ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS, CLÍNICOS E DIAGNÓSTICOS DA COVID-19

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Biologia

Documento 1

Foi considerada também uma ênfase sobre as principais ferramentas diagnósticas relacionadas. A revisão aqui realizada detectou uma enorme relevância da temática para a população mundial contemporânea, inclusive para o Brasil, em detrimento das enormes taxas de prevalência e mortalidades descritas até o momento. Um rápido diagnóstico da doença pode, portanto, minimizar uma evolução clínica ainda mais grave, auxiliando no estabelecimento de medidas preventivas e terapêuticas mais eficazes, de acordo com as especificidades de cada paciente. Desse modo, a COVID-19 ainda se apresenta como uma temática em ascensão nas comunidades médicas e científicas, requerendo a execução de investigações ainda mais aprofundadas, a fim de se ofertar uma melhor qualidade de vida à população em geral.

Palavras-chave: coronavirus, diagnóstico, SARS-CoV-2. O vírus foi denominado como SARS-CoV-2, sigla derivada do inglês para coronavírus da síndrome respiratória aguda 2 (FIOCRUZ, 2020a; GORBALENYA et al. ZHOU et al. A doença relacionada à infecção pelo novo coronavírus foi, assim, designada como COVID-19. O termo COVID-19 foi adotado oficialmente por especialistas e pela Organização Mundial de Saúde em fevereiro de 2020, e refere-se ao inglês, “Corona Virus Disease” (Doença do Coronavírus). O número 19 é referente ao ano de 2019, quando os primeiros casos da doença foram reportados em Wuhan, na China (FIOCRUZ, 2020a; LI et al. Por isso, o desenvolvimento de ferramentas diagnósticas rápidas e eficazes para a COVID-19 é primordial, com vistas a um combate mais contundente da doença, em diferentes localidades do mundo (FIOCRUZa, 2020; ZHOU et al.

Dentre os métodos diagnósticos mais utilizados para a confirmação da COVID-19, ensaios de RT-PCR e o teste rápido são destacados. O RT-PCR se baseia na detecção da carga viral em amostras de indivíduos sob suspeita da doença. Por sua vez, o teste rápido compreende um exame sorológico, baseado na análise da produção de anticorpos produzidos após a exposição viral (LAN et al. YAHOO! NOTÍCIAS, 2020). nlm. nih. gov/pubmed). Durante as buscas, a combinação dos seguintes descritores de pesquisa foi utilizada: “COVID-19”, “coronavírus”, “etiologia”, “epidemiologia”, “RT-PCR” e “teste rápido”. As buscas realizadas nos bancos digitais foram concentradas em publicações que apresentarem relevância científica, considerando o objetivo geral do presente trabalho. Em fevereiro de 2020, a Organização Mundial de Saúde denominou o novo coronavírus como SARS-CoV-2, em referência ao nome derivado do inglês, coronavírus da síndrome respiratória aguda 2 (CHEN et al.

Gorbalenya et al. Taxonomicamente, trata-se de um vírus pertencente à ordem dos Nidovirales e da família Coronaviridae, o qual apresenta um elevado grau de patogenia para os indivíduos acometidos. Adicionalmente, o SARS-CoV-2 está relacionado ao terceiro principal tipo de transbordamento de infecção viral do trato respiratório, em apenas duas décadas (Gorbalenya et al. LI et al. ROTHAN; BYRAREDDY, 2020). Estudos adicionais demonstraram que o grupo de vírus ao qual SARS-CoV-2 pertence, também apresenta, como reservatórios naturais, morcegos-ferraduras. Assim, os vírus classificados dentro do grupo dos SARS-CoV caracterizam-se como organismos altamente transmissíveis e patogênicos, que possivelmente surgiram em seres humanos no início do século XXI (CUI et al. FAN et al. Tanto os vírus pertencentes ao grupo dos SARS-CoV, quanto aqueles pertencentes ao grupo dos MERS-CoV, portanto, foram inicialmente descritos em morcegos.

Essas sugestões foram constatadas quando se analisou os primeiros pacientes internados em hospitais da China. Por outro lado, foi sugerido que o espalhamento da infecção viral estaria relacionado a um número grande de pacientes situados em locais diferentes de um mesmo hospital, atingindo pessoas distintas (LU et al. ROTHAN; BYRAREDDY, 2020). Além disso, os pacientes testados para a detecção viral eram inicialmente aqueles que se encontravam internados nos hospitais. Portanto, indivíduos em outras localidades, contaminados pelos vírus não foram testados, mas potencialmente contribuíram para a rápida disseminação da doença (LU et al. A doença já estava presente em 41 Estados do país, indicando uma rápida e preocupante disseminação do agente etiológico da doença (ROTHAN; BYRAREDDY, 2020).

