Desenvolvimento Sustentável: como a Agroecologia pode contribuir neste processo?

Tipo de documento:Artigo cientifíco

Área de estudo:Ciencias ambientais

Documento 1

A parte metodológica deste trabalho foi baseada no levantamento bibliográfico de vários trabalhos científicos da vasta literatura sobre o tema, com objetivo de compreender os princípios e características da agroecologia e analisar se o conhecimento gerado pela agroecologia pode e está contribuindo no fomento do desenvolvimento sustentável. Segundo os trabalhos encontrados, a agroecologia tem incentivado a busca pelo equilíbrio ambiental, tanto no sentido de proteção dos recursos naturais, como na melhoria da qualidade dos alimentos consumidos. Porém, existe a necessidade de implantação de políticas públicas mais eficazes e de novas estratégias fortalecedoras da agroecologia. Por fim, com base em todas as evidências citadas até agora, vários especialistas sugeriram que o resgate de sistemas de gestão tradicionais combinados com o uso de estratégias de manejo agroecológicas pode representar o único caminho viável e adequado para aumentar a produtividade, sustentabilidade e resiliência da produção agrícola baseada em camponeses sob cenários climáticos previstos.

Palavras-chave: Agroecologia. Pesquisas atuais sugerem que a agricultura é a atividade humana mais vulnerável aos efeitos da mudança climática pois depende muito de água, temperatura e um equilíbrio delicado de gases como o dióxido de carbono e metano na atmosfera. Além disso, as alterações climáticas e a segurança alimentar global estão inteiramente ligadas (ALTIERI et al. Neste contexto, há um debate contínuo sobre o desenvolvimento futuro dos sistemas agrícolas e alimentares para enfrentar os desafios globais do abastecimento de alimentos, diversidade biológica e cultural, mudanças climáticas e justiça social. Entre as opções apresentadas, a agroecologia é discutida como alternativa para promover um desenvolvimento sustentável (MIGLIORINI & WEZEL, 2017). Agroecologia é uma ciência aplicada que utiliza princípios ecológicos bem estabelecidos para o projeto e o manejo de agroecossistemas diversificados, onde os insumos externos são substituídos por processos naturais, como fertilidade natural do solo, alelopatia e controle biológico (NICHOLLS et al, 2016).

Desenvolvimento A parte metodológica deste trabalho foi baseada no levantamento bibliográfico de vários trabalhos científicos da vasta literatura sobre o tema, com objetivo de compreender os princípios e características da agroecologia e analisar se o conhecimento gerado pela agroecologia pode e está contribuindo no fomento do desenvolvimento sustentável. Conceito de Agroecologia O termo agroecologia teve sua origem nos anos 1930. Apesar de ser antigo, somente nos últimos quarenta anos que tem sido salientada sua importância científica, com a intensificação da reflexão teórica sobre o manejo dos agroecossistemas e das críticas ao modelo de desenvolvimento agrícola (MOREIRA & CARMO, 2004). Muitas instituições e autores apresentam diferentes definições para agroecologia atualmente (FAOa, 2018). O conceito de agroecologia é concebido principalmente como ciência, depois como um conjunto de práticas agrícolas e, em menor grau, como um movimento social (GALLARDO-LÓPEZ et al, 2018).

LA VIA CAMPESINA, 2015). Princípios básicos da agroecologia Em relação à agroecologia, diferentes princípios podem ser mencionados e são divididos entre princípios gerais, para sistemas de produção animal e socioeconômicos para a agroecologia. Os agroecossistemas modernos requerem mudança sistêmica, mas os sistemas agrícolas recém-redesenhados não surgirão da simples implementação de um conjunto de práticas, mas da aplicação de princípios agroecológicos (NICOLLS & ALTIERI 2016), referentes à promoção de processos e serviços ecológicos, incluindo solo, aspectos da água, do ar e da biodiversidade. Os diferentes princípios incluem (i) reciclagem de biomassa, (ii) melhoria da biodiversidade funcional, (iii) fornecimento de condições favoráveis ​​para o crescimento das plantas, (iv) minimização de perdas, (v) diversificação de espécies e recursos genéticos no agroecossistema e (iv) aumento de interações biológicas benéficas e sinergias.

