Enquadramento noticioso: uma análise do impeachment da presidente Dilma a partir da Folha de São Paulo

Tipo de documento:Monografia

Área de estudo:Jornalismo

Documento 1

Palmas, TO: [S. n], 2018. xx f. il. Impresso por computador (Fotocópia) Monografia (Bacharel em Jornalismo) – Curso de Jornalismo - Universidade Federal do Tocantins-UFT. Para tanto, será estudado primeiramente a conexão entre política e mídia, mostrando a correlação entre a evolução dos meios de comunicação e a influência da mídia que ocorre de forma crescente. Ainda dentro do contexto de mídia, será falado sobre o papel do jornalismo e da ética na redação e divulgação de uma notícia considerando a liberdade de expressão. Após, será explicado em detalhes o conceito e os passos de um processo de impeachment, iniciando por sua história e por fim, expondo estes processos que já ocorreram em nosso país. Posteriormente, será definido o termo enquadramento noticioso, onde ocorrerá a explanação da teoria da moldura na janela e serão introduzidos conceitos como framing e agenda setting, bem como será identificado de forma breve o efeito destes sobre a politica.

Em sequência será explicado a metodologia utilizada na análise, que segue os fundamentos de Bardin, sendo o próximo capitulo o cerne do trabalho, onde será mostrado a análise do enquadramento noticioso de algumas notícias do Jornal Folha de São Paulo relacionadas ao processo de impeachment de Dilma. Still within the context of the media will be talked about the role of journalism and ethics in the writing and dissemination of the news considering freedom of expression. Afterwards, the concept and steps of an impeachment process will be explained in details, starting with its history and, finally, exposing these processes that have already occurred in our country. Later, the term framing will be defined, where the theory of the window’s frame will be explained and concepts such as framing and agenda setting will be introduced, as well as a brief identification of their effect on the policy.

In sequence, the methodology used in the analysis will be explained, which follows Bardin's fundamentals, and the next chapter, that is the focus of this work, it will be shown the analysis of some news of the newspaper Folha de São Paulo related to Dilma's impeachment process. The work will be concluded with a succinct conclusion about the chosen problem that corresponds to the following question: "is the President Dilma portrayed as guilty of the crimes she is being accused of even before the conclusion of the trial?" Keywords: Media. Figura 5 – Quantidade de matérias enquadradas em cada categoria. Figura 6 – Quantidade de matérias em cada categoria segundo análise de vozes. Figura 7 - Categorização das notícias segundo a menção de culpabilidade ou não da presidente.

Figura 8 – Percentual de notícias em relação a menção de culpa ou não da presidente. Lista de Tabelas Tabela 1 – Descrição das categorias para análise de conteúdo categórico. Definição e análise do conceito de enquadramento 30 4. A moldura na janela: aspectos do enquadramento e apresentação dos termos framing e agenda setting 32 4. Framing e suas diferentes abordagens 34 4. Identificação do enquadramento noticioso e seu efeito sobre o público 35 5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 37 6 ANÁLISE E RESULTADOS 44 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 53 REFERÊNCIAS 55 ANEXO A - MATÉRIAS UTILIZADAS PARA O ENQUADRAMENTO 60 1 INTRODUÇÃO O estudo teórico das correlações entre mídia e política encontram diversas dificuldades e uma delas, sem dúvida, é a imprecisão conceitual. São empregados termos como mídia, informação e comunicação sem a devida distinção prévia sobre o que cada um significa, contribuindo para uma possível, e prejudicial, interpretação dúbia da notícia.

d]). Este é apenas um exemplo da intervenção da mídia na política, mas este assunto tem levantado sérias indagações em nosso país, pois apesar da liberdade de imprensa ser uma conquista indispensável e de importância incontestável ao regime democrático, é preciso se ponderar sobre a necessidade de impor limites. Afinal o poder desta liberdade é muito extenso, e, se for extrapolado, pode restringir a democracia e o respeito à população, dentre outros direitos. Assim se faz necessário a adoção de critérios que delimitarão a difusão da informação para que não se exceda o limite constitucional (DORNELES, [2014]). No nosso país, em num tempo não tão distante, não havia uma mídia de alcance nacional.

