AS CONSEQUÊNCIAS DO DESMATAMENTO PARA OS POVOS DA AMAZÔNIA

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Estatística

Documento 1

Todas essas alterações provocadas por ação humana têm trazido impactos para os povos indígenas e as comunidades tradicionais que retiram da floresta o seu sustento e do de sua família de forma sustentável. Diante desse contexto, esse artigo tem o objetivo de compreender as consequências do desmatamento da região Amazônia para os povos da floresta. Foi realizado uma pesquisa bibliográfica em materiais disponíveis na internet, a fim de elaborar um embasamento teórico sobre o tema em questão e trazer dados sobre o desmatamento. A partir da pesquisa compreendemos que o processo de ocupação da Amazônia nunca priorizou as necessidades dos povos que ali já viviam. Esses povos desempenham um papel fundamental na preservação dos recursos naturais que a floresta oferece.

Foi realizada uma revisão bibliográfica e documental, com dados secundários produzidos por diversas fontes, tais como artigos, livros, relatórios, vídeo e sites oficiais que tratam do tema do desmatamento da Amazônia, bem como das comunidades tradicionais e dos povos indígenas da região. O artigo traz uma breve contextualização da ocupação da Amazônia a partir da colonização portuguesa em 1500 trazendo os principais marcos até os dias atuais. Em seguida apresentamos quem são os povos da Amazônia e as suas contribuições na preservação da floresta. Por fim, trouxemos o debate do desmatamento na região apresentando alguns dados e as consequências dessa ação para os povos indígenas e as comunidades tradicionais. A OCUPAÇÃO DA AMAZÔNIA A PARTIR DE 1500 A colonização portuguesa na região amazônica ocorreu por meio do Rio Amazonas e seus afluentes.

Os indígenas já utilizam o látex como impermeabilizante e produto endurecido fabricavam utensílios domésticos, chapéus, botas e outros objetos. Os europeus passaram a utilizar a borracha para fabricação de toldos, cartucheiras, calçados, dentre outros utensílios (VERÍSSIMO; PEREIRA, 2014). Foram instaladas em Belém a Companhia de Navegação e Comércio do Amazonas com o objetivo de recolher a borracha, que era organizada em bolas, e transporta-la para a capital e depois exporta-la para o resto do mundo. A mão de obra empregada no trabalho de extração da borracha foi reforçada por nordestinos que a grande seca os destinou ruma a Amazônia. Isabel Madaleno explica como era esse trabalho: Os “proprietários” dos seringais, (em boa verdade, quase sempre posseiros, que ocupavam vastas porções de floresta, já que as heveas estavam esparsas), mantinham severo regime de controle da produção e do consumo, abastecendo os seringueiros com tigelinhas para recolha de látex, o facão com que adentravam a mata, petróleo e produtos alimentares, em troca das bolas de borracha que eles defumavam (MADALENO, 2011, p.

De 1959 a 1963 esse número subiu para 1. títulos e 5. hectares. Já em 1964 apesar do número de títulos ser menor que os dois períodos (227) o número de hectares foi de 834. superando o primeiro período (MADALENO, 2011). Em resumo estudos apresentaram a seguinte análise: a colonização da Amazônia via política agrária foi lenta, gerou uma desflorestação linear no primeiro período (1970-1974), posteriormente uma desflorestação radial polarizada (1975-1979) e, por fim, uma desflorestação contínua (1980 até à atualidade). No governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2003) foram implementados planos de colonização ao longo das rodovias que cortam a Amazônia, priorizando um banco de terras que concedia empréstimos aos novos agricultores que colonizavam a região amazônica. Esse programa, denominado de “Avança Brasil” também previa a construção de alguns empreendimentos, como a criação de hidrovia, pavimentação da BR 163 e edificação da ferrovia Norte-Sul que ligaria Belém a região Centro Oeste com o intuito de escoar a produção extrativista e agrícola da Amazônia, principalmente a soja, que iniciou o ciclo econômico da soja.

