Câncer bucal

Caracteriza-se pela manifestação de um tumor maligno presente na região bucal, podendo ser detectado nos lábios e outras estruturas da boca, incluindo gengivas, bochechas, céu da boca, língua, especialmente nas bordas e na região embaixo da língua (INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, 2020; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020). Mais especificamente, o quadro relacionado ao câncer bucal apresenta uma etiologia multifatorial, evidenciando uma relativa complexidade clínica. Dentre as causas potenciais do câncer de boca, o tabagismo e o consumo de álcool são destacadas por especialistas. Uma vez que tais práticas são cada vez mais comuns na população contemporânea, estudos recentes alertam que o câncer de boca pode ser considerado um grave problema de saúde pública em todo o mundo, inclusive no Brasil (BASTOS NETO et al.

SANTOS et al. Apesar dos imensuráveis avanços no conhecimento acerca dos fatores relacionados ao câncer bucal, estudos recentes sugeriram que ainda há muito a ser desvendado sobre a referida temática, especialmente no Brasil. A partir de trabalhos que caracterizem mais detalhadamente o perfil clínico e epidemiológico do câncer bucal, espera-se, assim, a promoção de uma melhor qualidade de vida à população acometida por câncer bucal no território brasileiro (LEMOS JÚNIOR et al. TORRES et al. Considerando os elevados índices de casos de câncer bucal no mundo e no Brasil, o presente trabalho apresentou como objetivo investigar, a partir de uma revisão de literatura especializada, os principais fatores relacionados ao desencadeamento, progressão, diagnóstico e tratamento do câncer bucal.

Para isto, foram realizadas buscas digitais em bancos de dados, como Google Acadêmico, Scielo e Pubmed. Desse modo, o câncer bucal se apresenta como uma patologia de eminente e notória relevância nos tempos atuais, podendo prejudicar consideravelmente a qualidade de vida dos indivíduos acometidos (BASTOS NETO et al. MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020). As taxas de prevalência podem ser alteradas, de acordo com o perfil da população estudada. No estudo conduzido por Bastos Neto e colaboradores (2017), ao analisarem um grupo do Estado da Bahia, foi verificado uma taxa de até 73% de prevalência de câncer bucal em homens acima dos 55 anos de idade. Estudos similares também identificaram uma maior susceptibilidade ao desenvolvimento do câncer bucal, de acordo com o avanço da idade do indivíduo (TORRES et al.

ainda ressaltaram que a identificação de potenciais fatores de risco também pode auxiliar para a execução de ações de prevenção do câncer bucal, seguindo-se as características inerentes a cada grupo populacional estudado. Considerando que a maioria dos fatores de risco apresenta ordem socioambiental, a prevenção do câncer bucal pode, inclusive, ser facilitada por meio de medidas de intervenção e promoção de saúde, por parte de uma equipe profissional especializada (BASTOS NETO et al. MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020; TORRES et al. Com relação às características inerentes ao perfil clínico dos indivíduos acometidos, a língua foi a região mais afetada pelo câncer bucal, na amostra populacional do Estado da Bahia (BASTOS NETO et al.

Em um estudo mais abrangente, Santos Domingos et al. Sendo assim, as lesões mais frequentes, relacionadas ao câncer bucal, apresentam origem epitelial e podem ser visualmente identificadas, tanto pelo próprio indivíduo, quanto por profissionais (LEMOS JÚNIOR et al. TORRES et al. O câncer bucal pode, assim, ser classificado como carcinoma espinocelular (CEC), carcinoma epidermoide ou carcinoma escamocelular, os quais abrangem até 90% da totalidade de casos notificados no Brasil. Por conseguinte, uma inspeção visual da mucosa bucal, por meio de uma iluminação de qualidade e secagem bucal, permite a identificação de lesões que potencialmente podem evoluir para um estágio de malignidade (SANTOS DOMINGOS et al. SANTOS et al. Sob tal perspectiva, evidências recentes demonstraram que a evolução do quadro clínico do câncer bucal está atrelada a alterações graduais no genoma celular do indivíduo acometido.