De modo esquemático, é possível dividi-los em três categorias. Primeiro, os jornalistas “testemunham” eventos políticos que, mesmo que possam ser pensados para divulgação na mídia, ocorreram na ausência dela: debates e votações parlamentares, assinaturas de decretos e nomeações. Em segundo, há interações razoavelmente formalizadas entre repórteres e políticos, no formato de entrevistas, podendo ser coletivas ou individuais. Em terceiro e último, existe a relação diária entre o profissional de imprensa e suas “fontes”, que consiste em qualquer pessoa que provenha dados para confecção de uma matéria. Quem interessa aqui, no entanto é aquela fonte que fornece informações continuamente, sendo em parte exclusivas ao repórter, por vezes com a garantia do anonimato na publicação da notícia (MIGUEL, 2002).

Desta forma, estes novos mecanismos de realizar a comunicação exigiram uma nova categoria de políticos, que de primazia, aprendessem a utilizá-los. Sob este raciocínio é válido uma análise sucinta sobre como a mídia modificou as campanhas eleitorais drasticamente. A evolução dos meios de comunicação e sua correlação com a crescente influência da mídia na politica Segundo De Lima (2004), há muitas décadas atrás, nos anos 60, o rádio e a imprensa eram locais e a TV estava em sua primeira infância, a propaganda eleitoral era garantida pelo acesso pago dos candidatos ao rádio seguindo uma tabela equânime de preços, nos noventa dias da eleição. O marketing eleitoral era ainda um embrião conceitualmente e o sucesso da campanha dependia do contato direto do candidato com os eleitores, que era alcançado por frequentes e numerosas viagens e comícios em centenas de cidades do país Vale ressaltar que o acompanhamento da performance do politico pós-eleito não era constante, sendo o foco a época das eleições.

De Lima (2004), analisa a mesma situação, agora com relação ao final da década de 80, trazendo como exemplo de sua significativa alteração, a vitória de Collor nas eleições presidenciais, em 1989, que foi uma ampla estratégia de marketing político-eleitoral que contemplou até a alteração do nome de um partido político. Instiga profundas transformações no discurso político com a união do sentimento de intimidade, pertinente ao rádio com o apelo imagético inerente ao cinema. Sendo assim, Prado ([s. d]), diz que não é suficiente que o candidato tenha uma retórica de qualidade acima da média para cativar os eleitores, é preciso possuir uma aparência que chame a atenção e através da programação televisiva que o eleitor muitas vezes conhece seu candidato ou politico já em exercício, tendo acesso as ações do político, consideradas boas ou más, isso é uma positiva influencia na democracia, desmistificando um pouco os líderes políticos.

Torna-se óbvio dizer que a mídia possui uma posição de central na sociedade atual, atingindo diversos processos e esferas da atividade humana, uma delas a esfera política. Isto é devido, em parte, à existência de um sistema integrado de telecomunicação. Isto nos diz que os meios de comunicação, como existem atualmente, não cederão espaço facilmente para expressões que possam ameaçar as bases estruturais do capitalismo. É necessário ressaltar que a falta de equilíbrio de recursos que o capitalismo gera na esfera econômica extrapola incansavelmente para a esfera política, prejudicando a igualdade que é um requisito primordial para o exercício da democracia. Com isso, De Lima (2004), enfatiza que o espaço institucional ocupado pela mídia, vem causando à preferência desta pela cobertura jornalística dos candidatos, o que antigamente era conduzida pelos próprios partidos.

Isto demostra um crescente “personalização” da política, tornando a disputa entre pessoas, isto é, os políticos, e não mais entre alternativas de propostas políticas, ou seja, entre partidos, reduzindo o espaço de atuação partidária. Jornalismo e politica Analisando a relação entre jornalistas e políticos, bem como os pontos de tensão entre ambos no que concerne aos seus papéis respectivos, precisamos levar em consideração que a evolução dos meios de comunicação em massa rebaixou a importância do testemunho do público nos acontecimentos, principalmente, na esfera política. Assim, a instituição manifesta-se no jornal enquanto veículo, base material ativa da notícia, o que há pouco fizemos referência. Jornal e jornalismo são aspectos de um mesmo campo e existem concomitantemente com o ato político, encontrando espaço adequado para realizar atividades de interferência, inserção e visibilidade junto aos leitores.

