AS TICS E A EDUCAÇÂO INFANTIL: O LÚDICO, A INCLUSÃO DIGITAL E A APRENDIZAGEM

Tipo de documento:Artigo cientifíco

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

Apresenta-se um breve histórico do uso das tecnologias na Educação Infantil sob o ponto de vista das políticas públicas educacionais, tanto de caráter pedagógica como a inclusão digital. Em seguida, apresenta as orientações pedagógicas necessárias para a escolha dos Objetos de Aprendizagem na Educação Infantil. Finalmente, apresenta um estudo de campo que mostra a realidade do uso de software educacional na escola pública da cidade de Clementina, Município do Estado de São Paulo. Palavras-chave: TIC’S. Educação Infantil. Objetos de Aprendizaje INTRODUÇÃO As TIC’S (Tecnologias de Informação e Comunicação) têm sido objeto de reflexão ao nível educacional a partir, sobretudo, dos anos 90 do século XX (ALMEIDA; PRADO, 1999); no entanto, no que se refere à Educação Infantil ainda são poucas as contribuições reflexivas de seu uso pedagógico no processo de aprendizagem para as crianças, mais, precisamente, as crianças das escolas públicas.

Tal escassez de produção é superada a partir da segunda metade dos anos 2000, talvez explicado pelo início do processo de universalização da Educação Infantil com a Lei n° 12. de 2013 que reformula a Educação Básica no Brasil ao alterar o artigo 4° da LDB 96: Art. º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de:  I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, organizada da seguinte forma; a) pré-escola;              b) ensino fundamental;             c) ensino médio;    II - educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de idade. BRASIL, 2013) Com essa mudança, pode-se observar uma quantidade significativa de estudos sobre as TIC’s em ação nas pré-escolas, reflexões que buscam os preceitos do lúdico como instrumento de aprendizagem, por um lado; por outro, reflexões que promovam a inclusão digital dessas crianças diante das grandes desigualdades socioeconômicas vivenciadas historicamente no Brasil.

Com efeito, o reconhecimento da Educação Infantil dá-se na Constituição de 1988 e os direitos das crianças asseguradas no Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990: Na perspectiva de que o Estado garanta esses direitos, a Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988) traz pela primeira vez a expressão educação infantil para designar o atendimento em creche e pré-escola, e traz a garantia constitucional do dever do Estado com esse atendimento etário, não apenas como política de favorecimento ou benefício das mães, mas antes um direito das crianças (artigo 208, inciso IV). A lei reconhece o caráter educativo das creches, antes pertencentes à área da assistência social passando a se incorporar à área da educação. No início da década de 90, o Estatuto da Criança e do Adolescente [.

considerada uma das leis mais avançadas do mundo no que se refere à proteção das crianças, aponta direitos que devem ser garantidos e respeitados por toda a sociedade, reforçando os preceitos com relação à educação infantil assinalados na Constituição Federal (BRASIL-SECAD, 2006, p. Com a Lei de Diretrizes de Base da Educação de 1996 a Educação Infantil é assumida enquanto política educacional. A sua prática exige a participação franca, criativa, livre, crítica, promovendo a interação social e tendo em vista o forte compromisso de transformação e modificação do meio (ALMEIDA apud BATISTA et all. s/d p. Nesse sentido, o processo significativo de aprendizagem da criança está em permanente estado de interação social, dentro e fora da escola, sua aprendizagem dá-se nos mais diversos momentos de seu cotidiano donde se ressalta a presença das Tecnologias de Informação e Comunicação, as TIC’s, que estão mais ou menos integradas à vida da população infantil.

No que tange às escolas públicas com o seu contexto socioeconômico, a experiência com essas tecnologias são limitadas em franco contraste com as escolas particulares, as crianças das escolas públicas não podem ser designadas pela terminologia de Prensky (2001) como “nativas digitais”. Diante dessa perspectiva desigual, as práticas pedagógicas que se ligam às TIC’s devem possuir uma dupla missão: a aprendizagem lúdica e a efetiva inclusão digital de suas crianças, respeitando, naturalmente, os conhecimentos prévios de cada aluno. e aplicação do OA é parte de um processo em que as diferentes informações se integram, sendo o planejamento determinante para o seu sucesso. Do ponto de vista institucional, a Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação desenvolve o Programa RIVED, Rede Internacional Virtual de Educação, em parceria com países latino-americanos para a produção de Objetos de Aprendizagem a serem consumidos e de acesso gratuito: O RIVED é um programa da Secretaria de Educação a Distância - SEED, que tem por objetivo a produção de conteúdos pedagógicos digitais, na forma de objetos de aprendizagem.

Tais conteúdos primam por estimular o raciocínio e o pensamento crítico dos estudantes, associando o potencial da informática às novas abordagens pedagógicas. A meta que se pretende atingir disponibilizando esses conteúdos digitais é melhorar a aprendizagem das disciplinas da educação básica e a formação cidadã do aluno. Além de promover a produção e publicar na web os conteúdos digitais para acesso gratuito, o RIVED realiza capacitações sobre a metodologia para produzir e utilizar os objetos de aprendizagem nas instituições de ensino superior e na rede pública de ensino. Descrição do contexto escolar A pesquisa foi realizada na Escola Municipal de Educação Infantil Vereador Sabino Soares no Município de Clementina, no Estado de São Paulo.

