AUTISMO INFANTIL: OS DESAFIOS NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO E NO CONVÍVIO ESCOLAR

Tipo de documento:Artigo cientifíco

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

Este problema é muito mais abrangente que a sala de aula, existindo em todas as áreas onde o autista necessita atendimento. Na formação acadêmica, o tema é tratado de forma rasa e com informações ultrapassadas, impedindo o diagnóstico precoce que poderia facilitar a escolarização destas crianças. Tida como má educada e revoltada por uma escola despreparada para distinguir e analisar os traços de um autista, a criança deficiente aprofunda sua dificuldade de se relacionar, de viver com os demais e de obedecer as regras da instituição. É fundamental que os profissionais do ambiente escolar saibam distinguir e orientar a família para um profissional capaz de realizar o diagnóstico, que servirá como base - juntamente com a análise pormenorizada - de um plano de ensino individualizado, com temáticas pertinentes à idade global da criança.

INTRODUÇÃO É comum, na atualidade, circular nas diferentes mídias e em todas as esferas sociais um discurso a favor da aceitação e da diversidade. Missão nada fácil, já que os Transtornos globais de desenvolvimento são os que mais causam desconforto na sociedade contemporânea: não basta adaptar o prédio, a estrutura, é preciso de mexer com as pessoas e com suas crenças. O autismo é especialmente desafiador para a escola e o processo de alfabetização. As barreiras iniciam no seu difícil diagnóstico e com a demora deste, já que o meio de diagnosticar é através de observações que podem levar anos e que, durante este período, pode esbarrar nos estereótipos criados para a doença e que já estão arraigados socialmente.

São barreiras que se arrastam desde as primeiras anotações feitas por Kannel sobre a doença. OBJETIVOS 2. O Autismo é um transtorno de desenvolvimento que se inicia na infância e tem como características clínicas principais a dificuldade de interação social recíproca, a de se comunicar com o outro, o contato visual pobre, a indiferença afetiva ou demonstrações inapropriadas de afeto, bem como manifestações de comportamentos estereotipados e repetitivos (Leboyer, 2003; Schwartzman, 2003). O Autismo não foi logo considerado um novo distúrbio. Os primeiros registros que se tem com esta palavra são de 1908, em descrições sobre Esquizofrenia, na correspondência entre Eugene Bleuler, um psiquiatra suíço, e Freud. Em 1943, dois médicos relataram sintomas semelhantes em pacientes. Segundo MACIEL, MM.

“Seu aparente alheamento mascara o fato de que em geral estão presentes e são extremamente sensíveis, mas têm dificuldades para se comunicar. ” (MACIEL, MM. and FILHO, 2009, p. Por algum tempo se disseminou que os autistas criavam um mundo próprio e por isso ficavam tão isolados da realidade. Hoje, porém, se sabe que isto foi uma confusão existente com sintomas da Esquizofrenia, devido aos primeiros registros sobre os autistas. Devemos também levar em consideração que as escolas brasileiras já possuem uma demanda apertada, necessitando de mais profissionais, de valorização dos professores e de mais recursos antes mesmo das políticas de inclusão. Esta nova realidade só veio para somar para com as deficiências que já eram visíveis. Além da falta de recursos já mencionada, a escola brasileira encontra-se engessada e tem, até hoje, extrema dificuldade em se adequar às diferenças que batem à sua porta.

De acordo com Cruz (2014, p. A sociedade delimita historicamente as posições sociais a serem ocupadas por cada um, exercendo um poder que visa a controlar as experiências e as relações. Agora o grande desafio é o quê e de que forma ensiná-los. Como fazer estes sujeitos se apropriarem de ensinamentos que lhes dêem acesso a uma vida plena e independente? Parece que as respostas para estas indagações ainda estão longe se serem respondidas, mas talvez comecem a ser resolvidas quando a escola dita inclusiva, juntamente com os seus profissionais, se abrirem para conhecer os alunos autistas, o jeito autista de ser, todos com sua subjetividade, todos diferentes, apenas ligados por um diagnóstico em comum, mas que não deve reduzir os sujeitos apenas a uma lista ampla de sintomas.

Segundo Vasques (2003, p. apud Santos, 2011, p. para a construção de um novo olhar acerca desses sujeitos, trincando, rompendo e interrogando conceitos marcados pela ineducabilidade e pela impossibilidade” a inclusão passa primeiro pela aceitação dos autistas dentro da escola, com todas as suas subjetividades e principalmente a adaptação da escola, do currículo e dos profissionais para atender esta demanda, já que inclusão não é somente aceitar o outro, mas fazer ele participar de todo o processo e estar inserido em todas as atividades. Neste artigo, o que mais nos interessa é distúrbio da fala e linguagem, tais como: nós temos mutismo, ecolalia, falta desenvolvimento da fala; quando desenvolvida, acaba ficando arrítmica, atonal, reflexiva e que não comunica emoção nenhuma. no fim, o distúrbio deixa toda linguagem comprometida.

Quanto mais nova a criança maior a plasticidade neuronal dela, logo mais fácil vai ser introduzir uma alfabetização na vida cognitiva desta. Então, quanto mais cedo o diagnóstico de autismo, mais fácil alfabetizar criança. Autista ou não, esta vai se desenvolvendo e acaba criando um equilíbrio a partir de uma determinada estrutura. Além disso, o professor é responsável por fazer com que a turma seja sensível em relação a diferença do colega. Conforme Peeters, (1998) se o autista efetivar um exercício novo de forma equivocada, é dever do professor uma ligeira interferência, seja mesmo para mostrar a resposta, ou para guiar a mão da criança. CONSIDERAÇÕES FINAIS Atualmente, a posição dos indivíduos com necessidades especiais é muito debatida e divulgada pela mídia e pela academia.

Em especial, a questão de escolarização e socialização destas crianças, assim como a formação dos profissionais que vão auxiliar este público. Entretanto, devemos fugir do pensamento comum de que o autismo deve ser algo a ser isolado da sociedade, restringindo a atuação educativa à ambientes especializados. REFERÊNCIAS CRUZ, Talita. Autismo e Inclusão: Experiências no Ensino Regular. Jundiaí: Paco Editorial, 2014. GARCIA, Priscila M. MOSQUERA, Carlos F. MACIEL, Mariene M. FILHO, Argemiro P. G. Autismo: uma abordagem tamanho família. In: In: Díaz, F. III Encontro Brasileiro de Psicopedagoga. Curitiba: Editora da PUCPR, 2012. PEETERS, Theo. Autismo: Entendimento Teórico e Intervenção Educacional. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 1998. Disponível em: <http://www. estouautista. com. br/index. php/2012/07/16/nao-chorem-por-nos/>.

86 R$ para obter acesso e baixar trabalho pronto

Apenas no StudyBank

Modelo original

Para download