Rinaldi (2008), explica cada uma delas da seguinte forma: primeiro, a interferência, é o conjunto de ações dos atores políticos para inseri-los na narrativa do noticiário. Inserção é inclusão dos políticos na notícia, já que por vezes, estes não conseguem divulgar tudo que almejam e por último, a visibilidade refere-se à evidenciação, seja grande ou pequena, da atuação dos atores políticos e acontece quando o jornal circula e por fim é lido. Sendo assim, o resultado da interferência e da inserção negociada entre os atores políticos e o jornal e/ou jornalista é a notícia, cuja declaração foi apurada, constatada e publicada. A Ética e a mídia Bucci (2000), diz em seu livro Sobre Ética e Imprensa, que a independência editorial e a credibilidade adquirida não é somente uma questão ética, é uma exigência do mercado, as organizações éticas possuem maiores chances de serem bem sucedidas no sistema capitalista.

No entanto, em nosso país, a realidade é ligeiramente diferente no que concerne a orientação ética de independência e distanciamento. Como exemplo, podemos citar o site Contas Abertas, que publicou em 26 de maio de 2008, uma reportagem mostrando a relação de políticos com a mídia. O artigo, cujo título era ‘271 políticos são sócios de empresas de comunicação’, expõe como é significativa a parcela da classe política na mídia, especialmente nas empresas de rádio. Além desta informação, a repórter lembra a impossibilidade de medir as relações indiretas, isto é, por parentes ou por pessoas de confiança que estejam em altos cargos deixar claro quem representam, trazendo a tona à necessidade da discussão ética que deve ser feita no Brasil (RINALDI, 2008).

A independência do jornalista só é verdadeira quando é amplamente explicitada e quando ela deixa de ser explícita, surgem as aparências de que ela talvez não seja tão autêntica (BUCCI, 2000). Desta maneira, para os veículos de informação cujos donos ou sócios são políticos não existe escapatória para relevar a falta de ética devido ao não distanciamento. Assim devem ser condenados eticamente pela relação direta que possuem com a classe política, ou por não explicitarem que não existe influência por parte desta mesma classe (RINALDI, 2008). O jornal faz parte do processo político do início ao fim e permanece conectado em seus desdobramentos. Para o político, o contato com o jornalista é um risco, pois diz respeito a um terceiro integrante, o leitor, que se encontra na posição de julgador social de seu trabalho, por meio da leitura da notícia.

Um dos pontos a se questionar sobre as propostas de democracia participativa vem a ser a definição do termo participação, pois para a visão individualista do mundo e da política do liberalismo, o voto se faz a maneira principal de participação, atribuindo caráter simbólico ao ato de votar (SADER, 2002, p. Entretanto, este frágil vínculo acoberta, na prática, uma cessão semelhante a um cheque em branco, pois faz com que esse vínculo só seja restaurado a cada período eleitoral. Desta forma, de acordo com Dornelles ([2014]), nossa liberdade vem sofrendo ataques pela postura hostil dos meios de comunicação que determina o exercício desse direito fundamental, na medida em que conseguem manejar dados e fatos que danificam a capacidade de escolher do indivíduo.

Sabemos historicamente que as sociedades que passaram por uma época de ditadura, sofreram as marcas do autoritarismo, nesse tempo a imprensa se submeteu a intervenções constantes por defenderem a liberdade de expressão como fundação para existir um Estado Democrático de Direito. Em nosso país houve uma poderosa ditadura que podou muito duramente a mídia. Edilson Pereira Farias concorda com tal interpretação, aduzindo que “A liberdade de expressão e informação, que atinge o nível máximo de sua proteção quando exercida por profissionais do meio de comunicação social, como qualquer outro direito fundamental, não é absoluta, tem limites” (FARIAS, 2000, p. Sendo assim, a partir do instante que uma notícia especifica é veiculada para a sociedade e extrapola a liberdade de expressão, não deve mais ser resguardada pela constituição.

