AS CONTRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO DO TRABALHO NO CONTROLE E PREVENÇÃO DOS RISCOS ERGONÔMICOS NO SETOR DE EMERGÊNCIA

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Enfermagem

Documento 1

As contribuições do enfermeiro do trabalho no controle e prevenção dos riscos ergonômicos no setor de emergência / Sabrina Sales Muller; orientador: – 2018. f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Enfermagem do Trabalho)- Fundação Técnico-Educacional Souza Marques, Rio deJaneiro, 2018. Enfermeiro do trabalho. Riscos ergonômicos. Doenças ocupacionais. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 9 1. Objetivos 11 1. Objetivo Geral 11 1. Perfil do acidente de trabalho na categoria de Enfermagem 24 2. Ergonomia e a atuação do enfermeiro do trabalho 25 3. CONCLUSÃO 28 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 29 1. INTRODUÇÃO A Ergonomia, consolidada como ciência em 1949, sempre foi uma disciplina que buscou desde tempos remotos, adaptar ferramentas e objetos a utilização diária das nações. Com o avanço da tecnologia e da produção, as necessidades tornaram-se ainda maiores, consolidando esta área que tem a sua importância no campo do trabalho.

Nessa linha de raciocínio, os profissionais de enfermagem, normalmente, têm a atuação em suas atividades de trabalho em locais onde a insalubridade é clara e presente, estando submetidos a riscos ocupacionais provocados por fatores biológicos, químicos, físicos, mecânicos, psicossociais e ergonômicos, que podem ser nocivos à saúde, podendo causar acidentes no trabalho e desenvolver doenças ocupacionais, como lombalgias, graças à postura corporal equivocada. Os trabalhadores de enfermagem, sobretudo os que estão trabalham em hospitais, precisam manter os cuidados aos pacientes de forma contínua e, por isso, estão expostos a vários riscos, podendo além das doenças referentes ao trabalho, podem sofrer lesões provocadas por acidentes. A ideia de se tratar o assunto sobre a atuação do enfermeiro do trabalho na prevenção de riscos ergonômicos visa melhorar as condições que este profissional enfrenta na área da saúde, principalmente com relação à postura (RIBEIRO e TOMAZ, s.

d). Os problemas mais comuns relativos à Ergonomia são: postura incorreta, grande esforço físico, ritmo e jornada exagerados de trabalho, estresse físico e mental. Objetivos 1. Objetivo Geral Apresentar a relevância do enfermeiro do trabalho na prevenção dos riscos ergonomicos laborais no setor de Enfermagem. Objetivos Específicos a) Mostrar a importância da atuação do enfermeiro do trabalho nas questões de riscos laborais. b) Indicar as normas regulamentadoras destinadas para a Ergonomia e para os profissionais de Enfermagem. c) Explicitar os conceitos de Ergonomia e os principais riscos ocupacionais enfrentados pelos profissionais de saúde. DESENVOLVIMENTO O desenvolvimento traz os aspectos inerentes ao embasamento teórico para o entendimento das questões da temática do trabalho. Os itens compreendem desde o conceito de Ergonomia, a atuação do enfermeiro do trabalho, riscos ergonômicos até as NRs (Normas Regulamentadoras) que dão suporte para que seja criado um ambiente seguro e harmonioso no local de trabalho.

Conceitos de Ergonomia A Ergonomia é uma ciência que possui a intenção de propiciar segurança e conforto nas tarefas desempenhadas pelos colaboradores, na busca da melhor produtividade possível nos processos. Ela se desenvolveu muito nos últimos tempos, inclusive por causa de dois problemas que tiveram grande crescimento: a LER (Lesão por Esforço Repetitivo) e a DORT (Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho). Os aspectos de risco encontrados normalmente são: • Trabalho repetitivo; postura equivocada; esforço demasiado; • Velocidade; duração da tarefa; vibração; calor; ruído; iluminação. O conhecimento de Ergonomia atua também em projetar melhores equipamentos, produtos, métodos e ambientes laborais, por entender que estas variáveis devem ser ajustadas às peculiaridades perceptivas, sensoriais, físicas e mentais dos indivíduos.

