ECOTURISMO
Tipo de documento:Proposta de Pesquisa
Área de estudo:Turismo
A educação ambiental tem como desafio superar as diferentes visões de mundo sobre a compreensão da vida, do mundo e qual o lugar ocupado pelo homem. Assim, são necessárias novas propostas educacionais para estimular o pensamento e a ação ambiental, contribuindo para a construção de uma nova lógica de civilização e para superar os desafios da transformação necessária do modelo de desenvolvimento dominante atual, que está próximo de um colapso ambiental. Para que isso ocorra, deve ser estabelecida uma nova relação entre homem-natureza-sociedade (JACOBI, 2003; MARTIRANI et al, 2006). A construção de um sentimento coletivo de preocupação com as questões ambientais e para a construção de uma sociedade sustentável, participativa e justa recebeu maior visibilidade com a conferência mundial ECO-92, conforme Martirani et al (2006, p.
Na ocasião da ECO-92 representantes de 1300 organizações não-governamentais (ONGs) de 108 países, inscritos no Fórum Internacional de ONGs e Movimentos Sociais, realizado no Rio de Janeiro em junho de 1992, redigiram 36 planos de ação, aprovados em plenária e denominados tratados, entre os quais o “TRATADO SOBRE CONSUMO E ESTILO DE VIDA”, que faz severas críticas ao modelo de civilização dominante e à “ordem econômica mundial caracterizada pela produção e consumo sempre crescentes, o que esgota e contamina nossos recursos naturais, além de criar e perpetuar desigualdades gritantes entre as nações, bem como dentro delas”. Trata-se, portanto, de uma proposta de crescimento econômico com controle ambiental em que a desigualdade é considerada um erro, algo a ser superado pela universalização do desenvolvimento econômico, mas com a sustentabilidade.
Assim, a ideia de sustentabilidade implica a prevalência da premissa de que é preciso definir limites às possibilidades de crescimento e delinear um conjunto de iniciativas que levem em conta a existência de interlocutores e participantes sociais relevantes e ativos por meio de práticas educativas e de um processo de diálogo informado, o que reforça um sentimento de co-responsabilidade e de constituição de valores éticos. Isto também implica que uma política de desenvolvimento para uma sociedade sustentável não pode ignorar nem as dimensões culturais, nem as relações de poder existentes e muito menos o reconhecimento das limitações ecológicas, sob pena de apenas manter um padrão predatório de desenvolvimento (JACOBI, 2003, p. Diante disso, é possível compreender que o desenvolvimento sustentável é uma proposta complexa com muitas contradições, principalmente diante das diferentes concepções de economia e desenvolvimento existentes no mundo, pois a noção genérica de desenvolvimento está associada com a modernização das sociedades capitalistas, tendo como eixo central a busca constante da expansão ilimitada e que incentiva o consumismo.
Diante do debate sobre o modelo de sustentabilidade a ser seguido, surgiram preocupações com o desenvolvimento da atividade turística e seu impacto no meio ambiente, visto que muitas vezes, os atrativos naturais são a base para a exploração turística. p. ecoturismo “é antes de mais nada, uma atividade que compreende em si um posicionamento ambiental de conservação do patrimônio natural e cultural, tanto das áreas naturais quanto não naturais”. As práticas de ecoturismo estão em consonância com as políticas públicas de turismo no Brasil, que são norteadas pelos princípios da sustentabilidade, de acordo com a Constituição Brasileira de 1988, que garante o direito ao meio ambiente para todos, sendo dever do poder público e da coletividade defendê-lo e preservá-lo para as gerações futuras.
Também é competência estabelecida na Constituição a responsabilidade do poder público de estabelecer instrumentos legais para a proteção e conservação dos recursos naturais bem como de seu uso racional. O ecoturismo é planejado e praticado com base em premissas interdependentes que são: a) Gestão, proteção e conservação dos recursos naturais: as atividades do ecoturismo devem ser compostas por estratégias e ações para minimizar os possíveis impactos negativos da visitação turística e se baseiam num modelo de gestão sustentável da atividade turística. De acordo com Serrano (2000, p. há uma infinidade de termos e conceitos relacionados ao turismo na natureza, sendo o ecoturismo “[. é uma ideia ‘guarda-chuva’, pois envolve uma multiplicidade de atividades como trekking, hiking, escaladas, rappel, espeleologia, mountain biking, cavalgadas, mergulho, rafting, floating, cayaking, vela, vôo livre, paragliding, balonismo, estudos do meio, safári fotográfico, observação de fauna e flora, pesca (catch-release), turismo esotérico e turismo rural [.
Assim, as atividades do ecoturismo estão diretamente relacionadas com a exploração de outro segmento turístico denominado turismo de aventura, objeto do próximo tópico. TURISMO DE AVENTURA O conceito de turismo de aventura está relacionado com as motivações do turista, que em geral se desloca para locais próximos da natureza e busca a superação de desafios físicos ou pessoais com o envolvimento em esportes denominados radicais, muitas vezes envolvendo guias de viagem ou locação de equipamentos especializados. O país comercializa sua cidade de Queenstown como a “Capital Mundial da Aventura” e oferece diversas atividades de lazer ou esportes de aventura para seduzir os viajantes, que inclui rafting nas corredeiras do rio Shotover, jet boat em desfiladeiros estreitos, um passeio de helicóptero e o bungee jump em um cânion de 134 metros de profundidade.
Os turistas de aventura também buscam esportes radicais como sky diving, jet boat, rafting, parapente, escalada, trilhas em jipes com tração nas quatro rodas, mergulho e mountain bike em alguns dos lugares mais distantes do planeta. Millington, Locke e Locke (2001, p. definem a viagem de aventura como: uma atividade de lazer que ocorre em um destino incomum, exótico, remoto ou selvagem. Tende a estar associado com altos níveis de atividade do participante em sua maioria ao ar livre. ed. Brasília: Ministério do Turismo, 2010. MINISTÉRIO DO TURISMO. Turismo de aventura: orientações básicas. Brasília: Ministério do Turismo, 2006. A. ANDRADE, T. O. VELASCO, G. D. br/encontro_anual/encontro3/. TA42-06032006-184215. DOC>. Acesso em: 11 mai. MILLINGTON, K. unwto. org/publication/global-report-adventure-tourism>. Acesso em: Acesso em: 11 mai.
SERRANO, C. O “produto” ecoturístico. ALVES, M. P. Da Exacerbação dos sentidos no encontro com a natureza: contrastando esportes radicais e turismo de aventura. Psicologia: Reflexão e Crítica, v. n.
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