AS CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA NO PROCESSO REINSERÇÃO DO DEPENDENTE QUÍMICO NA SOCIEDADE

Tipo de documento:Análise

Área de estudo:Gestão de crédito

Documento 1

A pesquisa foi realizada nas bases de dados: Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Periódicos Eletrônicos em Psicologia (PePSIC), Medical LiteratureAnalysis ad RetrievalSistem online (Medline), LILACS (Literatura Latino-americana e Caribenha em Ciências da Saúde), PsycINFO (Banco de Dados de Informação Psicológica). Resultados: Foram selecionados 6 (seis) estudos, todos em português, publicados no brasil entre os anos de 2016 e 2021. Conclusão: o profissional de Psicologia é indispensável no processo de reinserção do dependente químico na sociedade, pois este profissional pode ajudar o indivíduo no resgate da autoestima e autoconfiança e consequentemente mudando seu posicionamento social Palavras-chaves: Dependência química. Reinserção. Tratamento psicológico. Nesse contexto, Cavalcante et. al (2017) afirmam que a civilização tem feito uso de substâncias psicoativas, desde a antiguidade, com propósitos unicamente terapêuticos ou religiosos.

No início do século passado começou a haver alterações químicas nas composições dessas substâncias, propiciando associação ao abuso, dependência e consequentemente a criminalização. Diante desta situação, a sociedade como um todo tem discutido sobre o tema cobrando soluções por meio de políticas de enfrentamento e contenção desta problemática que são as drogas (SOUZA et al. O consumo de drogas tem feito com que indivíduos de várias idades, assim como suas respectivas famílias percorram uma trajetória de tormenta nas relações entre si, culminando na ruptura de laços familiares e sociais. Assim, a dependência de substâncias relaciona-se a fatores biológicos, sociais e psicológicos, cujas repercussões negativas na saúde e na família do usuário não o impedem de continuar o uso, gerando autoadministração repetida e consequente tolerância, abstinência e comportamento compulsivo de consumo da droga (SCHLINDWEIN; ZANINI et al.

Assim, a constante utilização de substâncias químicas, de modo geral, expõe o seu dependente às reações e alterações biológicas diversas, sendo uma consequência da morte de células nervosas, ocasionando também disfunção nas atividades motoras, além do déficit cognitivo, diminuição da imunidade, arritmias cardíacas, lesões nos rins e no fígado, danos na medula óssea, bem como demais sintomas – apatia, passividade, isolamento, indiferença, dentro outros (KAPLAN, SADOCK E GREBB, 2003). O autor Albuquerque (2017) também destaca como consequências do uso prolongado da droga a diminuição do sono, do cansaço e do apetite, alteração nos batimentos cardíacos, da pressão arterial e da temperatura. Quando usada em excesso, geralmente de forma injetável, pode causar overdose e morte.

As substâncias que agem no cérebro, provocando alteração nas funções mentais, conseguem esse efeito modificando a comunicação entre as células cerebrais chamadas neurônios. Outro risco do uso de drogas a longo prazo, refere à possibilidade da contaminação como pelos vírus das hepatites, abscessos subcutâneos, tétano, síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), entre outros. Além disso, algumas drogas (opiáceos) podem produzir imunodepressão, aumentando a vulnerabilidade a outras doenças. Os autores alertam em relação a overdose nos dependentes de opiáceos (heroína) ou cocaína, por via endovenosa, quando injetam altas doses após um período de abstinência e, no caso dos consumidores crônicos, os quais desenvolveram tolerância, pode levar a morte por depressão respiratória (KOLANKIEWCZL et al.

Assim, a realização do diagnóstico precoce e do tratamento para a dependência de drogas são fatores importantes para o bom prognóstico. As intervenções geralmente incluem tratamento médico, desintoxicação e psicoterapias, requerendo abordagem multidisciplinar. Os prejuízos neurológicos, cognitivos e relacionais causados pelas substâncias são em sua maioria irreversíveis, progressivos e passam despercebidos pelo indivíduo. Os danos físicos e sociais quando percebidos impulsionam, ainda mais, o dependente químico a uma insaciável busca pelos efeitos da droga (SILVA,2019, p. A intoxicação e a abstinência estão entre alguns dos transtornos descritos no DSM-IV-TR provocados pelo uso de álcool ou outras substâncias psicoativas (cannabis, cocaína, alucinógenos, etc. Sabe-se, porém, que o uso de substâncias pode provocar e/ou contribuir com outros quadros clínicos, como o delirium, demência, transtornos psicóticos, transtornos de ansiedade e de humor, disfunções sexuais, transtornos do sono, entre outros (DSM-IV-TR, 2002).