Isso leva a melhores condições de trabalho, atuando em duas frentes: a primeira em que se evita as probabilidades de acidentes, cansaço causadas por várias situações (trabalho em altas temperaturas e em longas jornadas, relacionadas ao trabalho mental e às articulações, por exemplo) e as possíveis doenças ocupacionais e, ao mesmo tempo, atua na verificação do grau de eficiência do uso de determinado produto ou processo em um sistema produtivo, através da inadequação ou excesso em alguma função (FREITAS, 2014). Em resumo, a tratativa ergonômica volta as suas atenções para a saúde, segurança e satisfação do trabalhador, agindo na adaptação dele e promovendo soluções que atendam às necessidades em consonância com processo de produção, trazendo assim, o equilíbrio que é preciso para o seu desenvolvimento no ambiente laboral.

NRs para prevenção de doenças e acidentes de trabalho Diversas normas regulamentadoras (NRs) foram criadas e desenvolvidas visando garantir condições seguras para os trabalhadores, assim como desenvolver os postos de trabalho objetivando reduzir ou eliminar os riscos que se possam ter nestes locais. Nesse sentido, tem-se a NR5 que fala sobre a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e busca a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, de maneira a criar compatibilidade permanente do ambiente do trabalho com o bem-estar e a saúde do trabalhador, evitando acidentes que possam causar danos ao empregado, bem como, atrapalhar o rendimento da empresa (CARRARA, 2015). Entretanto, os funcionários devem reivindicar estes equipamentos e usá-lo de forma certa. Os colaboradores de serviços de saúde devem receber, grátis, a imunização ativa contra tétano, difteria, hepatite B, Influenza, febre amarela, tríplice viral, varicela, febre tifoide e pneumocócica, sendo imprescindível frisar que elas não desobrigam os cuidados relativos a sua atividade (CARRARA, 2015).

A Norma Regulamentadora - NR 32 e os profissionais de saúde Aflito com a questão da saúde do trabalhador e as doenças ocupacionais, o Ministério do Trabalho e Emprego (TEM) criou a NR 32 a partir da Portaria nº 485 de 11 de novembro de 2005. Ela regulamenta a saúde e segurança dos trabalhadores da área da saúde. Até aquele momento, não havia nenhuma norma especifica que cuidasse da segurança e saúde no trabalho. Aliado a isso, salários baixos acabam por motivar poucos indivíduos a enfrentar a carga e a responsabilidade deste ofício (OLIVEIRA et al. Outro enfermeiro chamou a atenção para os seguintes problemas: estresse psicológico e físico, tarefas repetitivas, carregamento de peso e postura não adequada.

Por outro lado, o trabalho realizado por esses profissionais é de grande complexidade e necessita de atenção e responsabilidade no seu trato. Mas, para que ele possa realmente executar suas tarefas com segurança e bem feito, deve-se estar com estabilidade nos âmbitos físico e emocional. As tarefas de enfermagem envolvem particularidades, vários níveis de complexidade e responsabilidade conforme a função desempenhada, além do aspecto emocionais desgastante, do convívio com a morte, a dor e o sofrimento das pessoas. Constatou-se que os enfermeiros já possuíam bastante tempo em seus setores de trabalho. Isso acontece, possivelmente, por serem bem especializados no que fazem, o que não permite a troca constante de colaboradores ou por terem afinidade com esse tipo de trabalho. Qualquer que seja o motivo, estão sujeitos aos riscos ergonômicos por vários anos, caso eles não sejam minimizados ou zerados (OLIVEIRA et al.

Todos os componentes do setor de enfermagem, por estarem sempre em contato direto com o paciente, estão sujeitos a uma maior exposição ao agente causador do risco ergonômico, o que significa dizer que o tempo de exposição é uma causa determinante para o possível aparecimento de doenças ocupacionais. Os riscos ocupacionais ocorrem por causa da natureza do trabalho, da concentração, da intensidade e do tempo de exposição ao vetor causador de problemas. Cada categoria profissional possui suas características ligadas ao seu passado histórico, estando sujeita a maiores ou menores riscos ocupacionais na atividade do trabalho, conforme a organização do processo laboral, as relações institucionais, seu nível de hierarquia e seu papel na sociedade. As doenças profissionais representam um sério problema de saúde pública mundial, entretanto, historicamente, os profissionais de saúde não foram classificados em uma categoria de alto risco para acidentes laborais.

