CONTRIBUIÇÃO DA TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL NO TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA QUIMICA

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Psicologia

Documento 1

Conclui-se que, a formulação adequada de estratégias com fundamento teórico e técnicas eficazes baseadas no resultado positivo, pode demonstrar a contribuição da terapia cognitivo comportamental no tratamento de dependentes químicos com sucesso terapêutico. Palavras-chaves: Terapia Cognitivo Comportamental. Estratégia. Dependência Química. INTRODUÇÃO Considerado como um problema de saúde pública neste país, a dependência química, tem gerado muitos danos nas relações profissionais e familiares indivíduos, além de um prejuízo emocional importante e significativo. O CONTEXTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA E A PERSPECTIVA DA TERAPIA COGNITICO COMPORTAMENTAL 2. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE AS DROGAS No Brasil, os dados são cada dia mais crescentes e alarmantes. Pesquisa realizada, pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD) em 2007 aponta para, 138.

internações no SUS, ou seja, 1,2% das pessoas que foram internadas tinham diagnóstico relacionado a algum transtorno mental resultante pelo uso de drogas, onde 69% dessas internações estão diretamente relacionadas ao uso de álcool e 5% a cocaína (REIS & BASTOS, 2017). Em pesquisa mais recente, projetada pela SENAD e coordenada pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada em 2015, aponta que mais 4,9 milhões de pessoas fazem uso de algum tipo de drogas no Brasil. Ainda segundo os autores supracitados, no primeiro período pode ocorrer euforia e desinibição. Já no segundo momento ocorre descontrole, falta de coordenação motora e sono. Os efeitos agudos do consumo do álcool são sentidos em órgãos como o fígado, coração, vasos e estômago.

São denominadas psicotrópicas aquelas substancias que agem principalmente sobre o cérebro, afetando a cognição, a percepção, o humor, as emoções e a motivação, podendo levar a dependência. Desse modo, são classificadas como depressoras estimulantes e perturbadoras, de acordo com a ação que exercem sobre o cérebro. De maneira que, segundo Zanelatto e Laranjeira (2018) é considerado dependente químico, aqueles que se enquadra em pelo menos três dos critérios abaixo definidos: Tabela 1 Critério Diagnóstico para Dependência Química Critérios diagnósticos Compulsão no consumo- desejo incontrolável de consumir a droga; Aumento da tolerância- necessidades de doses crescentes; Síndrome de abstinência- sinais e sintomas com intensidade variável quando o consumo diminui ou cessa; Alívio ou evitação da abstinência pelo aumento do consumo- para aliviar os sintomas, o indivíduo aumenta o consumo, aprendendo os intervalos dos sintomas, consumindo preventivamente; Importância no consumo- quando o uso se torna prioridade; Alterações sociais as referências tornam-se exclusivas para o consumo em detrimento de eventos sociais; Retorno dos sintomas de dependência- quando ocorre a reinstalação de forma rápida dos sintomas, devido a um período sem uso.

A dependência química é um processo difícil com vários fatores envolvidos, não existe uma explicação tão simples que consiga abranger todas as particularidades do problema, digamos que são três os principais elementos da dependência: O meio ambiente que envolve o cenário e às variáveis que permitem esse encontro coma as drogas; Acessibilidade à substância, a facilidade e disponibilidade quanto ao acesso das drogas; O indivíduo, que dos três é o mais complexo, podendo ou não tornar-se dependente a partir da relação que estabelece com as drogas e sofre influência por fatores genéticos e psicológicos. Fonte: Autora (2020). Atualmente, as substâncias psicoativas são agregadas a uma cultura influenciada por uma sociedade extremamente consumista, a ansiedade e a pressão por falta de perspectivas de futuro para os jovens principalmente, pelo anseio de experiências cada vez mais intensas.

De modo que, a solidão e a perda de vínculos afetivos e sociais contribuem para uma sensação de falta de pertencimento ao mundo e consequentemente a necessidade de algo mais, que os leve a um mundo imaginário sem sofrimento e prazeroso, propiciando o uso de drogas (FIGLIE; BORDIN e LARANJEIRA, 2004). Minuchinn (1982) define a dinâmica familiar, a partir de sua estrutura, funcionamento e os subsistemas. Assim, o autor apresenta família funcional como sendo aquela que se organiza entre as fronteiras interna e externa, sem se colocar de forma rígida, mas conservando sua identidade, ultrapassando as dificuldades do ciclo de vida de forma resiliente, aproveitando-se das características particulares de cada um de seus membros. Nesse entendimento, o contexto familiar do dependente químico geralmente está envolto em fatores estressores de alta complexidade, tais como: abusos, divórcios, violência domestica, falta de comunicação familiar, transmissão genética do alcoolismo na família, fortes pressões socioeconômicas (PAZ & COLOSSI, 2013).