Os sintomas de uma pessoa dependente químico são visíveis em quase todos os usuários, contudo encontra dificuldade em controlar as dosagens de uso, síndrome de abstinência, decorrente da falta do uso que pode acarretar náuseas, enxaqueca, alteração de humor e o mais comum são as alucinações. Constitui-se como um ser emotivamente frágil, impossibilitado de assegurar relações interpessoais bem sucedidas. Vê no álcool e em outras drogas um refúgio. É notável na dependência essa relação desarmoniosa entre o usuário e o modo de consumo das substâncias psicoativas (CAMBUÍ; CALORIZI, 2016). No tratamento os focos são tanto o uso das drogas como as condições que contribuíram para o comportamento. O tratamento é processado pela avaliação minuciosa dos comprometimentos; manejo da abstinência, desintoxicação (conforme necessidade), pelo planejamento e pela implantação de estratégias terapêuticas globais (CARVALHO, 2012).

Ressalvam como efeitos da internação a proporção de um ambiente seguro, no qual o indivíduo aparece distante do meio no qual usava a droga e tem a oportunidade de se recuperar física e mentalmente. O tratamento ambulatorial (sem internação) apresenta como principal benefício a oportunidade de tratamento, sem distanciamento do meio familiar, profissional e social. Todavia, o tratamento adequado estabelece-se de acordo com a avaliação profissional do perfil do paciente associada à escolha deste (CAMBUÍ; CALORIZI, 2016). Souza, Coutinho e Silva, Batista e Almeida (2016) abordam a reinserção social como parte do tratamento em comunidades terapêuticas, entendendo-a como prática que envolve a superação da insegurança na retomada do convívio familiar e o acesso a programas direcionados à geração de renda, profissionalização e participação comunitária.

Para os autores, o objetivo das ações de reinserção social deve ser a reconstrução da vida cotidiana em três aspectos principais: casa, trabalho e rede social. Analise dos dados A pesquisa foi realizada nas bases de dados: Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), PUBMED. Os descritores controlados utilizados na estratégia de busca foram selecionados no Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e no Medical SubjectHeadings (MeSH). Foram utilizados os operadores booleanos “AND” e “OR” para combinar os termos. Os termos combinados nos bancos de dados, resultando em estratégias específicas de cada base (Quadro 2). Quadro 2. Análise descritiva das produções científicas CARACTERÍSTICAS N % Idioma Português 8 100% Ano de publicação 2016 2 33,34% 2017 1 16,67% 2019 3 16,67% 2021 2 33,34% País de origem Brasil 8 100% Delineamento da pesquisa Estudo Descritivo 1 16,67% Estudo avaliativo 1 16,67% Relato de experiencia 1 16,67% Estudo de caso 5 50% TOTAL 06 100% Fonte: Dados da pesquisa (2022) Com base no processo de seleção de dados, no quadro 1 apresenta as produções selecionadas a partir das informações: Autores, título, objetivo, abordagem metodológica e resultado.

Tais informações permitem mapear tanto as produções quanto as revistas que tem possibilitado a circulação deste material, além das características metodológicas das produções. Quadro 2. Artigos incluídos na revisão bibliográfica segundo autor/ano, tema, objetivo, método e resultado Autor/ano Título Objetivo Metodologia Resultados SOUZA, et al. Reinserção social de dependentes químicos residentes em comunidades terapêuticas Caracterizar as ações e atividades voltadas para a reinserção social de dependentes químicos residentes em comunidades terapêuticas Foram avaliadas 43 comunidades, localizadas no estado de Goiás, com a utilização de um questionário semiestruturado. ASSUNÇÃO; VECCHIA, 2019 Atenção psicossocial a pessoas com problemas decorrentes do uso de drogas Reduzir lacunas relacionadas à formação para a atuação no campo de álcool e outras drogas Estudo de caso Nota-se que o ato de cuidar é central para a consolidação de um modelo de atenção contra-hegemônico.

Aponta-se ainda a necessidade de aprofundamento na construção teórica acerca do modelo de atenção de usuários de drogas na perspectiva da saúde pública. ASSUNÇÃO et al. Eiras e beiras: atenção psicossocial a pessoas com problemas decorrentes do uso de drogas Abordar como funciona atenção psicossocial a pessoas com problemas decorrentes do uso de droga Estudo de caso As relações de confiança e colaboração construídas entre as estagiárias do Programa de Extensão e os usuários, e entre elas e a equipe de trabalho dos serviços, foram benéficas para a adesão do usuário à proposta de tratamento. Assim, a coprodução e a cogestão dos PTS foram viabilizadas tendo em vista a implicação dos diversos atores envolvidos nos casos.