O PROCESSO DE IMPEACHMENT De acordo com Silva ([s. d]), impeachment é um instrumento utilizado no âmbito político, pelo qual ocorre a retirada do mandato de um político, seja do nível municipal, estadual ou nacional. Este membro do poder Executivo será julgado pelo Poder Legislativo. d]), o termo foi ouvido primeiramente após meados do século XIV, no final da Idade Média e em 1376, o Lord Latimer foi condenado a se afastar de suas atribuições políticas pela Câmara dos Comuns, do Parlamento Inglês, se configurando o primeiro impeachment do planeta, onde se definiram os trâmites que seriam incrementados com o passar dos séculos. Com os anos, o impeachment inglês caiu em desuso e depois foi substituído por outros processos jurídicos.

Esta mudança aconteceu por causa das agitações políticas geradas por esse processo que culminavam em um grande desgaste. Assim, os ingleses o substituíram pelo voto de censura, onde o parlamento fazia uma votação que decidia se especifico membro do Executivo era digno de sua confiança (SOUSA, [s. d]). Já na Constituição de 1988, no artigo 85 têm-se diversas situações em que o presidente pode ser processado. Por exemplo, se cometer um crime comum, a pessoa será julgada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e se o crime for considerado de responsabilidade, o caminho a seguir será diferente.   Desta forma, segundo Fernandes ([s. d]), o impedimento do cargo para presidentes da República esta previsto na legislação brasileira desde a primeira constituição republicana de 1891, bem como na nova Constituição outorgada em 1988, que foi elaborada após 1985, com o fim dos governos militares, dando inicio ao processo de redemocratização do país.

Esta Constituição é a que esta em vigor até hoje e assegura a liberdade individual, as eleições diretas, mantendo conservada em sua estrutura a possibilidade de impeachment para políticos do poder executivo, como o Presidente da República. Assim primeiro acontece um juízo de admissibilidade pela Câmara dos Deputados, onde autorizam o começo do processo se houver os votos de dois terços dos seus membros (MARQUES, [2014]). De acordo com Parentoni ([2012]), se a decisão for aprovada, forma-se uma comissão especial, um libelo acusatório, constituído proporcionalmente por membros de todos os partidos políticos que possuem assento no poder legislativo e são responsáveis por apresentar um relatório confirmando ou rejeitando as denúncias, num prazo de 10 dias. Neste momento, o presidente da República pode apresentar sua defesa por meio de um advogado.

Após passar pelos deputados, sendo confirmadas as provas entregues, o processo seguirá para o Senado Federal e será formada uma comissão para sua avaliação. Nesta etapa, o presidente da República é obrigado a se afastar do cargo por 180 dias, tempo exigido pelo Senado até que ocorra a votação sobre a conclusão final do processo (FERNANDES, [s. Sousa ([s. d]), explica que este processo foi usado pela primeira vez no Brasil em 1992, contra o presidente Fernando Collor de Melo e auxiliou a consolidar a democracia em nosso país, seu vice, Itamar Franco, assumiu o governo. A destituição ocorreu oficialmente em 29 de setembro de 1992, depois de o processo ser realizado. Blume (2017) contextualiza que Collor foi eleito nas primeiras eleições diretas desde 1960, vir de um partido pequeno, o Partido da Reconstrução Nacional (PRN).

Collor derrotou nomes conhecidos como: Lula, Leonel Brizola e Mário Covas. d]), somando-se ao último impeachment, que foi o de Dilma Rousseff, a história brasileira tem quatro presidentes da República afastados do cargo devido à decisão do Congresso Nacional. Antes de Collor, os primeiros afastamentos ocorreram no ano de 1955, quando a Câmara dos Deputados e o Senado votaram pela destituição dos presidentes Carlos Luz e Café Filho. A grande diferença dentre os quatros episódios ocorridos no Brasil é que nos dois casos de 1955 a Lei do Impeachment, Lei 1. não foi seguida à risca e a duração do processo foi significativamente menor, pois os deputados e os senadores concluíram os julgamentos em algumas horas, não dando aos presidentes o direito de defesa na Câmara e no Senado (WESTIN, 2016).

Os políticos justificaram esta forma de agir a alta criticidade do caso, pois havia risco de ser iniciada uma guerra civil. Enquanto isso, os deputados aprovaram a sua destituição em 21 de novembro de 1955 e os senadores debateram no Plenário, confirmando a decisão na manhã do dia seguinte, conforme podemos verificar na figura 2. Esta manobra, de acordo com a Agencia Senado (2016), foi realizada com o objetivo de defender a democracia que estava seriamente comprometida e debilitada naquele momento, por isso que dois presidentes foram submetidos ao impeachment cujos processos de ambos somados não chegaram a demorar um mês, entre seu início e conclusão, para tanto precisou-se relevar ou mesmo ignorar certos aspectos da constituição, em nome, do que acreditaram ser, o bem maior.

