Deuteronomio

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Religião

Documento 1

A terra prometida estava do outro lado do rio, mas, antes da travessia física, era preciso uma preparação ou, o estabelecimento de uma nova aliança. As leis do Sinai são adequadas à nova realidade que o povo enfrentaria no novo território. E, os discursos de Moisés são, muito mais do que material legislativo, mas, um material teológico abundante que renova o compromisso com o Deus único e misericordioso que escolheu aquele povo como seu e pede amor, adoração e compromisso com a aliança renovada. PALAVRAS-CHAVE: Moisés. Aliança. Há uma importante teologia que é a da renovação da aliança, aquela mesma da promessa, que agora ganha sua formatação através de um conjunto de leis. Primeiro no Sinai, com a Tábua dos 10 Mandamentos e, agora, ao fim de sua vida, Moisés, que não vai alcançar Canaã, a terra prometida, entrega ao povo o que se pode chamar de a Constituição da nova Nação.

Portanto, é necessário, uma releitura do Deuteronômio, à luz de sua proposta que é mostrar o caráter de um Deus que escolheu um povo para a ele se dedicar. E, apresentar como a graça redentora deste Deus exigente, mas misericordioso, pode agir, se o povo aceitar a renovação da aliança e, só a Ele obedecer. É esse o propósito deste artigo. Mas, não foi assim. Ele foi salvo por alguém da corte que o educou com todas as regalias dos escribas egípcios, aprendendo: diplomacia, direito, política e artes militares. Torna-se, desta forma, uma pessoa importante aos olhos do faraó. Esta história, que vem narrada no livro do Êxodo, muda quando Moisés mata um egípcio para defender um hebreu, como ele. Mais uma vez, seria levado à morte.

Mas, antes de atravessarem o rio, receberão de seu líder um conjunto de leis e, em três discursos, a constante lembrança da aliança e o apelo a que permaneçam fiéis para não caírem em desgraça. Este material é considerado um “testamento espiritual” deixado por Moisés. ESPAÇO E TEMPORALIDADE Os primeiros versículos do livro de Deuteronômio são suficientes para que se possa traçar o espaço e a temporalidade da narrativa: “Estas são as palavras que Moisés falou a todo o Israel além do Jordão, no deserto, na planície defronte do Mar Vermelho, entre Parã e Tôfel, e Labã, e Hazerote, e Di-Zaabe. Onze jornadas há desde Horebe, caminho do monte Seir, até Cades-Barnéia.

E sucedeu que, no ano quadragésimo, no mês undécimo, no primeiro dia do mês, Moisés falou aos filhos de Israel, conforme a tudo o que o Senhor lhe mandara acerca deles. Deuteronômio se apresenta como um registro de discursos feitos oralmente por Moisés imediatamente antes da entrada de Israel na Terra Prometida, uma série de discursos entregues imediatamente para escrita (31,9). Contudo, de acordo com a convenção literária do Antigo Oriente Próximo, estritamente falando, o livro como o temos é anônimo. Podemos apenas especular quando os discursos individuais de Moisés foram associados, arranjados e unidos à sua atual narrativa. Certas características estilísticas e literárias, o conteúdo de uma série de observações históricas no livro e as semelhanças da presente estrutura do livro com os documentos de tratados hititas do segundo milênio A.

C. IV. Os princípios (ou estipulações gerais) da aliança (5. V. As estipulações específicas da aliança (12. VI. Interlúdio narrativo (32. XII. A bênção de Moisés (33. XIII. Epílogo narrativo (34. BLOCK, 2017, p. Depois, é preciso reconhecer o gênero e a forma do livro. Block explica que Deuteronômio pode ser entendido como um segmento da biografia de Moisés, iniciada em Êxodo, à qual foram inseridos uma série de discursos. “Reconhecer o caráter fundamentalmente pactual de Deuteronômio tem implicações extremamente significativas para a mensagem que ouvimos no livro” (BLOCK, 2017, p. Moisés desafia Israel a responder ao pacto estabelecido por Javé, aceitando-o como seu único Deus e sendo fiel a ele. Como Moisés, mediador da Antiga Aliança anunciava Cristo, mediador da Nova Aliança.