Princípios gerais da agroecologia Podem ser citados como princípios gerais da agroecologia (NICOLLS et al, 2016, GLIESSMAN 1997, 2014): • melhorar a reciclagem da biomassa, com vista a otimizar a decomposição da matéria orgânica e o ciclo de nutrientes ao longo do tempo; (ii) fortalecer o “sistema imunológico” dos sistemas agrícolas através do aumento da biodiversidade funcional - inimigos naturais, antagonistas, etc. • criar conhecimento coletivo e capacidade de enfrentamento • promover a independência dos agricultores em relação ao mercado • reconhecer o valor de uma diversidade de conhecimentos 2. Regulamentos e políticas de agroecologia no Brasil Analisando o histórico da Agroecologia no cenário nacional, desde a década de 1980, o movimento agroecológico brasileiro demanda por políticas públicas adequadas para o desenvolvimento rural, sob o aspecto da estruturação de um novo modelo de agricultura em alicerces sustentáveis, estáveis, principalmente, através da agricultura familiar (CANAVESI et al, 2016).

Ao longo dos anos, alguns programas, projetos e ações colaboraram para a divulgação da agroecologia e da produção orgânica, dentre as quais pode-se destacar o Programa Nacional de Agrobiodiversidade, inserido no Plano Plurianual (PPA) 2008-2011. Este programa teve como objetivo a promoção de sistemas sustentáveis de agricultura, incentivando as práticas agroecológicas de agricultores e agricultoras familiares, povos e comunidades tradicionais, através da conservação da biodiversidade e de seu elemento cultivado, além de fomentar a supremacia e a segurança alimentar da sociedade (CANAVESI et al, 2016). Outros exemplos de avanços nas políticas públicas direcionadas à agroecologia foram o Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca – PAN Brasil, o Programa de Organização Produtiva de Mulheres Rurais e o Programa de Desenvolvimento da Agricultura Orgânica cujo ponto mais importante é a Lei Federal no 10.

Avanços e contribuições dos estudos em Agroecologia Recentemente tem ocorrido o surgimento de atividades de pesquisa sobre a ecologia dos sistemas agrícolas. Com base em uma revisão de sua história, sua estrutura atual e seu objetivo no futuro, a agroecologia é definida como uma disciplina integrativa que inclui elementos de agronomia, ecologia, sociologia e economia. Essa abordagem da agroecologia como uma disciplina científica separada foram definidas por Robert King Merton (1973): comunalismo, universalidade, desinteresse, originalidade e dúvida (DALGAARD, 2003). Após uma longa história de separação e falta de interação, ecologistas e agrônomos estão promovendo uma interação a fim de unir forças para estudar e ajudar a resolver os problemas enfrentados pelos sistemas de produção de alimentos (CODE, 2018). Além disso, o campo da agroecologia começou a se consolidar, porém, à medida que o campo se forma, discussões e até controvérsias consideráveis ​​surgiram a respeito de como uma abordagem ou metodologia de pesquisa poderia ser melhor aplicada para garantir a obtenção de resultados ecologicamente significativos e aplicados à agricultura.

Destes, a maior parte do apoio à pesquisa foi para projetos com elementos dos Níveis 1 a 3. Muito poucos tinham alguma atividade de Nível 4, e nenhum foi considerado como apoio à pesquisa no Nível 5. Dessa forma, concluíram que objetivos mais amplos da sustentabilidade, guiados pelo processo de mudança descrito acima, podem servir como um guia importante para aumentar o apoio financeiro e as políticas que podem contribuir para o avanço da agroecologia. Desenvolvimento Sustentável O termo desenvolvimento sustentável entrou em destaque em 1980, quando a União Internacional para a Conservação da Natureza e Recursos Naturais (IUCN) apresentou a Estratégia Mundial de Conservação (WCS), que tinha o objetivo de alcançar um desenvolvimento sustentável através da conservação dos recursos vivos (IUCN, 1981).