Na Amazônia é predominante a ocupação fundiária ilegal através do processo de grilagem de terras que emite registros falsos de documentos das propriedades. Na região essa prática é facilitada em função “à sua vastidão, à inacessibilidade das glebas, à distância a que se encontram da capital do país, por via da falta de fiscalização do poder público, assim como devido à inconstância dos programas e projetos de desenvolvimento” [. Porém, as redes de contato possibilitavam a troca de informações e as possibilidades de fugir do trabalho escravo, constituindo Amazônia adentro os quilombos. A fuga levava a formação de povoados, principalmente nas proximidades de rios no interior da floresta. Além dos povos indígenas e dos povos africanos, os seringueiros, formados por nordestinos que fugiam da seca que assolava a região Nordeste, compuseram o povoamento da Amazônia no período do ciclo da borracha (CASTRO; CAMPOS, 2015).

Os seringueiros foram bem representativos na década de 1980, evidenciado pela luta de Chico Mendes. Esses trabalhadores protegem a floresta, compreendendo que dependem dela para sobreviver através da extração do látex para a fabricação da borracha (ISPN, 2022). Os povos que vivem na região amazônica têm domesticado as plantas desse local introduzindo-as nos seus quintais, além de manejar a floresta para a sobrevivência e continuidade dessas comunidades. Eles conhecem a dinâmica da floresta, constroem relações simbólicas com as plantas e os bichos. Esse espaço traz a segurança alimentar para as comunidades garantindo a reprodução material dessas pessoas (BARROS, 2018). A relação com a floresta envolve trabalho, sabedoria, gênero (divisão do trabalho entre mulheres e homens), segredos, conhecimentos, entre outras questões culturais.

O conhecimento sobre pesca, culinária, extrativismo, proteção da floresta, tradições culturais e outras manifestações são transmitidos de geração em geração. Além disso, o solo também é prejudicado, pois fica suscetível a erosão, compactação e perdas de nutrientes, dificultando o processo de restauração natural. Laurence e Vasconcelos (2009) destacam que o desmatamento provoca uma fragmentação florestal, ou seja, quando uma grande extensão da floresta é subdividida em frações menores com segmentos separados entre si. A constituição desses fragmentos contribui com a perda de espécies. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostra que cerca de 729 mil Km² já foram desmatados na Amazônia, o que corresponde a 17% do bioma. Nos últimos 20 anos foram um total de 300.

Do lado oposto cerca de 99,43% foram áreas desmatadas de forma irregular ou ilegal. Em comunidades quilombolas foram registrados 133 alertas, o que correspondeu a uma área de 701 hectares desmatada em 2020. Em terras indígenas (TI) foram registrados 27. hectares de área desmatada e em Unidades de Conservação (UC), tanto as de uso integral quanto as de uso sustentável, foram 47. MAPBIOMAS, 2021). De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT) em 2020 ocorreram 15 assassinatos provocados por conflitos agrárias. Desses, a maioria aconteceu no Amazonas e no Maranhão com cinco cada, seguido por Roraima com dois assassinatos e por Rondônia, Pará e Acre com um cada estado. Em 2021 esse número subiu para 29 pessoas: 9 no Maranhão, 1 em Mato Grosso, 2 no Pará, 11 em Rondônia, 3 em Roraima e 3 em Tocantins.

Entre os assassinados estavam indígenas, pequenos produtores, posseiros, sem terras, aliados, quilombolas, quebradeiras de coco babaçu, assentados e ribeirinhos. CONSIDERAÇÕES FINAIS A degradação ambiental nos últimos anos vem se elevando devido ações antrópicas, principalmente empreendimentos realizados que não levam em consideração o fator ambiente e muito menos o fator social. Disponível em <https://www. youtube. com/watch?v=LAF_x3bNDKE&t=1001s>. Acesso em: 03 jul. CASTRO, E. Acesso em: 04 jul. FEARNSIDE, P. M. Desmatamento na Amazônia: dinâmica, impactos e controle. In: FEARNSIDE, P. Povos da floresta. Disponível em <https://ipam. org. br/glossario/povos-da-floresta/>. Acesso em: 04 jul. Desenvolver a Amazónia? História da ocupação humana da Amazónia brasileira. Revista Espaço & Geografia, v. n. p. MAPBIOMAS. A floresta habitada: História da ocupação humana na Amazônia.

Belém: IMAZON, 2014.

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