O estágio inicial é caracterizado pelo surgimento das lesões e, gradualmente, outros sintomas também podem ser observados (LEMOS JÚNIOR et al. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, 2020; SALGUEIRO, 2017). O Instituto Nacional do Câncer divulgou recentemente a relevância da identificação de sintomas adicionais, que também caracterizam o quadro clínico do câncer bucal. Dentre estes, a presença de nódulos no pescoço, popularmente conhecidos como “caroços”, bem como a manifestação de rouquidão persistente, também devem ser observados (INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, 2020). Nesta perspectiva, o quadro sintomatológico doloroso surge em cerca de 40% dos casos, quando em um estágio mais avançado da doença (PRADO; PASSARELLI et al. LEMOS JÚNIOR et al. TORRES et al. Em contrapartida, a evidência de que a maioria dos pacientes apresenta doença estável, ao final do primeiro tratamento, enfatiza a enorme relevância de um diagnóstico precoce.

Sendo assim, a rápida intervenção por uma equipe especializada é possibilitada, em que medidas terapêuticas mais eficazes também podem ser sugeridas, a partir de um prognóstico adequado (BASTOS NETO et al. Diante disso, a citologia esfoliativa, ou a biópsia da lesão, compreendem práticas bastante desejáveis para a obtenção precisa e precoce de câncer bucal (TORRES et al. Júnior Lemos et al. ressaltaram que, apesar de constantes avanços terem sido realizados nos campos médicos, especialmente na área da Oncologia, ainda há muito a ser descoberto e detalhado com relação ao câncer bucal, sobretudo no Brasil. Os autores pontuaram que ainda são necessários esforços na área de Biologia Celular, a fim de se encontrar um marcador diferencial que possibilite um diagnóstico precoce e ainda mais preciso para a doença.

Diante do exposto a realização de biópsia ainda é considerada o procedimento padrão para a corroboração do diagnóstico de câncer bucal, em conjunto com a análise da sintomatologia clínica (JÚNIOR LEMOS et al. Nesse sentido, a realização de estudos complementares é de grande valia, bem como a implementação de medidas preventivas e terapêuticas mais eficazes. Espera-se, portanto, a realização de investimentos na área, possibilitando um fortalecimento da temática relacionada aos riscos do câncer bucal para a população brasileira (SANTOS DOMINGOS et al. Em consequência, o exame intrabucal, realizado periodicamente pelo cirurgião-dentista, representa uma alternativa necessária para a detecção de lesões neoplásicas em estágio inicial. Tal medida é apontada como uma das principais formas de prevenção secundária para o câncer bucal (LEMOS JÚNIOR et al.

É válido ressaltar também que determinadas ações cotidianas podem contribuir sobre a prevenção do câncer bucal, como o hábito de não fumar e não ingerir bebida alcoólica. CONCLUSÕES O câncer bucal se apresenta como uma temática em evidencia mundial e no Brasil, sobretudo devido às elevadas taxas de prevalência e morbidade e mortalidade relacionadas. Os casos de câncer bucal geralmente são diagnosticados tardiamente, revelando a necessidade de implementação de estratégias de prevenção e detecção mais contundentes e eficazes. Diante disso, espera-se uma redução nos casos de câncer bucal, bem como a promoção de uma maior qualidade, e até mesmo expectativa de vida, à população acometida. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Bagan, J.

Sarrion, G. A. MIRANDA, S. S. SANTOS, L. P. gov. br/tipos-de-cancer/cancer-de-boca>. Acesso em 05 mai. LEMOS JÚNIOR, C. A. D. Câncer de boca baseado em evidências científicas. Rev assoc paul cir dente. v. n. v. p. jan. jun. MINISTÉRIO DA SAÚDE. M. BARIN, L. M. DANESI, C. C. S. Silva, S. O. Carli, J. P. PRADO, B. N. PASSARELLI, D. H. C. Porto Alegre, 2017. SANTOS DOMINGOS, P. A. PASSALACQUA, M. L. São Paulo. v. n. p. Santos, L. Braz J otorhinolaryngol. v. n. p. SANTOS, L. Revista Brasileira de Cancerologia. v. n. p. Torres-Pereira, C. Cad Saude Publica. v. p. Torres-Pereira, C. Oral cancer public policies: is there any evidence of impact? Braz Oral Res. Rev Soc Bras Clin Med. v. n. p.