Artigo literatura e tecnologia

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Engenharia mecatrônica

Documento 1

Como os alunos já chegam na escola com um conhecimento tecnológico superior ao que é oferecido pelo professor, acontece o desinteresse pela aula, conforme relata Buckingham (2010, p. a maioria das experiências dos jovens com a tecnologia esteja ocorrendo fora da escola, no contexto do que é denominado de cultura tecnopopular. E a diferença entre o que ocorre aí e o que ocorre na sala de aula é impressionante. Por exemplo, é provável que o uso que as crianças fazem da Internet fora da escola envolva um leque de atividades: elas conversam em salas de bate-papo e mandam mensagens instantâneas para amigos; procuram informações sobre hobbies, esporte e lazer; jogam games, às vezes com pessoas de partes distantes do planeta; fazem compras ou só dão uma olhada nos produtos na Internet (window-shopping) e baixam músicas populares e filmes de Hollywood.

O que elas não estão fazendo de forma alguma é se preocupar especialmente com a educação. para serem utilizados tanto na escola quanto em casa (BUCKINGHAM, 2010). Entretanto, embora este mercado voltado para elaboração de recursos digitais educacionais esteja concorrido e avançando a cada dia mais, os seus produtos ainda não satisfazem totalmente o seu público-alvo, os materiais não são tão atrativos como os outros disponíveis no mercado não educacional, não possuem tanta interatividade ou têm elementos considerados desnecessários para a aprendizagem. Esse fato, por um lado, se explica por causa dos recursos financeiros limitados, se compararmos a produção de um jogo digital educacional, por exemplo, com outro jogo já consagrado no mercado. Por outro lado, o mercado digital de produtos educacionais ainda está em fase de experimentação, devido ao pouco tempo em que este vem atuando, como enfatizam Oliveira e Franco, (2015, p.

quando tratam especialmente dos problemas encontrados na produção dos livros digitais interativos, Contudo, mesmo os projetos digitais cujos interações não agregam valor, não retiram o mérito das editoras em planejarem quais formas interativas são as mais adequadas para um livro aplicativo, visto que o atual momento é o de experimentação (e não somente no Brasil), sendo preciso explorar o que se pode obter das tecnologias que estão surgindo e transformando o modo como o leitor relaciona-se com o livro. descrevem o que Avi Itzkovitch (2012) argumenta sobre o assunto, Para Avi Itzkovitch (2012) há livros aplicativos cuja interatividade e elementos dinâmicos poderiam ser dispensados ao longo das histórias por não oferecerem um motivo específico ou por não melhorarem a experiência de leitura, sendo considerados como apps que exibem alguns desenhos em movimento apenas para serem considerados e classificados como interativos, buscando a atenção do leitor.

Assim sendo, para que tais livros – que possuem artifícios digitais que não agregam à experiência de leitura, apenas são utilizados com o objetivo de enfeitar, deixar o produto mais atrativo e rotulá-lo como interativo – sejam evitados quando pais e professores procuram materiais educativos, é necessário que haja uma análise mais cuidadosa acerca desse material. Desse modo, principalmente, os professores devem estar atentos quanto à qualidade dos livros digitais de imagem, em relação às características presentes neles, ao avaliá-los, alguns aspectos devem ser levados em conta quando tais livros são planejados para o ensino. Para orientar os professores a respeito da escolha dessas ferramentas, tanto ao livro digital quanto ao impresso, três normas são citadas por Yokota e Teale (2017, p. para que eles reflitam acerca da qualidade da narrativa e das ilustrações, as seguintes três normas relacionadas com a qualidade da narrativa e das ilustrações são válidas tanto para os formatos impressos como para os digitais: - A história é bem contada, de acordo com padrões literários? - A linguagem do texto é bem elaborada? - As ilustrações são artísticas? Elas dialogam bem com o texto para iluminar, ampliar e/ou cocriar a narrativa como um todo? ainda, os autores também recomendam alguns critérios relacionados à avaliação dos livros de imagens: Recomendamos os critérios abaixo para a avaliação de livros digitais de imagem: - A história foi apresentada de forma apropriada no formato digital? - A história aproveita, de forma adequada, os recursos permitidos pelo mundo digital, para além do que é possível no impresso? - Os recursos interativos mantêm a integridade da história principal? - Os recursos suplementares estão alinhados com a história? - Os recursos levam em conta o modo como as crianças aprendem a ler e como aprendem de forma geral? Os livros de imagens digitais são importantes, assim como os livros impressos, para o desenvolvimento de várias habilidades nas crianças e são meios essenciais para auxiliar o professor em sala de aula.