Schlösser; Silva, (2020) afirma que a dependência química pode ser um poderoso fator de exclusão, em certos casos conduzindo o indivíduo a um estado de incapacidade de satisfazer suas necessidades básicas, levando-o, muitas vezes, à prática de crimes ou da mendicância. No Brasil as instituições que prestam assistência aos usuários de drogas são, principalmente, as unidades de saúde mental (Centros de Atenção Psicossocial – CAPS, Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas – CAPS AD e hospitais) e as comunidades terapêuticas. Em geral, utilizam os parâmetros terapêuticos baseados nos seguintes modelos: modelo médico, que trabalha com a lógica da centralidade no estudo de caso e na medicalização, por meio de internamento para desintoxicação, da permanência dia e ambulatorial; o modelo religioso, que defende o afastamento do usuário de seu cotidiano, geralmente pelo prazo de nove meses, e prioriza a religiosidade e o trabalho; e o modelo jurídico, que atua coma lógica do delito e da penalização (ASSALIN, et al, 2021; BARRETA; JUNG; SOUZA, 2021).

A reinserção social dos dependentes químicos quando referido ao tratamento psicológico tem como objetivo estimular a integração social, familiar e comunitária do sujeito acolhido e apoiar sua busca por autonomia e cidadania. Isso é feito pela viabilização do acesso a categorias que consistem em direitos universais do cidadão: trabalho, lazer, exercício pleno dos direitos civis e fortalecimento dos laços sociais. Assim, é atribuído ao psicólogo o direito de dar voz e esclarecer muitos fatores sobre esta questão como também criar e estabelecer valores e diretrizes mais humanas em relação ao usuário de drogas, ressaltando que o momento é muito sério e controverso também em relação ao comprometimento da ação profissional do psicólogo (LIMA; CAPANEMA; NOGUEIRA, 2017) Os profissionais de psicologia que atuam com dependentes químicos devem desenvolver projetos terapêuticos para cada usuário que busca o serviço, de forma que seja sempre levada em conta a diversidade do público atendido e a subjetividade que é singular a cada indivíduo.

Na elaboração destes projetos terapêuticos, a equipe conta com diversificadas estratégias de cuidado, que envolvem outros dispositivos da rede de saúde e de outros campos, como educação, assistência social etc (ROSSI; TUCCI, 2019). Assim, no encontro com o indivíduo em envolvimento com as drogas, o psicólogo deve estar pronto para intervir nas diversas demandas e possíveis desafios, encarando esse indivíduo não como um desajustado, mas como um ser ativo que pode transformar o mundo à sua volta e se transformar. Assim, a relação do profissional com esse usuário deixa de ser patológica para ser de diálogo, interação, construção e superação, utilizando estratégias que venham fornecer um suporte psicológico e clínico (CREPOP, 2013). Existem algumas questões consideradas relevantes pelos psicólogos quanto à adesão do usuário de drogas ao tratamento que consiste na ajuda psicoterápica realizada na terapia de grupo e que visa a integração deste indivíduo ao tratamento de forma a proporcionar o abandono da sensação de isolamento na busca pela recuperação.

L de. Efeitos físicos e mentais causados pelouso da cocaína e anfetaminas, 2018. Disponível em: https://clinicajorgejaber. com. br/novo/2018/12/efeitos-fisicos-e-mentais-causadospelo-uso-da-cocaina-e-anfetaminas/. G. de O. COSTA, F. B. C. Anais do Seminário Tecnologias Aplicadas a Educação e Saúde, 2017 CAMBUí, F. B. CALORIZI, M. D. D. DRUMOND. C. C. M; FILHO. D. C. Z. BORBA, L. d. O. I. SADOCK, B. GREBB, J. A. Compêndio de Psiquiatria: ciências do comportamento e psiquiatria clínica. n. jan/jun, 2011. KANTORSKI, L. P. GUEDES, A. p. KOLLING, N. de M. et al. Avaliação neuropsicológica em alcoolistas e dependentes de cocaína. n. p. mai. MCKOWEN, J. W. et al. Wernicke–Korsakoff syndrome, substance use and abuse: neuropsychological and psychomotor effects. FIEP BULLETIN. v. Special Edition–Article I. MELO, J.

R. Félix de; MACIEL, S. C. OLIVEIRA, M. Addiction. Adv Exp Med Biol. Singapore, v. p. nov.

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