Currículo de Biologia e a BNCC no Estado do Rio de Janeiro

Tipo de documento:Dissertação de Mestrado

Área de estudo:Biologia

Documento 1

Assinatura Data Currículo de Biologia e a BNCC no Estado do Rio de Janeiro Dissertação apresentada, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre, ao Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Linha de pesquisa: Currículo: sujeitos, conhecimento e cultura. Aprovada. Banca Examinadora: Profª. Drª. Com isso, é possível garantir uma essência básica comum a todos e alinhada às necessidades atuais, identificadas não apenas na legislação vigente, diretrizes e parâmetros curriculares nacionais, mas também nos benchmarks1 dos principais programas nacionais e estaduais. Examina também os entendimentos e tendências atuais das teorias científicas em cada campo do saber e da educação e, principalmente, as condições e necessidades reais dos professores no exercício diário de suas funções.

O Currículo Mínimo visa estabelecer a harmonia na rede de ensino múltipla e diversificada, pois propõe um ponto de partida mínimo - que ainda tem de ser desenvolvido e em cada escola, por cada professor, com que específico, particular ou apropriado. O processo de desenvolvimento iniciado pela redação e do referido documento por equipes disciplinares de professores pertencentes às redes públicas e privadas do Estado, foi enriquecido, ao longo do trabalho, foram recebidas diversas contribuições e sugestões por meio da participação em reuniões públicas digitais e consultivas organizadas pelo CEE-RJ, que teve um papel de liderança na promoção do diálogo e debate sobre este currículo para o Estado do Rio de Janeiro. Entendemos que o estabelecimento de um currículo mínimo é uma diretriz que não resolve todas as dificuldades básicas da atualidade, mas cria uma base sólida para o desenvolvimento de um conjunto de boas práticas educativas, como: • O ensino interdisciplinar e contextualizado; • Provisão de recursos educacionais adequados; • A inclusão de alunos com necessidades especiais; • O respeito à diversidade em suas manifestações; • O uso de novas mídias na educação; • A incorporação de projetos e temas transversais em projetos escolares; • A oferta de educação continuada para professores e outros profissionais da educação nas escolas.

Contudo, ainda há muitos professores que não conseguem ver além da caixa. Em nosso caso, ao longo do processo de aprendizagem, a interdisciplinaridade ocorreu como algo necessário e que foi buscado diretamente pelos estudantes, fato que fez os professores se engajarem no projeto. JUSTIFICATIVA O desenvolvimento dessas práticas e a interação com outros saberes promovem discussões sobre as implicações éticas, políticas e econômicas de temas relacionados à Ciências Naturais. No Liceu, o território deve, portanto, engajar-se, como os outros, na formação de jovens para enfrentar os desafios da contemporaneidade, no sentido de educação integral e formação cidadã. Alunos, com maior experiência e maturidade, capazes de aprofundar o exercício de pensamento crítico, realizar leituras do mundo, baseadas em modelos abstratos, e tomar decisões responsáveis, éticas e consistentes na identificação e resolução de situações-problema.

Dependendo da interpretação realizada, podemos considerar o Banco Mundial, FMI, Fundação Lemann, Abrinq, comunidades disciplinares, comunidades epistêmicas e outros grupos como articuladores desse contexto. Porém, em outras investigações, também é possível localizar diretores escolares, coordenadores pedagógicos e secretarias como atuantes no contexto de influência. Todos são considerados atores nas lutas de poder que, com interesses não somente diversos, mas muitas vezes conflitantes, estão sempre em disputa pela significação das políticas (ou, como diria Laclau, por hegemonias), seja em agências multilaterais, seja em salas de aulas. BALL, 1994; BALL; BOWE; GOLD, 1992). É também importante reiterar que os contextos não são hierarquizados, com mais importância em alguns em detrimento de outros, ou apresentam ordem temporal, iniciando no contexto de influência e terminando no contexto da prática.