Figura 2 - Jornal Impresso da Época, novembro de 1955. Fonte: Agência Senado (2016) Sendo assim, Westin (2016) explica que visando impossibilitar novas investidas de golpe, o antigo presidente do Senado e então presidente da República, Nereu Ramos, realizou seu governo sob estado de sítio por dois meses, até por fim entregar a faixa presidencial a Juscelino Kubitschek, no dia 31 de janeiro de 1956. Segundo o jornalista Wagner William, em seu livro bibliográfico a respeito do general Henrique Lott, O Soldado Absoluto, sem todas estas manobras, o presidente Juscelino Kubitschek, conhecido como JK, não teria conseguido assumir a presidência do Brasil dando continuidade e fortalecendo nosso modelo democrático de governo (WILLIAM, 2005). De acordo com ele, a notícia é o produto final de um procedimento complicado que começa com a definição dos acontecimentos que virarão notícia seguindo “um conjunto de categorias socialmente construídas” (HALL et al, 1999, p.

Esta escolha da notícia é realizada pela organização do jornal, que encaminha a publicação para uma categoria especifica de acontecimentos, nelas os jornalistas precisarão optar pelo acontecimento que seja de maior relevância para o leitor. Neste ponto é criado o sentido de valor-notícia onde o jornalista inicia a estruturação do processo. Ainda segundo Hall et al. em linhas gerais, são escolhidos os assuntos que apresentam situações incomuns, contrariando as expectativas ordinárias da vida social. Definição e análise do conceito de enquadramento De acordo com Nunes (2007), o termo enquadramento noticioso, em inglês framing, foi formulado à princípio por Gregory Bateson (1954) e remodelada posteriormente por Erving Goffman (1974), é uma teoria de Comunicação, onde a mídia se utilizaria de palavras e ideias especificas para apresentar uma perspectiva moldada do o acontecimento, enfatizando certos aspectos e ocultando outros.

A definição feita por Bateson e diz que enquadramento pode ser entendido como “mensagem metacomunicativa (. é o enquadre que permite compreender o que está acontecendo naquela situação” (SIMOES, 2012, p. Para Carvalho (2009), a mídia se comporta como uma moldura em uma janela e por meio dela o público toma conhecimento de apenas uma fração da realidade. Isto é o que chamamos de enquadramento e os jornalistas são os encarregados de construir essa moldura, que por vezes trazem, além da notícia, interesses próprios que geralmente passam despercebidos pelo público. Mc Leod e Detenber (1999) defendem que “o enquadramento noticioso é uma das mais importantes características de uma matéria, tanto em termos de fornecer um molde que guia os jornalistas a reunir fatos, citações e outros elementos da estória nas matérias e também para orientar interpretações pela audiência.

McLEOD e DETENBER, 1999, tradução livre)2. A diversidade de conceitos dificulta um aprofundamento consistente no desenvolvimento dos estudos desta área. A respeito disso, temos Fisher (1997) que possui uma posição negativa quanto a esse problema de indefinição: Pegando como um todo, os vários ramos da literatura da ‘análise de enquadramento’ não exibem um consenso sobre as questões básicas, incluindo o que são frames ou como indivíduos e culturas fazem uso deles. A grande falta de consenso surge das muitas diferentes metodologias apontadas por vários autores que tem contribuído para a literatura de framing (FISHER, 1997, n. Podemos assim concordar com o Scheufele (1999) quando este diz que “a mídia constrói a realidade social através do enquadramento de imagens da realidade”.

Para Garibaldi (2017), em geral, pode-se considerar, quando falamos de Jornalismo, que a informação apresentada pela mídia nunca é uma verdade pura, pois cada notícia é produto de uma visão sobre o ocorrido e o relato deste mesmo acontecimento pode ser efetuado sob outras perspectivas que também sejam verdadeiras. Substanciais progressos foram observados no estudo sobre comunicação e jornalismo, apresentando uma propensão de seguir em três linhas: newsmaking, que é a elaboração da notícia; agenda-setting, se referindo à alçada de estabelecer a pauta pública, e o framing, que é o enquadramento da notícia, ponto central deste capitulo. Pesquisas sobre o newsmaking mostram que uma possível distorção involuntária da informação como sendo intrínseco à confecção de notícias. Por sua vez, o agenda-setting, baseia-se na “definição dos mapas cognitivos que orientam a tomada de decisões cotidianas do cidadão comum e na determinação das áreas de atuação do poder público”.

