ARTE E INCLUSÃO: O IMPACTO DO ENSINO DAS ARTES NA PERCEPÇÃO DE MUNDO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

De modo que, para discorrer na discussão deste trabalho, apresentamos uma compreensão holística da arte na perspectiva do ensino e desenvolvimento humano, apontando conceitos sobre o entendimento da deficiência intelectual numa perspectiva psicológica e psiquiátrica, manifestando ainda o desenvolvimento legislativo e compreensivo brasileiro acerca da inclusão social, todos estes aspectos com base para compreender o transcurso da construção de sentido em pessoas com deficiência intelectual. De modo que a pesquisa se deu pelo método de revisão bibliográfica, consubstanciada especialmente pela compreensão de sentido proposta por Mary Jane Spink. Portanto, o estudo mostra sua relevância diante de uma discussão na interlocução de temas complexos e pouco explorados na literatura científica. Palavras-Chave: Inclusão Social. Deficiência Intelectual.

A ideia de construção de sentido nesse estudo, parte da compreensão de Mary Jane Spink e sua discussão acerca do modo como o processamento da linguagem na ação, contribui para um desenvolvimento consciente do sujeito, e sua perspectiva a respeito da dinâmica de interação social, como mola propulsora quanto ao modo que as pessoas agem e reagem diante de suas vivências. Nesse sentido, o uso de ferramentas artísticas como meio de propiciar construção de sentido, em sujeitos dentro do campo da educação, se mostra como uma perspectiva promissora de desenvolvimento holístico, posto que, sua configuração é sensível às particularidades de cada pessoa. Portanto, a arte se exprime como uma ferramenta que fomenta a inclusão, sobretudo, no processo de aprendizagem.

Sendo a inclusão conceitualmente definida, como um processo que possibilita o desenvolvimento, respeitando as diferenças e primando pelo principio da dignidade humana. Isto posto, a proposta deste estudo, visa apresentar conceitos atuais acerca da deficiência intelectual, refletindo sobre o ensino artístico como forma de inclusão desses sujeitos, e compreender se é possível e de que maneira a arte possibilita a construção de sentido das pessoas com o transtorno de deficiência intelectual. Nesse processo foram selecionados 6 artigos que contribuíram na produção deste trabalho, a primeira leitura foi seguida de fichamento dos textos a fim de, compor as ideias da estrutura do trabalho. Os dados estão no quadro abaixo especificando: título; autor do texto; ano de publicação e base de dados.

Tabela 1 - Base de dados da Pesquisa Bibliográfica Título Autor Ano Base de dados A função social da escolar em discussão, sob a perspectiva da educação inclusiva. DAINEZ, D; SMOLKA, A. L. SCIELO Indicadores de desenvolvimento em crianças e adolescentes com QI igual ou inferior a 70. Sentimentos infantis em relação à deficiência intelectual: efeitos de uma intervenção. SOUZA, F. S; BATISTA, C. G. Posteriormente, na segunda metade do século XX, o ensino em artes começou a adquirir aspectos mais expressivos, assim as disciplinas de artes plásticas, teatro e dança concentrava-se mais em explorar o potencial criativo dos alunos (BRASIL, 1997). De modo que, por meio da Lei nº 5. de 11 de agosto de 1971 fica promulgado através das Diretrizes e Bases da Educação Nacional que a arte passaria a fazer parte oficialmente do contexto de ensino no Brasil.

Assim, o texto discorre em seu art. º que “Será obrigatória à inclusão de Educação Moral e Cívica, Educação Física, Educação Artística e Programas de Saúde nos currículos plenos dos estabelecimentos de lº e 2º graus” (BRASIL, 1971). C. Início dos déficits intelectuais e adaptativos durante o período do desenvolvimento (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014, p. Deve-se levar em consideração que, respeitando a subjetividade de cada sujeito, vale ressaltar que no contexto da limitação, cada pessoa apresentará um grau de funcionalidade, que reflete o nível de gravidade da doença. Essa ponderação é avaliada, segundo a American Psychiatric Association (2014) de acordo com a aferição do funcionamento adaptativo de cada pessoa. De maneira que, os níveis podem ser entendidos nos graus leve, moderado, grave e profundo.

Moderada Assistência contínua diária é necessária para a realização de tarefas conceituais cotidianas, sendo que outras pessoas podem assumir integralmente essas responsabilidades pelo indivíduo. O julgamento social e a capacidade de tomar decisões são limitados, com cuidadores tendo que auxiliar a pessoa nas decisões. Amizades com companheiros com desenvolvimento normal costumam ficar afetadas pelas limitações de comunicação e sociais. Há necessidade de apoio social e de comunicação, significativo para o sucesso nos locais de trabalho. Costumam demandar apoio e oportunidades de aprendizagem por um longo período de tempo. Há ampla expressão dos próprios desejos e emoções pela comunicação não verbal e não simbólica. Depende de outros para todos os aspectos do cuidado físico diário, saúde e segurança, ainda que possa conseguir participar também de algumas dessas atividades.

