DIETAS RESTRITIVAS: SUAS CONSEQUÊNCIAS NA SAÚDE E NA PRÁTICA ESPORTIVA

Além disso, tem o objetivo de evidenciar os principais efeitos que as dietas restritivas ocasionam na saúde e desempenho no esporte. Realizou-se uma pesquisa bibliográfica de acordo com as abordagens e contribuições de alguns autores como BURKE et al. JOB et al. e MCGUIRE (2001), além de outros, focando em direcionamentos relativos à alimentação restritiva, nutrição de atletas de diversas modalidades esportivas, uso indiscriminado de dietas restritivas sem acompanhamento profissional bem como suas principais consequências na saúde e desempenho no esporte. Concluiu-se com a pesquisa que o acompanhamento nutricional adequado é o melhor caminho para otimizar o desempenho no esporte e minimizar o efeitos deletérios da má alimentação. De acordo com McGuire et al. “A restrição alimentar é uma estratégia comportamental e cognitiva, que as pessoas usam para controlar o peso corporal.

O termo restrained eating foi definido como uma tendência a restringir o consumo alimentar conscientemente, a fim de prevenir o ganho de peso ou promover sua perda. ” (MCGUIRE et al. p. O comportamento alimentar trata-se de algo muito complexo, pois comer é um ato social que vai além das necessidades básicas de alimentação indispensáveis ao desenvolvimento dos valores vitais, ou seja, é mais do que nutrientes. É consenso entre a comunidade científica que os hábitos alimentares afetam decisivamente a saúde, o peso, a composição corporal e o rendimento esportivo. Tendo em vista isso, o nutricionista vem como mediador principal para que os alimentos possam ser utilizados da melhor forma a fim de maximizar a absorção de nutrientes essenciais. Nesse contexto, Pavlovic (1987) afirma que o organismo humano é impossibilitado de regular naturalmente a quantidade ideal de nutrientes que devem ser consumidos por dia.

Por isso, é necessária uma moderação consciente a fim de equilibrar o ingerido e o que realmente é necessário para suprir as necessidades nutricionais. O trajeto para a perda de peso exige paciência, dedicação e acompanhamento profissional especializado de um nutricionista. É importante que o indivíduo saiba que a perda de peso saudável ocorre de forma gradual. O conceito de dietas restritivas pode ser entendido, segundo Job et al. como “aquelas que incentivam a restrição calórica ou de macronutrientes e grupamentos alimentares, ou seja, por exemplo, contando calorias, deixando de consumir carboidratos e gorduras”. JOB et al. Os percentuais de músculo e gordura, também chamados de massa magra e massa adiposa devem ter distribuição adequada, devendo ser maximizado o aumento e manutenção da massa magra e redução da percentagem de depósitos adiposos, sobretudo gordura subcutânea.

Isso pode ser alcançado efetivamente por meio de supervisão do profissional da nutrição capacitado. O suficiente aporte energético nas dietas de atletas do futebol é essencial para o suprimento nutricional adequado e consequente funcionamento do organismo. A ingestão insuficiente de nutrientes, como em casos de restrição alimentar associado ao treinamento exaustivo, resulta em absorção reduzida de cálcio e ferro, ocasionando distúrbios da alimentação, disfunção menstrual além de osteopenia. Estes fatores em conjunto acometem geralmente as atletas do gênero feminino em especial prejudicando o desempenho, a saúde e aumentando o risco de lesões. Essa ferramenta respeita a individualidade de cada atleta, evitando deficiências nutricionais, reduções no desempenho e doenças decorrentes da má alimentação suprindo assim as exigências de macronutrientes e micronutrientes de cada indivíduo.

Outra categoria de atletas que lança mão de dietas restritivas são os lutadores. Estes nas semanas que antecedem competições e durante estas, utilizam técnicas de redução rápida de peso. As referidas técnicas muitas vezes são recomendadas pelos próprios técnicos ou outros atletas sem consultar um profissional capacitado, como o nutricionista, para realizar o planejamento da redução de peso. Essa redução drástica de peso é mais prejudicial ao organismo, pois ocorre pela desidratação, enquanto que dietas com redução calórica gradativa estocam energia e mantém o organismo hidratado. “Atletas podem ser considerados um grupo de risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares, já que geralmente têm intensa preocupação com a saúde e o bem-estar e são mais críticos em relação aos seus corpos e peso do que não atletas praticantes habituais de atividade física”.

COSTA et al. p. Como descrito, muitas vezes os técnicos, treinadores e até mesmo os pais incentivam o uso de comportamentos extremos de restrição alimentar indiscriminada e independente do esporte que estão inseridos trazendo ainda mais transtorno. Assim, é importante salientar sempre e evidenciar a importância do nutricionista na conscientização deste público a fim de evitar problemas e adequar a alimentação do atleta com o objetivo de maximizar o desempenho no esporte e otimizar a saúde. Energy and carbohydrate for training and recovery. Journal of Sports Sciences, England, v. n. p. jul, 2006. C. et al. Influência do treinamento aeróbio e anaeróbio na massa de gordura corporal de adolescentes obesos. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo, v. n. NAHAS, R.

M. Modificações dietéticas, deposição hídrica, suplementos alimentares e drogas: comprovação de ação ergogênica e potenciais riscos para a saúde. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo, v. n. p. mar/abr, 2019. MCGUIRE, M. T. et al. p. jan/fev, 2008. PAVLOVIC, B. Ginástica Aeróbica: uma nova cultura física. Rio de Janeiro: Sprint, 1987. jun, 2004.