“A interpretação é um compromisso com as linguagens da política, ao passo que a tradução está mais próxima às linguagens da prática. A tradução é uma espécie de terceiro espaço entre política e prática. ” (BALL; MAGUIRE; BRAUN, 2016, p. A outra perspectiva, a textual, se refere a representação da política pela linguagem, sendo assim passível de diferentes entendimentos. Para Ball, esses distintos entendimentos não são livres, pois os autores das políticas se esforçam para garantir certo controle e essas tentativas produzem efeitos sobre os leitores (BALL, 1994). Na BNCC, nas páginas 547 e 548, afirmam que a área de conhecimento Ciências da Natureza e suas Tecnologias (CNT) é composta pelas disciplinas: Biologia, Física e Química. Desta forma, estabelece que a disciplina Biologia ainda está presente no NEM e tem um currículo prescritivo e um currículo fragmentado (GOODSON, 2007).

De acordo ainda com Spiguel e Selles (2014), a Biologia já no seu processo de desmembramento da História Natural em uma disciplina autônoma é marcada por debates polêmicos, como o ensino da teoria evolutiva. Mais recentemente, a discussão sobre o gênero esteve presente em diversas arenas e tal disputa consegue polarizar conversas e produzir hegemonias em todos os contextos, caso consideremos a noção de contexto nos termos de Ball (1994). Ambos – teoria evolutiva e gênero - são temas que fazem parte dos debates da produção da base. Em sua argumentação, Ferreira (2015), ao analisar a segunda versão da BNCC, chama atenção para como as três etapas da educação básica são explicitamente relacionadas com o conhecimento. “Os campos de experiências da Educação Infantil se traduzem, no Ensino Fundamental e Médio, em áreas do conhecimento.

” (BRASIL, 2016 apud FERREIRA, 2015,). Entender política de currículo como disputa por hegemonia indica alguns aportes teórico-estratégicos, usados na realização dessa pesquisa. Estes não apresentam limites claros nem são marcados por uma positividade: são atravessados pelo pós-estruturalismo e pelo pós- fundacionalismo. Os itinerários formativos serão disponíveis conforme diz a lei, com relevância para o contexto social e a possibilidade dos sistemas de ensino. “Desse modo, o tão enfatizado protagonismo juvenil, associado à escolha do que estudar, se torna submetido às possibilidades de escolas e redes, algo que, para seu estabelecimento, a juventude não tem poder de interferir diretamente” (LOPES, 2019a, p. A formação biológica proporciona aos indivíduos compreensões e assimilação de conceitos e processos biológicos, da relevância da ciência e da tecnologia na vida contemporânea, além do interesse pelo mundo dos seres vivos (KRASILCHIK, 2016).

A biologia, entretanto, nem sempre foi objeto de ensino no espaço escolar (ROSA, 2005). A inserção do ensino de ciências no âmbito escolar ocorreu no começo do século XIX, quando o sistema educacional concentrava-se principalmente no estudo das línguas clássicas e da matemática, de modo semelhante aos métodos escolásticos da Idade Média (CANAVARRO, 1999). E o problema deste manuscrito diante desta nova organização (qual a participação da disciplina escolar Biologia atualmente no NEM e como impactam o currículo escolar)? A resposta é múltipla diante da diversidade do Brasil, mas a Biologia tem um papel importante para o cidadão crítico e reflexivo, diante do letramento científico/alfabetização científica, alfabetização biológica, combate às falsas notícias, conhecimento da biodiversidade, respeito a vida, uma futura profissão.

Há de se retornar a Goodson (2007), o currículo da Biologia escolar – e de todas as outras disciplinas escolares – precisa ser o narrativo, o que permite a flexibilidade curricular, pois o docente conhece a comunidade escolar e suas necessidades e não o currículo prescritivo que está nas sete coleções de livros (com seis volumes cada) aprovadas no edital do PNLD que está de acordo com a BNCC – o Objeto 2, dos livros didáticos para serem usados no NEM a partir de 2022 (LEAL, 2021). Aqui mostra-se um dualismo entre a educação pública e a educação privada, pois as redes privadas adotaram a BNCC e o NEM, mas continuam fazendo aquilo que sempre fizeram: ensino propedêutico para aprovações em avaliações. Enquanto que os colégios públicos são obrigados a adotarem o NEM, a BNCC e tudo o que o governo ofertá-los, com o bordão: ‘de acordo com a BNCC’.