Aqueles sem prejuízos físicos graves podem ajudar em algumas tarefas diárias de casa, como levar os pratos para a mesa. Fonte: AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (2014) Vale salientar que, esses conceitos acerca da deficiência intelectual, se caracterizam como padrões para compreensão diagnóstica da doença, mas jamais para entendimento do sujeito. Posto que, o nível potencial de desenvolvimento de uma pessoa não se limita a um diagnóstico, mas essencialmente por uma soma de fatores subjetivos ao seu ser, sua história de vida, o ambiente em que vive e principalmente as suas relações de contato. A arte como mediadora na construção de sentido A arte, por seu caráter livre de apriorismo, se configura essencialmente como uma ferramenta propicia para o desenvolvimento heurístico do sujeito.

E no campo da educação se formula ainda, como meio de “desenvolvimento do pensamento artístico, que caracteriza um modo particular de dar sentido às experiências das pessoas” (BRASIL, 1997, p. De maneira que, acerca da compreensão no contexto da construção de sentido, Rey (2007) aponta a ideia de sentido, de forma categorizada. Assim, o autor apresenta uma reflexão da perspectiva histórico-cultural, proposta por Vygotsky, como sendo aquela que parte da interação entre o pensamento e a linguagem; o cognitivo e o afetivo, ou em última instância a interação relacional entre sentido, personalidade e vida psíquica. Embora, no entendimento do autor supracitado, a reflexão a respeito de sentido tenha sido uma construção inacabada na obra do Vygotsky, Rey (2007) concluiu que, sentido para o autor estava para além da linguagem, para além da fala, mas estava especialmente para a consciência, para o psicológico, para as emoções.

No contexto das interações sociais, como mediadora para construção de sentidos, Viera (2015) salienta que, para o sujeito deficiente intelectual sua construção social indubitavelmente passa por conceitos representativos de imperfeição, incapacidade, desequilíbrio e estranheza, o que por sua vez, condiciona o surgimento de sentimentos de angustia e insegurança, inclusive, para ambas as partes. De modo que, essa relação entre estigmatizados e não estigmatizados é uma incógnita. Nesse sentido, Spink (2010) fala quanto ao posicionamento, como sendo o modo no qual entramos em contato com o universo do outro. Modo este, que implica diretamente na maneira como a pessoa estabelecerá uma compreensão a respeito de si mesmo. De compreensão igual, Palma e Carneiro (2018) salientam que quando trabalhamos o contexto da educação inclusiva, especialmente em casos de deficiência intelectual, é preciso conferir a compreensão de que existem múltiplas inteligências, de forma que, as habilidades cognitivas, geralmente caracterizadas como déficits em pessoas com deficiência intelectual, não são o único caminho para conseguir comunicação e resposta.

O gênero da fala diz respeito a expressão subjetiva ao contexto da comunicação. De modo que, a forma no qual irei me comunicar com outro tem base na percepção da particularidade típica a quem se destina (SPINK, 2010). De modo que, diante dessa concepção, Gusmão et al (2019) salienta que a sociedade como um todo, e sobretudo, os educadores precisão encontrar o equilíbrio nesse modo de se expressar com as pessoas deficientes intelectuais, visto que, estão na posição de mediadores do processo de aprendizagem, podendo então, promoverem discussões fundamentais que possibilitem a construção de sentido nesses sujeitos CONSIDERAÇÕES FINAIS A arte diante de toda sua premissa plural, indiscutivelmente se delineia como uma perspectiva de promoção de sentidos, por conduzir o processo de desenvolvimento humano a partir da subjetividade de cada sujeito.

Sendo, portanto, uma excelente ferramenta no processo de aprendizagem e fomento das interações sociais, o que por sua vez, prevê um processo de inclusão social mais dinâmico e empático a particularidade de cada pessoa. No contexto do transtorno de deficiência intelectual, os sujeitos são estigmatizados pela observância generalizada, de que são incapazes ou limitados em seu desenvolvimento. Lei nº 5. de 11 de agosto de 1971. Fixa Diretrizes e Bases para o ensino de 1° e 2º graus, e dá outras providências. Presidência da República, 1971. Coleção Leis do Brasil. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Presidência da Republica.

Casa Civil, 1990. Disponível em: http://www. planalto. Presidência da República. Secretaria Geral, 2015. Disponível em: http://www. planalto. gov. GIL, A. C. Método e técnicas de pesquisa social. ed. São Paulo: Atlas, 2008. A disciplina de arte: Uma reflexão para a escola contemporânea. Monografia em arte educação, Faculdade Integrada da Grande Fortaleza, Ceará, 2013. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID 10: Descrições clinicas e diretrizes diagnósticas. Porto Alegre: Artmed, 1993. p. REY, F. G. As categorias de sentido, sentido pessoal e sentido subjetivo: sua evolução e diferenciação na teoria histórico-cultural. Psic. com. br/conteudo/artigos/pedagogia/ensino-de-artes-e-a-historia-da-arte-na-educacao/67348. Acesso em 18 Jan. SOUZA, F. S; BATISTA, C. J. Linguagem e produção de sentidos no cotidiano [on line].

Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2010. p. VIEIRA, C.

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