Discurso e Mudança Social, "Teoria social do discurso"

A obra “Discurso e Mudança Social” do autor Normam Fairclough, é uma introdução crítica à análise do discurso como desempenhada nas mais diversas áreas do conhecimento, desde a linguística e a sociolinguística até os estudos culturais e sociológicos. Durante a obra o autor manifesta como a preocupação com a análise do discurso pode ser estabelecida em um caminho sistemático e proveitoso, com interesse em grandes problemas da análise e mudança social. Este estudo aborda os assuntos relacionados ao capítulo três da obra de Fairclough, intitulado “Teoria Social do Discurso”, onde é apresentado um ponto de vista de discurso e um quadro teórico para a análise do discurso que é idealizado durante a obra. O capítulo estudado tem como objetivo reunir a análise de discurso orientada linguisticamente e o pensamento social e político pertinente para o discurso e a linguagem, na forma de um quadro teórico que será conveniente para uso na pesquisa científica social, e especialmente, na análise da mudança social.

O autor inicia a introdução do conteúdo com a definição, utilizada por ele na obra, de discurso, desta forma, o termo “discurso” será utilizado no qual os linguistas especificamente escrevem sobre o “uso de linguagem”, fala ou desempenho. O discurso pode ser representado como um mero reflexo de uma realidade social mais profunda, ou como demonstração idealizada de fonte do social. Esta afirmação, ressalta a importância do fato de que a relação entre discurso e estrutura social seja apontada como dialética para evitar o erros de ênfase indevida. Dado que o discurso como representação idealizada de fonte do social é o erro mais imediatamente perigoso, visto a ênfase nas propriedades constitutivas do discurso em debates contemporâneos. Assim, a constituição discursiva da sociedade não decorre de um livre jogo de pensamentos das pessoas, mas de uma prática social que está firmada em estruturas sociais materiais e históricas, que se relacionam entre si.

Abordando a prática social, ela possui diversas orientações – econômica, política, cultural e ideológica – podendo o discurso sem implicados em todas, sem que possa reduzir qualquer uma dessas orientações do discurso. Já na análise da prática discursiva é necessário o envolvimento de uma combinação que se pode denominar “microanálise” e “macroanálise”, seguindo a teoria criada pelo autor, é a natureza da prática social que determina os macroprocessos da prática discursiva e são os microprocessos que moldam o texto. A prática social em relação ao conceito de discurso à ideologia, é o que chama mais atenção do leitor, devido a aplicabilidade do intelecto no cotidiano, já que as ideologias são significações/construções da realidade, que são construídas em várias dimensões das formas das práticas discursivas e que contribuem para a produção, a reprodução ou a transformação das relações de domínio.

As práticas discursivas atreladas à ideologias incorporam significações que contribuem para manter ou reestruturar as relações de poder. Desta forma, as relações de poder sofrem influência de discursos, sendo científicos ou teóricos. Assim, o discurso como um agente de mudança social e cultural é capaz de quebrar laços de subordinação, aplicar conhecimento e aprimorar teses e discussões.