“A base oficializa as desigualdades educacionais entre crianças e jovens no Brasil [. ” (LOPES, 2016, p. Analisar fenômenos naturais e processos tecnológicos, com base nas interações e relações entre matéria e energia, para propor ações individuais e coletivas que aperfeiçoem processos produtivos, minimizem impactos socioambientais e melhorem as condições de vida em âmbito local, regional e global. BRASIL, 2018, p. Podem-se estimular estudos referentes a: estrutura da matéria; transformações químicas; leis ponderais; cálculo estequiométrico; princípios da conservação da energia e da quantidade de movimento; ciclo da água; leis da termodinâmica; cinética e equilíbrio químicos; fusão e fissão nucleares; espectro eletromagnético; efeitos biológicos das radiações ionizantes; mutação; poluição; ciclos biogeoquímicos; desmatamento; camada de ozônio e efeito estufa; desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias de obtenção de energia elétrica; processos produtivos como o da obtenção do etanol, da cal virgem, da soda cáustica, do hipoclorito de sódio, do ferro- gusa, do alumínio, do cobre, entre outros.

BRASIL, 2018). Isso significa que o ôntico tem a ver com as diferentes práticas da política convencional, enquanto o ontológico refere-se precisamente à forma em que a sociedade é fundada. MOUFFE, 2015, p. As demandas curriculares interpretadas nessas publicações se aglomeram fixando seus sentidos em volta de pontos nodais, que seria um momento anterior à hegemonização (LACLAU, 1990). Esses pontos condensam outros significados, os quais em uma luta política conseguem agregar identificações. ŽIŽEK, 1989 apud LACLAU, 2018) Flávia Busnardo (2010) propõe sua pesquisa com referencial teórico parelho e com a comunidade disciplinar de EB partindo de entrevistas com os professores e pesquisadores reconhecidos nessa comunidade e que participaram da elaboração de documentos curriculares (PCNEm, PCN+ e OCNEM). Com isso, é importante conhecer a existência de dúvidas de como o público consegue realizar o conhecimento e o compartilhamento de ideias, de materiais, conhecimentos e artes.

A informação, aliada à sensibilidade, à subjetividade, vai formar as futuras audiências dos espetáculos cênicos e de música erudita. Com a ciência, pode- se pensar de modo equivalente: o acesso ao conhecimento científico, aos processos, aos pesquisadores e seus trabalhos colabora para a formação de novas plateias para a ciência, quiçá estimula novas inserções profissionais. Nos moldes descritos acima, a divulgação cientifica é parte do campo no sentido atribuído por (BOURDIEU, 1994). O esforço de compartilhamento, ou seja, todo o interesse em buscar espalhar conhecimentos que rondam as margens do conhecimento científico se faz extremamente necessário no meio populacional, com isso, tal meio necessita de uma contextualização. CONCLUSÕES Ao longo da história da educação, diversas concepções sobre currículo foram elaboradas e para melhor compreensão dos seus significados no processo educacional, é necessário conhecer os caminhos pelos quais percorreram os estudos curriculares.

O marco na delimitação do currículo como um campo de especialização do conhecimento pedagógico, para muitos autores (MOREIRA; SILVA, 1994; LOPES; MACEDO, 2011a) A BNCC é uma política que responde às capitais e que o Brasil a adotou como base salvadora da educação pública. Mas ele é guiado por instituições estrangeiras que um trabalhador consumista. A BNCC é uma agenda prioritária , foi pensada e não é ingênua, como aparecem nas propagandas. Embora no Brasil, no contexto da redemocratização, destacaram-se abordagens para a produção curricular, em sua maioria de matriz crítico-marxista, outras teorias sociais também foram utilizadas nos anos de 1970 como apoio para elaborar e justificar reflexões sobre o papel do currículo na reprodução da estrutura social, mas ao mesmo tempo, ressaltar o potencial da escola.

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