Desenvolvimento Sustentável na Caatinga

Tipo de documento:Artigo cientifíco

Área de estudo:Biologia

Documento 1

Assim, já se observam perdas irrecuperáveis na diversidade florística e faunística, aceleração dos processos de erosão e declínio da fertilidade do solo e da qualidade da água pela sedimentação. O que se recomenda é o manejo sustentável, para que as plantas e os animais possam se reproduzir de modo satisfatório e em quantidades que permitam a constante restauração do ecossistema. O presente trabalho consiste em apresentação do estudo realizado por Silva et al. que intitula-se Plano de manejo florestal sustentável da caatinga na região central do RN, confrontando-o à bibliografia já existente, visando contribuir como mais uma fonte relevante de informações sobre o bioma. Como resultado, obteve-se o inventário florístico contendo 2556 indivíduos distribuídos em 14 espécies, onde a espécie com maior representatividade foi Catingueira (Caesalpinia pyramidalis).

The present work consists of the presentation of the study by Silva et al. entitled "Plan of sustainable forest management of the caatinga in the central region of the NB, comparing it with the existing bibliography, aiming to contribute as one more relevant source information about the biome. As a result, the floristic inventory was obtained containing 2556 individuals distributed in 14 species, where the most representative species was Catingueira (Caesalpinia pyramidalis). The obtained data indicate that the horizontal structure of the vegetation is formed by 07 species that totalize 80,53% of the frequency, 93,70% of abundance and 95,39% of the dominance. Through the total forest inventory, it was possible to estimate the possible exploitation of 15 fields or UPAs per year, totaling 58,198,883 st, where a field will be explored per year. O extrativismo na Caatinga pode ser classificado em extrativismo animal, para obtenção de produtos de origem pastoril ou vegetal, para obtenção de madeira ou produtos de origem agrícola ou madeireira.

No caso da exploração pecuária, o superpastoreio de ovinos, caprinos, bovinos e outros herbívoros tem modificado a composição florística do estrato herbáceo, pela época ou pela pressão de pastejo. A exploração agrícola, com práticas de agricultura itinerante que constam do desmatamento e da queimada desordenados, tem modificado tanto o estrato herbáceo como o arbustiva-arbóreo. O desmatamento causado pelo uso da madeira para produção de energia é um dos sérios problemas do bioma. EMBRAPA, 1997). Segundo a Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira (, é preciso combinar ações que proporcionem o desenvolvimento da região, o bem-estar social e a proteção da fauna e da flora. É importante que se avancem as alternativas sociais e econômicas de inclusão e geração de renda para aqueles que vivem e dependem de recursos da Caatinga (Teixeira, 2018).

O termo “desenvolvimento sustentável” vem sendo discutido há década; surgiu a partir de estudos da Organização das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas, como uma resposta para a humanidade perante a crise social e ambiental pela qual o mundo passava a partir da segunda metade do século XX. Na Comissão Mundial para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CMMAD), também conhecida como Comissão de Brundtland, no processo preparatório a Conferência das Nações Unidas – também chamada de “Rio 92” foi desenvolvido um relatório que ficou conhecido como “Nosso Futuro Comum”, onde consta uma das definições mais difundidas do conceito: “o desenvolvimento sustentável é aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer as possibilidades de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades” (Barbosa, 2008).

As sociedades atuais enfrentam o dilema de utilizar os recursos de forma sustentável, abastecendo a população com os bens de consumo necessários, porém, sem esgotá-los. Além de apresentar os resultados obtidos por Silva et al (2013) a proposta do presente trabalho é confrontá-lo com a bibliografia existente em artigos científicos, relatórios e livros técnicos, sobre o tema sustentabilidade na Caatinga, visando assim, contextualizar ainda mais os conhecimentos existentes sobre esse importante bioma nacional. Resultados O inventário florístico obteve 2556 indivíduos distribuídos em 14 espécies, onde as espécies com maior representatividade foram, respectivamente: Catingueira (Caesalpinia pyramidalis, com 38,93 %), Imburana (Bursera leptophloes, com 15,6 %) e Pereiro (Aspidosperma pyrifolium, com 13,05 %). Tais espécies apresentaram um grande potencial de biomassa, somadas apresentam 67,58% do volume total, ou 78,734 st/ha.

