Cantigas galego-portuguesas

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Literatura

Documento 1

Em relação à produção desse gênero, esse se desenvolve e é criado tendo, em certo ponto, o contexto de visões políticas distintas, uma vez que esse gênero é fruto das áreas dos reinos de Leão e de Galiza, ao reino de Portugal, e ao reino de Castela (a partir de 1230 unificado com Leão). Como todo gênero textual findado tem uma estrutura, a cantiga galego-portuguesa nasce da expressão artística dos trovadores provençais, produzida por meio da língua falada e do conto. As cantigas expressavam os sentimentos, gerando um modelo de expressão artístico que se faz presente nos espaços mais nobres da época, as cortes, até os espaços mais singelos, as casas dos plebeus. Em seu processo de desenvolvimento, o gênero da cantiga galego-portuguesa apropriou-se de marcas particulares que a diferenciou dos outros gêneros artísticos provinciais.

Nesse tipo de produção foi criado o gênero singular cantiga de amigo. Em relação à classificação da cantiga lírico-amorosa, tal como o nome sugere nessa classificação se expressa subjetivamente os sentimentos de amor do eu-lírico. Na cantiga de amor, o eu-lírico é sempre masculino. Uma vez que só esses podiam escrevê-las, pelo menos em Portugal, e as mulheres nessa época não eram alfabetizadas. Já em relação ao contexto expressado na cantiga de amor, a situação representada é do amor que não se pode concretizar, do amor impossível. Nessa, há impossibilidade do amor porque a dama que o eu-lírico se dirige é comprometida, ou estava em classe social acima desse. Ainda, a cantiga de amor manifesta sentimentos impossíveis de se materializar em plano físico.

Já na cantiga de amigo, a necessidade da junção do amor físico deve ser expressa na trova. Abaixo, podemos ler a cantiga “Ai flores de verde pino”, de d. Dinis. Ai flores, ai flores do verde pinho, se sabedes novas do meu amigo? Ai Deus, e u é? Ai flores, ai flores do verde ramo, se sabedes novas do meu amado? Ai Deus, e u é? Se sabedes novas do meu amigo, aquel que mentiu do que pôs comigo? Ai Deus, e u é? Se sabedes novas do meu amado, aquel que mentiu do qui mi há jurado? Ai Deus, e u é? Vós me perguntardes polo voss’amigo, e eu bem vos digo que é sã’e vivo. Identificamos, ainda, nessa primeira parte da trova, que o eu-lírico demonstra ansiedade em relação à situação que esse se encontra, o estado emocional do eu-lírico é delineado.

Para demarcar essa ansiedade, o autor da trova, o rei d, Dinis, marca com vocativo e aposto o elemento da natureza: “Ai flores, ai flores do verde pinho”. Esse é convocado a responder o inquietamente do eu-lírico. Na segunda parte da trova, há a presença da resposta clamada pelas perguntas da primeira parte. Se essa, em certo ponto, é afirmativa em relação à indagação do eu-lírico, o “amigo” está vivo, porém essa afirmação não revela onde esse se encontra e em quanto tempo será o reencontro entre “a amiga” e “o amigo”. Disponível em: https://cantigas. fcsh. unl. pt/sobreascantigas. asp Acessado em: 08 de out.

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