Concomitantemente, já haviam mais de 30. indivíduos contaminados na China, com mais de 600 mortes reportadas até então. Em março de 2020, foi descrita uma taxa de mortalidade geral de cerca de 3% dos casos de COVID-19, com mais de 100. infecções em todo o mundo. O primeiro sequenciamento realizado no Brasil, por exemplo, revelou a existência inicial de nove mutações no genoma do vírus encontrados em brasileiros, em comparação com o conteúdo gênico do vírus observado inicialmente na China (FIOCRUZ, 2020b; OLIVEIRA; MORAIS, 2020; RHEE et al. Ainda mais, a compreensão acerca do conteúdo gênico dos vírus, e a consequente análise de evidências de mutações pontuais, pode indicar uma maior patogenia relacionada a cada tipo de vírus encontrado em pessoas infectadas em todo o mundo.

Ou seja, uma rápida formação de mutações no genoma viral pode influenciar sobre o desfecho da doença, interferindo sobre os índices de mortalidades descritos para cada região (CUI et al. FIOCRUZ, 2020b). Desde os primeiros relatos de infecção por SARS-CoV-2 na China, um número crescente e alarmante de infecções pelo novo coronavírus tem sido descrito em várias partes do mundo. Sendo assim, a COVID-19 se apresenta clinicamente como uma infecção viral que acomete o trato respiratório inferior, com uma evolução bastante rápida. Em consequência, indivíduos acometidos pela doença frequentemente reportam dificuldades e desconforto respiratórios, inclusive durante a realização de atividades cotidianas, designadas como relativamente simples (Gorbalenya et al. REN et al. Para a maioria dos casos de indivíduos portadores de COVID-19, o quadro sintomatológico se apresenta leve e bastante semelhante a uma gripe comum, conforme se observa em casos de infecção por vírus Influenza.

Em seguida, alguns casos evoluem para um quadro de pneumonia, quando sintomas mais graves podem ser reportados (FREITAS et al. Portanto, observa-se que a gravidade relacionada a evolução do quadro clínico de COVID-19 se estende para além do que geralmente se é reportado para casos de gripe por H1N1. São taxas de transmissão e de mortalidades muito acentuadas, as quais resultaram em mudanças drásticas no comportamento humano em todo o mundo (Khandaker et al. SILVA, 2020). Diferentes fatores de risco foram relacionados a uma maior susceptibilidade ao desencadeamento da doença. Dentre estes, casos prévios de obesidade, diabetes, hipertensão e outras disfunções cardiovasculares foram destacadas. O isolamento social compreende uma das principais medidas adotadas para casos de diagnóstico da COVID-19, a fim de se evitar uma maior disseminação do vírus.

Vale ressaltar, ainda, que o isolamento em larga escala é fundamental, visto que muitos indivíduos se apresentam clinicamente assintomáticos (ZHOU et al. A relevância dos ensaios diagnósticos empregados para a confirmação de COVID-19 A realização de exames diagnósticos é primordial para a detecção da presença do vírus no organismo do indivíduo contaminado. Um dos entraves relacionados ao entendimento da COVID-19 consiste na demora para a realização de testes comprobatórios da detecção viral. Inicialmente, apenas indivíduos internados, sob suspeitas da doença, eram testados (LU et al. Ou seja, a realização de testes diagnósticos para COVID-19 é emergencial e deve ser considerada como uma das etapas prioritárias de combate à infecção viral. A partir da realização desses exames, bem como da obtenção de resultados rapidamente, é possível se delinear estratégias de ação mais adequadas a cada localidade, em consequência à elucidação de dados epidemiológicos mais próximos da realidade (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 2020; SILVA, 2020).

O preparo de uma equipe profissional especializada também se mostra como uma das principais medidas de contenção da COVID-19, especialmente com relação à execução da coleta de amostras biológicas e validação do diagnóstico da doença (GUAN et al. Para isto, Silva (2020) sugeriu a necessidade de mobilização de profissionais no território nacional, capazes de atuar na realização de coleta de swab nasal, por exemplo, um dos procedimentos característicos da coleta de material para o diagnóstico da infecção viral. Desde a explosão de casos de COVID-19 em todo o mundo, evidenciou-se, portanto, uma notória necessidade de se desenvolver exames laboratoriais rápidos e confiáveis para a detecção da presença viral em amostras biológicas de indivíduos contaminados.

Especialistas ressaltaram que a realização tardia do teste rápido para COVID-19 pode resultar na obtenção de falsos negativos, em que o indivíduo foi acometido pela doença, apesar de não ter sido detectado no exame. Nesta perspectiva, a obtenção de um único resultado negativo para COVID-19 não deve ser considerada como comprovatório da inexistência de infecção viral (HAO et al. Oliveira et al.   Desse modo, a identificação de casos falsos negativos dificulta um diagnóstico mais conclusivo e eficaz para a COVID-19, prejudicando também o delineamento e rastreamento de dados epidemiológicos confiáveis (HAO et al. De acordo com Hao e colaboradores (2020), indivíduos que se encontram em estágios iniciais da doença também se mostram mais propensos a um resultado falso negativo, visto que o organismo ainda está se adaptando à exposição viral e produzindo alterações fisiológicas e metabólicas graduais.

