CLIMA URBANO

A meteorologia surge como uma ciência ligada à física que estuda os fenômenos atmosféricos enquanto consequências de processos físicos e químicos que ali ocorrem. A climatologia, por outro lado, possui historicamente uma ligação com a geografia. Ela diferencia-se da meteorologia, pois foca seus estudos na relação entre os fenômenos e as sociedades, dando ênfase a trabalhos sobre riscos, vulnerabilidades climática, agricultura, efeitos climáticos sobre saúde e também o clima nas cidades. O clima urbano surge, então, como a área da climatologia geográfica que estuda, especificamente, a interação entre os fenômenos da atmosfera e as cidades e sociedades urbanas. O estudo do clima urbano focará então, na relação dupla entre o efeito da cidade no clima e o efeito do clima na cidade, destacando os elementos urbanos que interferirão nos fenômenos atmosféricos e vice-versa.

Dentro das concepções de espaço pode-se observar o emprego das paisagens que acabam por representarem expressões reais da relações que são estabelecidas entre a sociedade e a natureza num espaço em um determinado período de tempo. Para Santos (2002, p. em sua concepção a paisagem “é o conjunto de formas que, num dado momento, exprimem as heranças que representam as sucessivas relações localizadas entre o homem e a natureza”. Ainda para o autor, a paisagem acaba por se mostrar como algo transtemporal, onde é realizada a junção de objetos passados e presentes por meio da realização de uma construção transversal. O espaço é sempre representado pelo presente, por meio de uma representação horizontal. Ilustração 1: Crescimento e prospecção para a população urbana mundial Fonte: Castelhano 2020, p.

O fato de a maior parte da população já habitar as cidades por si só já é um motivo que justifica as pesquisas e estudos em clima urbano, afinal esses estudos buscam melhorar a qualidade de vida da maioria das pessoas no planeta. Todavia, pensando mais a fundo, percebe-se que, em razão de sua alta densidade de pessoas, construções e edifícios, as cidades também concentram as relações entre sociedade e natureza que se mostram de forma mais intensa. Essa relação desigual causará problemas ambientais mais intensos e frequentes, entre eles os ligados a aspectos do clima. Entre os principais problemas decorrentes da desequilibrada relações entre o clima e as cidades estão, por exemplo, as questões referentes ao calor. Em síntese, concebe-se a divisão em três grandes escalas: macroclima (abarca a zonal e regional), mesoclima (abarcando sub-regional, local e mesoclima) e microclima (abarcando topoclima e microclima).

O que, por sua vez, compreende o clima como um fenômeno multiescalar tanto em sua dimensão espacial quanto na temporal. Desta forma, pode-se dizer que o clima urbano é tridimensional, em que devem ser definidas as escalas temporais, horizontais e verticais. Os tipos de instrumentos a serem utilizados, a localização e mesmo a quantidade de instrumentos devem ser definidos levando em conta tais escalas de análise pretendidas no estudo a ser realizado. Tratando a respeito do clima que se encontra na Chapada dos Guimarães, verifica-se a presença de um clima tropical de altitude ou subtropical, que é marcado pela presença marcante de uma estação chuvosa e uma seca, variando com temperaturas entre 10°C a 28°C. Curitiba: Contentus, 2020. CASTELHANO, Francisco Jablinski. Clima e as Cidades. Curitiba: InterSaberes, 2020.

FIGUEIREDO, João Angelo Sguarezi de. São Paulo: Contexto, 2013. SANTOS, M. A Natureza do Espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Hucited, 2002.