O estudo do enquadramento como variável independente em geral destaca os resultados causados pelo enquadramento, enquanto que a vertente do enquadramento como variável dependente foca nas diversas razões que influem na modificação dos próprios enquadramentos (SCHEUFELE, 1999). Extrapolando para o contexto midiático, o jornalista pode sofrer a influência de diversas variáveis sócio-estruturais e variáveis ideológicas que definem a maneira como o enquadramento estará conectado à mídia e como os receptores serão sugestionados pela informação passada. Vamos entender melhor as duas dimensões propostas por Scheufele (1999), que se desdobram em quatro categorias de análise, a saber: A) Enquadramento midiático com variável dependente. Refere-se à investigação dos fatores que sugestionam a forma com que os jornalistas enquadram determinados assuntos, onde estão inseridos certos fatores que fortalecem esta influência, como: normas sociais, coerção organizacional, pressão de grupos de interesse, rotinas jornalísticas e ideologias.

B) Enquadramento midiático com variável independente. Seguindo a orientação de Entman (1993) temos que para verificar o enquadramento de uma matéria, precisamos seguir cinco passos que facilitarão na exploração de quais partes da realidade obtiveram maior enfoque no texto, deixando as outras partes em um plano secundário. Desta forma, é possível identificar se a distorção é de cunho político ou econômico e posteriormente podemos delinear os motivos que motivaram a problematização. Outros ângulos a serem ponderados são os indivíduos integrantes na situação, a validação de quais as diferentes reparações possíveis e quem deve ser o responsável por essa deliberação (LEAL, 2011). Pode-se também citar, como um modo de reconhecer o enquadramento de uma matéria, procurar informações em veículos de fontes diferentes, como por exemplo, ler a mesma notícia em jornais diferentes, assim pode-se confrontar diferentes interpretações do trabalho jornalístico sobre uma mesma notícia.

Mais uma forma bastante usada por estudiosos da comunicação é prestar atenção nos termos utilizados na construção da informação divulgada, pois a escolha de palavras mostra uma interpretação sobre o ocorrido, formando a mensagem que a imprensa deseja transmitir para a sociedade. Na data de primeiro de janeiro de 1960, os três títulos da companhia se mesclam, dando origem ao jornal Folha de São Paulo (FOLHA UOL). O levantamento de informações foi confeccionado por meio de pesquisas em livros, artigos, monografias, trabalhos acadêmicos e pesquisas em sites diversos com o objetivo de reunir informações, aprofundando o entendimento sobre o caso. Durante essa etapa, fez-se uso de palavras e frases chaves como: mídia, jornalismo, politica, opinião pública, liberdade de expressão, relação entre mídia e politica, jornalismo politico, enquadramento noticioso, setting, framing, impeachment, como ocorre o processo de impeachment e etc.

Posterior à fase de pesquisa, realizou-se a leitura e fichamento dos materiais de interesse para se iniciar a estruturação da pesquisa que se pode caracterizar como qualitativa e que aborda definições, fatos históricos e dados a respeito do andamento do processo de Impeachment da presidente Dilma Rousseff, bem como o olhar da mídia sobre o assunto, buscando entender a maneira com que a produção de conteúdos jornalísticos é realizada. Em relação à abordagem, optou-se pela qualitativa por se apresentar mais adequada para a análise pretendida, isto é, analisar como a mídia jornalística do maior jornal impresso e eletrônico do Brasil abordou o processo de impeachment da presidente Dilma. Ainda de acordo com Bardin (1977), organizar a análise de conteúdo por categorização é orientada também por três etapas, que são a exploração do material, análise do material e interpretação de resultados.