Mas, a partir do século XX, começou-se a relacionar riscos biológicos a doenças que impactavam principalmente os trabalhadores da área da saúde (CAVALCANTE et al. Nos tempos atuais, é visível que os profissionais de saúde, bem como os outros trabalhadores, estão sujeitos aos riscos gerais e específicos ligados às atividades do trabalho e, portanto, sujeitos aos acidentes e doenças laborais e, também, às doenças profissionais. Desta forma, o risco é conceituado como o nível que todos os colaboradores estão submetidos por trabalharem em atividades que os colocam nesta condição (CAVALCANTE et al. Isto é, a maneira como o trabalho está organizado interfere diretamente na falta de satisfação, quando ele não ocasiona vantagens ao trabalhador. Dessa maneira, o trabalho pode causar atitudes defensivas no colaborador, sobretudo, negando o sofrimento e, assim, banalizando-o (CAVALCANTE et al.

Dessa maneira, os profissionais de Enfermagem passam por situações de risco todos os dias, deixando de proteger-se, de cuidar-se, como se fosse algo natural e necessário para se trabalhar nesta área, que justamente trabalha com a prática do cuidar. A preocupação está mais em cuidar do outro e quase nada em cuidar de si mesmo. Certos estudos demostram a prevalência de os profissionais que passaram por alguma experiência de exposição ocupacional ao HIV, modificaram hábitos, sobretudo, na utilização das precauções universais, atualmente denominadas de precauções padrão e dos equipamentos de proteção individual. Existem também os riscos químicos que podem causar problemas físicos, como irritação nos olhos e na pele, queimaduras leves, ou até em casos mais graves, intoxicação e envenenamento.

Importante ressaltar que algumas substâncias químicas fazem parte do cotidiano de trabalho dos enfermeiros. Podem se apresentar como gases, líquidos ou vapor, para utilização em tratamentos médicos de doentes, desinfecção de materiais, anestesias, esterilização (CARRARA, 2015). Prevenção dos fatores de riscos a que estão expostos os profissionais de enfermagem Com relação à prevenção dos fatores de risco no ambiente hospitalar, com relação à DORT, é preciso que seja reconhecido o indivíduo com todos os fatores relacionados a ele, nos âmbitos biológico, psicológico, social e espiritual, além da contextualização do problema em seu todo. É vital o desenvolvimento de estratégias para o atendimento ao profissional de enfermagem, bem como, para evitar atitudes violentas, conflitos e contribuir para a melhoria do local e da organização do trabalho, além de criar condições para treinar melhor as pessoas desta área (CARRARA, 2015).

É de grande relevância que dos profissionais de enfermagem possam receber treinamento para perceber situações de risco de acidentes e sugerir opções de proteção para si mesmos e para outros trabalhadores e a organização deve realizar todas as intervenções possíveis para facilitar a execução dessa tarefa. Dessa maneira, é sugerida a educação continuada em saúde e segurança do trabalho e parceria com instituições de controle da saúde, nos âmbitos municipal e estadual, para desenvolver formas que permitam obter êxito nesta jornada (CARRARA, 2015). Perfil do acidente de trabalho na categoria de Enfermagem Os agentes químicos estão presentes no campo da Enfermagem e são manipulados no dia-a-dia no cuidado com o paciente, na desinfecção e na esterilização dos materiais.

