CRISTIANISMO E HISTÓRIA CRISTIANISMO PRIMITIVO NO IMPÉRIO ROMANO

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Área de estudo:Administração

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Sua história continua a ser escrita, e a própria perseguição permanece igualmente visível, sobretudo no Oriente, mas com novas vertentes e focos de fiéis surgindo a todo o momento. Palavras-chave: Cristianismo. Igreja. Império. Romano. DESENVOLVIMENTO Historicamente o cristianismo surge na Palestina, região conquistada pelos romanos em 64 a. C. e anexada à Judéia em 40 a. C. governada então por Herodes, o Grande, que após morrer divide o território entre os filhos, fazendo recair o governo da região sobre Herodes Antipas, que fica com a Galileia. Este período pode ser dividido em três fases: a) a primeira fase está situada entre época da vida de Jesus até o ano 100, data em que a maioria dos contemporâneos de Jesus já havia falecido; b) a segunda fase vai do ano 100 ao ano de 250, no momento em que o Cristianismo se propagava fora da Palestina, principalmente nas províncias romanas mais antigas (Síria, Ásia Menor, Egito e, é claro, pela Itália, especialmente em Roma), sem, no entanto, constituir uma religião universal; e c) o terceiro momento abrange a época em que o Cristianismo foi mais intensamente perseguido pelo Estado romano (entre 250 e 311) até sua aceitação como religião do Estado imperial romano a partir de 391.

Temos esta divisão bem embasada, pois o cristianismo em sua história apresentou muitas fontes e registros a começar pelo novo testamento, ou seja evangelhos, livro de Atos e as cartas de Paulo às igrejas, além dos manuscritos de historiadores como Plínio, Tácito, Suetônio e do Flávio José. O cristianismo é uma religião de historiadores. Outros sistemas religiosos puderam fundar suas crenças e seus ritos em mitologia mais ou menos exterior ao tempo humano. Por livros sagrados, têm os cristãos livros de História, e suas liturgias comemoram, com os episódios da vida terrestre de um Deus, os fatos da Igreja e dos santos. Dificilmente um movimento cultural distinto tomará corpo com aceitação indiscriminada e sem concorrências, e nesse aspecto o culto cristão não se distinguiria, enfrentando vários movimentos de rejeição por pare da sociedade imperial.

PELLISTANDI, 1978) Longe de ser uma consequência inesperada, a rejeição era sofrida já pelos apóstolos e havia sido predita por Cristo (que de forma visível também sofrera). O cristão sabia que não fazia parte deste mundo e pertencia a outro reino, o Reino dos Céus, e sempre teria por princípio obedecer a lei de Deus antes da dos homens, apesar da admoestação a que, sem esse conflito, as leis humanas fossem respeitadas. Essa ambiguidade e esse pertencimento a “dois reinos” hora ou outra haveria de gerar conflitos. Rostovtzeff argumenta que embora o cristianismo não fosse integralmente hostil ao Estado, acabou se posicionando muitas vezes de forma contrária às forças governantes, muito em virtude de decisões das autoridades, e esse conflito se agravaria.

Vale lembrar que a própria Igreja à sua forma a promoveu de forma trágica posteriormente, quando com o poder nas mãos. Os períodos de violência aos cristãos, entretanto, não são relevantes apenas no tocante a eles próprios, uma vez que ajudaram a construir a fé que posteriormente se fundiria ao Império, mas mais que isso, essa opressão é por muitos autores considerada um combustível para o fortalecimento e a expansão, como se verá de forma amplificada adiante. A própria posição de Constantino, de seu pai e de seus descendentes, terá por base a realidade persecutória, o corrobora a imprescindibilidade da discussão do tema. As causas da perseguição foram variadas e partiram de uma desaprovação que, vale dizer, desde o início era recíproca (o cristianismo rejeitava o paganismo e vice-e-versa).

Vários seriam os argumentos que justificariam as caçadas, dos mais razoáveis aos mais esdrúxulos, como a acusação pelo incêndio, proposta por Nero. Segundo Dreher, isso se dava talvez por crerem que não houvesse nisso valor, por ser ato forçado. DREHER, 2004) Soa sádico agora dizer que “nem tudo foi positivo no martírio”. Ainda assim é necessário perceber que as consequências não foram em verdade de todo positivas para a Igreja no longo prazo, e um exemplo disso é o debate que se dará em relação aos cristãos que não foram fiéis durante a perseguição e o que se faria com eles (talvez “embate” não seja exagero ao que se deu), na controvérsia donatista. O povo cristão, por muito oprimido, quase que inesperadamente passou do cárcere ao trono, e essa fé antes perseguida se torna a religião oficial do Império.

“A cruz tomou o lugar da águia”, e a Igreja resistiria até aos bárbaros que dariam fim ao Império posteriormente. A. História antiga e medieval. ed. ed. São Paulo: Ática, 1991. ed. ed. Petrópolis: Vozes, 2002. HURLBUT, J. L. História de Roma. Rio de Janeiro: Zahar Editôres, 1961.

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