COMPREENDENDO O AUTISMO E SUAS PARTICULARIDADES

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

 Primeiramente é necessário esclarecermos que caracterizar não é o mesmo que rotular, desta forma vamos apresentar algumas informações que julgamos essenciais ao processo de conscientização da sociedade no que se refere as pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autismo. Brites conceitua o autismo como um transtorno de desenvolvimento que afeta de maneira decisiva e predominante nossa capacidade de percepção social.  No ambiente Escolar ao falar sobre Autismo é necessário abordar uma das mais elaboradas legislações educacionais que temos a disposição, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, em síntese a LDB ampara as pessoas com deficiência, dentre elas os autistas, de forma a proporcionar-lhes condições de desenvolvimento e inclusão social, com isso todos os segmentos da sociedade passaram a perceber, entender e respeitar os autistas.

Palavras-chave: Autismo. Transtorno. Sua causa ou fator desencadeante ainda são desconhecidos. Embora a procura pelo conhecimento esteja aumentando, pesquisas têm demonstrado que o tempo entre a suspeita inicial levantada pelos pais e a confirmação diagnóstica do autismo pode levar até três anos. A ideia de acordo com Brites (2019), que cada criança tem seu tempo, de que não existe diagnóstico antes dos 3 anos e a falta de harmonia entre os profissionais na hora de dar o diagnóstico, acabam levando os pais a duvidarem do diagnóstico dado por um deles, atrasando, assim, o tratamento e impedindo o progresso e melhora da criança. Ainda segundo a autora, o autismo é só mais uma condição médica pouco compreendida e por vezes negligenciada até pouco tempo atrás.

Muitas características fazem do autista uma pessoa única, mas, para que ele tenha uma vida mais conectada com a vida social e esteja preparado para as instabilidades, é necessário conhecer mais e descobrir cedo. É importante salientar que antes mesmo da família ter o diagnóstico da criança, pode-se perceber algumas características que pode levantar suspeitas, mas, é muito importante conscientizar que as suspeitas devem ser investigadas, para o quanto antes, se chegar a um diagnóstico, que quanto mais precoce for, mais oportunizará a família a buscar tratamento. Assim como afirma Silva, Gaiato e Reveles (2012) Compreender esse transtorno pode ser relativamente simples quando estamos dispostos a nos colocar no lugar do outro, a buscar a essência mais pura do ser humano e a resgatar a nobreza de realmente conviver com as diferenças.

E talvez seja esse o maior dos nossos desafios: aceitar o diferente e ter a chance de aprender com ele (SILVA, GAIATO E REVELES, 2012, p. De acordo com Silva, Gaiato e Reveles (2012), é muito importante que todos possam perceber os sintomas que a criança apresenta, porque eles são característicos da pessoa com autismo. Lembrando que essa observação tanto no seio familiar quanto no ambiente escolar pode contribuir para que seja feito por parte de profissionais competentes, um diagnóstico e dar início a um tratamento capaz de atender as suas necessidades, tanto cognitivas quanto afetivo e social. Em síntese de acordo com Brites (2012) acerca das características frequentes associadas ao Transtorno do Espectro Autismo, destacamos: Sensorial: hipersensibilidade, hipossensibilidade, evitação sensorial, busca sensorial, problemas de integração vestibular, proprioceptiva e sensorial.

Motor: atrasos no desenvolvimento motor, problemas ou dificuldades com a coordenação motora fina ou grossa, baixo tônus motor, problemas ou dificuldades de planejamento motor, falta de destreza. Cognição: dificuldade de atenção, pensamento concreto, fraco aprendizado incidental e por observação, falta de brincadeiras de faz-de-contas, problemas do desenvolvimento metacognitivo e executivo, dificuldades na resolução de problemas, baixo entendimento e interação social e sobre si mesmo. Interação Social: deficiência no processo de imitação, atenção conjunta e referências sociais, baixa iniciativa de interações sociais, tendência a isolar-se, afeto social inapropriado, baixo uso de gestos sociais, falta conscientização sobre protocolos sociais e amizades superficiais. Linguagem/comunicação: falta de gestos sociais, ecolalia, deficiência na linguagem expressiva e receptiva, fraca compreensão de leitura e linguagem coloquial.

Segundo Brites (2019) o cérebro humano é uma complexa rede organizada de funções e habilidades que concentra vários tipos de células neuronais, as quais centralizam as atividades especializadas em cada tarefa de nosso cotidiano. Graças aos neurônios, pensamos, agimos, interpretamos, sentimos, raciocinamos e identificamos tudo o que está em nossa volta. Nada seria percebido, memorizado, internalizado e raciocinado sem eles. No entanto, para que possam funcionar de forma adequada, os neurônios precisam ser sustentados e direcionados entre si pelas células gliais. Estas células, além de garantirem uma arquitetura e uma base para se desenvolverem e amadurecerem, têm a função de armazenar, processar e literalmente limpar o lixo que se acumula em seu entorno depois de intensas e ininterruptas horas de trabalho.

O conjunto, portanto, não consegue processar direito as informações, pois tudo fica dessincronizado, e ele pode demorar para realizar as tarefas e os processos sociais do ambiente, ou, por outro lado, pode agilizá-los demais. O resultado: um cérebro atípico e pouco adaptado às necessidades exigidas pelas relações sociais, independentemente da idade (BRITES, 2019, p. As crianças com transtorno de espectro autista, apresentam “atrasos ou funcionamento anormal em pelo menos uma das seguintes áreas, antes dos 3 anos de idade: 1 interação social; 2 linguagem para fins de comunicação social; jogos imaginativos ou simbólicos”. Segundo Keinert e Antoniuk (2012), a criança é afetada por uma tríade de comprometimentos - comunicação, interação social e uso da imaginação. Esses comprometimentos afetam diretamente a relação da criança com as outras crianças, com os adultos e com os objetos.

