As propriedades do gênero épico na Poética de Aristóteles

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Física

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As propriedades do gênero épico na Poética de Aristóteles “o imitar é congênito do homem” (A Poética Clássica, 1995) Podemos afirmar com propriedade que a poesia é A arte de imitação, cuja espécie está pautada na tragédia, comédia, epopéia, ditirambo, aulética e citarística, e que tais espécies se distinguem por diferentes meios, objetos e maneiras de imitar. Nesse trabalho, conforme a proposta de avaliação, trataremos da epopéia. Para isso, faremos uso da Poética de Aristóteles (1987) como também as Notas sobre o Gênero Épico, de João Adolfo Hansen (2008) para elucidar as reflexões sobre as propriedades do gênero épico. A seguir, nos propomos a apresentar nossa compreensão sobre tal assunto. A epopéia se caracteriza, principalmente, por apresentar os feitos heróicos a partir de uma narrativa.

Mediante isso, podemos arrolar que o homem imita a própria natureza e ao imitá-la ele aprende e o aprendizado lhe proporciona prazer. Sobre isso, amparados na Poética aristotélica, podemos acrescer que mimesis é a imitação de homens em ação e é nessa esfera que se enquadra a epopéia. Por conseguinte, entendemos que a mimetização se realiza pela emulação, ou seja, imitava para produzir algo novo. É interessante acrescentar que, ao emular os antigos, o poeta visava igualar ou superar a poesia imitada. A poesia épica se diferencia da poesia trágica e da cômica por ser um gênero misto, logo que imitava tanto homens superiores como os inferiores. Assim, sobre a poesia épica podemos concluir que sua linguagem é versificada, de metro único e extenso como também de caráter heróico; seu objeto de imitação é a ação de homens "nobres" ou discretos, termo este utilizado por Aristóteles.

Quanto aos modos, apresenta uma narrativa de ações heróicas. Para ilustrar a epopéia podemos citar a Ilíada e Odisséia (Homero), Os Lusíadas (Luís de Camões) e Caramuru (Frei Santa Rita Durão). Concluindo, podemos dizer que a epopéia, ao utilizar os meios, os objetos e os modos que lhe era peculiar, ensinava e, consequentemente, causava deleite. A relação entre o trinômio autor-obra-pública e o estudo da poesia épica produzida entre os séculos XVI e XVIII. também HANSEN 1987, p. Numa sociedade onde o público e o privado não se distinguiam e o poder e o saber variavam de acordo ao que era conveniente nas circunstancias hierárquicas, é provável que cabia ao letrado repetir o poder e os feitos dos representantes do Estado.

Sobre isso, o professor Hansen afirma que a prática letrada do século XVI apresentava uma jurisprudência do bom uso da língua que se fundamentava nas autoridades retóricas e poéticas, que segundo ele, pertence a um costume antigo e anônimo e acrescenta que a poesia seiscentista estava fundada na teologia cristã e se constituía como unidade de integração do corpo político do Estado2. Assim, pode-se dizer que a representação letrada, ao mimetizar os padrões retóricos e teológicos políticos, integrava-se aos decoros das ocasiões solenes e polêmicas da hierarquia. Em conformidade com esta linha de raciocínio, é possível inferir que as belas letras então produzidas nessa época e as quais refletiam o Estado Lusitano e todo o interesse monárquico, localizando-se no centro do poder e do saber, não apresentavam discurso ficcional como também não apresentavam autonomia mercadológica.

Para tanto, buscavam a arte e o engenho para imitar os poetas antigos, como Horácio, Virgílio, dentre outros. Quanto às partes constitutivas do gênero épico, podemos aludir seis, são elas, o título, a proposição, a invocação, a dedicação, a narração e o epílogo. Sobre a dedicatória e o epílogo, Hansen (2008) afirma serem partes acessórias da epopéia. A proposição diz respeito a ação narrada, que pode ser uma guerra, uma navegação, entretanto é nela que deve conter referência do herói (indivíduo) a ser cantado. Salientamos que essa referência não diz respeito a citação do nome do indivíduo, mas os títulos de sua dignidade, como em “As armas e os barões assinalados”, poema à D.

Portanto, a elocução expressa a elegância. Bibliografia ARISTÓTELES. Arte Poética. In: ______. Textos selecionados.

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