E quanto à Personalização e Motivação, recomendam: alguns livros de narrativas digitais possuem entrada para vídeo e áudio; assim sendo, o modo “Leia para mim” pode ser personalizado para cada criança se um membro da família ou um amigo fizer a leitura (ver, por exemplo, Paddington Bear [HarperCollins]) ou se for inserido o nome ou a foto da criança na própria história (por exemplo, Put Me in the Story ou When You Grow Up, discutido antes). Esses recursos podem motivar fortemente crianças pequenas a se engajarem repetidamente com a história. Ademais, além de ter conhecimento acerca dessas vantagens que os livros digitais de imagens podem promover em relação à evolução das crianças, os pais, os profissionais desenvolvedores dos materiais digitais educativos e, principalmente, os professores devem estar atentos quanto ao significado de letramento digital, de forma que esse não seja considerado como mera aquisição de informação por meio da tecnologia digital, “É preciso um compromisso mais inteiro e mais crítico com as culturas digitais infantis” (BUCKINGHAM, 2010, p.

também, considerar que o letramento digital vai mais além do que aprender a utilizar as mídias digitais a fim de uma informação e entender que ele envolve várias dimensões. Sobre o letramento digital, Buckingham (2010, p. Na realidade midiática, as pessoas necessitam estar conscientes do aumento da relevância da interferência dos comerciais, principalmente às crianças, porque elas são mais vulneráveis a essa influência da mídia, e são facilmente seduzidas por alguns interesses camuflados; Audiência – engloba, assim como o aspecto anterior, a consciência do seu espaço enquanto audiência (leitor ou usuário). Tal consciência é referente ao compreender como a audiência é objeto da mídia e também como audiências diversas utilizam e dão resposta à mídia.

Os livros digitais com recursos interativos no Brasil Como já discutido neste texto, o crescente investimento na tecnologia, principalmente em redes digitais, tem favorecido o acesso maior dos brasileiros a adquirir objetos digitais cada vez mais modernos e mais baratos. Igualmente, não só os consumidores têm conquistado tal privilégio, mas também os produtores e comercializadores brasileiros de produtos digitais, como no caso das editoras, que tiveram que se adaptar e pensar como transformar seus livros impressos em conteúdo digital. Tal mudança, além de ter aberto novas possibilidades para esse mercado, trouxe também algumas dificuldades e incertezas, devido à diversidade de modelos, ao custo dos materiais digitais, a carência de profissionais capacitados etc. Como o formato ePub oferece recursos interativos limitados – índice e notas de rodapé com links, realce de palavras, páginas flipadas – tem-se aprimorado o chamado ePub3 (EBooks Enhanced), uma versão de e-books que possibilita a inserção de mais elementos interativos como som e vídeo.

Há também livros interativos produzidos em HTML5 ou em formato de aplicativo (app), sendo que ambos possibilitam recursos interativos diferenciados suportando, além de vídeo e som, a ampliação e o deslocamento de imagem (entre outras funções). Como os livros digitais interativos em formato de aplicativo, especialmente os livros de histórias infantis, são os que vêm chamando mais a atenção tanto do mercado editorial internacional quanto do brasileiro – em busca de atrair cada vez mais consumidores (crianças, pais e professores) para estes produtos –, elegemos aqui uma caracterização de alguns dos livros aplicativos infantis que foram produzidos e comercializados no Brasil nos últimos anos, a fim de avaliar, segundo o que já foi aqui discutido sobre o uso desses materiais digitais como meio de aprendizagem escolar.

Para tanto, foi realizada uma pesquisa no blog Ipadfamília – criado em 2012, por Maria Claudia Brigido, direcionado a pais, professores ou pessoas que se interessam por leitura para crianças – utilizando as palavras-chave: livros aplicativos infantis e livros digitais interativos. Após a pesquisa feita, foram encontradas postagens com informações relevantes sobre os seguintes livros aplicativos: Crianceiras (Webcore Games, 2016), Pequenos grandes contos de verdade (Editora Caixote, 2015), No meu guarda-roupa (Editora Pipoca, 2013), Dragoberto ( e-stilingue, 2013), Karen, a velha tartaruga do Pedro (Isabel Malzoni, 2013). Karen, a velha tartaruga do Pedro Caixote Editora/Isabel Malzoni 2013 narração; ilustração que não atrapalha a leitura; trilha sonora própria; linguagem em português e inglês. Apple Store Custo: Gratis Compreensão e Composição Multimídia; Personalização e Motivação; Aprendizado da Língua.

No meu guarda-roupa Editora Pipoca 2013 animação; sonoplastia; contação de história e interação Linguagem em português; rimas e ritmo definido pela métrica do poema. Disponível em:Livraria Saraiva, Google play, Apple Store e outros. Custo: R$ 20 a 28 Compreensão e Composição Multimídia; Personalização e Motivação; Aprendizado da Língua. Educ. Real. Porto Alegre, v. n. p. O mercado editorial brasileiro quanto a produção e comercialização de livros aplicativos infantis. In: 10° Encontro Nacional de História da Mídia, 2015. YOKOTA, J. TEALE, W. H.

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