CONCEITO DE REGIÃO, TERRITÓRIO, LUGAR, PAISAGEM E NATUREZA

Tipo de documento:Projeto

Área de estudo:Geografia

Documento 1

Assim, de acordo com Hartshorne (1978), a região é uma construção intelectual, baseada necessariamente em distinção por comparação, ou seja, há a determinação de uma parte do espaço geográfico (contínua ou não) delimitada pelo conjunto homogêneo dela em diferenciação de outra região com seus próprios conjuntos de elementos comuns, por exemplo, uma área do espaço com costumes específicos e expressões linguísticas próprias é delimitada assim por carregar elementos diferentes de outra região com sua própria idiossincrasia. Pode-se definir, portanto, Região como uma parcela da superfície terrestre que possui características próprias e particulares e que, ainda, se diferencia das demais, isto é, que possui uma identidade própria. Historicamente podemos dividir a conceituação de Região em dois momentos principais: o primeiro (séc.

XX) voltado para uma regionalização tida como realidade concreta, independente do pesquisador, uma entidade palpável, pautada na tradição de estudos da relação homem-meio; o segundo momento é caracterizado pela resposta da Geografia Crítica sobre os modelos anteriores do conceito de Região, levando ao estabelecimento de contexto histórico e de crítica social às explicações dos processos de formação de Regiões, não se ausentando de percepções sobre as desigualdades e contradições envolvidas na geração de regiões desiguais (CORRÊA, 2000). Mais recentemente, tem-se a contribuição de geógrafos humanistas que estabelecem a Região como espaço percebido e mentalmente construído, ou seja, que é vivenciado e compreendido individualmente, ao mesmo tempo em que é submetido à subjetividade coletiva, portanto, produto da história e da cultura.

Sendo assim, o conceito de Lugar tem caráter subjetivo, pois cada indivíduo possui suas próprias relações e experiências diretas com seu espaço, com seu lugar. Pois, “quando o espaço nos é inteiramente familiar, torna-se lugar” (TUAN, 1983, p. Objetos que são admirados por uma pessoa, podem não ser notados por outra. A cultura afeta a percepção. No entanto, certos objetos, que naturais ou feitos pelo homem, persistem como lugares através da eternidade do tempo, sobrevivendo ao apoio de determinadas culturas (TUAN, 1983, p. Assim sendo, considera-se também a Paisagem dotada de uma dimensão cultural. Analisando a Paisagem, de acordo com Sauer (1998), pode-se percebê-la, genericamente, através de duas perspectivas de acordo com a apropriação humana ou não, inserindo uma relativização cronológica entre elas: primeiro a Paisagem Natural ou de Primeira Natureza – aquelas que não apresentam atividade humana em sua composição, ou seja, a ação antrópica não teve participação na construção daqueles elementos observados; segundo a Paisagem Cultural ou de Segunda Natureza – aquela em que está refletida em sua constituição a presença humana, ou seja, que sofreu alterações devido às atividades e condições socioeconômicas de uma sociedade.

“Não podemos formar uma idéia de paisagem a não ser em termos de suas relações associadas ao tempo, bem como suas relações vinculadas ao espaço. Ela está em um processo constante de desenvolvimento ou dissolução e substituição. Assim, no sentido corológico, a alteração da área modificada pelo homem e sua apropriação para o seu uso são de importância fundamental. A Natureza é explicada a partir de modelos matemáticos, portanto a exploração passa a ter bases sistêmicas e modelísticas a partir de procedimentos racionalistas. Em oposição às Escolas anteriores, na Geografia Crítica o conceito de Natureza passa a integrar em sua conceituação os processos sociais e históricos, assim, a Natureza passa a ser percebida como um produto social.

Pelo método materialista a relação entre homem e natureza é marcada pela lógica de produção, exploração e conflito gerados pelo modo de produção capitalista. Nesta perspectiva o homem é parte da Natureza, numa relação dialética, superando a percepção e que a Natureza é palco para a ação humana (MOURA, 2008). Dessa forma, de acordo com Moura (2008, pg. Região e Organização Espacial. São Paulo: Editora Ática, ed. HAESBAERT, Rogério. Da desterritorialização à multiterritorialidade. Anais do IX Encontro Nacional da ANPUR. São Paulo: Contexto, 2006. MOURA, Rosa. Et al. Geografia Crítica: legado histórico ou abordagem recorrente? Biblio 3W, Barcelona, v. n. P 1-25. SANTOS, Milton. Territorio, Globalização e Fragmentação. São Paulo: Hucitec, 1994. Pensando o espaço do homem.

Paisagem tempo e cultura, Rio de Janeiro: EdUERJ, 1998. SOUZA, Marcelo José Lopes de. O território: sobre espaço e poder. Autonomia e desenvolvimento. In CASTRO, I. Espaço e Lugar: a perspectiva da experiência. São Paulo: DIFEL, 1983.

27 R$ para obter acesso e baixar trabalho pronto

Apenas no StudyBank

Modelo original

Para download