A respeito dos acidentes de trabalho, verificou-se que tiveram maior destaque os que utilizaram material perfuro-cortante e de contaminação de mucosa, especialmente se for levando em conta, o potencial para contaminação por microrganismos patogênicos vindo do contato direto com pacientes ou artigos e equipamentos contaminados com material orgânico (CARRARA, 2015). As condições de insegurança no trabalho têm sido a causa de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais nas empresas, podendo decretar a incapacidade temporária ou definitiva do colaborador para o trabalho. A prevalência dos acidentes ocorre com material perfuro-cortante, sendo a agulha o principal objeto causador dos incidentes. Os dados mostram que a prática de reencape de agulha ainda se configura como a grande causa de acidente. Quanto ao tipo de acidente, o percutâneo foi citado na maior parte dos artigos observados, compreendendo aproximadamente 61% das publicações, o que demonstra uma relação direta com o tipo de material usado na maioria dos acidentes de trabalho, o perfuro-cortante.

Grande parte dos estudos apontaram o sangue como o fluido mais implicado nos acidentes de trabalho, resultando em quase 61% dos trabalhos (OLIVEIRA et al, 2014). Os trabalhos também relatam que o risco biológico é o principal causador de acidentes de trabalho. A partir dos princípios da Ergonomia, planeja-se uma interação adequada e confortável do ser humano com os objetos que maneja e com o ambiente onde trabalha com o intuito de aumentar a produtividade e reduzir os custos do trabalho que podem ser mensurados a partir da rotatividade, conflitos, desinteresse no trabalho (RIBEIRO e TOMAZ, s. d. Entretanto, existe a necessidade que os trabalhadores e os sindicatos se mobilizem para que efetivas e profundas transformações aconteçam nas condições de trabalho. A análise ergonômica do trabalho tem sido usada no intuito de adaptar os instrumentos utilizados para o cuidado com a saúde e estes estudos são uma excelente forma para melhorar a qualidade desse cuidado e a qualidade de vida do funcionário na instituição de saúde.

Estudos na área da Ergonomia têm sido feitos buscando fazer a análise das posturas adquiridas pelos indivíduos na realização das atividades laborais de Enfermagem, buscando fazer a adequação das atividades aos princípios da Biomecânica (RIBEIRO e TOMAZ, s. d. Ele precisa fazer o levantamento dos riscos e trabalhar a conscientização, realiando palestras, fomentando a imunização por meio de vacinas, realizar exames periódicos para avaliar a saúde do trabalhador, o incentivo à atividade física, bem como a conscientização dos perigos do cigarro, álcool e drogas diretamente em sua saúde. CONCLUSÃO O presente trabalho permitiu conhecer e analisar os pressupostos referentes à Enfermagem do trabalho e a Ergonomia e como elas podem trabalhar juntos na busca das melhores condições de trabalho para os profissonais da saúde, especialmente, os enfermeiros, que estão cercados por uma gama extensa de perigos e malefícios.

A intenção é introduzir uma melhor qualidade de vida nos ambientes laborais, através de instrumentos que as normas regulamentadoras relativas ao aspecto ergonômico e ao professional de saúde, possuem. A problemática da qualidade de vida no trabalho constitui uma prioridade para quem se interessa pelo trabalho no dia-a-dia das empresas, especialmente, para a Ergonomia. Introdução à Metodologia do Trabalho Cientifico: laboração de trabalhos na graduação. ed. São Paulo: Atlas, 2001. ANDRADE, M. S. C. R. et al.  O estudo da Ergonomia e seus benefícios no ambiente de trabalho: uma pesquisa bibliográfica.  Disponível em: < http://www. Revista Fafibe On-Line, Bebedouro SP, 8 (1): 265-286, 2015 CAVALCANTE, C. A. A. et al. Riscos ocupacionais do trabalho em enfermagem: uma análise contextual.  A importãncia da Ergonomia dentro do ambiente de produção.

 IX SAEPRO – Simpósio Acadêmico de Engenharia de Produção. Viçosa, MG. LIMA, B. O. B. et al. Saúde e segurança do enfermeiro: riscos ergonômicos nos setores críticos do ambiente hospitalar. Rev enferm UFPE on line. Recife, 8(8):2633-7, ago. M. F.  Ergonomia e a atuação do enfermeiro do trabalho.   Disponível em: < http://arquivos. gsistemas.

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