No que concerne a este trabalho, na pré-análise foi feita inicialmente uma pesquisa utilizando o procedimento de leitura flutuante de algumas notícias pré-selecionadas do período de dezembro de 2015 até setembro do ano de 2016, no acervo eletrônico do Jornal Folha de S. Paulo, chamado de AcervoFolha. Procuraram-se as palavras e frases chaves informadas anteriormente neste capítulo, que estivessem em qualquer parte do texto, seja no título, subtítulo ou no corpo das matérias publicadas. O filtro foi executado de maneira a considerar as matérias que tinham relação e poderiam contribuir com a análise da problemática, objeto deste estudo. Esta regra é completada pela de não-selectividade. • Regra da representatividade. A análise pode efetuar-se numa amostra desde que o material a isso se preste.

A amostragem diz-se rigorosa se a amostra for uma parte representativa do universo inicial. Neste caso os resultados obtidos para a amostra serão generalizados ao todo. Hertog e McLeod, 1991, p. É preciso, portanto, desenvolver métodos de análise mais sistemáticos e menos subjetivos (PORTO, M. P. p. Ou seja, para o adequado enquadramento das notícias de acordo com o conteúdo, é imprescindível a definição de categorias claras, sendo suas fronteiras bem delimitadas de forma a facilitar a divisão, reduzindo a possibilidade de uma interpretação errônea ou confusa. b) Fonte institucional: quem representa as instituições de defesa e proteção à lei brasileira. c) Fonte especializada: trata-se de uma pessoa notória com conhecimento específico na área, como estudiosos políticos e economistas.

d) Outros: artigos que expressão a opinião do autor, sendo só informativos. SCHMITZ, 2011, p. O terceiro e último tipo de análise realizado foi a análise do Análise de Enquadramento que objetiva descobrir como a presidente Dilma foi retratada pela mídia jornalística durante seu processo de impeachment. PT se opõe a cunha que revida e aceita pedido de impeachment de Dilma 03/12/2015 Publicidade tendenciosa A notícia dá a entender que o processo de impeachment da presidente Dilma foi aceito por Cunha porque o PT votou a favor de sua cassação. “Por meio de sua conta no Twitter, Cunha disse que tomava a decisão de acatar a ação (. ‘atendendo ao pedido das ruas’” e “O PT deve ir ao Supremo contra a decisão, com o argumento de que Cunha usou o cargo para chantagear adversários”.

Cunha acusa Dilma de mentir a nação, e ministro reage 04/12/2015 Acusações de corrupção “O deputado afirmou que é ‘grave ‘ que a presidente tenha mentido ao país” [“ao afirmar que jamais aceitaria barganha contra o funcionamento de instituições democráticas”]. Nesta matéria vê-se claramente a acusação de Cunha em relação a Dilma, pois a acusa de mentir ao país sobre seus crimes, desta forma fica implícito a sua opinião de que ela é culpada das acusações. “Na última semana, a debandada de vários aliados complicou os prognósticos de Dilma, embora os dois lados declarem ter votos para vencer”. Avessa a reconhecer erros, Dilma não soube conter revolta política 17/04/2016 Imagem enfraquecida da presidente Na intenção de mostrar que a culpa da situação do país vem da incapacidade da presidente de exercer uma boa gestão, a notícia mostra como se Dilma fosse uma pessoa orgulhosa, mimada, que não aceita opiniões nem assumia seus próprios erros.

Sempre que contrariada, rebatia: ‘Você tem 55 milhões de votos?!’ (. Dilma deteste reconhecer erros”. Julgamento político não é vale tudo, diz especialista 17/04/2016 Outros A notícia mostra uma entrevista com um professor de direito da USP que busca esclarecer alguns pontos da situação, pois falta de popularidade não é crime. A senadores que decidem impeachment, Dilma diz temer a morte da democracia 30/08/2016 Publicidade tendenciosa A notícia é imparcial em quase sua totalidade, mas neste trecho afirma que a derrota da presidente é praticamente certa, mesmo a votação ainda nem ter começado. “Mesmo com o esforço da presidente, a avaliação entre senadores é de que a aprovação do impeachment, em cotação marcada para esta terça (30), é irreversível”. Senado sela destino de Dilma e Temer já prepara medidas 31/08/2016 Publicidade tendenciosa A notícia trata dos próximos passos do processo de impeachment caso seja aprovado, mesmo este ainda não tendo sido finalizado, como se este resultado fosse inevitável.

