Dor neurogênica na acupuntura

Tratou-se de uma revisão bibliográfica do tipo narrativa, em que houve a recuperação de estudos publicados entre os anos 2006 a 2018 nas bases de dados Lilacs, Scielo, PubMed e Periódicos Capes. A acupuntura apresentou-se eficiente no alívio da dor neuropática em pacientes acometidos por neuropatia diabética dolorosa, cânceres (mama, colo do útero e próstata), neuralgia pós-herpética, síndrome da ardência bucal, síndrome dolorosa miofascial, síndrome dolorosa neuropática e dor lombar e do membro fantasma. Tal eficácia pode ser justificada através da estimulação de nervos de pequeno diâmetro causando uma hiperestimulação das terminações nervosas de fibras mielínicas de neurônios presentes no hipotálamo e tronco cerebral, estes por sua vez, contribuem para a ativação de mecanismos envolvendo opióides endógenos a partir da liberação de endorfinas e estimulação das vias inibitórias descendentes serotoninérgicas.

Assim, é possível observar que a acupuntura apresentou-se eficiente em diversas situações clínicas em que envolveu a dor neurogênica/neuropática, entretanto devido a escassez literária sobre esta temática, mais estudos devem ser realizados. Palavras-chave: Acupuntura, dor neurogênica, dor neuropática, analgesia. Fisiologicamente, em sua grande maioria, a dor está associada a impulsos em fibras aferentes de pequeno diâmetro e de nervos periféricos e pode ser classificada de acordo com o tipo da lesão em: física, química e neurogênica, sendo esta última associada a lesões no tecido neuronal, sobretudo nos nervos periféricos (RANG et al. SILVA et al. Essas lesões nos nervos periféricos, causam a indução mais rápida de descargas elétricas por um período de tempo mais prolongado, devido ao processo de desmineralização dos neurônios, além de processos inflamatórios contribuindo para o desenvolvimento da dor neuropática ou neurogênica (TRINDADE; BASTISTA; SILVA, 2013; KLAUMANN; WOUK; SILLAS, 2008; PENA; BARBOSA; ISHIKAWA, 2008).

A dor neurogênica se manisfesta principalmente através da neuropatia diabética, neuralgia do trigêmeo, neuralgia pós-herpética, câncer, lesão do trato espino-tálamo-cortical, acidente vascular cerebral, esclerose múltipla e outras mielopatias e comorbidades psiquiátricas como depressão. Contudo, o paciente que apresenta dor neuropática tem múltiplas queixas, e como a dor não pode ser avaliada de forma objetiva, mas sim subjetiva, torna-se difícil evidenciar quais seriam os principais sintomas apresentados pelos acometidos. Critérios de inclusão e exclusão Foram incluídos estudos que em seu conteúdo trouxessem informações relevantes acerca do uso da acupuntura no alívio na dor neurogênica, de artigos publicados durante os anos de 2006 à 2018. Estudos que não atenderam o tempo cronológico delimitado e que não evidenciaram informações importantes acerca da temática abordada, foram excluídos.

Coleta de Dados e Fontes de Informação Os artigos foram recuperados a partir das bases de dados: Lilacs (Centro América Latina e Caribe em Ciências da Saúde), Scielo (Scientific Eletronic Library Online), PubMed e Periódicos Capes. A última atualização ocorreu em: 09 de julho de 2018. Processo de seleção de artigos Inicialmente houve a análise de títulos e resumos de artigos científicos, em seguida aqueles que demonstraram ter relação com a temática abordada tiveram seus resultados avaliados e posteriormente computador para posterior utilização nesta pesquisa. Na síndrome dolorosa miofascial em trabalhadores com DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) se é observada a presença de dor neuropática, e o uso da acupuntura tornou-se interessante, uma vez que pode propiciar analgesia, devido a capacidade de causar o relaxamento muscular e suprimir a dor, além de poder causar a melhora do sono e diminuição da ansiedade (FERNANDES; FERNANDES, 2011).