Posteriormente, o conceito de desenvolvimento sustentável foi estabelecido na Agenda 21, documento desenvolvido na Conferência “Rio 92”, e inserido em outras agendas mundiais de desenvolvimento e de direitos humanos. Contribuições e desafios da agroecologia para o desenvolvimento sustentável A agroecologia é tratada com objetivos e pesos diferentes em diversas partes do mundo, desde movimento social e político, à ciência e prática. A pesquisa agroecológica no ensino superior é necessária para a disseminação das práticas agroecológicas e, atualmente, existe uma grande variedade de tópicos sendo estudada em instituições de pesquisa. Há um número crescente de iniciativas agroecológicas, em redes de pequenos a grandes produtores e movimentos nacionais ou continentais em prol da agroecologia. Estes movimentos são importantes, principalmente na busca pela da soberania alimentar e ao acesso à terra e sementes.

A agroecologia está cada vez mais ligada a diferentes áreas dos sistemas agroalimentares, incluindo os sistemas de Agricultura Apoiada pela Comunidade, os territórios agroecológicos e alguns exemplos de produtos de rotulagem de produtos (WEZEL et al, 2018). Seu objetivo é alcançar a sustentabilidade ecológica, econômica e social. Através de pesquisas e ações transdisciplinares, participativas e orientadas para mudanças, a agroecologia liga a ciência, a prática e os movimentos com foco na mudança social (ALTIERI, 2018). Porém, existem alguns passos que devem ser tomados para transformar os sistemas alimentares em direção ao objetivo final da sustentabilidade, afastando-se das crescentes evidências dos impactos negativos sobre o meio ambiente e a sociedade causados ​​pela agricultura industrial moderna (GLIESSMAN, 2014). Muitos são os desafios para se promover o desenvolvimento sustentável através da agroecologia, onde a principal pauta é acelerar a produção agrícola, de forma sustentável, a fim de lidar com as demandas da população cada vez maior.

Neste sentido é importante ressaltar que existem muitas barreiras para alcançar esse objetivo, sendo que, entre as mais importantes estão a fome global, a mudança climática induzida pela atividade humana, a degradação do solo, o declínio da biodiversidade, a diminuição dos recursos hídricos e a melhoria da gestão destes problemas (NAIR, 2014). Boca Raton, 2. ed, CRC Press, 2018, 448 p. ALTIERI, M. A. et al. A. Agroecology: the science of sustainable agriculture. Westview Press, 433 pp Softbound, 1995. ALTIERI, M. A. htm. Acesso em: 23. BRASILb. Lei no 9. de 27 de abril de 1999. gov. br/sitemda/sites/sitemda/files/user_img_19/BrasilAgroecologico_Baixar. pdf. Acesso em: 22. CAMARGO, A. Agroecologia nas políticas públicas e promoção da segurança alimentar e nutricional. Segur. Aliment. e Nutr. Campinas, v. Ci.

e Mov, v. n. p. CODE, J. Agroecology, scaling and interdisciplinarity. Agriculture, Ecosystems & Environment. v. n. p. Investing in the transition to sustainable agriculture. Environmental Science & Policy, v. p. DUMONT, B. et al. p. FAOa. Agroecology knowledge hub. Agroecology definitions. Disponível em: http://www. n. p. FRANCIS, C. et al. Agroecology: the ecology of food systems. GLIESSMAN, S. R. Agroecology: The ecology of sustainable food systems, 3. ed. Boca Raton, FL: CRC Press/Taylor and Francis Group, 2014, 405 p. Interfacehs. Revista de Gestão Integrada em Saúde do Trabalho e Meio Ambiente, v. n. Artigo 2, 2008. IUCM. et al. Agroecology as a transdisciplinary, participatory, and action-oriented approach. Agroecol Sustain Food Syst, v. p. MIGLIORINI, P. K. R. Grand challenges in agroecology and land use systems. Rev. Environ. Farming for the future: an introduction to low-external-input and sustainable agriculture.

Macmillan Press, London, 250 p. ill, 1992. SAMBUICHI, R. H. In: Van Dam D, Streith M, Nizet J, Stassart PM (eds) Agroéocologie, entre pratiques et sciences sociales. Educagri Dijon, France, pp 27–51, 2012. WEZEL, A. et al. Agroecology in Europe: Research, Education, Collective Action Networks, and Alternative Food Systems. p.

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