E que se configuram, como esquemas pra condicionar desestruturação no funcionamento familiar. TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA NA ÓTICA DA TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL Na perspectiva da Terapia Cognitivo Comportamental, o foco do trabalho com pacientes dependentes químicos, consiste em fomentar a compreensão da importância das crenças no desenvolvimento, manutenção e tratamento do abuso de substâncias, uma vez que, seu inicio ou recaída envolve processos de tomada de decisão onde o indivíduo tem a capacidade de retomar o controle (DIEHL et al. Ainda de acordo com os autores, esse modelo de tratamento consistia em fornecer de maneira pragmática, ferramentas e técnicas em quatro focos: “melhorar e manter a motivação para se abster; enfrentamento de fissura; resolução de problemas, manejo de pensamentos, sentimentos e comportamentos; e equilíbrio no estilo de vida, balanceando satisfações momentâneas e duradouras” (RANGÉ e MARLETT, 2008, p.

Assim, o modelo cognitivo do abuso de substâncias é similar aos modelos cognitivos da depressão e de ansiedade, onde sua formulação é baseada no desenvolvimento de esquemas, crenças nucleares, intermediárias. Conforme, apontado nas figuras abaixo: Figura 1 Modelo Cognitivo de uso continuado Fonte: Liese e Franz (1996) adaptado pela autora Figura 2 Modelo cognitivo do uso de substâncias Fonte: Liese e Franz (1996) adaptado pela autora. Para o início de qualquer tratamento terapêutico, a escuta na avaliação inicial deve se concentrar no apanhado histórico da vida do paciente. Uma vez que, essas informações trarão elementos passiveis de compreensão, no contexto da construção de crenças, estratégias de enfrentamento e funcionamento cognitivo e comportamental do sujeito (DIEHL et al. Preparação Os pacientes desejam fazer mudanças, mas podem ter dificuldade em como fazê-lo, estando mais dispostos a aceitar ajuda.

Ação Os pacientes fazem um acordo para mudar e começam a alterar seu comportamento. Essa fase pode ser particularmente estressante, necessitando de mais suporte e encorajamento por parte do terapeuta (Prochaska et al. O paciente está tendo que mudar seu estilo de vida, afastar se de seus amigos”, descobrir as crenças que perpetuam o uso das drogas e modificá-las. Manutenção Os processos iniciados nos estágios anteriores continuam durante a manutenção. Embora, salientamos que não há soluções simples para ajudar as pessoas a mudar um comportamento, por isso pesquisadores e profissionais da área da saúde buscam constantemente, formas mais eficazes de atuar junto a seus pacientes. Assim, se percebeu nesta pesquisa, que nos últimos vinte anos, houve uma grande evolução no conhecimento a respeito do processo de mudança em si, e na descoberta de estratégias de intervenção efetivas na promoção da mudança de comportamento.

Portanto, existindo atualmente um amplo espectro de utilizações desses conhecimentos no tratamento de dependência química devendo as intervenções ser dirigidas tanto à população que busca tratamento quanto àquela que não procura por ajuda, considerando-se que neste último grupo está a grande maioria dos dependentes de álcool e usuários nocivos e não esquecendo um olhar de cuidado e escuta extensivo a família, que se configura como uma possibilidade eficiente no contexto de rede de apoio ao dependente químico, desde que seja empaticamente acolhida em suas dores e devidamente instruída na importância de sua atuação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU et al. Psicoterapia Cognitiva e construtivista: Novas fronteiras da prática clínica. Terapia Cognitiva Comportamental: Teoria e Prática. ed.

Porto Alegre: Artmed, 2013. DIEHL et al. Dependência Química: prevenção, tratamento e políticas públicas [recurso eletrônico]. P. M. et al. Disponível em: https://www. arca. Salkouski P, editors. New York: Guilford Press; 1996. p. MACHADO, R. Substâncias psicotrópicas podem ser divididas em três grupos. C. Porto Alegre: Artes Médicas. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10: Descrições clinicas e diretrizes diagnósticas. Trad. p. RANGÉ, B. P; MARLATT, G. A. Terapia cognitivo-comportamental de transtornos de abuso de álcool e drogas. Porto Alegre. Artmed, 2011. REIS, N. B. BASTOS, F. Acesso em: 19 dez. de 2019. SILVA, L. F. M; BRANCO, M. ª ed. Artmed, 2018.

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