Ensaio Crítico Acerca de 2 Textos de Arquitetura

Tipo de documento:Crítica Literária

Área de estudo:Arquitetura e urbanismo

Documento 1

No mesmo sentido, o texto Arquitetura e trabalho livre, de Sérgio Ferro, inicia sua análise considerando as características do trabalho coletivo e como ele tem sido feito, cada vez mais, para atender às exigências meramente econômicas. Para este autor, o trabalho, embora seja caracterizado essencialmente pela divisão, precisa ter uma relação harmoniosa entre todos os que o compõe. Contudo, ele deve ocorrer de modo a permitir que cada trabalhador possa identificar suas tarefas e nelas trabalhar de modo independente. Assim, o autor (2006) considera que: Cada etapa é reduzida às suas formas mais simples e o ideal sempre procurado é o de absoluta autonomia. Os incontáveis choques entre estas etapas – encanadores quebrando o serviço do pedreiro, o azulejista o do encanador, o do colocador de peças e de portas, etc.

Segundo a autora, contribuem para a manutenção dessa realidade vários aspectos, como a necessidade de lidar com materiais pesados sem que haja a devida proteção física, ferramentas que não são desenvolvidas, do ponto de vista da ergonomia, para o benefício do trabalhador, mas sim da eficiência que ela pode apresentar economicamente. Diante disso, o que se pode inferir é que o capital e os retornos que podem ser obtidos a partir dele ainda são a parte mais importante dessa realidade, ficando a saúde do trabalhador para um segundo plano, ou ainda, para um plano que não existe. O que dificulta ainda mais é o pensamento de que, quanto mais puder extrair benefícios desses trabalhadores a baixo custo, mais benefícios são para aqueles que estão comprando a sua mão de obra.

Isso envolve, decerto, inúmeras questões que ficam marginalizadas, como a não preocupação com as condições de trabalho. Sendo assim, existem alguns profissionais que acabam por contribuir na construção de toda essa perspectiva negativa. Nesse sentido, tais trabalhadores são submetidos à forma escrava de trabalho, sendo explorados até que os órgãos fiscalizadores consigam identificar as empresas que estão usando ilegalmente esse tipo de mão de obra. Conforme o livro aponta, embora pareça incomum aos olhos daqueles que pensam que não há mais trabalho escravo, ela ainda tem sido identificada. Nessa questão, foi necessário que o Ministério do Trabalho e Emprego criasse uma “lista suja”, em que são divulgadas as empresas que foram identificadas usando esse tipo de trabalho.

Diante desses pontos, o livro questiona o papel dos arquitetos na diminuição [ou aumento] da violência no canteiro de obras. Ao fazer isso, o texto propõe uma reflexão da perspectiva do projeto por cima, isto é, quem o enxerga apenas o seu resultado, ou por baixo, considerando as dificuldades de quem o executa.

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