XIE et al. Lan et al. por exemplo, descreveram os casos de quatro profissionais de saúde que sucessivamente foram testados como negativos para COVID-19. Em seguida, tais indivíduos foram dispensados de isolamento social e apresentaram resolução clínica para COVID-19. No estudo referido acima, Lan et al. XIE et al. Em outros casos, o indivíduo pode estar acometido pela COVID-19, mas apresentar uma carga viral relativamente baixa. Sendo assim, o exame detecta negativo para a presença do vírus, mesmo quando o indivíduo é portador da infecção viral (ARAÚJO-FILHO et al. XIE et al. Por isso, recomenda-se o seguimento de uma série de parâmetros, estabelecidos por órgãos responsáveis, para uma condução confiável de exames diagnósticos, sobretudo para a execução de ensaio de RT-PCR.

Por conseguinte, a condução de testes sorológicos é indicada como uma alternativa promissora de triagem do quadro clínico do paciente. Em contrapartida, relatos de até 30% de falsos positivos alertam sobre algumas falhas relacionadas à técnica (YAHOO? NOTÍCIAS, 2020). De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a ANVISA, o teste sorológico contribui para uma avaliação do estado imunológico de indivíduos acometidos pela COVID-19. Ou seja, a partir da detecção de produção de anticorpos contra o SARS-CoV-2, pode-se predizer se aquele indivíduo apresentou contato com o agente viral. O teste rápido, assim, é veementemente recomendado para indivíduos que apresentaram sintomas condizentes com o quadro clínico da doença, confirmando a existência de uma possível exposição viral (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2020a).

Assim, caso o indivíduo apresente anticorpos produzidos contra o vírus, ocorre um reconhecimento pela proteína existente no kit diagnóstico. Uma vez que os anticorpos se encontram no sangue, utiliza-se amostras séricas para a realização do teste rápido (XIANG et al. Além da produção de IgM, a avaliação de anticorpos IgG também é empregada para o diagnóstico de COVID-19, visto que são anticorpos produzidos mais tardiamente. Considerando que se trata de uma doença muito recente na população, os mecanismos de produção de anticorpos contra SARS-CoV-2 ainda estão sendo elucidados (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2020a). Portanto, não se sabe ainda por quanto tempo os níveis de IgM e IgG ficam disponíveis no organismo, em uma quantidade detectável nos exames sorológicos.

descreveu que a duração média da detecção de anticorpos IgM e IgA foi de cinco dias , enquanto a IgG foi detectada em 14 dias, após o início dos sintomas, com uma taxa positiva de 85,4%, 92,7% e 77,9%, respectivamente. Nos casos confirmados e prováveis, as taxas positivas de anticorpos IgM foram de 75,6% e 93,1%, respectivamente. Diante disso, os autores ainda sugeriram que a eficiência de detecção pelo IgM ELISA é maior que a do método qPCR, especialmente 5,5 dias após do início dos sintomas (GUO et al. Ainda mais, a taxa de detecção positiva aumenta significativamente (98,6%), quando o teste ELISA IgM é combinado com RT-PCR, comparando-se com as taxas obtidas para testes realizados individualmente (51,9%). Portanto, a resposta humoral ao SARS-CoV-2 pode auxiliar no diagnóstico de COVID-19, incluindo casos subclínicos (GUO et al.

NG et al. ZU et al. Tais relatos indicaram que os parâmetros de avaliação diagnóstica da doença estão seguindo critérios cada vez mais rigorosos, em busca de resultados mais confiáveis. Entretanto, a eliminação de casos falsos positivos e negativos ainda compreendem um desafio para especialistas, em que a elaboração de técnicas e ferramentas ainda mais sofisticadas e específicas está em curso (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2020a,b; ARAÚJO-FILHO, 2020; XIE et al. Bem recentemente, no final de maio de 2020, pesquisadores do Hospital Israelita Albert Einstein divulgaram a elaboração de um teste de RT-PCR que poderá ser aplicado em larga escala, a partir de junho. CONCLUSÃO A temática da COVID-19 ainda é muito recente na literatura especializada, de modo que algumas divergências ainda são reportadas.

Como resultado, observa-se um considerável percentual de casos diagnosticados erroneamente, prejudicando um entendimento mais conclusivo acerca de fatores clínicos e epidemiológicos relacionados à doença. Sendo assim, esforços constantes devem ser conduzidos por especialistas, a fim de se obter resultados diagnósticos mais confiáveis. Para isto, observa-se a necessidade de um seguimento rigoroso das recomendações postuladas pelos órgãos responsáveis. Em geral, a evolução da temática apresenta proporções notórias, a nível mundial. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Testes para Covid-19: perguntas e respostas. b. Disponível em: <http://portal. anvisa. COSTA. A. N. CERRI, G. G. Eur. J. Clin. Invest. v. Epidemiological and clinical characteristics of 99 cases of 2019 novel coronavirus pneumonia in Wuhan, China: a descriptive study. Lancet, v.

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