Escola pública da periferia da cidade. A Escola possui um laboratório de Informática há dois anos com vinte e dois computadores. Entrevista com a Equipe Pedagógica Para se chegar à observação com as crianças em atividade com o computador, foi feito um encontro preparatório com a Gestão Pedagógica, que ao concordar com a pesquisa, fixou com o pesquisador a sala na qual as crianças seriam observadas: crianças da pré-escola da Educação Infantil, 18 alunos, entre 5 e 6 anos de idade. Após a reunião, foi feita uma entrevista com a professora da sala escolhida pela Gestão Pedagógica. As experiências nos levam a buscar outros meios mais próximos das crianças a fim de facilitar a aprendizagem.

As escolhas que fazemos hoje nos levam a sermos melhores no futuro”. Intervenções com as crianças Para a pesquisa, em questão, a professora definiu dois grupos: grupo A com 4 meninos e grupo B com 4 meninas escolhidos previamente diante do universo de 18 alunos participantes da atividade. A Escola preparou um ambiente acolhedor para o encontro com o pesquisador, que determinou três momentos de observação: primeiro, anterior à atividade; segundo, atividade, propriamente dita; e, terceiro, após a atividade. No primeiro momento, foram feitas perguntas aos dois grupos, que, separadamente, responderam às questões orais1: Questões Respostas consensuais Com qual frequência vocês vão ao laboratório para trabalhar com o software pedagógico? “Uma vez por semana, das 8h às 9h”. A segunda atividade foram as letras do alfabeto.

Uma casa, com a letra C ao lado e com espaço abaixo para se escrever dentro dele. A criança deveria pintar a casa, a letra C e escrever Casa no espaçamento deixado. O mesmo foi com as letras A, abelha; B, bolo; F, frutas; H, hipopótamo; I, índio; E, elefante; G, gato; N, navio; P, pera; O, ovo e M, macaco. O que sobressaiu foi o colorido, o que levava às crianças a fixarem seus olhos na tela do computador, uma ação plena de atenção e o domínio do uso do teclado. Aprendemos o O, H, M, I, B, E, G, N, P”. Quais palavras se escrevem com essas letras e que vocês escreveram lá no software no quadro livre que estava embaixo de cada imagem? “Hipopótamo, ovo, macaco, índio, elefante, gato, pera, navio e bolo”.

O grupo A não seguiu a mesma sequência do grupo B nas respostas, porém disseram sobre todas. As turmas A e B fizeram questão de dizer que aprenderam também cores como o azul, vermelho, azul escuro, rosa, vermelho escuro, roxo, verde, ou seja, ficaram atentas à modelagem visual do software. Análise dos dados No que se refere ao contexto escolar, pode-se afirmar que o corpus é composto de crianças de escola pública com pouco acesso ao computador no seu cotidiano. Quanto às crianças observadas, viu-se o grau máximo de envolvimento, de alegria e satisfação, ratificando, assim, o espírito lúdico que essas atividades contêm. Nesse sentido, a pesquisa de campo reafirma a ludicidade presente nas TIC’s, o papel do professor na avaliação do objeto de aprendizagem e a inclusão digital necessária.

REFERÊNCIAS ALMEIDA, Maria E. B. PRADO, Maria E. Congresso Nacional de Educação. Comunicação. Disponível em: <www. editorarealize. com. BRASIL. Lei n° 12796, de 4 de abril de 2013. Disponível em: <http://www. planalto. gov. Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 26 de dezembro de 1996. Disponível em: < http://www. planalto. gov. br/ccivil_03/leis/L9394. mec. gov. br/dmdocuments/parecer_ceb_22. pdf> Acesso em: 14/08/2017. Parecer CNE-CEB n° 20/2009. Disponível em: http://portal. mec. gov. br/dmdocuments/indic_qualit_educ_infantil. pdf> Acesso em: 20/08/2017. Referencial Nacional de Educação Infantil. Brasília. Brasília 2010. Disponível em:< http://portal. mec. br/dmdocuments/orientacoes_etnicoraciais. pdf> Acesso em : 20/08/2017. BRASIL-MEC-SEED. RIVED. Disponível em: http://rived. L. P. Formação tecnológica: um fenômeno em foco. Campo Grande: UCDB, 2005. Disponível em : <http://nte.

B. Objetos de Aprendizagem na Educação Infantil CINTED-UFRGS Novas Tecnologias na Educação V. Nº 1, Julho, 2009. Disponível em: <seer. ufrgs. ore. org. pt/filesobservatorio/pdf/MotivacaodeAlunosTIC. pdf> Acesso em: 20/08/2017. PRENSKY, M. Disponível em: <http://wesrac. usc. edu/wired/bldg-7_file/wiley. pdf> Acesso em: 22/08/2017.

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