Estes resultados indicam que as espécies da área apresentam potencial para exploração energética, no caso especifico, a lenha. A espécie que mais se destaca é a Catingueira (Caesalpinia pyramidalis) com 14,09% frequência, abundância de 33,41 % que corresponde a uma área basal (ABB) de 5,978 m²/ha, e dominância de 43,67%. A tabela 3 mostra a caracterização da área para fins do manejo florestal, para o período compreendido entre 2012 a 2027, onde a área a ser manejada representa 67,91% da área total da fazenda. Pelos resultados, observa-se grande potencial da área estudada para tornar-se uma unidade de conservação, podendo desta forma, ser utilizada de maneira sustentável. Segundo relatório do Ministério do Meio Ambiente, cerca de 7% da caatinga se encontra em unidades de conservação, menos de 1% em unidades de proteção integral (como Parques, Reservas Biológicas e Estações Ecológicas), que são as mais restritivas à intervenção humana.

Estas unidades, no entanto, têm sérios problemas de implementação. De fato, têm que lidar com diversos problemas relacionados com a proteção da sua biodiversidade, como a caça, fogo, desmatamento e tráfico de animais silvestres. Anteriormente, a visão sobre a Caatinga estava vinculada à ideia de pobreza social explicada pela semiaridez, o que levou à crença de que sua biodiversidade seria igualmente pobre e assim cientificamente desinteressante. As florestas da Caatinga foram sempre consideradas, pela falta de conhecimento, pouco diversas, quase sem utilidade e, em alguns casos, um empecilho ao desenvolvimento da Região (Brasilia, 2010). Assim, com as reivindicações conservacionistas, percebe-se a intenção de valorização de suas características biológicas e ecológicas atualmente descritas pela ciência. Em relação à gestão de recursos, Projetos como o Plano de Manejo florestal sustentável da caatinga na região central do RN permitem um conhecimento maior do bioma, aumentando o banco de dados sobre sua biodiversidade, além de influenciar no manejo de seus recursos, para que estes sejam explorados sem que haja prejuízo às futuras gerações.

De posse do resultado do estoque florestal total pode-se prever qual área e volume de biomassa florestal poderão ser explorados anualmente por talhão ou Unidade Produtiva Anual (UPA). Tabela 4 – Produção de biomassa florestal a ser explorada anualmente. Espécie N Arv. n/há) Altura (m) ABB (m2/ha) ABP (m2/ha) Vol. Real (m2/ha) Vol. Emp (st/ha) % 1 Amorosa 212 3,2 0,641 0,384 1,746 5,946 5,1 2 Carrasco 2 3 0,008 0,005 0,023 0,08 0,07 3 Catingueira 854 3,1 5,978 2,983 13,303 45,355 38,93 4 Feijão Bravo 5 3,8 0,022 0,01 0,043 0,146 0,13 5 Imburana 25 4,7 1,027 0,801 5,329 18,172 15,6 6 João Mole 1 4 0,049 0,025 0,121 0,413 0,35 7 Jurema Branca 201 3,5 0,445 0,301 2,461 8,37 7,18 8 Jurema Preta 123 4,1 1,342 0,751 3,184 10,823 9,29 9 Marmeleiro 370 2,6 0,258 0,162 1,55 5,276 4,53 10 Mofumbo 45 4,8 0,035 0,023 0,294 1 0,86 11 Mororó 6 3,2 0,03 0,009 0,032 0,109 0,09 12 Pereiro 610 2,7 2,982 1,135 4,461 15,207 13,05 13 Pinhão 95 2,8 0,213 0,098 0,371 1,258 1,08 14 Quixabeira 7 4,3 0,177 0,147 1,282 4,359 3,74 Total 2. T. Almeida, A. L. S. Almeida, C. S. Soldati, G. T. Nascimento,L. G. M. Araújo,T. A. S. Nascimento, V. Revista Visões 4ª Edição, Nº4, V. Jan/Jun. Dantas, B. F. Lopes, A. ARAGÃO, C. A. Científica, Jaboticabal, v. n. p. br/biomas/caatinga/iniciativas-de-conservação.

Acesso em 05/06/2018. Brasília, Ministério do Meio Ambiente. Relatório de Áreas Prioritárias para Conservação, Uso Sustentável e Repartição de Benefícios da Biodiversidade Brasileira, 2007. Brasília, Ministério do Meio Ambiente. Brasília. DF. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. ª Ed. Francelino, M. n. p. Leal, I. R. Tabarelli,M. mma. gov. br/informma/item/7003-sustentabilidade-para-o-desenvolvimento-da-caatinga. Acesso em 05/06/2018. Riegelhaupt, E. S. B. Cestaro, L. A. Kageyama, P. Dantas, E. X. Oliveira, P. R. S. Edição Especial, p. dez/2016.

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