Em paciente com dor neurogênica devido, membro fantasma, também observou-se o alívio da dor com o uso de medidas não farmacológicas, incluindo a acupuntura (MORAES et al. Enquanto que a dor lombar crônica, traz componentes relacionados a dor nociceptiva e neuropática, e a acupuntura é um dos métodos utilizados para trazer maior analgesia, apresentando eficácia a curto prazo (FRASSON, 2016). Ademais, a acupuntura também mostrou-se eficiente frente a síndrome dolorosa neuropática (TONET et al. Entretanto, mesmo observando-se que a acupuntura apresenta diversas aplicações clínicas, algumas pesquisas demonstram que esta metodologia se apresenta ineficaz. As agulhas promovem a estimulação das fibras alfa e beta e contribui para a inibição da nocicepção porque estimula a os interneurônios inibitórios e a liberação de endorfinas e estimulação das vias inibitórias descendentes serotoninérgicas (CORRÊA; COSTA; LAVOR, 2017).

Aacredita-se que o benefício da acupuntura frente a dor neurogênica, pode se dar a partir da liberação de neurotransmissores e neuropeptídeos como endorfinas, encefalinas, serotonina, neurotensina, colecistoquinina, octapeptídeo, angiotensina II, dopamina e noradrelana ou ainda devido alguma possível regulação do sistema nervoso autônomo e do aumento do fluxo sanguíneo local que se dá apartir de estímulos de promovem o aumento da concentração de óxido nítrico causando a vasodilatação (ARAÚJO; OLIVEIRA; SILVA, 2012; LUIZ; BABINSKI; FERREIRA, 2012), sendo portanto uma processo bastante complexo e ainda pouco compreendido. Conclusão A acupuntura mostrou-se uma técnica eficaz frente a diversas afecções como neuropatia diabética dolorosa, cânceres, neuralgia pós-herpética, síndrome da ardência bucal, síndrome dolorosa miofascial, síndrome dolorosa neuropática e lesões no nervo sural.

O mecanismo pela qual a acupuntura consegue combater a dor neurogênica ainda não é bem elucidade, entretanto sabe-se que envolve a estimulação de nervos de pequeno diâmetro e a ativação de mecanismos envolvendo opióides endógenos, contribuindo para analgesia. Contudo, devido a precariedade de informações referentes a esta temática na literatura, é importante que haja-se mais pesquisas que envolvam a acupuntura frente a dor neurogênica, como foco centralizador. ARAÚJO, C. M. OLIVEIRA, B. M. SILVA, Y. n. BRAGA, N. S. SILVA, A. R. Consulta pública nº 7 de 12 de dezembro de 2011. Disponível em:< http://portalarquivos. saude. gov. br/images/pdf/2014/abril/04/cp-07-dor-cronica-2011. supl. p. S56-S58, 2016. CORRÊA, J. M. FERNANDES, E. H. FERNANDES, J. H. M. n. p. FRASSON, V. B.

Dor lombar: como tratar? Opas/OMS, v. São Paulo: Artes Médicas, 2006. KLAUMANN, P. R. WOUK, A. F. Avaliação da dor em pacientes oncológicos internados em um hospital escola do nordes do Brasil. Revist dor, v. n. p. LUIZ, A. F. B. et al. Bloqueio do sistema nervoso simpático para tratamento de dor do membro fantasma. Relato de caso. OLIVEIRA, A. A. C. OLIVEIRA, L. C. R. S. REIS, E. F. RODRIGUES, E. ASHMAWI, H. A. Dor crônica refratária de tornozelo controlada com radiofrequência pulsada. Relato de caso. Rev dor, v. p. PORTELLA, A. V. T. et al. SAMPAIO, J. F. COSTA, M. F. Métodos para o tratamento da dor em crianças com câncer. et al. Modelos experimentais para avaliação da atividade antinociceptiva de produtos naturais: um revisão.

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