Compreende-se, então, a importância que a iniciativa de Moisés assume seja para aquele tempo, seja para o futuro. A lei da aliança tem seus fundamentos no decálogo e isto é aceito por todos os estudiosos. O que propõe Eugene Merrill, é que o decálogo vai além, detalhando até mesmo princípios básicos e dogmas fundamentais que se originam na natureza de Deus e no seu relacionamento com a humanidade. Quando Jesus, em Mt 22,36-40 responde sobre os mandamentos, sendo o primeiro: amar a Deus e, o segundo, amar ao próximo, ele está dando ênfase na teologia deuteronômica. MERRILL, 2009, p. Merrill (2009, p. defende que a insistência de Moisés conclamando o povo a ser fiel a Deus vai no sentido de tornar cada vez mais profunda a aliança.

Amar no Antigo Testamento significa também escolha. E, Jesus captou bem esta ideia: “Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos” (Jo 14,15). Em geral, contudo, esses capítulos oferecem evidência clara de como a teologia deuteronômica da aliança e da jornada molda a ética do povo de Deus. As exigências éticas desses capítulos podem ser resumidas sob três temas gerais. Alexander,. As temáticas propostas por Alexander são: Obediência e adoração, em lugar certo e de forma estabelecida pelas leis; Obediência e a Terra que, em Deuteronômio, “é o lugar onde Deus é encontrado”; Obediência e relacionamentos humanos. O rompimento da relação com Deus não se dá apenas na profanação da terra, mas também na prática da injustiça entre as pessoas: “Deus quer relacionamentos justos e corretos, igualdade e imparcialidade”.

“Moisés deixa claro que o Shemá era o esboço de todos os mandamentos e de que o amor ao Senhor envolvia nada mais nada menos que o serviço a ele (cf. também v. MERRILL, 2009, p. A FIDELIDADE À ALIANÇA À LUZ DA GRAÇA DE DEUS Alexander (XXXX) apresenta a graça como solução. O pessimismo de Moisés é perceptível, de forma especial nos capítulos 5-11: “31Tu, porém, fica-te aqui comigo, para que eu a ti te diga todos os mandamentos, e estatutos, e juízos, que tu lhes hás de ensinar, para que cumpram na terra que eu lhes darei para possuí-la. Em Jesus Cristo, vemos que ela toma a forma do próprio Deus. Muito da estrutura teológica necessária para compreender o significado da vinda, vida e morte de Jesus foi estabelecida por Moisés em seus escritos e, talvez, sobretudo em Deuteronômio.

Pois é aqui onde primeiro se articula a teologia da bênção e maldição que está no centro da obra de Jesus da expiação de pecado. E aqui onde fica exposta a falta de esperança da humanidade presa ao pecado, mesmo entre os escolhidos de Deus. E aqui onde primeiro aparece a possibilidade de intervenção divina tão radical que transforma as pessoas na própria essência de seu ser. O arrependimento virá, mas com o incentivo de Deus. Merrill fala de um dilema:. o Senhor é cheio de hesed, de graça e de lealdade à aliança, e que, com certeza, não ignora o pecado, mas também fornece um meio de expiação e de renovação para que sua promessa da aliança possa ser cumprida sem comprometer a santidade e a justiça dele.

Essa verdade prepara o caminho para a doutrina da graça, que é o fundamento da soteriologia do Novo Testamento. MERRILL, 2009, p. Josué é o personagem que assume o lugar de Moisés na liderança do povo que atravessaria em seguida o Jordão, rumo à terra prometida, onde corre leite e mel. CONSIDERAÇÕES FINAIS O Novo Testamento conforme os ensinamentos de Jesus Cristo, narrado pelos evangelistas e por São Paulo, recorrem constantemente às fontes do antigo Testamento, à história da salvação, à criação e, de forma especial, ao Deuteronômio, onde Deus renovou sua aliança no deserto, antes da entrada do povo na terra prometida. A aliança firmada entre Deus e o povo, é para sempre. Jesus não revoga a antiga lei, ele cumpre o que estava escrito e vem em auxílio de seu povo, o próprio Deus encarnado como solução para a remissão do pecado de um povo que, muitas vezes se mostra infiel e cai em tentações, cai no pecado.

O mandamento do amor que vem através da boa nova da qual Jesus é o portador, não é uma novidade. MERRILL, E. H. Teologia do Antigo Testamento. São Paulo, Shedd Publicações, 2009.

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