Artigo A RESSIGNIFICAÇÃO DAS MÁSCARAS PROTETORAS E O PROFISSIONAL DE DESIGN EM CENÁRIO DE PANDEMIA DE COVID-19

Tipo de documento:Análise

Área de estudo:Desing gráfico

Documento 1

A reflexão primordial que este texto tenta abarcar é o da ressignificação das máscaras cirúrgicas e como o design atua na criação desses aparatos de proteção, a luz do clássico debate entre função vs. forma que permeia os estudos científicos da área do design. Porém, antes de entrar nos casos particulares de indivíduos utilizando máscaras estilizadas para expressar seu modo de ser, iremos passar pelo debate acerca do tema de identidade social. Palavras-chave: Pandemia; máscaras; estilização; cultura; consumo; design Introdução O primeiro caso da pandemia pelo novo coronavírus, o SARS-CoV2, foi identificado em Wuhan, na China, no dia 31 de dezembro de 2019. A hipótese é que a infecção tenha ocorrido através de algum animal vendido no Mercado Municipal de Wuhan, que vende tanto frutos do mar quanto animais silvestres.

Razões são o que não faltam, vide os apontamentos pelas pesquisas na área de sociologia e comunicação visual, como a própria investigação sociológica realizada por Adam Burgess e Mitsutoshi Horii (2012). No caso brasileiro, as máscaras só começaram a ser introduzidas na sociedade pela pandemia de coronavírus, obrigando os sujeitos atráves de políticas de saúde pública. Em julho, entrou em vigor lei nacional que torna obrigatório o uso de máscaras de proteção facial em espaços públicos, como ruas e praças, em veículos de transporte público, incluindo carros de aplicativos de transporte, e em locais privados acessíveis ao público. As alterações promovidas na Lei Nacional da Quarentena valem enquanto durar o estado de calamidade pública decorrente da pandemia de Covid-19.

O não uso do aparato de proteção individual acarretará em multa fixada pelos estados ou municípios. Com o passar das semanas e a continuidade da pandemia, notou-se um novo fenômeno nas ruas. Esse fenômeno é caracterizado pela estilização das máscaras protetoras, não mais protagonizadas pelas cirúrgicas tão conhecidas nos hospitais e clínicas, o que se observa são novas estampas, novas cores, cada vez mais caracterizando a personalidade do indivíduo. Tendo em mente que a identidade social de um indivíduo sofre construção, reconstrução e remodelação, entende-se que existam diferentes abordagens sobre o assunto dentro da sociologia. O que se vê comumente é a coexistência das dimensões individuais e coletivas estarem presentes nas premissas das formulações teóricas.

Tal fato não limita o indivíduo a si mesmo, como um “faça você mesmo”, mas o aloca no sistema social, tornando-o fruto de uma inserção social em parceria com sua própria agência nesse sistema. Tendo em mente que a identidade social de um indivíduo sofre construção, reconstrução e remodelação, entende-se que existam diferentes abordagens sobre o assunto dentro da sociologia. O que se vê comumente é a coexistência das dimensões individuais e coletivas estarem presentes nas premissas das formulações teóricas. Tal fato não limita o indivíduo a si mesmo, como um “faça você mesmo”, mas o aloca no sistema social, tornando-o fruto de uma inserção social em parceria com sua própria agência nesse sistema.

IDENTIDADE SOCIAL Para os sociólogos Peter Berger e Thomas Luckmannn (2003), a identidade é gestada a partir da localização social do indivíduo, isto é, a posição que ela ocupa em determinado grupo e em determinado estado social. Os processos de desenvoltura da identidade e da captura de conhecimentos e absorção do mesmo são processos que acontecem simultaneamente na sociedade, portanto, assumir ser um ‘ser social’ implica necessariamente em fazer parte do processo de interiorizar, subjetivar e exteriorizar, objetivar. Goffman utiliza da metáfora teatral, a vida social é como um palco em que se encenam diversos papéis sociais, de forma que o indivíduo não é o mesmo em todas as circunstâncias. O papel social não é representado perante uma plateia que está oposta aos atores, mas é conduzido de acordo com os papéis desempenhados pelos outros.

A vida social se constrói a partir de uma ligação entre atores e espectadores, seria impossível uma representação sem um público. O caso das máscaras estilizadas em cenário de pandemia de coronavírus ilustra o enquadramento de indivíduos em determinados grupos sociais. Ora, se alguém utiliza uma máscara evidenciando o escudo de determinado time de futebol, automaticamente este indivíduo é lido pelo restante da sociedade como um torcedor daquele time. Esse fenômeno pode ser entendido com o auxílio dos autores citados acima. Segundo Goffman, as diversas representações que o sujeito proporciona a si mesmo e às outras pessoas é a forma pela qual ele regula a impressão que formam a seu respeito. Sendo assim, quando um sujeito utiliza-se de máscaras com estilizações específicas, ele proporciona a si mesmo e aos outros uma imagem de si, permitindo que formem mentalmente uma impressão, carregada de expectativas.

Veja os exemplos abaixo: Figura 1: Máscara de Boca - Free Fire Logo Na primeira imagem há um sujeito utilizando a máscara do jogo para celulares denominado Free Fire. Partindo deste ponto, qual a impressão que esse indivíduo transmite? Figura 2: Kit de 3 Máscaras Flamengo Preta e Vermelha Na segunda imagem, há um sujeito utilizando a máscara do escudo do time de futebol denominado Clube de Regatas do Flamengo. A funcionalidade, então, não é unicamente física quanto cultural, elas coexistem e uma não está em detrimento da outra. Como é possível um objeto ser portador de histórias que ultrapassem sua função e incrementem o próprio valor simbólico? Segundo John Heskett, “[. o design, em sua essência, pode ser definido como a capacidade humana de dar forma ao ambiente em que vivemos de maneira nunca antes vista na natureza, para atender às nossas necessidades e dar sentido à vida”.

A função estética está atrelada à configuração e à aparência do produto. Novamente segundo John Heskett: “o contexto social é muitas vezes, mais do que função mecânica, um fator determinante da forma". REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGÊNCIA CÂMARA DE NOTÍCIAS. Lei que obriga o uso de máscaras em todo o País é sancionada com 17 vetos. Disponível em: <https://www. camara. leg. A Construção Social da Realidade. a ed. Petrópolis: Vozes. Ed,. BRASIL. GOFFMAN, Erving. A Representação do Eu na Vida Cotidiana. a ed. Petrópolis: Vozes. Ed,.

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