No cérebro autista, de acordo com Santos (2020), essas funções e as regiões responsáveis se encontram desconectadas e desarranjadas em sua arquitetura. O resultado vai desde uma dificuldade inata de perceber as pessoas no ambiente até uma deficiência na interpretação do que elas representam ocasionando uma dificuldade extrema para lhes responder empaticamente e seguir as regras e as convenções sociais. Brites (2019) afirma que em nosso cérebro, durante a fase de desenvolvimento, passamos por momentos de morte programada e previsível de neurônios a cada semestre ou ano nos primeiros cinco a seis anos de vida. Tal morte é necessária para que se possa abrir espaço para novas conexões e vias mais adaptadas, para que o funcionamento cerebral se remodele e se abra a novos estímulos e sensações mais condicionados às idades subsequentes, em que novas habilidades são essenciais para que a criança dê saltos adaptativos e de avanço.

Segundo Brites (2019) esse processo é chamado de “destruição criativa” ou de poda neural, e se isto não ocorrer, o processo evolutivo sofre uma interrupção, podendo levar a uma regressão na aquisição de habilidades. É por esse motivo que muitas pessoas com autismo têm intensidades maiores ou menores do espectro ou perfis em que ora a linguagem é mais afetada, ora é o comportamento, ora são os dois; ou, ainda, em que é mais afetado o equilíbrio mental de autocontrole para se manter estável nas relações sociais dia após dia. As anormalidades descritas aqui podem levar às mais diversas alterações na expressão de como esse cérebro sente, processa, responde e se socializa. Não obstante, pode também levar a distúrbios sensoriais, executivos, visuoconstrutivos, perda de coerência no contexto e numa circunstância, problemas de linguagem e anormalidades na capacidade de interpretar processos que envolvem o entendimento de tudo o que é social.

No entanto, como você deve ter percebido, existem vários tipos de mau funcionamento e uma grande diversidade de processos anormais que levam ao autismo, e eles vão desde disfunções bioquímicas e conectivas até problemas estruturais e anatômicos. O grau de presença e de interface de uns e de outros variam muito de autista para autista, o que explica, em grande parte, a extrema variabilidade de apresentação dos primeiros sinais clínicos, as formas distintas de evolução, a resposta variada a intervenções, desfechos distintos ao longo da vida e a enorme heterogeneidade clínica. Deste modo, vale a pena salientar que esses comportamentos restritivos não estão presentes em todos os autistas e nem todo autista necessariamente precisa se enquadra nesses padrões pré-estabelecidos nesse tópico do curso, mas que estes podem servir de balizadores observatórios para um possível diagnóstico precoce e assim poder dar início ao processo de intervenções precoces, essenciais ao desenvolvimento das habilidades e competências do indivíduos com autismo.

Tabela 3: comportamentos estereotipados Maneirismos com as mãos ou dedos Uso inapropriados de objetos Interesses ou brincadeiras repetitivas Comportamentos sensoriais incomuns Hipersensibilidade a sons, texturas, gestos, estilos visuais Hiposensibilidade a sons, texturas, gestos, estilos visuais Fonte: do Próprio autor 7. O transtorno do espectro autismo em meninas Segundo o estudo mais recente acerca do Transtorno do Espectro Autismo, realizado no Centers for Disease Control and Prevention (CDC) nos Estados Unidos em 2021, mostrou que a prevalência é de 4. meninos para uma menina. Em razão disso, é possível que meninas no mundo inteiro vivam com prejuízos nas mais diversas áreas, em virtude do não diagnóstico precoce ou até mesmo de diagnósticos equivocados, afetando o seu pleno desenvolvimento e a sua qualidade de vida. A lei 12,762, sancionada no dia 28 de dezembro de 2012, recebeu o nome da militante Berenice Piana, lei essa que intitula e publica uma política especifica de proteção e cumprimento aos direitos da pessoa com transtorno do Espectro autista, em seu marco torna-se público o reconhecimento do transtorno do espectro autista como uma deficiência.

Os dados catalogados acerca das legislações em vigência em nosso país certificam a LDB e a Lei Berenice Piana como os marcos mais atuais na garantia de direitos a pessoa com autismo e sua aplicabilidade deve ser conferida a todas as pessoas com deficiência (autistas) nos lugares mais remotos dentro das necessidades mais eloquentes possíveis. Considerações Finais O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição que afeta o desenvolvimento neurológico identificado por uma gama de características variáveis. Dentre elas, podemos citar a dificuldade de comunicação e interação social, atraso no desenvolvimento motor, hipersensibilidade sensorial e comportamentos metódicos ou repetitivos. No entanto, a palavra espectro remete justamente a uma infinita possibilidade de características – ou seja, cada indivíduo apresenta comportamentos singulares em menor ou maior grau de forma conjunta ou isolada das demais características.

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB. TEIXEIRA, G. Manual do Autismo. Rio de Janeiro: BestSeller, 2020 SANTOS, Vanessa Sardinha dos. Sistema nervoso"; Brasil Escola. Mundo Singular: entenda o autismo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. VOLKMAR, Fred R. WIESNER, Lisa A. Autismo; Guia Essencial Para Compreensão e Tratamento.

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