Embate final tem choro de advogados 31/08/2018 Outros Reportagem curta sobre as manifestações de defesa e acusação durante o julgamento do impeachment, nota-se que os pronunciamentos foram mais emocionais do que racionais. Senado cassa Dilma, temer assume com promessas de reformas e pacificação 01/09/2018 Andamento do processo de impeachment A matéria expõe os pontos finais do processo, com a destituição da presidente, que, no entanto, ficou isenta da inelegibilidade de 8 anos. Na segunda parte, fez-se a análise de vozes, que pretendia identificar as fontes utilizadas para as reportagens. Abaixo segue gráfico correspondente ao resultado do enquadramento das notícias em relação a esta análise: Figura 6 – Quantidade de matérias em cada categoria segundo análise de vozes Fonte: Elaborado pelo autor (2018). A fonte predominante foi a “outros”, por se tratar da análise de notícias veiculadas em um jornal, a maioria foi escrita pelos jornalistas que por vezes citavam uma fonte oficial para corroborar com sua argumentação, sendo esta então a segunda fonte mais encontrada, foram citadas falas de deputados, senadores e outros membros do nosso governo.

Também se encontrou uma fonte considerada especializada, no caso um professor de direito da faculdade Universidade de São Paulo (USP), instituição de muito renome em nosso país, o que auxilia na credibilidade desta. Não foram encontradas matérias citando uma fonte institucional. Desta forma, em casos onde a prática da liberdade de imprensa melindre algum princípio protegido pela constituição, faz-se necessário limitar sua condição de ferramenta democrática, uma vez que este passa a apresentar características de tirania, ou seja, se torna preciso restringir a liberdade de imprensa, independendo dos interesses que estiverem em questão. Assim a maneira como se democratizaram os meios de comunicação na atualidade, em conjunto com a função social da imprensa e a liberdade de expressão colocam à prova o conceito liberal da liberdade de pensamento, pois esta entende que a liberdade de imprensa não tem limites, retirando do Estado o seu papel na regulação da comunicação social (DORNELES, [2014]).

Por isso se faz necessário um olhar mais atento sobre o que se lê no jornal ou se assiste na televisão, passando por um filtro toda informação recebida que pode ou não estar contaminada com algum ponto de vista, prejudicando a neutralidade da notícia e da informação que esta sendo passada a população. Desta maneira, por meio de toda a analise realizada sobre o enquadramento noticioso em relação as matérias selecionadas para tal pesquisa, pode-se inferir que o jornal Folha de São Paulo não acusou diretamente a ex-presidente Dilma de ser culpada dos crimes que estava sendo acusada antes do término do julgamento, o que seria difamação clara, passível de processos jurídicos, mas ao invés disso, esta mídia jornalística retratou Dilma como uma governante praticamente inapta, que precisava constantemente do apoio de Lula para sua defesa e que sempre reagia emocionalmente contra as adversidades, não aceitando sugestões ou reconhecendo seus erros.

Assim, ao pintar a imagem da presidente como uma mulher frágil, sem inteligência emocional ou habilidades administrativas, em certo ponto, não importava mais se ela era culpada ou inocente das acusações, sua aprovação popular esta tão baixa que o povo só queria que ela saísse do poder. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, LDA, 2009. BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70. BLUME, Bruno André. Por que Collor sofreu impeachment?. In: MACHADO, Alex et al. Politize, 31 maio 2017. Disponível em: <https:// www. Disponível em: <https://historiandonanet07. wordpress. com/2015/11/03/republica-populista-pos-getulio-vargas-1954-1964/>. Acesso em: 27 set. BRASIL. BRASIL. Senado Federal. Dois presidentes do Brasil sofreram impeachment em 1955. In: Senado Notícias, 31 ago. b. Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, São João del-Rei, MG, v.

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folha. do?numero=20699&keyword=dilma%2CRousseFF%2Cdilma&anchor=6032950&origem=busca&pd=541a2702b244a7a00e8320fb6b102667 Senado cassa Dilma, temer assume com promessas de reformas e pacificação https://acervo. folha. com. br/leitor. do?numero=20700&keyword=Dilma%2CRousseff&anchor=6033007&origem=busca&pd=7f28e352bf56737dbb1a0b52f85390ff.

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