostrar eficácia no tratamento”. SANTOS E ANJOS, 2009, p.

Esse tratamento é o mais eficaz, consiste na única terapia comprovada e amplamente usada para pacientes com sífilis. É comum encontrar pacientes alérgicos à penicilina. Uma destas situações diz respeito a não continuidade num tratamento medicamentoso que visa restabelecer a saúde do paciente. A questão é a seguinte: por que muitas pessoas abandonam o tratamento da sífilis? Esse é um grande desafio encontrado pelos profissionais da saúde. Mesmo quando bem orientados sobre a importância do tratamento, muitos pacientes simplesmente não retornam à unidade de saúde para tomar as doses prescritas no tratamento da sífilis. Uma situação que tenta explicar a não adesão a um tratamento, é o sentimento de vergonha. Os autores Neto e Galato (2011, p. Em tempos mais remotos e mesmo nos dias de hoje, muitas famílias “adotam” farmacêuticos conhecidos como seus médicos, uma vez que diante de algum mal-estar de menor gravidade, estes profissionais são procurados primeiramente.

O papel do farmacêutico é tão relevante, que existem campanhas e alguns documentos que foram confeccionados especificamente para agregar os conhecimentos deste profissional aos dos demais na área da saúde. Comentando especificamente sobre as DSTs, entre os anos de 2007 e 2008, o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, coordenou um grupo formado por “farmacêuticos vinculados às Unidades Dispensadoras de Medicamentos Antirretrovirais (UDM) e pela logística das coordenações de DST/Aids, pesquisadores, médicos e outros profissionais e pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHA), representantes da sociedade civil”. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010, p. O farmacêutico contribui, na sequência de sua intervenção, por meio da orientação farmacêutica. No estado do Rio de Janeiro foi realizado um estudo sobre a sífilis, incluindo os motivos pelos quais existe pouca adesão ao tratamento.

Neste estudo os autores comentam a importância da assistência farmacêutica. Os autores comentam que devido às dificuldades diversas em promover o tratamento de casos de sífilis, no Rio de Janeiro especificamente, “foi elaborado um sistema para orientação farmacêutica, controle da dispensação e administração da penicilina benzatina pela unidade de saúde”. MEDEIROS, 2019, p. Portanto, mediante o confronto com esse tipo de situação, o farmacêutico não deve hesitar em recomendar que o usuário procure atendimento médico especializado. A dispensação é uma intervenção relevante e fundamental para o paciente com sífilis. Para o tratamento de qualquer patologia, a dispensação farmacêutica é essencial. Isso ocorre porque muitas vezes o paciente pode ter dúvidas quanto ao uso correto dos medicamentos receitados.

O farmacêutico, no ato da dispensação, pode contribuir para esclarecimento de tais dúvidas ou mesmo para recapitular as informações já passadas pelo médico, contribuindo para que o tratamento seja feito de forma adequada e correta. Neste momento, usando de tato, este profissional pode se informar sobre os motivos de não uso métodos preventivos, chamando a atenção de que estes métodos são importantes não somente visando evitar uma gravidez, mas também prevenindo o surgimento de DSTs, incluindo a sífilis. Alistando intervenções que contribuem para o uso racional de medicamentos, incluindo as medicações para o tratamento das DSTs, o Ministério da Saúde (2010) apresenta os seguintes procedimentos: • Escolha terapêutica adequada; • Indicação apropriada, embasada em evidência clínicas; • Medicamento apropriado de acordo com eficácia, segurança, conveniência e custo; • Dose, administração e duração apropriados para o tratamento; • Paciente apropriado (aquele que não sugere contraindicação ou reações adversas); • Dispensação correta, incluindo informações sobre o medicamento prescrito; • Adesão ao tratamento pelo paciente; • Monitoramento dos efeitos desejados e presença de possíveis eventos adversos.

Por meio das considerações apresentadas no tópico, foi possível concluir que a intervenção dos profissionais farmacêuticos é de suma importância, seja para tratamento ou prevenção da sífilis e demais DSTs. ERRADICAÇÃO DA SÍFILIS: UTOPIA OU POSSIBILIDADE? Um dos grandes desafios contemporâneos da saúde pública é conseguir erradicar a sífilis e demais doenças sexualmente transmissíveis. Existem diversas campanhas de informação e conscientização para o uso de preservativos e demais métodos de proteção no ato sexual. O uso de preservativos é uma forma de prevenção eficaz contra as DSTs. No entanto, devido a alguns pontos de vista padrões na sociedade e certos tabus, muitas pessoas deixar de usar preservativos durante o ato sexual, potencializando a possibilidade de contrair uma DST.

Em grande parte das vezes, a falta de informação não é um agravante, o que ocorre é a vergonha em adquirir o preservativo ou ainda o conceito de “fidelidade”, ou seja, em uma relação considerada estável não é necessário o uso de preservativos, uma vez que não existe a possibilidade de traição. NETO E GALATO, 2011). Para o caso da sífilis congênita, a prevenção é um fator determinante. BOTTINO, G. Sífilis: diagnóstico, tratamento e controle. AnBrasDermatol. Rio de Janeiro. v. p. Série TELELAB) BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aidas e Hepatites Virais. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais.

– Brasília: Ministério da Saúde, p. BRASIL. Ministério da Saúde. Rev Saúde Pública. KALININ, Yuri; NETO, André Passarelli; PASSARELLI, Dulce Helena Cabelho. Sífilis: aspectos clínicos, transmissão, manifestações orais, diagnóstico e tratamento. Revista Odonto, vol. n. Disponível em: <http://revistas. cff. org. br/?journal=experienciasexitosas&page=article&op=view&path%5B%5D=1402&path%5B%5D=1380> Acesso: 18 nov 2019. MILANEZ, Helane; AMARAL, Eliana. NETO, Camila Rosso; GALATO, Dayani. A contribuição dos estabelecimentos farmacêuticos na prevenção e no manejo das DST: um estudo qualitativo em uma cidade do sul do Brasil. Revista DST – J Bras Doenças Sex Transm, vol. n. p. n. p. Disponível em: <https://www. researchgate. net/publication/265786598_Sifilis_uma_realidade_prevenivel_Sua_erradicacao_um_desafio_atual> Acesso: 17 nov 2019.

Ed. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, 1991.

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